spoiler visualizarVanderlei 03/04/2015
Mais um entrando para os favoritos. A coleção já tem a receita do ideal para um boa trilogia, compacta e intensa. Essa continuação foi eficaz em dar continuidade em tudo que o primeiro deixou de lacuna, e com um poder de desdobramento mais uma vez marcante, por muitos momentos em que a narrativa aproximou-se da estagnação e da repetição, o narrador soube mostrar que estava no controle, e a colocou no mesmo patamar da história anterior.
Como curiosidades que foram resolvidas, trata-se da posse de Mordred, o legado da batalha do vale do Lugg e arquitetura politica do reino, consistencia da paz trazida por Artur, participação mais destacada de Merlin, aproximando-se do protagonismo em grande parte do livro, como a saga em busca do caldeirão e tesouros da Britânia, a definição amorosa de Derfel e situação platônica com Ceynwin, manutenção da disputa estável com o Oeste, contenção e resolução com o Leste Saxão.
Enfim, muitas coisas maravilhosas foram respondidas, e sob minha avaliação pouco ou nada o autor deixou de pano para as mangas do último livro, embora agora possa ser interessante a busca de vingança de Artur para Lancelot, o encontro de Derfel com o pai, e até mesmo as transformações da Britânia até a situação cronológica onde se encontra o narrador. Mesmo assim acho que esse livro finaliza um arco, tudo que foi levantado no primeiro esse conseguiu suprir enquanto duvidas e literatura do mesmo nivel, agora para o último estou ansioso como o Cornwell com sua inibição calculada planeja fechar tudo isso para chegar ao convento do lorde camundongo. E estou muito curioso mesmo, mais sobre a técnica do que pela história em si, pois esse volume já conseguiu trançar um laço afetivo que o primeiro não fez tão intensamente. O desfecho teve dois momentos de grande tensão e que pode ter arrancado lagrimas tranquilamente, tanto no caso de Dian, como na descoberto referente a Guinevere no templo de Isis, revelação essa, que, embora inexorável, (palavra essa que o livro repete incessantemente, junto à palavra destino) surpreende da forma que foi colocada, e arrebata em um nivel que você se torna Artur por alguns instantes, e mesmo com essa consciência, percebe o dilema que ele está posto desde o inicio, entre a emoção e a razão, quando tomado pela raiva, talvez tenha pensado no absurdo, e promovido carnificina, embora tocado pela justiça que o assola, tomou uma decisão equilibrada de manter Guinevere, e esse pode ser um dos temas que iniciará o proximo volume.
Já me estendi demais, e serviu para eu perceber que o grande trunfo de "Excalibur" será a sede de Artur por governo, por atitudes, tendo que, passa a desconsiderar Mordred, que provou imaturidade em comando, e suas ultimas tentativa de paz numa terra euforica por religião, que já toma feições de Idade Média, até sucumbir aos Saxões e bárbaros que o cercam.
*Assim que o acabei, quebrou meu coração, que saudade sinto, e não sei quando lerei o último, mas já antecipo o sofrimento que será saber que não existe continuidade, que mel é esse que Cornwell usa para narrar e laçar história com ficção que soa tão ideal?