Eric 24/12/2021
As viagens no tempo sempre foram muito exploradas pela cinematografia e a literatura, de diversas formas, as quais sempre chamaram bastante atenção. Algumas narrativas conseguem nos surpreender não só pela suas complexidades, como também por serem escritas em tempos antigos e serem visionárias quanto as possíveis previsões da evolução de uma tecnologia que não existia no tempo da sua publicação.
Isaac Asimov sempre foi conhecido pela perspectiva visionária do futuro e as tecnologias, não é atoa que é conhecido com o pai da ficção científica. E isso pode ser comprovado pelo sua obra, O Fim da Eternidade, uma narrativa extremamente original, brilhante e muito reflexiva, tanto nos pontos referentes ao estudos científicos do espaço tempo quanto o comportamento do homem diante do controle do futuro.
Confesso, que pela falta de experiência com esse gênero, este livro me tirou completamente de uma zona de conforto. De início e até mesmo durante boa parte da narrativa, os termos técnicos explorados por Asimov me pegaram de jeito, em certos momentos induziu releituras de páginas e capítulos, mas no fim consegui fechar essa leitura entendendo a mensagem que o autor pretendia transmitir.
Mas o que chama atenção aqui, além de uma história muito frenética, são as reflexões trazidas pelo autor sobre o comportamento humano diante de um poder tão complexo que vai além dos limites da viagem no tempo, mas poder mudar as realidades a fim de manter a harmonia entre a raça humana. Mas até que ponto isso poderia ser benéfico nossa sociedade? Favorecer sempre nosso bem, facilitaria ou atrasaria nosso progresso tecnológico e nossa evolução humana?
Esses são um dos questionamentos discutidos nessa brilhante história, que nos impressiona ainda mais por ter sido publicada em 1955,
um tempo que não se tinha noção de tanta tecnologia.
Por outro lado, os plot twist insanos que acontecem sem pausas para respiros são muito bem trabalhados nesse texto. Da um certo receio em achar que o autor não vai conseguir fechar tantas pontas, porém nas últimas 80 páginas vem uma porrada de revelações que vão se encaixando de uma surpreendente que se consolida num final totalmente fora da caixinha, inteligente e que se encerra com uma grande transição da concepção do tempo.
O Fim da Eternidade se mostra muito mais inteligente do que aparenta por meio da sua sinopse, Asimov entrega uma narrativa original, permeada de reflexões e filosofias que explodem nossos neurônios conforme vamos aproximando do seu fim.
Encerro meu ano literário com esse livro e com a promessa de explorar outras histórias desse autor em 2022.