A Muralha

A Muralha Dinah Silveira de Queiroz




Resenhas - A Muralha


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Ana Carolina Wagner 16/09/2020

TAGARELICES DA CAROL
Um obra encomendada para homenagear o quarto centenário da cidade de São Paulo. Depois de um bom tempo esgotada, a @editorainstante presenteou, no primeiro semestre de 2020, os leitores com essa nova edição mega caprichada. Uma capa ao mesmo tempo atraente e repleta de referências.⁣⁣
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O livro narra a vida dos dos primeiros desbravadores do Brasil (início do século XVIII), com um grande destaque para a força das personagens femininas. A partir da família de Dom Braz Olinto, vamos conhecendo mais sobre o período das Bandeiras e os conflitos que culminaram na Guerra dos Emboabas. ⁣⁣
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Na minha opinião, o ponto alto dessa obra é que tudo é retratado através da perspectiva das mulheres, em como restavam a elas a eterna espera por seus homens e a vida nas fazendas. Uma leitura avassaladora, repleta de emoções e personagens fortes e com muitas reviravoltas. ⁣⁣
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Um relato impactante de como se deu a colonização de São Paulo. Descobrimos detalhes impressionantes sobre o que deve ter sido o modo de vida desses bandeirantes e de suas famílias. Temos homens e mulheres ambíguos, se de um lado vemos força e determinação, por outro, vemos grandes atrocidades, pessoas extremamente rudes, violentas e assassinas. A paisagem e os costumes são muito bem recriados, retratando as violências cometidas contra as mulheres, negros e indígenas. Temos um livro que é capaz de contar de maneira bastante eficiente e sem excesso de romantismo, o que realmente aconteceu nesse período da história do Brasil.⁣⁣
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Já conheciam a história? Sabiam da existência do livro ou só por causa de alguma das inúmeras adaptações, como a minissérie de 2000 feita por Maria Adelaide Amaral e exibida na Globo? ⁣⁣
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Eu recomendo muito a leitura desse clássico da nossa literatura, um romance histórico com ricos detalhes. Dinah narra a história de maneira tão vívida que nos sentimos dentro dela. Com certeza, um dos meus favoritos do ano!⁣⁣
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Estou esperando ansiosamente que seja relançado outro romance de grande sucesso da mesma escritora: Floradas na serra.⁣

site: https://www.instagram.com/tagarelicesdacarol/
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Raphael 07/09/2020

Um romance histórico de muita qualidade
Publicado por ocasião do quarto centenário da cidade de São Paulo, em A Muralha, Dinah Silveira de Queiroz nos transporta para a América Portuguesa do século XVIII. Devo dizer que o livro me deixou muito bem impressionado. Na tessitura da trama, uma ambientação histórica que denota um trabalho de pesquisa cuidadoso - ainda que, por certo, o ficcionista não tenha os mesmos compromissos que um historiador. Tudo bem amarrado em um texto muito bem escrito.

Surgem na cena os bandeirantes e suas expedições, a corrida pelo ouro das minas, o abandono das lavouras, a fundação de novas vilas, o apresamento e a escravização de índios, traços da cultura material setecentista e dos costumes coloniais - sob o estranhamento do olhar de uma mulher reinol, que faz as vezes de protagonista do romance -, a tensão, a violência, os conflitos, a Guerra dos Emboabas e personagens históricos como Manuel Nunes Viana.

Como mérito do romance de Dinah Silveira de Queiroz, o texto não se dedica a pintar os bandeirantes paulistas de maneira excessivamente idealizada, com tintas de heroísmo e virtude que pretenda mascarar (ou amaciar) a violência do processo histórico de alguma maneira. Ao contrário, a narrativa às vezes apresenta até mesmo certa crueza a este respeito.

A construção das personagens femininas é outro forte mérito do romance. Os homens organizavam as expedições e se embrenhavam no Sertão à cata do gentio e em busca do ouro. Quem cuidava das lavouras na desolação da vila de São Paulo de Piratininga? Quem comandava os escravos? Quem eventualmente devia defender a propriedade de ataques indígenas? As mulheres da casa. Nesse cenário, desponta a força da matriarca, na personagem de Mãe Cândida, a garantir a subsistência da unidade familiar e a redefinir os espaços de poder no grupo familiar.

O problema maior para mim foi talvez o ritmo da narrativa, que demora bastante a engrenar.
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bisoares 19/08/2020

Eu não sei bem explicar o que sinto agora que acabei, mas sei que durante toda a leitura A muralha me fez sentir raiva e dor ao mesmo tempo que mostrou amor e força dessas mulheres de outras épocas. Eu amo ler a escrita mista das vozes de portugueses, paulistas, indígenas, etc. apesar de saber bem o que tudo isso significa. É doloroso ver a realidade das lutas coloniais e da vida de tantas mulheres e é estranho imaginar como aquela simplicidade virou o que podemos ver hoje.
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Leticia 10/08/2020

A Muralha, romance de Dinah Silveira de Queiroz, retrata através da perspectiva das mulheres o período das Bandeiras e Guerra dos emboabas. O ponto alto do livro é justamente essa visão das mulheres, em como restavam a elas a eterna espera de seus maridos e a lida nas fazendas.

"[...] as mulheres, aqui, são fiéis no amor, mas, com essas distâncias e essas incertezas, sempre fazem de conta que são viúvas, sem o ser. E, quando os maridos chegam, aqueles que têm mesa posta, escravaria bem guardada, casa bem preparada, também encontram mulher mandona" (P. 74).

A protagonista, Cristina, chega as terras de Piratininga com ideais bem românticos, uma mulher acostumada a passeios e vestidos bonitos, e se decepciona ao encontrar seu prometido, um tanto desinteressado, e pessoas que a ela eram grosseiros e vulgares. Rapidamente tem que se acostumar a um modo de vida mais "embrutecido", a lidar com a fazenda, pegar em armas, e assim, cada vez mais se vê longe da idílica vida que esperava ao sair de Portugal.
Achei a construção da personagem sencional, uma personagem que inicialmente se mostrava um tanto ingênua, e que ao final se mostrou muito forte. No geral gostei bastante das personagens femininas. Já os personagens masculinos, como homens de seu tempo, são intragáveis, machistas e "metidos à besta", um retrato bem fiel ainda hoje hahahaha. O prometido de Cristina, Tiago, uma pasmaceira sem fim.

No que tange ao período retratado, Dinah retrata a violência das Bandeiras, violências cometidas contra mulheres, escravizados e indígenas. Gostei bastante da ambientação que a autora traz e dos questionamentos, mas não foi uma leitura surpreendente.
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Lívia Berci 14/06/2020

Interessante, mas demora a engatar...
É uma história com muitas reviravoltas, bem interessante para sabermos sobre a história de SP. Mas, acho q demorou a me envolver como leitora e algumas coisas foram previsíveis.
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Samanta 13/05/2020

Terminei esse livro em estado de êxtase! Que livro maravilhoso!!
Terminei esse livro em estado de êxtase! Que livro maravilhoso!!
Amo livros que abordam fatos históricos, que contam a história do Brasil e do mundo, misturando personagens fictícios com personagens que realmente existiram.
Nesse livro, a história é contada de maneira tão vívida, que nos sentimos dentro dela. Conhecemos nesse relato uma parte da história do nosso país, num tempo que começava a caçada pelo ouro nas minas gerais, e como foi a maneira de vida dos bandeirantes e suas mulheres.
Homens e mulheres ambíguos,extremamente rudes, muito afeitos a violência, comerciantes de escravos e assassinos, com atitudes que muitas vezes geravam várias desgraças na vida desses personagens, mas que são extremamente fortes e corajosos.
A Muralha é um livro que conta de maneira bastante eficiente, sem excesso de romantismo, o que realmente aconteceu nesse período da história do Brasil.
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z..... 06/11/2019

Adaptação em HQ (Edição Maravilhosa 146, publicada em Abril de 1957)
A arte de André Le Blanc é o maior destaque (sensacional, parecendo foto antiga), tornando a obra muito atrativa em cada página, mesmo com elementos arcaicos na quadrinização, como texto em excesso. A leitura foi uma viagem prazerosa.
Em linhas gerais, acredito em um retrato impactante de como se deu a colonização de São Paulo, que aparece como Vila de Piratininga. É história sobre adaptação árdua e decidida dos colonizadores pioneiros, explicita principalmente nas personagens femininas, com aprendizagens transformadoras na relação com a nova terra. O contexto é visceral, forjando homens e mulheres em lutas diversas, como nova influência cultural, peculiaridades da terra e necessidade de resiliência e adaptação.
Gostei da história e, especificamente sobre a HQ, faltou a curiosa transformação final de Isabel, que passou a ser vista em Lagoa Serena cada vez mais parecida a uma gata selvagem (como fora sua mascote Morena).
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Fimbrethil Call 09/01/2015

Uma história pouco conhecida
Muito bom esse livro que traz uma história pouco conhecida, pelo nemos para mim. A guerra dos emboabas e a vida dos paulistas no começo do século XIX. Muito interessante.
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bardo 18/01/2012

A Muralha - Dilma Silveira de Queiroz
Creio que o ponto mais importante a ser considerado na leitura desse livro, pelo menos aos que assistiram a minissérie que alega ter sido baseada no mesmo, é que isso não corresponde bem à verdade, fui informado da história narrada na minissérie e as incongruências são muitas, ouso dizer, o que não me surpreende em absoluto que o livro é muito superior. Entendido esse ponto o livro narra a vinda de Cristina, jovem portuguesa que vem ao Brasil casar-se com Tiago filho de um importante senhor de terras e bandeirante de São Paulo de Piratininga, atual cidade de São Paulo.
Com descrições vívidas e alguns personagens marcantes, a despeito da linguagem mais “pesada”, não chegando a ser rebuscado, o livro é escrito num estilo mais austero que estamos acostumados; a força e o drama vivido pelos personagens nos prendem a história, particularmente no que concerne à própria Cristina, Tiago, Isabel, Mãe Cândida, Margarida e Aimbé. É um livro de emoções fortes, de amores e ódios, mormente ódios intensos, onde o orgulho predomina o tempo todo. Veladamente critica-se a vida das mulheres na época do Brasil Colônia. Mulheres fortes, orgulhosas que se tornam mais “senhores” que os próprios maridos, os quais saiam à procura de ouro por meses a fio. Critica-se veladamente o machismo da época, que exigia que essas mesmas mulheres fortes, aceitassem os “casos” e filhos bastardos dos maridos, que em meio às bandeiras, tomavam índias como concubinas enquanto as esposas mantinham a castidade exigida para uma mulher cristã.
É nesse ambiente que chega Cristina, a qual decepção sobre decepção vê seu sonho de uma vida tranqüila se desintegrar; a chegada a São Paulo, uma vila miserável; a chegada a Lagoa Serena, seu novo Lar e a decepção com seu esposo prometido que não está ali a sua espera; sua fria acolhida quando o mesmo chega tudo isso vai solapando as ilusões de Cristina, que apesar de tudo se resigna e aceita essa nova vida.
Um evento vem, alias dois eventos, entretanto a desestruturar a vida em Lagoa Serena por completo, Isabel aparece misteriosamente grávida, as dúvidas e incertezas a respeito de quem seria o misterioso pai, iniciam uma avalanche de desgraças sobre a família. Em paralelo, Rosália a filha mais moça envolve-se com um homem de reputação duvidosa, a semente de desgraça plantada aí vai gerar frutos mais a frente, com consequências imprevisíveis a todos.
Em meio a isso temos de pano de fundo as Bandeiras, a Guerra dos Emboabas, a narrativa vai seguindo ao seu final, rumando vertiginosamente à desgraça. A autora soube dosar os acontecimentos prendendo o leitor, algumas cenas são vívidas o bastante arrancar lágrimas do leitor, tamanha a força da descrição e o desespero sugerido na trama.
O final é um tanto frustrante, não por ser inesperado, mas por de certa confirmar o quão limitado eram as escolhas das mulheres naquela época (naquela época??). Remete-nos diretamente a um dos pontos altos do livro quando Cristina, a poucos dias do casamento vai confessar-se, o padre que se subentende seja o chefe dos Jesuítas, ouve Cristina a qual de repente expõe toda a sua mágoa e frustração. Ele então compara o casamento de uma moça vindo do Reino, a missão dos Jesuítas ao vir a uma terra desconhecida que não os queria e os molestavam, entretanto entre amor e ódio resignavam-se a cumprir sua missão sabendo que no futuro isso geraria frutos. Causa-nos surpresa a forma com que o padre a acolheu, ele de fato não criticou sua dor, entretanto veladamente o conselho era entregar o sofrimento como oferta a Cristo. Perfeito para a época, mas um tanto revoltante nos nossos dias. É exatamente o que ela acaba fazendo no fim. O livro encerra com uma profecia, de como aquela vila miserável de gente orgulhosa poderia afinal se tornar uma grande cidade.



Natália Cristina - Leitura por Amor 24/04/2020minha estante
Uau! Que resenha sensacional!




cid 14/08/2011

Homens loucos e teimosos , mulheres atrevidas e obstinadas
Uma estória forte e envolvente, sobre as pessoas e a Vila de São Paulo do campo de Piratininga. O nascimento da cidade de São Paulo, seus homens e mulheres, atrevidos e obstinados.
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