Charmssss 23/02/2024
O prometeu moderno
Esqueça tudo que você sabe sobre Frankenstein, a obra original é completamente diferente da história que nos é contada; é como se fosse aquelas histórias da Disney, sabe? Lindas, românticas, encantadoras e que, na verdade, originalmente, elas não tem nada de perfeitas, são o completo oposto disso.
Bom, aqui temos o Dr. Victor Frankenstein, um homem inteligente que quer testar os limites da ciência e os limites humanos e que acaba aprendendo uma forma de dar vida a seres mortos. É assim que ele cria o “monstro”, e esse “monstro” não tem nem um nome porque o choque do Victor foi tão grande em ter criado algo tão absurdo que ele simplesmente abandona sua criação ao relento. E esse monstro que foi abandonado precisa começar a entender por si só inúmeras coisas básicas, como falar, por exemplo. Esse monstro começa a sentir na pele a rejeição da sociedade por ele ser quem é, e começa a entender o que é sentir, o que é se sentir sozinho, o que é sentir alegria e ternura, mas principalmente o que é sentir ódio, ódio por quem o colocou nesse mundo para sofrer sem ele nem mesmo pedir.
O livro foi publicado em 1818, período em que a Inglaterra passava por várias mudanças e incertezas. A autora traz aqui uma relação conflituosa entre religião e ciência, algo que nos deparamos até hoje, não é? Quais os limites do ser humano? Até onde somos capazes de avançar cientificamente? A ciência pode tudo? Até mesmo ultrapassar os valores sociais e morais? Pois é, ainda estamos cheios de incertezas.