Kurt Seyit & Shura

Kurt Seyit & Shura Nermin Bezmen




Resenhas - Kurt Seyit & Shura


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Patty 29/01/2018

Emocionante!
Kurt Seyit & Shura conta o romance real entre dois jovens na Rússia do início do século XX, em meio a Revolução Bolchevique e a Primeira Guerra Mundial.
Existe bastante diferença entre a série exibida na Netflix e o livro, como por exemplo alguns personagens que tanto amei na TV, na realidade não existiram.
O livro mostra mais da infância de Seyit, o que ajuda a entender melhor as atitudes do homem que ele se tornou e vemos que Shura foi de fato uma mulher corajosa, porém os costumes da época provavelmente tenham ajudado o destino a causar tantos problemas ao casal.
A história é intensa e emocionante, daquelas q nos dão uma pontada de inveja pelo amor que Seyit e Shura viveram e que é impossível de se esquecer depois que a conhece.
Não sei dizer qual é melhor, livro ou série, só sei que se você se encantou com um, não deve deixar de ver ou ler o outro.
E assim como a série me levou as lágrimas em seu final, com o livro não teve como ser de outra maneira. Simplesmente me apaixonei ainda mais por esse casal que sofreu tanto na vida, e espero que a Pedrazul Editora não demore para lançar os demais livros da Nermin Bezmen, pois fiquei doida pra ver mais desse lindo casal!!
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Tamires 29/01/2018

Um romance inesquecível
Antes mesmo da Pedrazul Editora demonstrar interesse em publicar o romance Kurt Seyit e Shura, da autora turca Nermin Bezmen, vez ou outra esse nome pipocava nas redes sociais as quais participo, especialmente em grupos que discutem literatura no facebook. Tratava-se, eu logo fiquei sabendo, de uma linda série turca, disponível na Netflix, adaptação do livro homônimo e também de partes de outros volumes de uma série de livros. Por razões diversas, eu não assisti a adaptação antes da publicação do livro aqui no Brasil. Na verdade, nem mesmo agora, depois de ter lido o romance, eu assisti a série até o final. O que me conquistou e me convenceu a ler o romance de Bezmen foi justamente não saber muita coisa além das informações ocasionais que eu lia sobre a história.

Não sei se foi uma escolha boa ou ruim, mas a verdade é que eu me apaixonei e me perdi pelos capítulos do romance tendo apenas algumas imagens da série da Netflix em mente, a qual eu assisti apenas até o quinto capítulo. A adaptação tem atores lindíssimos, uma fotografia ainda mais bela e uma trilha sonora que tem embalado muitos momentos nas minhas últimas semanas, mas o texto da série foi modificado em relação ao original do livro, para atender, acredito, aos anseios dramáticos e às necessidades de um novo veículo de transmissão, no caso o vídeo. Vendo isso logo nos primeiros capítulos decidi ficar primeiro com a escrita de Nermin Bezmen. Se você ainda não viu a série, sugiro que faça o mesmo.

Kurt Seyit e Shura conta a história dos personagens que dão nome ao livro, a paixão inesquecível entre Seyit, o lobo, e a jovem Shura, e os desdobramentos dos vários conflitos que causaram a queda do Império Russo e a Primeira Guerra Mundial que influenciaram diretamente a vida de todos, sem exceção. O romance trata a parte histórica com muita propriedade, em muitos casos até com certo didatismo, no entanto de forma agradável e enriquecedora para compreendermos, também, a história particular dos personagens.

Aqui, preciso dizer que não vou me ater ao resumo da história, e sim às impressões que tive sobre os personagens.

“O bebê Seyit chorava tanto que eles decidiram acrescentar Kurt ao nome, cujo significado é lobo. De acordo com a crença secular dos crimeus, os bebês choravam de medo ao ouvir lobos uivando, e era apenas quando eles eram forçados a encarar seus medos que podiam superá-los, daí a necessidade da repetição do nome do animal. Por causa disso, mais algumas preces acompanharam a tradição. Se havia alguma verdade nessa crença ou não, o importante é que o bebê Seyit parou de chorar e, a partir desse dia, ficou conhecido como Kurt Seyit.”

Seyit Eminof, ou Kurt Seyit, como nos acostumamos a chamá-lo, é um personagem irresistível. Seu amor por Shura foi uma constante durante todo o livro, apesar de suas falhas e faltas com a amada. Foi treinado desde muito cedo para servir ao Czar Nicolau II e viu sua vida e a vida de todos aqueles que o cercava mudar radicalmente ao passo que a Rússia também se transformava. Em algumas páginas Seyit pode decepcionar por contrariar as nossas expectativas de leitores ávidos por um final feliz. No entanto, acredito que ele foi fiel à sua criação, sobretudo aos ensinamentos do seu pai, ainda que tenham se separado na época da revolução bolchevique. Seyit amou Shura, mas talvez não o suficiente para dar o principal passo na vida de um casal. Amou Murka, mas isso não o impediu de magoá-la logo no início do casamento. Lembrei muito do Capitão Rodrigo Cambará, da saga O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo, enquanto lia o romance de Nermin Bezmen: mesmo com suas falhas, não consegui sentir outra coisa se não carinho por Seyit, assim como aconteceu quando li a história do Capitão Rodrigo. Esses dois têm uma magia que enfeitiça não só os seus pares nos respectivos romances, mas também seus leitores. No caso de Seyit Eminof, saber que ele é mais que um personagem literário, que ele existiu realmente e viveu grande parte daquilo que está no livro é ainda mais mágico.

Shura, preciso confessar, foi uma agradável surpresa para mim. A menina trêmula e que ficava facilmente ruborizada no início da história, transformou-se ao longo do tempo em uma mulher decidida, corajosa e despudoradamente apaixonada. Criada no seio da aristocracia russa, Shura largou tudo para fugir com Seyit. Achei linda a amizade entre ela e Tatiana, uma bailarina do Bolshoi. Um exemplo de amizade feminina que é difícil ver até em livros passados no nosso presente. Torço para que a Pedrazul publique (sim, está nos planos da editora) o livro da Shura, para que os leitores brasileiros possam se deleitar com essa mulher tão extraordinária, que suportou muita coisa para estar com seu amado, mesmo sabendo que um dia tudo poderia acabar. Refletindo sobre essa loucura de largar tudo para viver um amor (além de salvar a própria vida, pois o momento político exigia que ela também fosse embora para sempre da Rússia) só consegui pensar em uma famosa frase de um filme que eu amo, Lisbela e o Prisioneiro (2003): “O amor é um precipício, a gente se joga nele e torce para o chão nunca chegar.” Shura se jogou. Talvez tenha sido sua melhor opção, no fim das contas. Melhor que viver a vida inteira sem saber como teria sido, não é verdade?

Por fim, mas não menos importante, a jovem e inocente Murka: não tenho ideia de como essa personagem foi retratada na série da Netflix, mas no livro, no mínimo, ela desperta compaixão. É difícil explicar sem dar muitos spoilers, mas amei Murka de um jeito diferente do qual amei Shura. Na verdade, Kurt Seyit e Shura foi um dos poucos livros que eu já li até hoje no qual um triangulo amoroso se forma e isso não me traz incômodo algum. Também gostaria de ler mais sobre Murka, as mudanças em sua vida, sua família e sua relação com Seyit.

O que eu achei mais positivo na história de Kurt Seyit, Shura, Murka e todos os personagens, da vida real ou não, é que a autora soube contar a história de seu avô de uma forma bela, convincente e muito bem estruturada. Reviver e, em alguns casos, conhecer a história de seus antepassados não deve ter sido fácil, mas ela conseguiu tecer uma trama envolvente que justifica o sucesso que tem feito mundo afora. Vejo opiniões diversas sobre Kurt Seyit & Shura, especialmente sobre o seu final, mas acredito que nenhum leitor possa afirmar veementemente que se sentiu traído com os rumos da história. Nada na relação dos personagens foi abrupto, tudo caminhou conforme a vida e as circunstâncias. Ademais, adorei ler sobre os costumes e a cultura de um povo tão distante e que, até hoje, eu conhecia praticamente apenas pelos livros didáticos de História.

A Pedrazul tem acertado na escolha dos livros contemporâneos que, aos poucos, vão recheando seu catálogo. Até agora, foram histórias ora delicadas, ora intensas, como Kurt Seyit & Shura.

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-kurt-seyit-shura-de-nermin-bezmen/
Rebeca 29/01/2018minha estante
Excelente resenha, Tamires!


Tamires 30/01/2018minha estante
Obrigada, Rebeca!




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