Glaxo

Glaxo Hernán Ronsino




Resenhas - Glaxo


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Francisco240 10/01/2023

Saindo de uma sessão do cinema local, um grupo de rapazes reencena por brincadeira o momento decisivo do faroeste a que acabam de assistir: olho no olho, preparam-se para um duelo. Um fará as vezes de Anthony Quinn, o outro será Kirk Douglas. Poucos instantes depois, um deles rolará pelo chão, atingido por uma bala imaginária, para o riso de todos. Não sabem, mas estão ensaiando seu próprio destino, vivido entre o acanhamento de uma cidadezinha fabril e a vastidão do pampa argentino. Alternando entre as vozes de quatro personagens, Glaxo é um verdadeiro quebra-cabeça, que cabe ao leitor remontar. Nas poucas páginas desta novela vertiginosa, Hernán Ronsino traça com maestria os contornos trágicos de uma história em que se cruzam desejo e vingança, amizade e covardia, a violência política e o desmonte de um país.
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Sérgio 07/02/2022

Imagine um cubo que contém uma fábula e a cada faceta que se olha há um prisma que aproxima ou distancia a verossemelhança da mesma. Agregando, confirmando ou descartando possibilidades. Mas não para aí: duas facetas ficaram no escuro... Assim é Glaxo, uma fábula, quatro lados, parecidos mas diferentes. Uma história que se forma e se confirma à medida que se vai aparando arestas.

Leitura rápida, leve, enxuta e interessante.
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Tiago600 20/12/2021

Parece humilde, porém, diz muito


Prova cabal que não há necessidade que um livro tenha de ter no mínimo umas 200 páginas para ser uma obra-prima. Digo isso levando em consideração a atual literatura pós-modernista e seu mercado que (colocou/estipulou) uma espécie de necessidade que autores e suas obras despejem uma tonelada de informações em páginas e mais páginas para serem destacados como joias únicas. Livros esses que por sua vez, geralmente são vendidos com o rótulo de um trabalho hercúleo por parte do escritor e que portanto merece ser lido/apreciado "ao menos uma vez na vida". Não é quantidade que dita o tom e nunca será.

A trama se passa em um vilarejo dos pampas argentino, o clima é melancólico, de escrita ágil e crua. Fala sobre progresso e das complexidades inerentes ao tema. A narrativa toma como fio condutor a influência de um filme específico sobre um grupo de campesinos. Na verdade, a título de curiosidade, o filme em questão é um Western chamado "Last Train from Gun Hill", no Brasil batizado de "Duelo de Titãs", por sua vez interpretado pelos lendários Kirk Douglas e Anthony Quinn. Hernán Ronsino em menos de 100 páginas (rimando com revistas pulp do gênero) constrói um mosaico do tempo, do "ser" latino-americano, nossas aspirações e controvérsias - político carnais - e até mesmo o que tange nossa incestuosa relação com os EUA. Afinal, existe algo mais norte-americano que a figura mítica de um Cowboy?

O pulo do gato está na feitura. A obra em sua estrutura é polifônica. São quatro relatos, de quatro pessoas distintas, inseridas em datas diferentes acerca de um mesmo acontecimento que os une e os diferencia. Só na última frase, exatamente na última linha da obra que encontraremos a peça fundamental do quebra-cabeças que irá ressignificar tudo. Literatura com "L" maiúsculo. Livro engenhoso e de raro refinamento.
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Milena 07/02/2021

Glaxo
Curtinho, leitura rápida, mas pouco instigante para mim. Apesar de ter lido com zero expectativa, não chegou a me deixar intrigada ou despertar emoções.
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@pedroliterario 29/11/2020

Surpreendente
Narrativa curta e instigante, ?Glaxo? é um quebra-cabeça cronológico que, ao ser montado, mostra uma imagem tão cotidiana e fatal que surpreende o leitor.
Apesar do tamanho curto, o livro não deixa lacunas ou pontas soltas. Bem amarrada, a história é um causo de cidade pequena que lembram as histórias que todos já ouvimos em nossas famílias.
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luisfelipe.monteiro2 19/10/2020

Faltou algo.
Tive uma certa dificuldade em fazer essa resenha pois não tenho convicção na qualidade do livro. Ele consegue prender o leitor na sua narrativa não-linear, pois tenta demonstrar o que está acontecendo na trama nas páginas que seguem. Basicamente, trata-se de uma fábula interessante na sua forma, mas razoável em seu conteúdo. Tenho a sensação de que faltou algo na desenvoltura da narrativa. Mas não é uma obra descartável. O tom melancólico é de destaque. Tire suas conclusões.
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AleixoItalo 26/09/2020

"Um dia os trens deixam de passar."

As primeiras passagens de Glaxo já ditam o tom da obra: o trilho do trem sendo arrancado para a construção de uma rodovia não é um sinal de progresso, mas sim de que o tempo passou por ali. O que ficou pra trás, agora são apenas memórias de um estilo de vida que não existe mais.

Situado em algum lugar perdido dos Pampas argentinos, mas que poderia se passar em qualquer cidadezinha rural da América, Glaxo é uma obra melancólica, com personagens parados no tempo e abandonados pelo desenvolvimento, presos a lembranças de um ocorrido que em algum momento marcou suas vidas.

Apesar do clima Western, não tem espaço para ação em Glaxo, aqui até a violência onipresente parece tirar um descanso na sombra até fazer sua próxima vítima. O enfoque principal é no interior dos personagens que narram sua história através de suas lembranças.

Composto por 4 narrações distintas (dos 4 personagens) em momentos diferentes, a obra vai sendo montada através de retalhos, fragmentos do grande ocorrido e que o leitor vai descobrindo aos poucos.

Glaxo é curtinho e entrega o que propõe, as vezes minimalista e as vezes soando com um Faulkner, ele acerta ao se distanciar do "evento principal" e jogar os holofotes para os personagens e suas visões de mundo. Uma grata surpresa!
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