A moça do internato

A moça do internato Nadiêjda Khvoschínskaia




Resenhas - A moça do internato


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Soninha 26/01/2024

Liôlienka é uma moça de família que mora com os pais e os irmãos. Estuda em um internato e é dedicada aos estudos, ainda que não entenda porque estuda alguns assuntos e a forma como são colocados para as alunas. Em uma conversa com seu vizinho, Veretítsin, ela começa a pensar na vida que está levando e descobre que não é isso que ela deseja para sua vida. Ele ainda entrega a ela, um livro que a fará despertar para o prazer de ler algo que realmente gosta, Romeu e Julieta, de Shakespeare. Então a moça sofre uma verdadeira transformação, que não será aceita por seus pais, nem pelo internato ao qual estuda para ser uma "boa moça", apropriada para se casar. Ela é expulsa do internato, e seus pais passam a tratá-la de forma servil, para atender a toda a família. Decide então pedir ajuda a sua tia, que mora em Paris e a mesma a convida para ir morar com ela. Quando se muda para lá, descobre o amor pela pintura, livros e a escrita. Sofreu retaliações, foi exposta, somente porque não aceitou um modelo exigido para a sociedade da época, e resolveu buscar o que realmente lhe faria feliz, se libertar, uma moça a frente de seu tempo. Conforme nota do livro, a edição russa é uma referência na representação da mulher emancipada na literatura russa como um todo, e, mais especificamente , na escrita por mulheres, o trabalho de Odomiro Fonseca, como tradutor, e a publicação de "A moça do Internato", pela Editora Zouk, são um marco.
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SimoneSMM 23/12/2022

Liôlienka é uma adolescente de 15 anos que vive sua vida de forma obediente, seguindo as regras dos pais, as mesmas regras da sociedade russa do século XIX. Estuda para ter maiores possibilidades de arrumar um bom casamento, era o destino das meninas/mulheres russas (que podiam estudar).
Em uma conversa casual com seu vizinho, um homem amargurado e pessimista, ela passa a sentir que não há sentido nas coisas que faz. A partir daí, os acontecimentos se desenrolam de modo que ela consegue romper com esse círculo ao qual a mulher está restrita nesse tempo e lugar. Ironicamente, o mote dessa transformação, são as idéias de um homem. Mas Liôlienka rompe também, posteriormente, com esse suposto vínculo de idéias entre eles, quando fica claro que a forma como ele vê a vida e as mulheres não era o que pareceu a ela.
Apesar de ser um livro curto, muitos fatos são contados de forma solta, como uma coleção de ocorrências, enquanto alguns outros dão a sensação de que estão incompletos. Mas vale a leitura por conta da época.
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Talita | @gosteilogoindico 03/12/2022

Literatura russa escrito por uma mulher, amei
Primeiro contato com a literatura russa, e ainda escrito por uma mulher? Um combo e tanto.
A protagonista vai sendo inserida aos poucos na obra, e vamos conhecendo ela gradualmente.
Gostei muito da maneira como a autora demonstrou o poder feminino da mulher russa no século XIX. Além do poder feminino, o poder da renúncia, da escolha e da liberdade.
Confesso que em alguns momentos eu achei a escrita um pouco confusa, e não sei afirmar se foi por eu não entender ou pela tradução ? Acho que a primeira alternativa (o novo leva para zonas que o nosso entendimento demora um pouco a entender).
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Nataly 01/12/2022

A MOÇA DO INTERNATO - NADIÊJDA KHVOSCHÍNSKAIA, 1861
"A leitura trazia a sensação de um reencontro com alguém muito querido, mas sabemos que em breve essa pessoa terá que partir novamente."¹

Esse livro estava na minha lista há muito tempo, e só recentemente pude ter o prazer de lê-lo. Quando pensamos em literatura russa do século XIX, os nomes que vêm à mente são em sua maioria masculinos; por isso, estava muito curiosa para ler essa obra de uma escritora russa do período, que foi publicada em 2017 no Brasil.
Nela, acompanha-se a história de Liôlienka - estudante de 15 anos que mora em um lar opressivo, ocupada entre os estudos e os afazeres domésticos sob o olhar rígido dos pais - e de seu vizinho, o funcionário público Veretítsin - que vive infeliz e entediado com os rumos de sua vida e entabula conversa com a moça como forma de se distrair.
As rápidas conversas que mantém com o vizinho na cerca que separa as propriedades servem como um impulso para que o olhar da jovem se amplie para o mundo e as suas dinâmicas, o que faz com que ela comece a questionar o sistema de ensino ao qual foi submetida e passe a ter outra perspectiva acerca de seu futuro.
Ao longo das aproximadamente 160 páginas do livro, temas como o papel da mulher na sociedade, casamento, educação, profissão e conflitos geracionais são discutidos. O tradutor da edição lançada pela editora Zouk, Odomiro Fonseca, chama atenção no prefácio ao fato de "A moça do internato" ter sido publicado antes de "Pais e filhos" (1862), de Turguêniev, e "O que fazer?" (1863), de Tchernichévski, algumas das obras russas mais famosas do período que tecem reflexões sobre os novos caminhos para a juventude russa e o rompimento com antigos valores, assim como fez Nadiêjda. O prefácio dessa edição, aliás, traz interessantes apontamentos sobre a relação conturbada de Khvochískaia com o editor de alguns de seus trabalhos, que frequentemente modificava trechos de seus textos para amenizar as críticas feitas por ela à posição da mulher na sociedade russa.
Leitura rápida e envolvente mais do que recomendada a todos que queiram ter contato com a produção feita por mulheres do século XIX sobre suas realidades e sobre novas possibilidades de construção da sociedade em que estavam inseridas.

¹ KHVOSCHÍNSKAIA, N. A moça do internato. Porto Alegre: Zouk, 2017, p. 33.
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Rafaela Prata 03/07/2022

Nada mais é que uma história de amor platônico de uma adolescente por seu vizinho com quem está sempre a conversar e diante disso tenta conquistar a liberdade de ser quem ela quer ser, longe da vontade dos familiares e da opinião da maioria das pessoas do seu convívio.
É um texto elaborado pra pensamos o papel da mulher no mundo e que devemos ser aquilo que nos faz mais feliz, seja sendo dona de casa ou sendo uma brilhante pintora de sucesso.
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Marina 07/06/2022

Eu já li dezenas de livros russos escritos no século XIX e esse foi o primeiro de uma autora mulher. É muito triste que as autoras russas não tenham reconhecimento e não tenham sido traduzidas para o português, seria enriquecedor ter outras perspectivas.
A história em si não me cativou muito, mas gostaria de poder ler os outros tantos títulos que Nadiêjda escreveu e publicou em vida.
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Érika 15/02/2022

Vem vindo bom e termina sensacional
Quando a gente ouve falar de literatura russa, um dilúvio de nomes masculinos vem à mente. Poucas são as mulheres cujas obras chegam até nós — e todas do século XX. Mas a verdade é que já havia mulheres escrevendo na Rússia muito antes, produzindo obras significativas e granjeando sucesso literário. Uma das mais importantes foi Nadiêjda Khvoschínskaia. Contemporânea de Dostoiévski, ela chegou a escrever para as mesmas revistas literárias que ele e era bastante popular tanto entre a crítica, quanto entre o público, na sua carreira literária que durou 47 anos. Porém, aqui, o único livro dela a que temos acesso é “A moça do internato”, traduzido por Odomiro Fonseca e publicado pela @zoukeditora.
Há anos eu queria ler este livro, e finalmente o fiz. A novela, de cerca de 150 páginas, conta a história de Liôlienka (ou Aliona, ou Elena Vassílievna), uma menina de quinze anos, filha mais velha da família enorme de um pequeno funcionário público de província e aluna exemplar do pensionato em que estuda. Ou melhor, o livro conta como Veretítsin, outro funcionário que foi parar na província de N. como punição por ter afrontado ideologicamente o governo, acaba influenciando Liôlienka a enxergar a estreiteza das opções de futuro disponíveis para ela: um estudo que não passa de uma “decoreba” sem sentido ou um casamento com um noivo que ela nem pode escolher, e que passará a obedecer depois que sair da obediência dos pais, sem jamais ter direito à sua voz ou vontade. Eles são vizinhos e Veretítsin causa tal abalo na vida de Liôlienka em algumas conversas casuais junto à cerca que separa suas casas. Para ele, a situação não passa de uma distração dos seus problemas profissionais e pessoais, nos quais está profundamente absorto; em Liôlienka, porém, a interação desperta uma paixão não-correspondida que perturba seu espírito até os fundamentos.
A história contém uma reviravolta bem feita que não mencionarei para não estragar o prazer da leitura, pois ela redefine o rumo e os significados do livro. A atmosfera opressiva que acompanha a personagem durante a maior parte da novela é dolorosa, mas, nos muitos diálogos, colhe-se verdades, vê-se mentalidades chocantes e, no último diálogo entre Liôlienka e Veretítsin, o âmbito dos questionamentos ganha aquela amplitude e profundidade que marca a boa literatura russa. Passa-se das questões temporais às universais; da perspectiva pessoal à cósmica; confrontam-se diversas opções de destino, com suas qualidades e problemas, revelam-se as múltiplas facetas — contraditórias, mas verdadeiras — de uma mesma questão e dos mesmos personagens. O livro vem vindo bom e termina sensacional. Recomendo muito.
Além disso, o prefácio do tradutor é inestimável para conhecer um pouco a autora e compreender alguns conceitos fundamentais para os progressistas sociais da Rússia do meio do século XIX, tais como quem são os “niilistas”, naquele contexto, ou no que consistia, exatamente, a assim chamada “questão feminina“, frequentemente mencionada por outros autores clássicos.
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Sofia 09/01/2022

Por que os pais se importam se suas filhas serão bem-educadas ou não? Se, no fim das contas, os pais só fazem desmerecer qualquer conhecimento que as filhas têm?
Nessa história que se passa na cidade N. vamos conhecer Vertítsin, um homem frustrado, que hoje mora de favor com sua irmã e seu marido e tem o emprego de copiador. Ele não tem nenhuma esperança na vida, com pouco dinheiro, sente-se um cara que não merece respeito e reconhecimento. Seu amigo, Ibráiev, aparece para conversar e animar o amigo, mas a oferta não é muito bem aceita por ele.

Enquanto estão conversando, eles observam Liôlienka, vizinha de Vertítsin, no jardim da casa lendo um livro para a escola. No momento, o personagem não entende porque uma moça tão jovem está ali se dedicando tanto aqueles estudos e livros complicados. Ao conversar com a moça, ele começa a despertar questionamentos que ela nunca tinha cogitado antes e isso vai mudar todo o rumo da sua vida.

Esse livro chegou para mim e eu devorei em um dia. A história me envolveu de um tanto que é impossível explicar. Liôlienka sofreu muito com a pressão dos seus pais e da sociedade da época que exigia que ela fosse uma menina inteligente, que soubesse de tudo sobre cuidar de casa e no final de tudo abrisse mão da sua vida para casar com alguém. Só que com a ajuda do vizinho, ela percebeu que a vida não precisava ser assim e que não era isso que ela queria. Então, ela começa a desafiar todos os padrões da época até alcançar aquilo que ela deseja. Simplesmente, fantástico! Se tornou um dos livros favoritos do ano e recomendadíssimo, sem dúvidas.
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Adriana Pereira Silva 04/01/2022

Liberdade
História de uma jovem que tem sua vida, seus pensamentos virados de cabeça para baixo ao escutar as teorias de um vizinho sobre a liberdade.
Muito tocante, me remeteu minha juventude com minhas dúvidas e inconstancias.
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Biblioteca Álvaro Guerra 28/10/2021

A moça do internato
Quais eram as perspectivas da mulher na Rússia, na segunda metade do século XIX? Como era retratada a mulher na literatura russa naquela época? E, sobretudo, como era essa representação, elaborada por uma escritora?
Em sua novela "A moça do internato", Nadiêja traça uma imagem histórico-sócio-cultural da Rússia de então, que passava por mudanças significativas, recriando em sua narrativa a tensão entre o espaço delimitado pela sociedade patriarcal e suas convenções para a mulher - a educação (formal ou doméstica) para se submeter, a casa ou o campo, o casamento - e a promissora transformação da personagem feminina, tanto a ficcional e sua parte na história, rumo à insurgência em busca da emancipação.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!


site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788580490534
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Carol.Cuofano 18/09/2021

Muito bom.
Bem interessante ler um texto escrito por uma mulher que aborda questões de escolhas femininas em uma Rússia absolutamente machista e patriarcal.
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Allisson 06/06/2021

Gostei bastante.
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Ale 01/06/2021

A transformação e evolução de uma menina que resolve romper com os padrões da sociedade da época para conquistar sua independência.
O livro trata as grandes questões como educação, casamento, reconhecimento profissional e liberdade.

" Seria melhor mudar os hábitos. Pra quê me ocupar dessas idiotices? A verdade é que ninguém pode viver assim: só esperando o momento de ficar espiando pela cerca e aguardar só Deus sabe o quê! Eu não consegui aprender nada que prestasse, nem para a governanta tenho jeito! E eu já tenho quase dezesseis anos! Pessoas decentes passeiam, visitam uns aos outros, mas eu não consigo nem abrir a boca. Estudei, mas já esqueci de tudo. Preciso me confessar aos meus pais. Não sei como, mas, dentro de mim, tudo está de cabeça pra baixo. Será que na minha idade as outras meninas passam por isso também? As outras meninas... " Pag: 128
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Nazrat 24/02/2021

À frente do seu tempo
Um livro corajoso, se considerada a época em que foi escrito. Discorre sobre o papel das mulheres, os sacrifícios que são a elas impostos e a pressão decorrente dos círculos sociais. Ainda hoje há muito que evoluir nestes aspectos, motivo pelo qual permanece relevante. Uma ótima surpresa literária!
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Ely 08/11/2020

"A leitura trazia a sensação de um reecontro com alguém muito querido, mas sabemos que em breve essa pessoa terá que partir novamente."
Adorei essa escolha do Pacote de Textos para o mês de março, o mês da mulheres, ler uma autora com uma importância tanto para a literatura russa na época, pelo protagonismo de Lia e suas escolhas, quanto para leitores brasileiros que tiveram em primeira mão essa obra da autora pela editora Zouk.
Foi um livro bem tranquilo, bem diferente do que eu imaginava. Quando eu peguei ele pela primeira vez, fiquei pensando que seria uma leitura difícil, até mesmo pelo tamanho, afinal é um livro pequeno, e também pela autora ser russa. Eu não me lembro de ter lido nada desse país e confesso que fiquei um pouco insegura. Outro fator foi o fato de ser um livro do século passado. Tudo isso me fez pensar que eu teria uma leitura difícil e devagar, mas me surpreendi com escrita de Nadiêdja, ela foi muito tranquila, mesmo quando não tinha diálogos, para expressar o que seus personagens sentiam. Depois de um tempo eu me acostumei com a leitura, já gostando bastante da história. Fiquei confusa e curiosa por não saber o que se passava para que o vizinho estivesse na mira da polícia, pois poderia ser tanta coisa já que a Rússia não é um país tão aberto a diversidades, principalmente naquela época, eu só consigo imaginar; e fico curiosa também pela forma como ele conversava com Liôlienka, o que ele queria com aquilo, qual era o objetivo dele ao chegar nela e falar todas as aquelas coisas, eu só lembro de saber que ele era envolvido com poesia, mas que pecado era esse não entendi muito... mesmo assim continuei, e me surpreendi como suas palavras confusas, tanto para mim quanto para Lia, mexeram com ela a ponto de fazer ela toma certas atitudes. E aí, eu percebi, que foi de uma forma sutil que ela conseguiu ser feliz, se livrar da opressão da família para ter um futuro que eles desejavam e não o que ela desejava, ela fez isso de uma forma bem sutil... Enfim, esse livro me surpreendeu por ser uma leitura leve e gostosa que adorei no meu ano de 2020.

"- Eu gosto de me abster completamente da realidade que me cerca.
- E por que você precisa disso? A realidade é tão ruim assim? - perguntou Veretítsin.
- Não, está tudo bem, mas fica melhor assim: quando eu pego um livro e simplesmente perco a noção até do que eu sou. É como se você se retirasse para um mundo completamente diferente..."
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