Cabine de Leitura 22/12/2017
Inovando no tema.
Mitologia, folclore ou realidade? Não se sabe ao certo. O que sabemos é que o aparecimento dos vampiros foi registrado em várias culturas a centenas de anos. Variando de povo para povo, geração para geração, as formas de repelir e aniquilar os vampiros variam.
Em 1897 Bram Stoker, definiu as características vampirescas com seu popular livro, Drácula. Outro marco para este tema foi o filme do cinema mudo alemão de 1922, Nosferatu. Com o passar do tempo o tema ganhou algumas peculiaridades e todos vimos isso na série Twilight (Crepúsculo), da autora Stephenie Meyer.
Agora que vamos a resenha quero que o caro leitor esqueça tudo isso que marcou o gênero e se abra para novo, pois em Célticos, não vamos ver vampiros se apaixonado por mocinhas indefesas, nem alho sendo pendurado nos pescoços para afastar as criaturas. Eu os convido a "entrar" e se surpreender com essa fantástica história.
Ivan Klaus Young é um rei tirano, que a muito tempo rege com mão de ferro o seu clã, com atitudes impensadas e palavras sem sentidos. Atualmente ele é um ser transformado, mas que continua a reinar e em suas andanças pela terra agrega novos servos, com a promessa de uma vida de aventuras ao seu lado.
É sempre noite quando os monstros surgem, é sempre pelas sombras que o mal avança.
Duncan McAndrews, é o escolhido da vez, mas não se conforma em ser cria de um rei desprezível como Ivan. Dentro do castelo, Duncan vai conhecer vampiros que pensa como ele e juntos prometem dar um novo rumo a monarquia tirana.
Agnar, Fergus, Juliete, Daemon, Trissa e Duncan, todos vampiros do mesmo clã, servindo ao mesmo senhor e todos ansiosos por liberdade. Vão treinar seus dons por 65 anos para enfrentar o poderoso rei.
Exatamente em vinte e um de agosto de mil setecentos e vinte, o castelo foi tomado e um clã foi liberto graças a Duncan e seus amigos. Tudo que poderia mudar mudou e ele partiu para libertar antigos territórios de Ivan, para enfim fundar seu próprio Principado.
Uma antiga profecia começa a se cumprir e Ivan agora está morto. Mas isso não quer dizer que seu poder esteja extinguido, ele ainda vai dar trabalho com uma batalha sangrenta para acabar com o traidor.
Nessa caminhada, o protagonista alcança quase tudo o que almejou: amor, amizade e infelizmente a solidão. Pessoas e amigos chegam e se vão, seja porque morrem ou simplesmente porque partem para libertar outros clãs, mas Duncan vai sobrevivendo, se torno cada vez mais forte e quem sabe não se aproximando de sua "vida" eterna como vampiro.
Uma nova batalha se aproxima, seres mitológicos entram na briga e será através de uma poderosa bruxa e um elfo negro que a missão de Ivan, deverá ser cumprida.
Um guerra é travada e os seres noturnos vão sendo dizimados, criando pânico e intrigas desfavoráveis aos vampiros. Caberá a Duncan, e o que restou de seu clã, colocar um fim nesse derramamento de sangue.
Quando disse para o caro leitor esquecer tudo que já viu sobre vampiros eu não estava brincando. O livro é inovador e vai muito, muito além de vampiros.
Enrico Barele trouxe uma nova perspectiva ao tema, com personagens cativantes, uma trama extremamente bem articulada e um breve romance capaz de deixar qualquer leitor nostálgico.
A construção dos personagens, suas características e dons individuais é de suma importância para o desenrolar das batalhas. Desde os lupinos que surgem no enredo até mesmo a serpente do mar, são relevantes para história em si.
Apesar dos longos capítulos, o enredo é ágil e fluído, fazendo com que as páginas decorram sem percebermos. Em um determinado capítulo temos alguns trechos exaustivos, mas quando acabei ele pude perceber o porque de ser exaustivo. O protagonista não aparece! Fiquei o tempo todo achando que ele faria uma entrada triunfal e ele não aparece, mas quando começa a nova parte e me deparei com ele, fui com tudo outra vez. Duncan me conquistou rsrs.
E o que falar do romance entre Trissa e Duncan?! O casal foi tão bem elaborado, que em momento algum esquecemos que antes de serem parceiros eles são criaturas da noite, que vivem suas individualidades pela escuridão. Não é nada melodramático é apenas sentimento, que mesmo assim me deixou torcendo pelo reinado deles.
Mesmo se tratando de uma série, Celticos: O Início - Duncan McAndrews, tem um excelente final, um desfecho para deixar qualquer um pensando: e se tivesse um depois?!
Sabe quando você lê um livro único e fica pensando: o que acontece depois do felizes para sempre?!
Acredito que a resposta dessa pergunta venha no segundo volume, mas o que mais está martelando na minha cabeça é o Epílogo... como pode um autor fazer isso com o pobre leitor?! Minha mente este em frangalhos por tentar imaginar o que virá daquilo, várias teorias loucas estão passando pela minha cabeça, então só me resta aguardar para conferir.
Finalizo a resenha ressaltando ao leitor: esqueça o que já viu e ouviu sobre o tema, se abra para o novo, porque Célticos veio para quebrar os paradigmas.
site: https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/2017/12/eu-li-celticos-o-inicio-duncan-mcandrews.html