LT 06/03/2019
Um livro que nos faz refletir e suspirar...
Sabem há quanto tempo eu não lia um romance de época que me deixasse transbordando? Pois é, nem me lembro mais, mas o que posso dizer, é que Naiara Aimee conquistou seu lugarzinho em meu pequeno coração bandido.
Senhoras e Senhores, bem-vindos ao século XIX e tenham certeza de que vos trago apenas tudo o que mais importa!
Bora ler...
Então, partindo do começo... A autora escreve de um modo um tanto diferente. Seus livros são voltados para o público cristão, suas obras são tocantes e sempre trazem grandes mensagens.
Dito isso, temos Edward, um homem típico da sua época, mimado, frio, egoísta e irritante, que não deseja se casar, vive sua vida de prazeres, mas, que na verdade, esconde suas frustrações e inquietudes no seu modo de se portar. Ele viu sua mãe ser maltratada e cresceu em um lar onde o pai não aceitava-o, isso moldou e protegeu sua “casca”. Edward acaba descobrindo que precisa hospedar as irmãs McCarthy para que consiga sua tão desejada herança, traquinagem de sua mãe velado em testamento, mas ele precisa da herança e acaba acatando os desmandos dela.
Jane McCarthy, a mais velha das irmãs, que são cinco, é uma mulher de fé e muita garra. Criou as irmãs depois que ficaram órfãs e sempre guia suas decisões segundo os ensinamentos de Deus, é a típica mãezona que cuida de todos e depois cuida de si. Ela, como não é boba, percebe que estão incomodando e decide partir, no entanto, Edward as convence de ficarem, pois sem cumprir essa cláusula do testamento, perderá sua herança, e se mostra um pouco mais delicado com elas, mas, não é o suficiente para aplacar a desconfiança de Jane.
[QUOTE] Jane sorriu. De alguma maneira, sentia como se Deus estivesse consolando-a e sabia, no âmago do seu ser, que Ele seria com elas e não as desampararia. Tudo ficaria bem no fim das contas e a perspectiva do futuro não devia acovardá-las. [...]
Jane e Edward é o típico casal com diferenças que se completam, ela durona e ele ressentido. O dia a dia entre eles os faz se aproximarem e perceberem que tem mais em comum do que imaginam, isso os faz se admirarem, surgindo então, uma cumplicidade e amizade muito bonita.
Quando achamos que tudo caminhava para o fim do qual esperávamos, eis que nos pegamos de queixo caído, pois justamente Jane é quem faz a burrada.
Como se trata de um romance de época, claro que os tropeços não são coisas do fim do mundo, e sabemos que com uma conversa franca eles poderiam ter resolvido às intrigas e especulações. Todavia, acabamos percebendo que mesmo que o motivo seja "bobo", era exatamente esse o tempo que eles precisavam para aceitarem o que sentiam e se prepararem para o "algo mais".
Naiara escreveu uma história cheia de lições de vida, de mensagens poderosas, você fica encantado com os diálogos bem planejados, nada no livro foi simplesmente jogado ali, não! Cada irmã McCarthy é única e tem sua personalidade destacada e que soma durante a narrativa. Os cenários são descritos, tudo tão delicado que nos cativa. Confesso que sentia saudades de suspirar assim por causa de um romance, tanto que estou lendo o terceiro livro da autora.
[QUOTE] “Humildade, senhorita, não é defeito, mas qualidades apreciáveis que tornam o caráter do ser humano um dos mais admiráveis, conferindo-lhe uma honra inestimável.” – página 15. [...]
Além de falar sabiamente sobre a dor da perda e a dor da miséria, nosso tão velho e conhecido o abuso doméstico, as dificuldades femininas e das doenças que assolou os irlandeses, como a “praga da batata” que foi a causa da morte de 1/4 dos cidadãos na época.
Este é um livro que trata de família, respeito, amor e de Deus! Mas, principalmente, o amor fraternal. Como eu disse no inicio, a autora coloca muito sutilmente, ensinamentos e encorajamentos Divinos de forma que nos faz pensar e acreditar na força da protagonista.
Resenhista: Aricia Aguiar.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/