A Mais Bela História da Filosofia

A Mais Bela História da Filosofia Luc Ferry




Resenhas - A Mais Bela História da Filosofia


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annacsfraccaro 12/05/2023

Me lembrou O Mundo de Sofia
Achei bem interessante esse livro e gostei.
Me lembrou muito ?O Mundo de Sofia?, achei que os vão pelo mesmo caminho.
Então, quem gostou do ?O Mundo de Sofia? vai gostar desse também.
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Raphael 30/01/2021

“A Mais Bela História da Filosofia” de Luc Ferry. Nesta obra, mais uma vez, o autor apresenta de forma relativamente acessível os principais marcos históricos da filosofia que foram se sucedendo na construção do pensamento. O ponto de partida é a indagação basilar “O que é Filosofia?” e os referidos períodos histórico-filosóficos que enfrentaram esse questionamento podem ser apresentados da seguinte maneira: A antiguidade; a era Judaico- Cristã; o Primeiro Humanismo; o período da desconstrução e, por fim, o Segundo Humanismo.

A filosofia, desde o seu surgimento na Grécia antiga, ela tem de forma bastante delimitada alguns assuntos que são objeto de seu interesse. Aqui, falaremos do principal deles que é a filosofia moral – ou ética, o autor utiliza moral e ética como sinônimos, embora tradicionalmente não sejam – que pode ser resumida na seguinte formulação: “em que consiste a vida boa?”. Partindo dessa premissa, no tocante às reflexões morais que foram se consagrando e sucedendo-se na história da filosofia, encontramos respostas as mais variadas e os autor nos apresenta tais pensamentos, reitero, de forma relativamente acessível. Comecemos pelo primeiro período, a antiguidade, passando rapidamente por cada um deles em razão da falta de espaço para desenvolver melhor as ideias.

Na antiguidade, os filósofos, antes da revolução científica, tinham a ideia de que o cosmos era um todo ordenado e a vida boa pressupunha o devido encaixe nesse todo cósmico, algo que eles denominavam de “lugar natural”. Cada pessoa, individualmente, procurava seu encaixe naquilo que melhor desempenhava conforme seus atributos já adquiridos com o nascimento. O segundo período rompeu com este pensamento apresentando uma ideia de que cada pessoa possui o seu valor, independente de seus atributos natos e a vida boa era aquela pautada em preceitos divinos. A revolução científica, em seguida, provocou um grande rompimento com ambos os sistemas de pensamentos anteriores. Não existe mais cosmo ordenado e também se supera a ideia de um Deus transcendente no controle das coisas. A humanidade, assim, encontra amparo em outros valores (ex: democracia, direitos humanos) para encontrar a melhor forma de viver e conviver.

No mais, aparecem os desconstrutores (o principal deles é Nietzsche) dizendo que o homem continua errando quando procura amparo em valores superiores à vida. O valor da vida, dizia, encontra-se na própria vida. O autor finaliza a obra explicando o segundo humanismo que seria meio que um neocristianismo – ele não usa esta palavra – apregoando que o maior critério para estabelecer a ética e a moral continua sendo o amor.
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Otavio.Paes 30/10/2020

(primeira publicação: 2014)
Uma boa introdução à Filosofia. Ferry tem uma didática incrível; consegue abordar temas e conceitos complexos de uma forma bem compreensível, como quando dá exemplos do cotidiano para explicá-los- sem com isso cair na superficialidade.
É escrito em forma de diálogo (entre Ferry e Capelier). Muitas vezes, Ferry acaba de comentar, analisar um assunto é então Capelier faz uma síntese do que disse seu interlocutor, já levantando uma nova questão, ou então expõe sua concepção sobre o assunto ou simplesmente faz uma pergunta (sempre pertinente); assim se dá a dinâmica da narrativa.
Ele começa respondendo a pergunta: o que é filosofia?. Depois vai trazer as ?cinco grandes respostas filosóficas?, respostas presentes, respectivamente, nos cinco períodos históricos da filosofia em sua divisão: Primeiro período, A Antiguidade- A ordem harmoniosa do cosmos; Segundo período, A era judaico-cristã- A salvação por Deus e pela fé; Terceiro período, O primeiro humanismo- A salvação pela História e o progressismo; Quarto período, O tempo da desconstrução; Quinto período, O advento do segundo humanismo.
Para Ferry, as três questões fundamentais de toda filosofia são: Teoria do conhecimento, moral e doutrina da salvação/ vida boa. E diz que tivemos a primeira filosofia completa(cobrindo essas questões) com Platão.

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-O que é a vida boa: Aquilo que ?salva? a vida humana da morte ou pelo menos lhe atribui um sentido que não seja totalmente eliminado com a morte. Todas as grandes questões existenciais, as questões relativas às idades da vida, à morte, ao luto do ser amado, ao amor, à criação dos filhos, à banalidade e ao tédio dizem respeito à espiritualidade: em outras palavras, pertencem a questão da vida boa para aqueles que vão morrer. Existe dois tipos de resposta para essa questão da vida boa para os mortais: das grandes religiões e das grandes filosofias.


- Filosofia não é moral: [...]. Vou aqui deter-me apenas em um último exemplo, o da banalidade cotidiana, com a carga de tédio que contém. Mais uma vez, não se trata de um problema ético: é possível ser uma pessoa de bem, cercada de modelos de virtude, e morrer de tédio! Ter toda noite a mesma mulher ou o mesmo homem na mesma cama, ver diariamente os mesmos narizes no meio dos mesmos rostos no escritório ou na fábrica, a longo prazo, pode tornar-se incrivelmente enfadonho. Diante do vazio da rotina, do ? comer-trabalhar-dormir? cotidiano, quem é que nunca se apanhou pensando um dia, como Rimbaud, que ?a verdadeira vida está em outro lugar?? [...]-?No fundo, a moral só fornece as regras que possibilitam as relações humanas, civis e pacificadas, mas esse contexto, por mais necessário que seja, nada nos diz sobre o que está realmente no cerne do sentido que conferimos a nossa vida: amor, a intensidade e a ampliação da nossa existência, em face da tragédia da morte?. ? Todas as grandes questões existenciais, as questões relativas às idades da vida, à morte, ao luto do ser amado, ao amor, à criação dos filhos, à banalidade e ao tédio, dizem respeito, insisto, [...] à espiritualidade: em outras palavras, pertencem à esfera da questão filosófica fundamental, a questão da vida boa para aqueles que vão morrer. [...] a questão do sentido da existência supera em muito a moral. Essa é certamente uma condição necessária da vida boa, pois pacifica as relações entre os seres humanos, embora não seja uma condição suficiente. Poderíamos viver em mundo moral e ter uma vida pouco satisfatória; não é incompatível?.


- Filosofia não é religião: ? Quando procuramos saber o que ?salva? a vida humana da morte ou pelo menos lhe confere um valor que nem a morte é capaz de destruir, também pensamos naturalmente nas respostas que podem ser proporcionadas pelas religiões. É o momento, creio, de explicar em que a filosofia se distingue delas. ? Para essa questão da vida boa para os mortais, com efeito, existem dois tipos de respostas: as que passam por Deus, escorando-se na fé, as grandes religiões; e as que tentam, pelo contrário, identificar no cerne de nossas existências, baseando-se na simples lucidez do pensamento, e mesmo da razão, uma fonte de valores que nem a morte poderia abolir; as grandes filosofias... [...] ? Já a filosofia compartilha com a religião o propósito de definir as condições de uma vida boa para os mortais, mas, por outro lado, pretende alcançá-lo pela autonomia da razão e a lucidez da consciência, recorrendo exclusivamente aos meios ao seu alcance, por assim dizer, graças apenas às capacidades de que o ser humano dispõe por si mesmo. O que, naturalmente, não impede certos filósofos de integrar a ideia de Deus a sua doutrina e mesmo de lhe reconhecer às vezes em um papel central. Apesar de tudo, mesmo nesse caso, a abordagem é diferente da religiosa, na medida em que sua contribuição filosófica propriamente dita não se escora na fé ou na autoridade de textos sagrados, mas no livre exercício do raciocínio. E por sinal, veremos que, nas épocas em que se pretendeu reduzir a filosofia ao papel de ?servidora da religião?, foi necessário limitar autoritariamente seu campo de reflexão, proibindo-a não só de criticar o dogma mas também de cuidar dos fins últimos, da salvação, da sabedoria, em suma, da verdadeira questão, a questão da vida boa, cujo monopólio a religião queria manter a todo custo.? E ele chega a afirmar: ? O que estou querendo dizer é que a questão da vida boa para os mortais é a questão suprema da filosofia, aquela que determina mais ou menos secretamente todas as outras sem por isso excluí-las?. Logo, viver bem, conferir sentido a nossa vida- um sentido válido além das contingências que se impõem a nós e que não são completamente eliminadas pela morte-, definir o que é uma vida boa para nós, mortais: é essa, portanto, a questão a que tentaram responder, segundo Ferry, todas as filosofias, as ?espiritualidades laicas?, sem passar por Deus nem pela fé, recorrendo simplesmente aos meios da razão humana e do pensamento.


- O que é preciso para formar um filósofo? ?A erudição e o tecnicismo não bastam, evidentemente, para fazer um filósofo- Isto é, para construir uma visão filosófica original-, mas são necessários para quem pretende chegar lá. [...] Somos herdeiros de uma longa tradição, da sucessão dos cinco grandes períodos da filosofia que acabamos de esboçar. Se o ignorarmos, corremos simplesmente o risco de ?descobrir a pólvora?, com se diz, de acreditar que estamos inventando ideias profundas, sem nos darmos conta de que já foram pensadas dez vezes antes de nós e, sobretudo, muito melhor por outros! Nessa questão, como em outras, o amadorismo ignora as referências e as ferramentas indispensáveis para levar a cabo suas reflexões, não dispondo das referências necessárias para distinguir entre as terras ainda virgens do pensamento e os lugares comuns.?
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Luiza.Thereza 19/02/2018

A Mais Bela História da Filosofia
Conheci Luc Ferry graças à Tag (foi dele o livro enviado em Novembro de 2015), então foi fácil escolher por outro livro de sua autoria.

Apresentado em forma de diálogo entre os autores, A Mais Bela História da Filosofia conta de maneira mais fácil e acessível a história do pensamento filosófico, assim como sua evolução e seus desdobramentos desta no decorrer da história.

Gosto de Luc Ferry por ele saber tornar o complicado em algo mais acessível. Ele e e Claude Capelier souberam progredir com o diálogo mantendo-se em uma linha de fácil assimilação para leigos, com temas bem demarcados e encadeados. É um dos pontos positivos deste livro.

A ressalva aqui é que, mesmo com a habilidade dos dois autores em fazer um discurso claro do tema abordado, ainda assim várias partes ficaram bem densas e difíceis de encarar, o que tornou a leitura beeeeem demorada (acho que nunca consegui ler mais que trinta páginas em um dia e, mesmo assim, iam à conta-gotas.

Apesar dessa parte lenta e demorada (que se situa no meio do livro), o início e o final dele são bem mais agradáveis de se ler e muito mais amigável para se entender.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2018/02/a-mais-bela-historia-da-filosofia-luc-ferry-claude-capelier.html
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