Rangel 15/12/2009
Uma psicanálise sobre Jesus Cristo, "o maior Mestre da História"
O livro “O Mestre dos Mestres”, da Editora Academia de Inteligência, tem com tema investigar e fazer a análise da inteligência de Cristo, com uma super-abordagem fantástica realizada pelo escritor, psiquiatra, psicoterapeuta e cientista Augusto Cury. A maior manifestação sublime da inteligência é a arte de pensar, conforme a própria personalidade humana, que Cristo, nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, é uma pessoa incomum, o qual viveu, discursou e expressou ao ser humano como interiorizar e reciclar profundamente os valores existenciais da vida, até em situações tensas de grandes sofrimentos para a pessoa ser honesta consigo mesma, ser fiel à sua própria consciência e assumir seus erros e suas fragilidades. O comportamento de Cristo fugiu dos padrões do intelecto humano, pois ele reagia se contrapondo aos nossos conceitos, estereótipos e paradigmas, mostrando a sua despojada humildade nas atitudes, sem desejar ser líder religioso ou político. O que Cristo propunha era revolucionar o interior do homem, o seu secreto ser, e não no seu exterior de ficar preocupado com a aparência, o poder, o status social e opinião pública. Jesus era um verdadeiro intelectual com grande eloqüência, que ocultava nas entrelinhas suas reações nas parábolas, pois Ele queria produzir uma transformação nas entranhas do espírito e da mente humana a tolerância, a humildade, a justiça, a solidariedade, a contemplação da natureza, a cooperação mútua e a consideração da angústia do próximo. Seu comportamento objetivava provocar a inteligência das pessoas com os quais convivia, pois ele desejava continuamente romper a ditadura do preconceito e o cárcere intelectual das pessoas. E por isso, foi um grande transformador da humanidade. Jesus Cristo era pessoa de plena consciência do que fazia, tinha metas estabelecidas, era seguro e determinado, mas ao mesmo tempo flexível, muito atencioso, paciente e educado. Era um verdadeiro mestre-educador que falava pouco com ousadia nos seus pensamentos, corajoso em enfrentar perseguições e sofrimentos, não se intimidava com os grandes e poderosos e era possuidor de grande amabilidade com eficácia. Ele não frequentou escolas de escribas e fariseus, mas frequentou a escola da vida, da existência, cujos pensamentos, limitações e crises da existência, passou por angústias, dores, opressões e rejeição social, dificuldades de sobrevivência, frio e fome. A grande jornada está na trajetória do próprio ser, em que as angústias, ansiedades, mazelas da vida são imprevisíveis e inevitáveis, como, também, acertos e conquistas, derrotas e perdas fazem parte da ordem e caos emocional. Foi nessa escola da sua grande jornada que Cristo apresentou manter a lucidez e a coerência de vida. É a sabedoria de saber se reciclar e trabalhar contrariedades com dignidade. A melhor forma de conhecer a inteligência da pessoa é observá-la em ambientes estressantes, onde as angústias existenciais e desafios enriquecem a arte de pensar e amadurecer a personalidade. Viver com dignidade e maturidade a vida é a grande arte de se aprender. Jesus usava cada angústia, cada perda, cada contrariedade como uma oportunidade para enriquecer a compreensão da natureza humana. Ele era sofisticado de transformar a miséria interior em poesia. Foi um projeto audacioso de expressar o seu mundo de pensamentos e emoções a serem vivenciados pelas pessoas, a fim de estas mesmas se transformarem como pessoas plenamente humanas. Fiel à sua própria consciência, Jesus não impunha suas idéias mas as expunha sendo amável, não repreendendo e nem pressionando aqueles que o seguissem. Ele conduzia as pessoas a repensarem pela dúvida e produção de pensamentos o modo de viver a vida. Por isso, Cristo foi rejeitado por diversos intelectuais da sua época porque foi considerado um perturbador social e religioso, pois Ele estimulava o processo de interiorização e desenvolvimento de se libertar o cárcere intelectual das pessoas. Foi insuperável na arte de pensar, quando discorreu sobre detectar a ansiedade do prazer de viver e ajudar as pessoas a superarem suas dores existenciais. Ele dialogava com franqueza e gentileza, compreendia a mente humana, preocupava-se com a qualidade de vida dos seus íntimos. Ele indicava que a ansiedade era normal e natural presente na vida de cada ser humano nas preocupações, planejamentos, desejos, mas que poderiam se tornar doenças em ficar neste constante estado psicológico. Ele receitou a arte de gerenciar os pensamentos para não sermos vítimas da ansiedade do consumismo, da estética e da segurança. Deixarmos de ser paranóicos, sem dores de cabeça, sem dores musculares, sem fadiga excessiva, sem sono perturbado, sem transtornos alimentares que podem gerar bulimia, anorexia e obesidade. A maior fonte de entretenimento é o mundo das idéias e pensamentos do ser humano, que constrói clandestinamente em sua própria que gera sonhos, planos e aspirações. É a viagem para o passado, o presente e o futuro, dos diversos problemas existenciais, que nós devemos julgar em quais devemos nos concentrar, daí a necessidade da vontade consciente de gerenciá-los, fazer leitura da memória como fonte de entretenimento para a formação sadia da personalidade. Cristo ensinava seus discípulos a pensar antes de agir, abria a mente deles diante do medo, dos erros, dos fracassos e das dificuldades. Ele era criativo de libertar o pensamento de informações decoradas. Ele queria que o homem não seguisse regras de comportamento, mas que olhasse e julgasse a si próprio antes de julgar e ajudar os outros. Ele entendia as limitações humanas e que as pessoas percebessem a ira, as tensões, a intolerância e o julgamento preconcebido como erros emocionais que deveriam ser superados. A arte da dúvida e da crítica podem quebrar preconceitos de pensamentos radicais, autoritários, agressivos e inquestionáveis. Jesus não classificava as pessoas e se relacionava com todos, não achava ninguém indigno dele. Ele rompeu os dogmas da época e introduziu uma nova maneira de ver a vida e compreender o mundo. Cristo realizava diálogo profundo, elegante, acolhedor e apreciador da franqueza e sinceridade. Jesus nunca olhou as pessoas pelas suas posses, títulos ou posição social. Ele considerou todos como seres humanos. Se Cristo vivesse hoje abalaria a medicina, a ciência e a psicologia ao dizer que tem todas as respostas de se viver bem e prazerosamente para que cada ser humano fosse feliz e tivesse certeza da eternidade. Ele perturbaria o sistema político porque falaria às pessoas agirem com a própria consciência como proposta de revolução interior humana e assim ia representar ameaça ao poder e regime vigentes. Com certeza, Cristo aprimorou e aprimoraria, nesta época, a educação como meta fundamental de viver a sinuosa existência, não sabendo só incorporar o conhecimento, mas que cada homem e mulher fossem engenheiros de idéias com o exercício da cidadania e do senso crítico. Todo ser humano deveria saber ser aprendiz da vida, superar o individualismo, saber considerar e perdoar o próximo, saber se entrelaça e cruzar as histórias de uns com os outros, saber que não há hierarquia de condição financeira, intelectual, estética, fama ou qualquer outro parâmetro. Todos são dignos em viver a felicidade. Ninguém deve ser excluído. A sede de saber viver bem a vida é combinar humildade e tolerância com ousada e determinação, algo cativante, sem alimentar orgulho ou auto-suficiência que infectam e abortam a inteligência e a arte de pensar. Saber investir em sabedoria é saber investigar cada ser humano nas suas limitações e fragilidades, aprender a viver com dignidade nos invernos existenciais, ser agente atuante na história, reescrever a vida com maturidade. Superar conflitos humanos é saber superar os grandes medos, não se intimidar nas aflições. Saber usar a arte da pergunta e da dúvida para crescer e se desenvolver. Saber dar a outra face, ou seja, não se sentir ofendido ou atacado pelos opositores, ou seja, transcender o agressor a repensar a sua atitude de fragilidade, a se interiorizar como ser humano. Combater a violência com anti-violência. Jesus, também, cultivou de forma fértil suas amizades, sabendo também estar sozinho consigo mesmo e valorizar o ser humano como ser humano. Ele tinha prazer na sua humanidade. Ele deixou bem claro que um amigo completa outro amigo, eles não se anulam. Não tratou seus discípulos como servos, mas como servidor e amigo deles. Ele viveu em jantares e festas, teve um convívio social alegre e amistoso. Ele pediu aos seus amigos a unidade no relacionamento inter-pessoal e íntimo de produzir vários amigos sem competição predatória e individualismo. Todos são irmãos e fraternos, com o princípio de amar uns aos outros. O amor fraterno supera a união sexual e interesses particulares, ele se preocupa mais com os outros do que a si mesmo. As mulheres entenderam esse amor proposto por Jesus porque são mais afetivas e sentimentais que os homens. Os homens podem aprender a amar se cultivarem a humildade. A prática do perdão de Cristo era fruto da sua capacidade fortíssima de amar e sublimar as dores. Jesus deixou claro aos seus discípulos não buscarem brilho social, mas servirem sem prática de coitadismo. Para Cristo, todas as funções sociais continuam a existir, o que todos deveriam aprender é despojarem-se da necessidade de estar acima dos outros, todos deveriam aprender e exercer a cidadania e a solidariedade sem amplos aspectos. Sem a reorganização interior, não dá para fazer a exterior. Seu objetivo não foi reformar a religião judaica, mas era transformar o cerne da alma humana a profunda mudança de pensar o mundo e a si próprio. É possível colocar metas coletivas acima das individuais. Em análise crítica, o livro tem o tema central de analisar a personalidade e a inteligência de Cristo, através dos evangelhos, o que foi muito bem abordado pelo autor, de forma clara, lógica, consistente e racional. A organização é feita por capítulos e o seu conteúdo contempla a problematização do tema, de forma científica e histórica. O livro utiliza de vários exemplos específicos e genéricos, com tom informal e envolvente ao público-alvo visado, que é para a grande maioria das pessoas, com citações ilustrativas, argumentações fortes e conclusão surpreendente.