Priscila Debly 20/02/2019
Impressões do "Amor abstrato"
Impressões
Um livro que não desgrudei nem por um segundo, leitura fluida e rápida, história linda e emocionante, com muitas mensagens de superação, perdão. Eu aprendi ainda mais a dar valor na vida, assim como entender como as pessoas se sentem quando estão presas à cadeira de rodas. Elas precisam de ajuda, principalmente ajuda emocional. Sem falar na diagramação impecável a cada virada de página! Ainda vi o encantamento dos capítulos com quotes do livro “O pequeno príncipe” de Antoine Saint-Exupéry, e cada mensagem ali inserida, diz exatamente como é o capítulo, mas numa linguagem metafórica, por várias vezes voltei e relembrei os trechos do livro de Antoine Saint-Exupéry. Tão bom ver esse livro que eu amo nas páginas do "Amor abstrato"!!
Um fato que fiquei com raiva foi do Léo, no início da história, por ele demostrar ser muito egoísta e não gostar nem de si mesmo. Depois, ao longo da narrativa, fui me apaixonando por ele.
O que mais me encantou na história foi a amizade entre Léo e Jaque, singela e forte, vinda desde infância. Marquei aqui uma citação de um fato onde demonstra a verdadeira amizade dos dois.
“Léo presenciou algumas crianças falando de seu cabelo, dizendo que era ruim e jogando seu lanche ao chão, enquanto Jaque chorava sem entender porque estava sendo agredida verbalmente... sentiu-se triste, nunca fez nada para merecer aquele tipo de tratamento. Léo correu em sua direção, deu um soco no garoto, que tinha estragado seu lanche, ameaçou todo mundo e se sentou ao seu lado, oferecendo o lanche dele e consolando-a, dizendo que achava seus cabelos os mais lindos de todo colégio. Daquele dia em diante nunca mais a deixou sozinha no intervalo.”
Um fato lindo que a autora aborda profundamente é a questão do preconceito. Suas palavras na própria ação e vivência da personagem, nos lembra o quanto a realidade é amarga na vida real, Daya nos faz refletir sobre um mundo melhor, onde a cor da pele ou tipo de cabelo não deveria ser tão marcado com a crueldade, o racismo e preconceito gratuito. Ela nos mostra a valorização de uma mulher negra, que se acha bela e se ama por quem ela é, percebemos o quanto Jaque é empoderada, sendo ela naturalmente mulher e do jeito que é. Me encantei com a personagem e toda sua trajetória, principalmente quando sofreu, depois de adulta, preconceito de um amigo de Léo.
“Muito orgulho de minha cor, e o fato de você me achar inferior, não me diz nada; não esperava menos de uma pessoa tão mesquinha como você. (... ) Não vou perder meu tempo com um ser preconceituoso.”
Um livro que suspirei por vários momentos, e, quando o casal se aproximava, meu coração clamava por eles, ou seja, desejava que a união dos dois viesse.
Na visão de Léo, Jaque era uma moça encantadora e isso me fazia acreditar que o “playboy” poderia mudar de vez.
“Ela era linda aos seus olhos, sua pele morena com seus cabelos encaracolados sempre rebeldes, lábios carnudos e olhos tão expressivos que pareciam enxergar a alma.”
As palavras da autora, em muitas passagens, nos remete aos adjetivos poéticos ao citar características humanas e isso me encantei com a narrativa. Aquele ar meloso do casal me deixa mais fascinada ainda, eu não curto história em que o casal já se desenrola logo de início. Eu gosto quando eles vão nos mostrando o verdadeiro amor, igual a Léo e Jaque desse livro. Não posso mentir que fiquei entregue a paixão dos dois...
“Léo aproximou seus lábios dos meus, que já ansiavam pelos dele. Fechei os olhos enquanto, delicadamente, ele continuava acariciando meu rosto. Quando já estava entregue, com coração aos pulos, ele ainda falou, me dando uma última chance de partir: ― Minha doce Jaqueline, por favor, me mande parar! Em resposta, abri meus olhos e pousei meus lábios nos dele...”
Não posso mais contar nadinha a você, pois te entregaria muitos spoiler (risos), só digo que irá se emocionar, se encantar e refletir com essa riqueza de literatura. Gosta de romances com muita amizade, perdão, superação e ainda reflexão? Então vai se apaixonar pela Jaque e Léo...
By Priscila Debly
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