Matheus Lins 02/04/2010
Limongi não se prolonga nas muitas teorias que norteiam a Hermenêutica, preferindo uma abordagem mais concisa, pontuando as diferenças mais notórias entre as diferentes correntes (o quê, por sua vez, reflete-se na finura do livro). Trata-se de uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que funciona para dar ao leitor uma ideia panorâmica da matéria, traduz-se numa leitura superficial, insubstancial.
Mas o que realmente me irritou - e que é a razão para a nota tão baixa - é a pedância extrema do autor, que pressupõe que o seu leitor seja poliglota por excelência, versado numa miríade de línguas - espanhol, italiano, francês, alemão, até latim (!). E não se tratam de citações supérfluas, que visam a apenas adornar o texto, o que seria "tragável"; e sim, partes elementares das digressões, prejudicando a compreensão geral.
Uma leitura interessante, a despeito dos seus problemas, que proporciona uma tour rápida pelo universo hermenêutico, mas que deve ser vista apenas como um ponto de partida para leituras mais aprofundadas.