LBL 23/01/2018
Horrível
Este, certamente, é o pior livro que já li na vida. Além de a história ser péssima, é um atentado à língua portuguesa.
Existem muitos erros grosseiros de português, tais como: I) por tanto, ao invés de portanto; II) cede, ao invés de sede; III) mais, ao invés de mas; IV) lascívia (substantivo), ao invés de lasciva (adjetivo); V) haviam, ao invés de havia (o verbo haver não flexiona quando significa ter); VI) com vós, aos invés de convosco. Nem vou citar as crases, que tanto foram omitidas, quanto foram usadas de forma errada. Também não vou citar os erros grosseiros do conectivo "cujo", o uso incorreto de preposições, transformando verbos transitivos diretos em transitivos indiretos.
Como se não bastasse, há frases iniciando na segunda pessoa do singular (tu) e terminando na segunda do plural (vós), e, no mesmo parágrafo, períodos com o verbo na terceira pessoa.
Quanto à história, é absolutamente inconsistente: o enredo claramente se passa na idade média, no entanto, logo no início, a mocinha lê "A megera domada", que foi escrito por Shakespeare na idade moderna. Além disso, a expressão "maquiavélico" foi utilizada várias vezes, mas ela só surgiu no século XVIII (aliás, Maquiavel escreveu "O príncipe" na idade moderna).
A autora também não se decidiu o tipo de linguagem do livro: pretendeu utilizar a segunda pessoa (do singular e do plural), mas a escrita toda é extremamente coloquial.
É inacreditável a Amazon publicar um livro sem revisão do português.
Foi um sacrifício terminar de ler, mas sou insistente.
Ah, quanto à história em si, bem...uma porcaria...a autora não decidiu se a mocinha é traumatizada, depressiva ou corajosa. Não entendi como alguém que vive trancafiada em um quarto, com varanda, em andar alto, precisa de um punhal para tentar se matar. E também não entendi como os desejos suicidas da mocinha terminam de um dia pro outro. E também não entendi por que o rei abdicou em favor do filho em tempos de guerra. E também não entendi como uma criada que trabalha na cozinha é, ao mesmo tempo, camareira da mocinha e como essa mesma criada pode ser ousada o suficiente para se impor sobre os protagonistas, levando em conta que o livro se passa na idade média. Enfim, muito ruim mesmo!