Daniel
17/03/2015Matéria vida tão finaO livro trata das relações afetivas, às vezes tão delicadas, entre familiares e entre amigos – a família que escolhemos. Nesta história a tensão maior está na relação desgastada, ou melhor, na quase não-relação entre mãe (Lily) e filha (Helen), quando se vêem “obrigadas” a conviver juntas durante um final de semana na casa da avó/mãe (Dora, que não tem papas na língua), para ajudar a cuidar do irmão/filho (Declan) que está doente de AIDS. Juntam-se ao grupo dois amigos deste, (Paul e Harry) que são gays como ele.
O confinamento traz lembranças, gera tensões, aflora rancores, quebra silêncios e abre caminho para o diálogo, talvez até para um possível apaziguamento.
O resultado ao final do livro me pareceu menos interessante do que a sinopse prometia, mas ainda assim é uma leitura agradável, reflexiva, que faz o leitor repensar seus valores, ver outras perspectivas além da sua própria, entendendo que a verdade pode sim ser diferente conforme o ângulo que se observa.
Um livro triste, principalmente por causa do doloroso definhamento de Declan, mas por outro lado, esperançoso, porque aponta para uma luz, ainda que intermitente como a do farol que ora ilumina, ora não, a casa onde o drama se desenrola.