Água de barrela

Água de barrela Eliana Alves Cruz
Eliana Alves Cruz




Resenhas - Agua de Barrela


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Christiane 20/08/2021

Que belo livro!! Baseado na vida das mulheres da família da autora temos um relato da vida negra no Brasil desde os tempos que ainda se praticava o tráfico negreiro apesar de já proibido, passando pela lei do ventre livre, a lei áurea até os dias atuais, passamos por 150 anos de história deste povo trazido á força para o Brasil e depois relegado à própria sorte e ainda sendo explorado, nunca lhe sendo outorgado seu devido lugar de cidadão de forma igualitária com os brancos.
Neste livro é a história das mulheres, e que riqueza, que força, que dignidade, que determinação. Tantas dores, dificuldades, tristezas que eram tratadas nas rodas de samba e no candomblé, de onde tiravam sua esperança.
Um retrato vívido e real do que foi e é a vida das mulheres negras e da realidade do racismo, do preconceito e de como se comporta principalmente a elite em relação aos negros. O livro traz os dois lados através da família Tosta que teve muitos escravizados de um lado e de outro a família de Damiana que no início do livro está completando 100 anos relatados por sua bisneta, a autora do livro.
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Vitoria 27/07/2021

Um regalo!
Ao contar a trajetória de sua família (mais enfaticamente das mulheres da família), Eliana nos presenteia com uma detalhada narrativa da história baiana desde os tempos do império. Uma narrativa gostosa, detalhada e ao mesmo tempo fluida.
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Christiane.Sérgio 23/07/2021

Agua de Barrela roubou meu coração. Que livro!

Uma aula de história do Brasil e da Bahia, mistuda com a história da família de Eliana Alves Cruz. Uma história de dores, amores, luta, resistência e vitória.

Só consigo dizer...que livro!...que livro!
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Dani 21/07/2021

Maravilhoso!
O livro é incrível e traz uma abordagem histórica do Brasil muito rica! A história conta a trajetória de várias gerações da família da autora desde os antepassados que vieram da África até os dias atuais. Recomendo demais a leitura para entender como a estrutura social e racial do Brasil foi formada.
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Antônio 18/07/2021

Qual é a história da sua família? O que as vidas que os seus ancestrais levaram podem falar sobre você? Sempre tive essa curiosidade: de sair pesquisando sobre as histórias dos meus antepassados. E essa foi a tarefa de Eliana Alves Cruz. Enquanto mulher negra, essa tarefa era extremamente árdua. No dia 13 de maio de 1891, Ruy Barbosa ordenou a queima dos arquivos da escravidão no Brasil. Com eles, foram embora as histórias de muitas famílias de pessoas negras no nosso país.

No entanto, Eliana conseguiu o quase impossível: resgatar as histórias desde quando um dos seus parentes foi sequestrado do continente africano e foi trazido para ser escravo no Brasil. Água de Barrela é sobre isso e muito mais. É sobre fé, Umbanda, Candomblé, memória, ancestralidade, marcas da escravidão, família, força feminina e autoamor. É sobre a justiça de Xangô e a vontade de quebrar um ciclo de sofrimento. Mas é sobre muito mais também.

Ficarei com esse livro por um bom tempo ainda. Água de Barrela foi um experiência marcante. "Elas, as imprecisões, tinham feito seguir adiante muito mais que as certezas. As interrogações empurraram bem mais que os pontos finais das sentenças prontas".
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Isadora Silva 15/07/2021

Água de Barrela me atravessou e me marcou de uma forma linda, como um barco que atravessa o rio Paraguaçu e por falar em rio Paraguaçu, essa história se passa entre Cachoeira e região e só por esse fato eu já me senti tocada.
Eu conheci a história de alguns lugares de Cachoeira em 2018 e senti o peso da cidade em todas as vezes que a visitei, da última vez que fui me senti em casa de alguma forma, mas também me senti triste e angustiada, Cachoeira é uma cidade cheia de dor.

A história da família da Eliana é escrita nas páginas desde livro, uma história marcada por luta, dor e perda, mulheres negras carregando o mundo na cabeça e passando o ofício através dos tempos. Eu li aos poucos, sentindo a força da história, me encantando com cada personagem.

O livro é um retrato só Brasil escravocrata, das brutalidades e sutilezas do racismo da branquitude, das atitudes que ainda permanecem e são apenas menos faladas. Apesar de ser um romance duro é também uma história de vitória que orgulhosamente deve ser passada para a frente.

Cachoeira, Salvador e tantos outros territórios do Brasil têm muito sangue preto derramado, muitas vozes inquietas e a dor de histórias não contadas se entrelaça nas calçadas e paredes históricas, mas esses lugares também carregam afeto, fé e resistência, resistência de corpos que quebraram a cadeia da subserviência e reescreveram a história.
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taynna cavalcanti 11/07/2021

árvore genealógica real
não costumo ler sinopses de livros, apenas me jogo na história com o pouco que ouço falar do livro. não foi diferente com água de barrela e talvez isso tenha amplificado minha visão sobre a obra, pois no decorrer da leitura foi que me dei conta de que se tratava de uma narrativa de fatos reais e não ficcionais. a Eliana conta em água de barrela a história de seus ancestrais, a história da luta, sofrimento e conquistas de seus antepassados.
não há muito o que dizer em uma resenha simples como essa, cada um precisa ler e apreciar a seu modo. mas saiba que é uma leitura difícil. não pela linguagem (que por sua vez é ótima e poética), mas pelo tema. escravidão, consequentemente racismo, abusos, violência e muitas reviravoltas.
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Gabi Guerra 09/07/2021

cem anos de barrela
Água de barrela é um livro de memórias, escrito por Eliana Alves Cruz @elialvescruz.
É um livro que veio para ocupar um lugar na mesa, na história, nas nossas vidas.
A história se passa entre gerações de mulheres: escravizadas, recém libertas e em liberdade crescente (já que as amarras na escravidão ainda existem.
Anolina, Martha, Damiana, Dodó, Celina, Nunu e tantas outras mulheres de fibra tecem os eventos do livro com determinação, garra, força, luta, persistência, inteligência, sabedoria e fé!
Trata-se da história do Brasil recontada sob o ponto de vista dos escravizados.
🦋Amor, dor, medos e sonhos permeiam os casos aqui contados.
Apesar dos pesares pesados da vida, a obra é linda, transmitindo a esperança de que as mudanças, ainda que tardias, virão! (E, estão vindo...).
O livro pincela com maestria a posição dos privilégios, a valorização do branco europeu, o medo do diferente e a imposição cruel da religião católica nessas terras de açúcar, algodão, café e ouro.
Eliana pesquisou a história dos seus antepassados e nos presenteou com pedaços ricos e férteis do universo dos negros escravizados.
É um livro para se ler e reler e, principalmente, para LEMBRAR!
A leitura é fluida e os eventos se passam com bastante rapidez em capítulos curtos e bem delineados.
nota 9/10


site: https://www.instagram.com/p/CM4giT9jAOx/
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Pamela.Christine 07/07/2021

Esse livro foi um presente...
Esse livro já estava na lista de leitura, mas foi antecipado por conta do Clube do Livro Nuestra América.
Eu não procurei informações antes, queria conhecer a história pelo livro mesmo. Quando um personagem chega ao Brasil e a autora cita a região de Cachoeira e Muritiba, eu fiquei sem ar por um momento. Meu pai foi um homem negro que nasceu em Muritiba na década de 40 e sei pouquíssimo sobre a sua história. Nesse momento parei e fui buscar mais informações sobre a autora e descobri que era tudo real, era a própria família da Eliana!

Que experiência incrível acompanhar a luta de cada geração! Foi impossível não pensar que aquele contexto poderia ser o mesmo dos meus antepassados... tanta injustiça, tristeza e resistência. Eu sofri e chorei diversas vezes. Foi um livro que tocou bem fundo, como se eu pudesse ter um mínimo de contato com a minha própria história, a qual infelizmente tive pouco acesso, assim como boa parte da população negra no Brasil, cuja história foi brutalmente silenciada...

Sim, esse livro foi um presente! ♥
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Janaí­na 29/06/2021

Família e história
O livro vale muito a pena. Custei a fazer essa resenha porque o livro conversou muito com a história da minha família. Eu não sou da mesma região, mas acredito que esse apagamento dos nossos mais velhos seja uma coisa que acontece por todos Brasil. E essa autora foi feliz ao registrar a história da família dela e transformar em livro um conhecimento que muitos de nós, grupo no qual me incluo, não tem. No mais, se trata de uma história interessante e entrelaçada com acontecimentos históricos. Gostei bastante.
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ritita 25/06/2021

Que livro foi esse?
Mary Del Priore encontrou uma congênere a sua altura, com a diferença de romancear, muito bem romanceado, um pedaço infeliz de nossa história.

Houve um tempo em que este livro foi muito falado, mas não dei a atenção que deveria ter dado. A hora foi agora, mas como diz Damiana no livro "nada do que foi feito está por fazer, desta forma, não há motivos para arrependimento".

Demorei mais que o normal para ler porque quis situar alguns lugares e situações que vivenciei na Bahia.

Uma saga triste e lamentável que é narrada desde a África, ainda em memória recente de muitos dos pretos que agora estão na Bahia.

Eliana destrincha não apenas os terríveis sofrimentos dos escravos, mas também as alegrias, sonhos e esperanças de seus antepassados negros e negras que remontam desde a travessia forçada de África em direção ao Brasil para servirem de força de trabalho para as plantações dos aristocratas brasileiros, que lucravam e viviam a base de suor e sangre negro.

Muito antes das mulheres brancas brigarem pelo direito de trabalhar fora de casa, as mulheres negras, antes escravizadas e depois libertas, já contribuíam economicamente para a manutenção do status quo dos senhores brancos, e posteriormente dariam uma grande contribuição no sentido de garantir o sustento de suas famílias, de seus filhos.

Algumas partes do livro que marquei:
"....Depois de tirar toda aquela roupa dos caldeirões com o alvejante, Isabela, Umbelina e Dasdô, cantando sambas de roda numa mistura mágica de português com nagô, ewe e outras línguas D’África, acomodaram tudo em balaios e se puseram na parte de trás do sobrado, a estender uma a uma as peças muito alvas no extenso varal e no gramado. Na varanda atrás da cozinha, Cecília pilhava milho. Risos misturados com os cantos e com o cheiro de limpeza. O sol fervendo e a roupa secaria cheirosa, alva e brilhante..."
"Martha reuniu forças e fez toda a questão de ir ao Ilê Axé Opô Afonjá, depois à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, onde o corpo ficou exposto".

Juntamente com a história dos seus, Eliana nos posiciona sobre os acontecimentos políticos do país, inicialmente da Bahia, em época que os canavieiros mandavam e desmandavam no Brasil.

Um retrato certeiro e preciso das páginas infelizes de nossa história, onde são sempre os mesmos nos mesmos lugares, ainda que nenhum sacrifício seja feito para isto, deixando os pretos e pobres com as sobras e os restos dos seus feitos.

Esta saga ganhou o Prêmio Oliveira Silveira de 2015, da Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura e foi menção honrosa do Prêmio Thomas Skidmore 2018, do Arquivo Nacional e da universidade americana Brown University.
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Debora 24/06/2021

Uma grande história contada com sensibilidade
Água de Barrela é o registro das histórias das mulheres da família da autora Eliana Alves Cruz, histórias de mulheres negras que lutaram pela melhoria das condições da família. E traz tanta informação histórica que sua leitura tem que ser "degustada" ou, melhor dizendo, pesquisada.
Com base em uma carta-testamento enviada por uma das filhas da família Tosta - família um dia poderosa em Salvador, com quem a família da autora Eliana se relaciona, seja enquanto escravizados, a princípio, mas também como funcionários ou mesmo colegas, ao longo do tempo - e nos relatos de uma tia-avó que viveu com a família da autora no fim da vida, Eliana reconstrói a vida de seus ancestrais no Brasil.
Foi na barrela (cinza utilizada para o branquamento das roupas) que sua bisavó e avó não só criaram uma família, mas lutaram pela sua inclusão e e ascensão social por meio do estudo.
Um livro rico e sensível que merece ser lido. Eu também estou lendo Um defeito de cor no momento e são muitas as intercessões entre ambas as histórias.
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Mary 23/06/2021

O poder do seu lugar
A sua cor, a sua posição, a sua história, os seus antepassados, tudo isso pode influenciar no seu futuro e no futuro dos seus, por isso largar a barrela se torna tão importante para aqueles que cresceram por ela, para aqueles que viveram as custas dela, mas como fugir do que nos é já dado? Bom, primeiramente pela educação e depois pela força, só assim, talvez, será possível ter algo a mais do que lhe é já dado!
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Manu 03/06/2021

Em "Água de Barrela", Eliana Alves Cruz nos permite acompanhar, misturando o real e o ficcional, os caminhos trilhados por sua própria família. Em uma história contada nos dias de hoje por uma de suas familiares, a autora consegue nos deixar completamente imersos no contexto histórico brasileiro - ricamente explorado -, e no apego emocional que sentimos com cada uma das pessoas que vem e se vão. Apesar de não ser a forma que mais me agrada em um romance histórico, terminei essa leitura fascinada. Não há forma de não se encantar com a beleza da escrita, a quebra com a "história única", o entrelaçamento e a saga desses personagens e, por óbvio, suas forças em construir um futuro que já é nosso presente.
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