Justiça Ancilar

Justiça Ancilar Ann Leckie




Resenhas - Justiça Ancilar


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João Paulo 16/05/2020

Tinha tudo pra ser ótimo, mas...
A premissa era boa, soldado que serve ao império intergalático se revolta e começa a caçar o imperador, nada de muito novo é verdade mas mesmo assim, parecia ser uma boa aventura porém, no inicio do livro várias situações são jogadas sem que o leitor tenha se ambientado. Os personagens aparecem mas sem que tenhamos uma apresentação mínima, não sabemos quem ou o que ele fez ou faz para estar naquele lugar de tal forma que apenas seguimos o fluxo para ver se mais a frente nos é mostrado algo que seja relevante na história.
Alguma ação mesmo só irá acontecer após as primeiras 100 paginas, o que é muita coisa pensar que, antes disso, temos muita conversa, explicação (finalmente) do pq das intenções do personagem principal. Alguma ação esporádica, mas nada que te faça ficar ansioso ou com um nó na garganta. Ação mesmo, somente no final do livro e relevante para a história.
A tecnologia apresentada sim é um ponto alto, os soldados são uma I.A que fica armazenada em naves e a I.A possue além de vários corpos diferentes que podem ser usados ao mesmo tempo, esses corpos possuem mente diferentes da mesma Inteligência. Um soldado pode entrar em conflito com outro mesmo eles sendo a mesma nave.
Uma coisa que chama a atenção no livro é que, o império Radch não possui a divisão Homem/mulher nos pronomes, todos são tratados iguais, todos são ela, imperatriz, soldada o que no início causa estranheza mas logo consegue se adaptar a isso.
Uma coisa que me atrapalhou na leitura foi a escrita arrastada da autora, dando detalhes pequenos que não interferem no desenrolar da história e que acabam estragando a experiência. Uma outra coisa é a mania de escritores de fazer um capitulo no meio do livro em que não tem muita relevância ter muitas paginas, é cansativo e quando vc chega em capítulos que deveriam ser os mais importantes e por isso ter uma atenção até maior, se sente cansado.
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Davenir - Diário de Anarres 17/03/2020

Space Ópera com novidade linguística!
"Justiça Anciliar" ganhou vários prêmios quando foi lançado em 2013, como o Nebula e o Hugo e isso gerou um expectativa quando foi lançado no Brasil em 2018. A história segue Breq ex-membro do Império Radchaai, que agora busca vingança. Breq era a IA da nave Justiça de Toren um gigantesco porta-tropas utilizado em anexações de planetas ao território do império Radch. Grande parte da expectativa se dá a forma linguística, a flexão no gênero feminino em todo o livro, segundo a cultura do império que ignora tais diferenças.

A história alterna capítulos no passado e no presente. No presente, Breq está em um planeta distante, gelado quando encontra a capitã Seivarden que acompanha Breq numa vingança contra a Senhora do Radch. No tempo passado, Breq retoma mil anos antes, quando ainda era a Justiça de Toren durante a anexação de um novo planeta e nos acontecimentos que levaram a dissidência da Justiça de Toren.

A leitura tem o grande atrativo do estranhamento proporcionado pela flexão no gênero e na feliz escolha do tradutor, Fábio Fernandes, pois essa escolha influi muito mais numa língua que separa os gêneros como a portuguesa, do que na inglesa. O que pode atrapalhar a apreciação do livro é a grande expectativa que os prêmios geraram, e também o uso de duas linhas narrativas que precisam, cada uma um tempo para contextualizar e esquentar a história até o climax. Contudo, esse espaço que ocupa o primeiro terço do livro, é usado para pintar esse universo de várias raças, a cultura dominante do Radch e esse império em crise.

Pessoalmente o livro me agradou bastante, o fim da leitura teve um tom amargo pois concluí já sabendo que o livro não teve uma boa recepção no Brasil, (talvez o hype dos prêmios, como disse anteriormente) e acabou deixando a trilogia sem previsão da editora Aleph para lançar as continuações até o momento.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2020/03/resenha-123-justica-anciliar-ann-leckie.html
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Eclipsenamadrugada 04/12/2019

Dos 50% em diante para o final do livro é que a história em si se tornou relevante. pois o que realmente havia sido proposto começou a acontecer de verdade, E teve um final a meu ver, muito satisfatório. Disse que melhorou depois de 50%, porque anteriormente quando lendo só realmente enxergava o que estava acontecendo e de quem a história estava falando, era quando uma explanação estava encerrando. Creio que no inicio faltou minúcias das instrumentos usados pelos personagens. e isso aconteceu até o final da história, porém isso não chegou a tirar a importância do livro em si. por isso o classifiquei com 4 estrela, que diz que acabei gostando do livro.
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Rafael Possani 16/04/2019

Gostei e recomendo a leitura.
Recomendo a leitura, pois a escritora usou um conceito bem diferente de gênero e inovou na origem dos personagens. Pra mim foi inovador. Oq não gostei foi do início do livro e a forma como a religião, política e economia é apresentada, foi tudo jogado, além disso são muitos nomes de personagens e lugares, talvez tenha sido problema da tradução, mas não sei. No meio do livro já melhora bastante e o final é razoável.
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Maiani - @minhavidaforadeorbita 21/03/2019

Expectativa, esse era meu nome quando pensava nessa leitura. Um livro que está no Projeto Hugo, super bem comentado tanto aqui no Brasil, quanto lá fora, uma Space Ópera escrita por uma mulher, como se controlar?

"Se vai fazer alguma coisa assim tão louca, guarde para quando isso puder fazer de fato uma diferença"

Anaander Mianaai, a Senhora do Radch, tenta implantar a civilidade em todo o universo, por meio de um expansionismo radical e violento. Aquelas que se curvam são aceitas como cidadãs e tem suas crenças moldadas para benefício do próprio Império Radch. As que não aceitam a ocupação são exterminadas.

Raparou que o parágrafo anterior está todo no feminino? O livro inteiro é narrado assim, um dos aspectos que mais me encantou, dificultou e me fez pensar a respeito. Breq não tem gênero definido (afinal ela é uma IA), na verdade, Radchaai é uma população de gênero ambíguo. Por esse motivo todo o texto está no feminino, independente do gênero. Isso causa muito espanto à primeira vista, mas num segundo momento você questiona essa escolha e como se tudo estivesse no masculino você não estranharia.

Sobre a história, só posso dizer como achei original e diferente de tudo que eu já tinha lido (não à toa, ele ganhou o Prêmio Hugo). Temos tudo que uma boa Space Ópera precisa para nos empolgar e querer continuar a leitura; Uma miscelânea de povos e culturas, um império que controla a maior parte do universo por meio de força bélica, resistência (sempre existirá!) e uma boa dose de análise e crítica social. Além disso, os aspectos que formaram a própria Breq e os conflitos que Anaander enfrenta é peculiar e cria um novo tipo de vilania.

Mas como nem tudo são flores, achei a leitura difícil, você é jogado nesse nesse universo, nada é explicado e é necessário que você cate as migalhas ao longo do texto para entender a história do Império, assim como o funcionamento dessa sociedade. Muitas coisas não são explicadas, por exemplo as diferenças entre as espécies, além de várias perguntas não respondidas. Mas como esse é o primeiro livro de uma trilogia, acredito que isso será resolvido nos próximos volumes.

Esse não é um livro que recomendo para quem nunca teve contato com o gênero (li ele com um grupo de pessoas que tem afinidade com o gênero e a dificuldade foi geral), a menos que você não tenha medo de leituras difíceis e esteja disposto a encarar. No mais, é uma história original, que exige atenção do leitor, mas compensa por todas as particularidades.

"Você ainda acha que Mianaai controla as radchaai através de lavagem cerebral ou ameaças de execução? Essas coisas existem, sim, mas a maioria das radchaai, como as pessoas da maioria dos lugares onde estive, fazem o que devem fazer porque ACREDITAM SER A COISA CERTA. Ninguém gosta de matar pessoas."
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Pri Bello 19/03/2019

Espetacular!
Quero mergulhar fundo no universo Radchaai.
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Ana 09/03/2019

Eu esperei alguns dias para absorver essa história e vir aqui escrever alguma coisa. O começo foi bem complicado, quase desisti e, quando finalmente cheguei nos 16% do livro (li pelo kindle), não consegui mais parar de ler!
A autora consegue propor muitas reflexões e nada na história é entregue ao leitor de forma óbvia, tudo tem que ser lido com atenção para conseguir captar o que ela quer dizer. Apesar dessa dificuldade extra, é muito mais prazeroso ler e perceber que você, por conta própria, consegue entender uma história complexa como essa sem muita ajuda da autora.
Breq é maravilhosa, Seivarden nos conquista lentamente e a forma como a inteligência artificial é tratada na obra é muito interessante. Ler sobre a relação entre esses dois é muito bom! Ansiosa para a sequência.
David 06/06/2019minha estante
Começo é bem complicado mesmo! Não terminei ainda mas estou achando interessante a sutiliza de como ela vai ?descomplicando? esse começo... bom review!




Weber 05/03/2019

O conceito das naves com inteligência artificial milenares com suas "ancilares" e da sociedade criada pela autora são bem legais. Gostei principalmente da ideia da(o) governante Anaander Mianaai e seu conflito consigo mesmo(a) e gostaria de ver isso melhor explorado nos livros futuros.
Da parte negativa só achei o estilo da autora meio "duro". Já no primeiro capítulo ela joga um monte de informações e palavras sem um contexto para um melhor entendimento e leva alguns bons capítulos para algumas coisas ficarem mais claras. Achei que faltou fluidez em alguns trechos. Também estranhei que o termo "ancilar" só foi usado pela primeira vez no meio do livro. Antes disso só se usava "auxiliar". Ficou parecendo mais um erro da edição brasileira.
O livro foi pensado como uma trilogia e por isso o final não resolve muita coisa, o que sempre me incomoda. Mas é um bom livro e vale a leitura.
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Vagner 06/02/2019

Justiça Ancilar foi uma leitura que de início se mostrou difícil devido aos inúmeros nomes de raças, etnias e patentes dentro da história que são jogados sem muita explicação e também a quase falta de importância dos gêneros, fatos que podem e vão lhe dar um nó na cabeça. Mas isso tudo se mostrou necessário e genial conforme avancei na leitura. A primeira parte se divide em dois períodos diferentes; um deles onde vemos a nave Justiça de Toren, uma porta-tropas com uma IA (inteligência artificial) capaz de habitar os corpos de seus soldados, se envolver em eventos políticos que resultam em seu desaparecimento; e outro momento no futuro onde acompanhamos Breq, a única unidade aparentemente viva da Justiça de Toren, em uma busca misteriosa numa planeta gelado. Planeta este onde acaba encontrando por acaso Seivarden uma de suas oficiais humanas, que passou mil anos congelada e agora está perdida e entregue as drogas. Nesse universo vemos o Império Radch comandado por Anaander Mianaai, que divide sua consciência em vários corpos e com isso vai anexando novos planetas e os submetendo as sua política e religião baseada na deusa Amaat. Nesse império a igualdade de gênero é real, mais do que isso, não há diferença entre masculino e feminino, assim tudo e todos são tratados no feminino, só vemos diferenciação de gêneros quando Breq está em planetas “alienígenas” recém anexados. A segunda parte do livro é muito mais agitada, intensa e frenética com Breq determinada a cumprir sua misteriosa missão tendo que levar Seivarden a tiracolo (aliás só me dei conta do gênero deste personagem depois de um bom tempo). Justiça Ancilar é o primeiro livro de uma trilogia, agora só nos resta esperar por mais um capítulo nessa ópera espacial.
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Shaqit 24/12/2018

Ficções de gênero
A ficção científica é um gênero literário ligado às inovações, principalmente tecnológicas. O futuro muitas vezes é imaginado enquanto um lugar com meios de transporte que superam em muito os que temos, armas cada vez mais sofisticadas, meios de comunicação melhores. Porém, algumas obras não conseguem lidar de maneira satisfatória com as diferenças sociais que se apresentariam nesses futuros imaginados. Ann Leckie, ao contrário, traz uma abordagem muito interessante em seu livro Justiça Ancilar, imaginando a linguagem (será que posso dizer que a linguagem é a mais potente de nossas tecnologias?) inovadora, onde a flexão de gênero não se aplica e toda vez é referida no feminino. Esse exercício nos faz sempre ficar tentando decifrar as personagens, acostumados que estamos de pensar sempre em homens atuando em obras assim, dessa vez temos que lutar contra nosso próprio meio de observar o mundo. Mas o livro é muito bom para além disso: a intricada trama que a inteligência artificial da nave Justiça de Toren se envolve em sua sede de vingança contra a Senhora do Radch, imperadora de todo um império galático é interessante e prende a atenção. Os momentos de ação são deliciosos. Enfim, um grande livro que mereceu os prêmios que levou. Recomendo.
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Carol Nery 24/09/2018

Sci-fi que me gerou empatia
“- Temos um ditado no lugar de onde eu venho: poder não pede permissão nem perdão”.

A resenha hoje é sobre o romance de estreia da autora americana Ann Leckie, lançado nos Estados Unidos em 2013, e ganhador de diversos prêmios da literatura fantástica, como o Hugo e o Nebula. Por meio de sua inventividade e ousadia, Justiça Ancilar também foi indicado para vários outros prêmios da ficção científica. Mas, antes de chegarmos nessa história, gostaria de explicar um subgênero da ficção científica de forma muito sucinta, o qual essa obra se enquadra.
Justiça Ancilar é uma Space Opera, ou seja, uma aventura espacial fantástica. Fãs de sci-fi costumam considerar esse subgênero um dos mais empolgantes, tanto quando se trata de literatura, quanto de cinema ou televisão. Em 1941, quando o termo foi cunhado ficou conhecido de forma pejorativa, hoje, não mais. Geralmente os protagonistas são quase que invencíveis, existem sempre grandes naves e frotas envolvidas, batalhas espaciais épicas, relacionamento (físico e/ou amoroso) entre alienígenas, e esse frenesi todo. As aventuras e personagens continuam sendo marcantes, e a fama do estilo além de melhorar muito no decorrer dos anos, cresceu vertiginosamente.
E tendo noção desse clima é que iremos conhecer mais sobre o primeiro livro da Trilogia Império Radch que se passa em um remoto planeta gelado, nessa história com elementos de ficção científica e enredo de um bom thriller. Breq (ou Um Esk) é nossa narradora e protagonista, é um acessório singular, uma ancilar, e ela está prestes a concluir seus planos de vingança. Era parte do império que domina a galáxia – ela foi conhecida como a nave Justiça de Toren (uma porta-tropas gigantesca com uma única inteligência artificial que habitava e controlava o corpo de milhares de soldados). Através de um ato de traição, tudo o que Breq conhecia foi devastado. Agora só lhe resta um único e frágil organismo humano para enfrentar o império.

“As radchaaid não ligam muito para gênero, e a língua que falam – minha própria primeira língua – não marca gênero de forma nenhuma.”

Através uma nota da editora logo no início do livro, somos informados a respeito da forma como os gêneros para definição de personagem masculino ou feminino serão utilizados ao longo da narrativa, e através dessa informação se pode perceber como a linguagem foi usada de forma complexa, o que veio a enriquecer mais ainda esta obra. O idioma que Breq utiliza, como membro do Império Radch, não possui pronomes com gênero definido. A escolha da autora foi escrever sua história flexionando as palavras para o gênero feminino, mas essa forma de escrita ficou mais evidente após a tradução para o português. Acabamos tendo a impressão das personagens sendo como uma massa homogênea, e desprovida de traços definido-res. Se a autora não definir e anunciar o gênero das personagens, o leitor não tem como o saber.
O tradutor em diversas situações utiliza o “ela”, mas isso não significa a especificação do gênero da personagem, mas a forma como seria dito em radchaai. Apesar de que quando utilizando outras línguas no decorrer da narração, poderá ter-se referência a personagens com pronomes masculinos. Parece complicado, mas a gente se acostuma...
Após essas pontuações, vamos conhecer melhor Justiça de Toren, uma Nave do Império Radch que possui sua consciência dividida em várias ancilares, que por definição, seria uma Inteligência Artificial instalada em corpos humanos. Ao passar das páginas descobrimos que a Nave desapareceu há vários anos atrás, e os motivos serão revelados aos poucos, uma vez que os capítulos (até mais da metade do livro) são divididos entre tempo presente e passado, sendo o tempo passado 19 anos antes da data atual. E o único corpo restante da Justiça de Toren é de nossa narradora Breq, que chega até nós viajando por paisagens inóspitas e muito hostis.
Logo no primeiro parágrafo Breq faz o resgate de Seivarden Vendaai, uma antiga oficial da Nave, uma jovem tenente que foi promovida. Todos pensavam que ela havia sido morta há mais de mil anos, mas Breq a reconheceu em meio à desolação de um clima de 15° C e grandes quantidades de machucados e hematomas. Embora Seivarden nunca tenha sido uma das oficiais preferidas de Breq, a ancilar ainda assim cuida dela e a leva consigo. O motivo de Breq estar nessa peregrinação e o que está procurando, logo será desvendado.
Realmente são muitas informações que recebemos a todo instante, e invariavelmente é necessário retornar a algum parágrafo para melhor compreender o que está acontecendo. O universo criado pela autora é muito bem desenvolvido e abundante em segmentos. Caso ache necessário, faça anotações ou cole post-it para conseguir demarcar os acontecimentos, as nomenclaturas criativas e desconhecidas, bem como diferenciar as demais personagens e suas referidas funções dentro do Império.

“- Se você está disposta a fazer isso por alguém que odeia, o que faria por alguém que ama?”

Para que possamos entender e gostar do estilo de escrita de Leckie, precisamos perceber e tentar visualizar os aspectos religiosos, sociais e políticos do Império Radch; um povo que se divide de forma parecida a de um sistema de castas. O poder é dividido conforme as casas, e os fatores hereditários tem peso nessa hierarquia. Mas, existe um poder maior ao qual o Império obedece e teme.
Anaander Mianaai possui muitos, mas muitos corpos mesmo – compartilhados por uma mesma consciência, e é a líder máxima do Império Rach. Nos capítulos que ficamos conhecendo os acontecimentos do passado, percebemos que Anaander Miannai tem uma situação problemática com a tenente Awn – essa, uma das oficiais de preferência da Nave. E no desenrolar da relação entre Miannai, Awn e a Nave é que a história não mais se divide, e é narrada como tempo presente, onde Breq continua sua busca por justiça, ao lado de Seivarden.
Quando descobrimos o real plano de Um Esk – que tem a ver com uma conspiração intergaláctica – ficamos atônitos e com a certeza de que será uma missão impossível. Breq tenciona matar a senhora do Radch, mas como a líder possuí inúmeros corpos, não interessa quando um deles é assassinado. E é esse desdobrar de acontecimentos que faz a terceira parte do livro, a final, ser tão empolgante e frenética. Conseguimos criar expectativas com o plano de Breq e nos envolvemos com a esperança de uma luta bem sucedida. Mas isso se dá por termos vivenciado com a Um Esk os acontecimentos do passado, e que justificam a vingança do futuro.
Se você gosta de ficção científica, protagonismo e inovação, o universo que Leckie criou irá atender seus critérios. A ideia de ancilares, que nada mais é do que corpos humanos mortos modificados para receber uma inteligência artificial e ser conectados à Nave, fez minha mente explodir! É uma leitura que exige dedicação e concentração, mas que vale a pena quando você consegue enxergar quão rica e elaborada é a história.

“Pensamentos que levam à ação podem ser perigosos. Pensamentos que não levam à ação significam menos que nada.”

A edição da editora Aleph é em brochura, com 384 páginas, edição com orelhas, papel pólen e o tamanho da fonte é muito confortável, e com uma formatação simples e sem muito detalhes. A ilustração da capa nos remete o clima da história, auxiliando na criação imaginativa do leitor. A revisão está muito boa, o trabalho do tradutor deve ter sido muito trabalhoso e divertido, mas também está ótimo. A editora também disponibilizou um infográfico que destrincha os elementos contidos nessa trilogia, e que auxiliam muito na compreensão dessa ficção científica: https://medium.com/@editoraaleph/infográfico-justiça-ancilar-1767a163735d
Eu atribui a nota de 4 estrelas em 5, e aguardo ansiosamente a publicação dos próximos livros, que já saíram lá no exterior. Uma das coisas que me fez me envolver com o enredo proposto por Leckie foi a ideia inovadora da autora de dar identidade, personalidade, e independência a uma ancilar dotada de Inteligência Artificial. Foi a forma de construirmos um vínculo com a protagonista, onde os anseios da mesma tornam-se desejáveis a nós leitores. Após as primeiras 100 páginas o ritmo da leitura fica intenso, e me apeguei à Breq e sua causa. Gostei muito da construção de tudo que pode vir a ser a Trilogia Império Radch, e super recomendo àqueles que curtem Space Opera.

“- Engraçado – disse a Misericórdia de Kalr. – Você é o que eu perdi, e eu sou o que você perdeu.”

Ann Leckie é uma autora e editora de ficção científica e fantasia. Estreou com o romance Justiça Ancilar, vencedor de diversos prêmios na categoria sci-fi. Nasceu dia 02 de março de 1966 em Ohio, Estados unidos. Tem diversos contos publicados, outro romance além da Trilogia Império Radch, e muitos prêmios conquistados.


site: http://www.coisasdemineira.com/2018/09/resenha-justica-ancilar-ann-leckie.html?showComment=1537461484229#c5056440031908658187
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Coisas de Mineira 18/09/2018

“- Temos um ditado no lugar de onde eu venho: poder não pede permissão nem perdão”.

A resenha hoje é sobre o romance de estreia da autora americana Ann Leckie, lançado nos Estados Unidos em 2013, e ganhador de diversos prêmios da literatura fantástica, como o Hugo e o Nebula. Por meio de sua inventividade e ousadia, Justiça Ancilar também foi indicado para vários outros prêmios da ficção científica. Mas, antes de chegarmos nessa história, gostaria de explicar um subgênero da ficção científica de forma muito sucinta, o qual essa obra se enquadra.

Justiça Ancilar é uma Space Opera, ou seja, uma aventura espacial fantástica. Fãs de sci-fi costumam considerar esse subgênero um dos mais empolgantes, tanto quando se trata de literatura, quanto de cinema ou televisão. Em 1941, quando o termo foi cunhado ficou conhecido de forma pejorativa, hoje, não mais. Geralmente os protagonistas são quase que invencíveis, existem sempre grandes naves e frotas envolvidas, batalhas espaciais épicas, relacionamento (físico e/ou amoroso) entre alienígenas, e esse frenesi todo. As aventuras e personagens continuam sendo marcantes, e a fama do estilo além de melhorar muito no decorrer dos anos, cresceu vertiginosamente.

E tendo noção desse clima é que iremos conhecer mais sobre o primeiro livro da 'Trilogia Império Radch' que se passa em um remoto planeta gelado, nessa história com elementos de ficção científica e enredo de um bom thriller. Breq (ou Um Esk) é nossa narradora e protagonista, é um acessório singular, uma ancilar, e ela está prestes a concluir seus planos de vingança. Era parte do império que domina a galáxia – ela foi conhecida como a nave Justiça de Toren (uma porta-tropas gigantesca com uma única inteligência artificial que habitava e controlava o corpo de milhares de soldados). Através de um ato de traição, tudo o que Breq conhecia foi devastado. Agora só lhe resta um único e frágil organismo humano para enfrentar o império.

“As radchaaid não ligam muito para gênero, e a língua que falam – minha própria primeira língua – não marca gênero de forma nenhuma.”

Através uma nota da editora logo no início do livro, somos informados a respeito da forma como os gêneros para definição de personagem masculino ou feminino serão utilizados ao longo da narrativa, e através dessa informação se pode perceber como a linguagem foi usada de forma complexa, o que veio a enriquecer mais ainda esta obra. O idioma que Breq utiliza, como membro do Império Radch, não possui pronomes com gênero definido. A escolha da autora foi escrever sua história flexionando as palavras para o gênero feminino, mas essa forma de escrita ficou mais evidente após a tradução para o português. Acabamos tendo a impressão das personagens sendo como uma massa homogênea, e desprovida de traços definidores. Se a autora não definir e anunciar o gênero das personagens, o leitor não tem como o saber.

O tradutor em diversas situações utiliza o “ela”, mas isso não significa a especificação do gênero da personagem, mas a forma como seria dito em radchaai. Apesar de que quando utilizando outras línguas no decorrer da narração, poderá ter-se referência a personagens com pronomes masculinos. Parece complicado, mas a gente se acostuma...

Após essas pontuações, vamos conhecer melhor Justiça de Toren, uma Nave do Império Radch que possui sua consciência dividida em várias ancilares, que por definição, seria uma Inteligência Artificial instalada em corpos humanos. Ao passar das páginas descobrimos que a Nave desapareceu há vários anos atrás, e os motivos serão revelados aos poucos, uma vez que os capítulos (até mais da metade do livro) são divididos entre tempo presente e passado, sendo o tempo passado 19 anos antes da data atual. E o único corpo restante da Justiça de Toren é de nossa narradora Breq, que chega até nós viajando por paisagens inóspitas e muito hostis.

“- Se você está disposta a fazer isso por alguém que odeia, o que faria por alguém que ama?”

Logo no primeiro parágrafo Breq faz o resgate de Seivarden Vendaai, uma antiga oficial da Nave, uma jovem tenente que foi promovida. Todos pensavam que ela havia sido morta há mais de mil anos, mas Breq a reconheceu em meio à desolação de um clima de 15° C e grandes quantidades de machucados e hematomas. Embora Seivarden nunca tenha sido uma das oficiais preferidas de Breq, a ancilar ainda assim cuida dela e a leva consigo. O motivo de Breq estar nessa peregrinação e o que está procurando, logo será desvendado.

Realmente são muitas informações que recebemos a todo instante, e invariavelmente é necessário retornar a algum parágrafo para melhor compreender o que está acontecendo. O universo criado pela autora é muito bem desenvolvido e abundante em segmentos. Caso ache necessário, faça anotações ou cole post-it para conseguir demarcar os acontecimentos, as nomenclaturas criativas e desconhecidas, bem como diferenciar as demais personagens e suas referidas funções dentro do Império.

Para que possamos entender e gostar do estilo de escrita de Leckie, precisamos perceber e tentar visualizar os aspectos religiosos, sociais e políticos do Império Radch; um povo que se divide de forma parecida a de um sistema de castas. O poder é dividido conforme as casas, e os fatores hereditários tem peso nessa hierarquia. Mas, existe um poder maior ao qual o Império obedece e teme.

“Pensamentos que levam à ação podem ser perigosos. Pensamentos que não levam à ação significam menos que nada.”

Anaander Mianaai possui muitos, mas muitos corpos mesmo – compartilhados por uma mesma consciência, e é a líder máxima do Império Rach. Nos capítulos que ficamos conhecendo os acontecimentos do passado, percebemos que Anaander Miannai tem uma situação problemática com a tenente Awn – essa, uma das oficiais de preferência da Nave. E no desenrolar da relação entre Miannai, Awn e a Nave é que a história não mais se divide, e é narrada como tempo presente, onde Breq continua sua busca por justiça, ao lado de Seivarden.

Quando descobrimos o real plano de Um Esk – que tem a ver com uma conspiração intergaláctica – ficamos atônitos e com a certeza de que será uma missão impossível. Breq tenciona matar a senhora do Radch, mas como a líder possuí inúmeros corpos, não interessa quando um deles é assassinado. E é esse desdobrar de acontecimentos que faz a terceira parte do livro, a final, ser tão empolgante e frenética. Conseguimos criar expectativas com o plano de Breq e nos envolvemos com a esperança de uma luta bem sucedida. Mas isso se dá por termos vivenciado com a Um Esk os acontecimentos do passado, e que justificam a vingança do futuro.

Se você gosta de ficção científica, protagonismo e inovação, o universo que Leckie criou irá atender seus critérios. A ideia de ancilares, que nada mais é do que corpos humanos mortos modificados para receber uma inteligência artificial e ser conectados à Nave, fez minha mente explodir! É uma leitura que exige dedicação e concentração, mas que vale a pena quando você consegue enxergar quão rica e elaborada é a história.

Eu atribui a nota de 4 estrelas em 5, e aguardo ansiosamente a publicação dos próximos livros, que já saíram lá no exterior. Uma das coisas que me fez me envolver com o enredo proposto por Leckie foi a ideia inovadora da autora de dar identidade, personalidade, e independência a uma ancilar dotada de Inteligência Artificial. Foi a forma de construirmos um vínculo com a protagonista, onde os anseios da mesma tornam-se desejáveis a nós leitores. Após as primeiras 100 páginas o ritmo da leitura fica intenso, e me apeguei à Breq e sua causa. Gostei muito da construção de tudo que pode vir a ser a Trilogia Império Radch, e super recomendo àqueles que curtem Space Opera.

“- Engraçado – disse a Misericórdia de Kalr. – Você é o que eu perdi, e eu sou o que você perdeu.”

A edição da editora Aleph é em brochura, com 384 páginas, edição com orelhas, papel pólen e o tamanho da fonte é muito confortável, e com uma formatação simples e sem muito detalhes. A ilustração da capa nos remete o clima da história, auxiliando na criação imaginativa do leitor. A revisão está muito boa, o trabalho do tradutor deve ter sido muito trabalhoso e divertido, mas também está ótimo. A editora também disponibilizou um infográfico que destrincha os elementos contidos nessa trilogia, e que auxiliam muito na compreensão dessa ficção científica: Cliquei aqui para visualizar

Ann Leckie é uma autora e editora de ficção científica e fantasia. Estreou com o romance Justiça Ancilar, vencedor de diversos prêmios na categoria sci-fi. Nasceu dia 02 de março de 1966 em Ohio, Estados unidos. Tem diversos contos publicados, outro romance além da Trilogia Império Radch, e muitos prêmios conquistados.

Por: Carol Nery
Site: http://www.coisasdemineira.com/2018/09/resenha-justica-ancilar-ann-leckie.html
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 11/09/2018

Já Li
Ann Leckie começou escrevendo romances para uma revista adolescente americana chamada "True Confessions" e, paralelamente, enviava seus contos de ficção-científica para editoras que, infelizmente, eram sempre recusados. Muitos anos depois, entediada em casa depois uma longa licença maternidade, Ann resolveu reescrever seus contos transformando-os em uma trilogia e, assim, nasceu a premiada trilogia "Radch Imperial".

A trilogia de Ann Leckie é uma space opera, ou seja, um subtipo de ficção-científica que prioriza guerras espaciais, drama e batalhas interplanetárias. Fiz um post dedicado aos subtipos de ficção-científica e, nele, falo mais sobre space opera. Navegue: Os 13+ Tipos de Ficção-Científica


O protagonista da trilogia é Breq, uma Inteligência Artificial que se desconectou da nave a qual pertencia e resolveu se vingar de sua governante. Toda a estória se passa em um futuro muito distante, onde as Inteligências Artificiais (chamadas de ancilares) são usadas como soldados, ao lado de humanos.

O Império Radchaai, que domina o Universo com os ancilares, não faz distinção de gênero e, por isso, todas as personagens são femininas, inclusive as ancilares. Alguns indivíduos do Império Radchaai podem escolher ser do gênero masculino e sinalizam tal escolha a partir das vestimentas que usam. No entanto, nem sempre a escolha de gênero é clara e, por isso, a regra geral é valer-se dos pronomes femininos. Neste sentido, a leitura me lembrou bastante de "A Mão Esquerda da Escuridão", de Ursula K. Le Guin, onde também não há distinção de gênero.

Uma das naves do Império Radchaai, a Justiça de Toren, está desaparecida. Breq, fugindo da nave e do controle de sua mente, encontra a oficial Seivarden em um planeta de gelo e, juntas, elas precisam lutar pela sobrevivência. Enquanto Breq busca vingança, a narrativa fornece alguns flashbacks e, neles, sabemos o que aconteceu com Breq dezenove anos antes. No passado, a Justiça de Toren estava se preparando para expandir o Império Radchaai e invadir o planeta Shis'urna.

Entre idas e vindas no presente e no passado de Breq, o leitor, aos poucos, descobre porque a ancilar se rebelou contra o Império. Breq descobriu que Anaander Mianaai, a Imperatriz, estava em conflito consigo mesma. Anaander fez várias cópias de si mesma, espalhando-as por todo o Império. Estas cópias de Anaander comunicam-se em tempo real entre si, através da mesma tecnologia que permite que todas as ancilares estejam conectadas. No entanto, ocorre uma cisão em Anaander e duas forças opostas lutam: algumas Anaander querem manter o Império, enquanto outras querem destruí-lo. Breq, então, começa, gradativamente, a desconectar-se da matriz da Inteligência Artificial e resolve se aliar à Anaander que quer destruir o Império Radchaai.

O grande conflito da obra é que Breq quer se aliar a Anaander, ao mesmo tempo que quer destroná-la. Sua maior dificuldade é saber diferenciar quais são as Anaander que estão ao seu lado e quais são as Anaander que querem matá-la. A estória paralela, de Seivarden, serve como apoio às atitudes de Breq, bem como a uma maior contextualização do universo criado nesta space opera.

A narrativa é confusa mas, aos poucos, ganha ritmo e forma. Ann Leckie construiu uma ficção-científica robusta e complexa, com vários desdobramentos políticos e sociais. Também por causa destes desdobramentos ela me lembrou "Os Despossuídos", de Ursula K. Le Guin. Em vários momentos do enredo, o momento presente com Seivarden me pareceram irrelevantes mas, conforme o final do livro se aproximava, alguns elementos até então perdidos começaram a fazer sentido.

Além da criação de um sistema muito sólido, acredito que o grande trunfo de Ann Leckie foi o de dar vida, identidade e personalidade à uma Inteligência Artificial, de forma que o leitor se apegue a ela e se vincule às suas motivações. Breq nada mais é do que uma máquina, mas me vi torcendo por sua independência e por sua vingança, completamente esquecida de que ela é uma ancilar.

De todos os subtipos de ficção-científica, space opera não é o meu preferido. No entanto, recomendo a leitura de "Justiça Ancilar", pois acredito que Ann Leckie continuará uma escola "fundada" por Ursula K. Le Guin e que estava carente de escritoras que a levassem adiante.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com/2018/09/ja-li-75-trilogia-radch-imperial-vol-1.html
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etsilvio 10/08/2018

Mais de 150 páginas lidas e o livro não "começa"
Resolvi deixar para ler num futuro, pois se trata de um livro que não me prendeu em nenhum momento. Personagens bem chatos, trama bem boba para um vencedor de vários prêmios... enfim, tenho tantos outros livros aqui me esperando que não deu pra perder mais tempo com essa trama enfadonha.
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Leonardo 22/07/2018

IA Sentimental
Ann Leckie faz uma estreia triunfal no mundo da literatura com Justiça Ancilar, com o primeiro livro da trilogia Império Radch. Lançado em 2013 nos Estados Unidos, ganhou praticamente todos os prêmios da ficção cientifica, entre eles prêmio Hugo, prêmio Nebula, prêmio BSFA, prêmio Arthur C. Clarke e Locus Award.

O livro é narrado em primeira pessoa, pela protagonista da história, Breq, uma ancilar, que antigamente era parte da Justiça de Toren, uma porta-tropas controlada pelo Império Radch. Essa nave tinha uma Inteligência artificial, que além de ter controle total da nave, também controlava soldadas ancilares, que antigamente foram pessoas, mas que hoje são controlados pela IA da nave. Nessa cultura também não tem definição de gênero, sendo que todos os personagens do império Radch se referem aos outros pelo sexo feminino.
A história é contada em duas linhas de tempo, sendo que uma delas ocorre cerca de 19 anos no passado. No presente, encontra uma pessoa a beira da morte, chamada Seivarden, que ficou congelada por cerca de 1000 anos, e que já sua oficial. Breq acaba ajudando Seivarden, e não entende o porquê, já que ela nunca foi uma de suas oficiais preferidas. Breq está em uma missão a 19 anos, desde que perdeu seu controle da nave e de suas ancilares, e ficou, digamos, aprisionada em apenas um corpo. No passado, a Justiça de Toren (Breq) estava em um planeta recém conquistado, em que tramas políticas criam um clima tenso para a tenente Awn, à época uma das oficiais favoritas da nave.

Não foi à toa que ganhou os principais prêmios da ficção cientifica. Com uma narrativa surpreendente e personagens incríveis, até mesmo Breq, que por ser uma IA, tem muitos sentimentos semelhantes ao dos seres humanos, já é um dos principais livros desse século de ficção cientifica.
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