Fernanda631 05/07/2023
A Odisseia
A Odisseia foi escrito por Homero.
A Odisseia é um poema épico, escrito por Homero, que narra o percurso atribulado do herói Ulisses para voltar para casa depois da Guerra de Troia. Considerada a segunda obra da literatura ocidental, a Odisseia integra o início do cânone literário da região.
Juntamente com a Ilíada, do mesmo autor, faz parte das leituras fundamentais da Grécia Antiga que continuam influenciando nossas narrativas e imaginário coletivo. Venha conhecer mais sobre a incrível viagem de Ulisses e sua esperteza fora de série!
A Odisseia pode ser classificada como um romance em verso sobre a luta apaixonada de Odisseu (ou Ulisses, na tradição latina) para retornar à casa depois da Guerra de Troia, e retomar o convívio da esposa e do filho.
Com efeito, a obra conta como depois da batalha épica, Odisseu permanece vagando durante 10 anos, por vingança de Posido ou Poseidon – o deus dos mares -, tentando apaixonadamente retornar para a casa e para o convívio da esposa (Penélope) e do filho (Telêmaco). Enquanto isso, sua mulher é assediada por pretendentes que dilapidam o patrimônio da família. Ao final, Odisseu consegue retornar, vingando-se dos pretendentes e reconquistando convívio do lar e o governo de sua cidade.
Ulisses, herói grego conhecido pelos seus dons de raciocínio e discurso, tenta navegar até casa depois da vitória na guerra de Troia. Atormentado por Poseidon, deus dos mares, e protegido por Atena durante toda a jornada, enfrenta vários obstáculos e perigos, tentando voltar para Ítaca e para os braços da mulher, Penélope.
Ulisses é o personagem principal da obra, sendo um herói pouco convencional que tenta solucionar os problemas através da lógica e da retórica, não através da violência. Apesar de todas as dificuldades, revela um espírito resiliente e nunca desiste de reencontrar a sua família.
Penélope é a esposa de Ulisses, que fica responsável por governar Ítaca e criar Telémaco durante a ausência do marido. Quando todos assumem que ficou viúva, dezenas de pretendentes invadem o seu palácio na esperança de casar com ela. Penélope inventa um esquema para enganar a todos e manter a fidelidade ao marido.
A Odisseia é um poema épico, ou seja, uma composição poética que narra a história de um povo, valorizando os seus feitos. Os textos deste gênero literário eram criados com o intuito de serem recitados e transmitidos através da oralidade, conquistando a atenção e despertando as emoções dos ouvintes.
Uma vez que eram escritos para serem interpretados em público, estes poemas se focavam bastante no ritmo. Dividida em 24 cantos, a Odisseia é composta por 12 mil versos hexâmetros, de 13 a 17 sílabas, que variam entre as longas e as breves da língua grega.
A obra é considerada uma das primeiras epopeias (sinônimo de "poema épico"), com um narrador que exalta as conquistas e os atos de bravura de um herói ou povo, reproduzindo lendas da tradição oral.
Em termos de organização do poema, podemos identificar três grandes passagens. A primeira, conhecida por Telemaquia (cantos I a IV), narra as interações da deusa Atena com o jovem Telémaco, que procura guiar durante a ausência do pai. Logo no começo, podemos conhecer o palácio onde Penélope resiste às investidas dos pretendentes.
Telémaco é o filho de Penélope e Ulisses que era apenas uma criança quando o pai partiu. Vendo o palácio invadido pelos pretendentes da mãe, parte em busca de notícias do pai e amadurece ao longo da narrativa, guiado pela deusa Atena.
A segunda se foca na viagem de Ulisses (cantos IX a XII), quando o herói conta ao rei dos Feaces os obstáculos fantásticos que enfrentou até ali. A terceira passagem é também a maior e trata a vingança de Ulisses (cantos XIII até XXIV) quando consegue regressar a Ítaca.
Ulisses é o personagem principal da obra, um herói pouco convencional que tenta solucionar os problemas através da lógica e da retórica, não através da violência. Apesar de todas as dificuldades, revela um espírito resiliente e nunca desiste de reencontrar a sua família.
No século VIII a.C., Homero escreveu a Ilíada, apontada como o livro inicial da literatura ocidental, onde versava sobre a Guerra de Troia. O segundo livro, Odisseia, dava conta do que aconteceu depois da batalha, quando Ulisses tentava regressar.
A data do poema é controversa, mas acredita-se que seja do começo do século VII a.C. Existem também dúvidas acerca da autoria: embora tenham sido atribuídas a Homero ainda na Grécia Antiga, as obras reúnem elementos da tradição oral datados do passado.
Com uma influência incalculável na literatura ocidental, a Odisseia serviu de inspiração para obras como a Eneida de Virgílio e Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões. Um dos seus aspectos mais notáveis é o modo como está construída, com um início in media res, que foi reproduzido em inúmeras obras posteriores.
Trata-se de uma técnica literária que nos permite entrar na metade da história, revelando os eventos que aconteceram antes através de memórias e flashbacks.
A obra começa durante o concílio dos deuses, com as divindades no Olimpo discutindo o destino de Ulisses, enquanto ele está preso na ilha de Calipso. Ao longo da narrativa, através das histórias que conta e que são contadas sobre o herói, ficamos sabendo o que levou até ali.
Qual motivo fez Ulisses viajar?
A bela Helena, rainha de Esparta e mulher de Menelau, foi sequestrada por Páris, príncipe de Troia. Para recuperar a mulher e a honra, o rei reúne vários exércitos gregos ("os aqueus") e parte para Troia.
Ulisses é forçado a abandonar a sua terra, a mulher Penélope e o filho Telémaco para lutar ao lado do companheiro. O confronto dura uma década e é vencido graças à inteligência do herói, que sugere o "cavalo de Troia". Tudo isso é narrado na Ilíada.
Depois de tanta luta, ele apenas quer voltar para casa, mas é obrigado a navegar durante 10 anos, passando até pelo "o reino dos mortos" (Hades). Apesar de todo o cansaço, não desiste da sua missão e acaba tendo sucesso.
Por qual motivo demorou tanto tempo para Ulisses conseguir voltar para casa?
Odisseu realmente enfrenta muita coisa para chegar até seu lar, mas tudo isso se dá porque ele e sua tripulação não jogaram ao mar oferendas à Posseidon antes de viajarem, despertando a ira do deus dos mares. A sede de vingança dos deuses se tornava um martírio para os humanos. Poseidon, rei dos mares, estava com raiva de Ulisses porque ele tinha cegado o ciclope Polifemo, seu filho. Queria, então, usar as águas para acabar com a sua vida.
Contudo, Atena protesta e assume o papel de defensora do herói afirmando, enquanto deusa da justiça e da sabedoria, que ele merece voltar a Ítaca. De fato, parece haver uma ligação especial entre a deusa e o humano, que tenta favorecer durante toda a obra. Ao longo da narrativa, assume a forma de inúmeras pessoas e também surge em sonhos para conversar com os personagens e servir de guia.
Sua proteção se estende a Telémaco, o jovem príncipe de Ítaca. Durante os cantos designados de "Telemaquia", a deusa viaja com ele, naquilo que pode ser considerado uma espécie de "romance de formação". Atena procura preparar Telémaco para a vida adulta, ensinado-o a ser independente e a lidar com as outras pessoas.
A obra pode ser dividida em três partes:
1ª parte – colocação do tema e busca de Telêmaco: o autor introduz o assunto do livro, ao narrar como Telêmaco, lacerado de saudades do pai, e vendo a mãe assediada por pretendentes, parte em busca dos antigos heróis da Guerra de Troia para obter notícias de Odisseu. Isso ocorre entre os Cantos I e IV do livro.
2ª parte – Odisseu chega à Feácia e conta suas aventuras: a partir do Canto V, a obra muda totalmente de ambiente, deixando de lado a aventura de Telêmaco, cuja narrativa só será retomada ao final quando esse se reencontra com o pai, e passa a centrar-se propriamente no protagonista, o herói Odisseu.
Entre os Cantos V e VIII, o poema conta como Odisseu que, ao início do livro se encontrava preso pela deusa Calipso na Ilha Ogígia – visto que essa queria desposá-lo, enquanto ele desejava ardentemente retornar para casa -, é libertado por ela por ordem dos deuses, e parte até a ilha dos feácios, um povo náutico, acostumado a salvar náufragos e levá-los de volta à casa.
Recebido por aquele povo, durante os Cantos IX e XII – trecho cujos relatos são os mais famosos da obra – Odisseu relata suas aventuras desde quando deixou Troia até aquele momento: como seu grupo foi impedido pelos deuses de retornar direto à casa, em virtude das más ações de alguns durante a guerra, enfrentando uma tormenta que os levou à ilha dos Ciclopes onde enfrentou o gigante Polifemo; como passou pelas sereias sem ser seduzido pela voz de seu canto; como enfrentou a serpente de várias cabeças (Cila) e o tufão dos mares (Caribde) etc.
Ao final dessa parte, completamente apiedados pela número de trabalhos e sofrimentos enfrentados por Odisseu, os feácios o levam de volta à sua terra materna: a Ilha de Ítaca, que segundo os estudiosos, fica nas atuais ilhas gregas de Tiaki e Leucas.
3ª parte – A vingança de Odisseu e a retomada do lar e da pátria: a partir do Canto XIII, o livro conta como Odisseu chega a Ítaca, vinga-se dos pretendentes e retoma o convívio familiar e o governo da ilha.
Percebe-se que o conto não segue a ordem cronológica dos acontecimento, que seria:
1º – Odisseu passa por várias aventuras após deixar Troia;
2º – depois de duas décadas de ausência do pai, Telêmaco sai em busca dele;
3º – Odisseu retorna, vinga-se dos pretendentes e retoma o convívio familiar.