Mdu_S 24/02/2024
Michael, por favor, faça minha roupas????
ESSE LIVRO É TUDO!!!!
Eu tava sedenta atrás de um romance com representatividade autista BEM FEITA e me deparei com essa delícia escrita por uma autora autista e que ainda levanta questões de reflexão no final do livro sobre o assunto tratado na narrativa. PERFEITA.
Stella simplesmente cansada da mãe pedindo um neto, de relacionamento sendo complicados demais e de neurotípicos serem confusos pra caramba, ela simplesmente resolve contratar um acompanhante de luxo pra ensinar ela a ser boa no vamo ver.
Acontece que o Michael é um homem honrado demais e sente que de certo forma isso seria tirar vantagem da querida, então resolve ir bem aos poucos, no tempo dela, e ensinar mais do que só os finalmentes, tudo pra provar pra si mesmo que ele não é uma pessoa horrível como o pai (por algum motivo ele acha que mau caratismo é genético, o que não é, mas autismo é - to olhando pra você pai da Stella kkkk).
O problema é que os dois se apaixonam, ou no caso da Stella mais que isso, Michael se torna o seu hiperfoco, mais que gostar dele, ela fica obcecada; também quem não ficaria com um cara perfeito que entende seus sentimentos, suas sensibilidades e seus hábitos e, o melhor de tudo, respeita tudo isso e faz o possível pra melhorar seu bem-estar O TEMPO TODO. O que mais me choca nesse livro é que eu tava esperando uma certa falta de comunicação acontecer, mas não da forma e nos momentos que aconteceram, então me surpreendi bastante e acabei não desgostando tanto assim dessa parte como geralmente eu desgosto.
É muito lindo ver histórias que mostram neurodivergentes sendo amados e compreendidos, e principalmente respeitados. Mesmo sem saber do diagnóstico da Stella, o Michael entendia que ela tinha certas questões e nunca chegou a questionar ela sobre isso como se fosse um problema, ele sempre a tratou como o ser humano (normal como qualquer outro) que ela é, mesmo que ela tivesse certas inseguranças de que ele ter conhecimento sobre mudaria o jeito de enxergar ela, ele não mudou. Só acho que ele foi meio lento pra perceber kkkk até o primo dele percebeu primeiro, principalmente por eles terem um parente no espectro (inclusive vi que o próximo livro é dele e to super animada).
No final de tudo eu saí não só emocionada com a história e apaixonada pelo Michael, mas também adorando muito as questões e reflexões que a Helen trouxe no final do livro, com questões sobre o imaginário popular dos leitores sobre TEA e sobre questões de gênero, entre outras coisas relacionadas com a história.