Alanna. 02/12/2020Das minhas leituras de livros sobre feminismo, esse foi o que menos gostei, como é possível perceber pela minha nota para esse livro (2 de 5 estrelas), e vou explicar meus motivos nessa resenha.
Como o subtítulo diz, esse livro busca ser um manual para um ambiente de trabalho machista. Aqui você vai ler, basicamente, sobre como locais de trabalho empresariais tendem a ser ambientes machistas, e de como você, mulher, pode contornar essa situação, sobre como superar a autossabotagem e etc.. Até aqui, ok.
Porem esse livro tem um problema seríssimo pra mim, que é o Q elitista dele. Se você vai falar de defender direitos de outras mulheres no mercado de trabalho, que tal falar na desigualdade racial de oportunidades para mulheres? Que tal falar sobre as dificuldades de mães conseguirem emprego? O livro até fala sobre esses assuntos, sobre como nos Estados Unidos existe uma grande desigualdade salarial entre brancas, negras e latinas (e que existe em todo o mundo), mas é mal abordado, quando a autora prefere falar sobre como você pode responder seu colega que desqualifica sua resposta a uma pergunta. Esse tipo de preocupação com 'poder para as mulheres' só abrange mulheres brancas e cis, beira muito o feminismo liberal que fala muito sobre poderes para as mulheres (mulheres brancas, cis e hétero) mas esquece completamente de questões sociais, de classe, de raça, de identidade. Essa postura me incomodou a leitura inteira, tanto que em vários feedbacks de leitura eu comentei como isso era recorrente e como me incomodei. Não me conectei muito com a leitura.