Mentalidades Matemáticas

Mentalidades Matemáticas Jo Boaler




Resenhas - Mentalidades Matemáticas


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Juliana Ribeiro 01/09/2020

Mentalidades matemáticas
Um livro muito interessante, que aborda o ensino de matemática propondo uma abordagem a partir da mentalidade de crescimento.
Traz muitas sugestões de atividades e exercícios, além de reflexões pertinentes.
Muito útil para professores.
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Pablo Paz 16/05/2020

Mentalidades Matemáticas
Abaixo, a partir de uma resenha, faço uma leitura acadêmica do ensino da matemática hoje; há um abismo entre a matemática escolar e a matemática real. Uma ferramenta tão poderosa, mas que falha por enfatizar muito o procedimento e pouco a sua mentalidade...

"Mentalidades Matemáticas", livro de Jo Boaler, professora na Stanford University, aparentemente direcionado para professores da área, deveria ser lido por todos os professores: universitários, de idiomas e do ensino básico. Um livro curto – oito capítulos espalhados em 256 páginas, das quais 60 delas num apêndice com atividades práticas a serem adaptadas às realidades escolares – que traz muitos dados e pesquisas sobre o que efetivamente acontece nas salas-de-aula durante a aprendizagem. Embora foque no ensino-aprendizagem de matemática, sua proposta e dicas pedagógicas a partir de achados científicos de diversas áreas (neurociências, psicologia social, etnografia, sociologia) são válidos para professores de quaisquer áreas e disciplinas, daí o interesse pela obra transcender os especialistas para os quais ela se dirige.
O fato de a matemática ser considerada uma das disciplinas mais chatas e temidas pelos estudantes, tem pouco a ver com os seus (supostos) altos graus de dificuldade e complexidade, e muito mais em estereótipos sociais e práticas enraizadas da maioria de seus professores que, embora acreditem estar fazendo o melhor, acabam por afastar estudantes criativos que muito poderiam contribuir para o desenvolvimento da disciplina, caso escolhessem a área como profissão. A matemática escolar, porém, está muito longe da matemática real, daquela que se pratica na academia. O primeiro estereótipo é uma visão equivocada de que as pessoas que calculam rápido, ou alunos que terminam seus exercícios rapidamente, são 'bons em matemática'; Jo Boaler mostra como isso é extremamente nocivo, pois afasta alunos criativos que embora não sejam bons em cálculos rápidos, por outro lado, sabem formular questões, resolver problemas, argumentar e trabalhar em equipe, competências essenciais no universo profissional e acadêmico da matemática, ainda que a sociedade (sim, ainda!) pense que o matemático seja um ermitão a passar a vida trabalhando sozinho. Fazer cálculos, como insiste a autora, é apenas uma parte da matemática que, aliás, já foi delegada às máquinas, calculadoras e softwares: mais do que saber calcular, é preciso que o aluno tenha uma compreensão de como um software de cálculo é construído.
O segundo estereótipo está nas representações sociais da matemática nos meios de comunicação, especialmente em programas televisivos voltados para o público pré-adolescente, nos quais a matemática é vista como difícil, desinteressante, inacessível e para meninos chatos ou nerds, jamais para meninas legais, o que acaba tendo efeitos negativos e, futuramente, contribuirá para desigualdades de gênero dificultando a entrada ou permanência de mulheres em profissões das áreas de ciências naturais, tecnologia, engenharias e matemática, conhecidas pela sigla inglesa STEM (Science, Technology, Engineering, Math).
O terceiro estereótipo está na crença enraizada de um dom ou de um gene matemático, crença fortemente compartilhada ainda que nem sempre verbalizada, por professores de algumas disciplinas. Ela traz dados (no capítulo 6) mostrando como tais crenças têm efeitos mais do que nefastos ao afastar minorias étnicas e, principalmente, as mulheres dessas áreas; por exemplo, "pesquisadores constataram que, quanto mais uma área valoriza o dom [como filosofia e matemática], menos mulheres com doutorado atuam nela e que crenças específicas da área estavam correlacionadas com a representação feminina em todas as 30 áreas investigadas. A razão pela qual existem menos mulheres nas áreas em que os professores acreditam que apenas os 'dotados' podem ser bem-sucedidos é que crenças em estereótipos ainda prevalecem sobre quem realmente é capaz (...)"(p. 05).

[Continua em: https://501resenhas.blogspot.com/2020/05/mentalidades-matematicas.html ]

site: https://501resenhas.blogspot.com/2020/05/mentalidades-matematicas.html
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