Karla Lima @seguelendo 30/04/2021Minha história com esse livro é longa...Minha história com esse livro é longa. Muito longa. E o relato dessa experiência é a prova de que, muitas vezes, você não gostou de um livro apenas porque leu no momento errado.
O ano era 2005, tinha acabado de entrar na faculdade e amava os livros de Dan Brown. Comprei essa obra pois toda sua estratégia de venda gritava que fãs de Dan Brown iriam amar.
Eu não amei.
Travei de uma forma que nunca tinha travado. Eu não saía da página 50. Desisti, mas, por algum motivo, não me desfiz do livro. Emprestei para outras pessoas que também não conseguiram ler e na minha cabeça esse livro tornou-se sinônimo de impossível.
Anos se passaram e O enigma do quatro permanecia como um dos poucos que abandonei na vida. Sempre olhava para ele e pensava: vou tentar esse ano, mas nunca tentava.
Em 2021, quase 16 anos depois das primeiras tentativas, resolvi me desafiar. Lembrei a mim mesma: sou uma leitora diferente agora, quem sabe?
Não me perguntem a mágica que ocorreu.
O livro é o mesmo, tenho certeza! A mesma narrativa, os mesmos personagens e enredo. Mesmo depois desse tempo todo, tinha me marcado tanto que lembrava até da parte em que tinha parado. Passei por ela voando.
Enquanto eu lia, só me perguntava o porquê de eu não ter gostado de primeira. Eu devorei. Gostei da narrativa e dos personagens. Fluiu!
Claro que percebi alguns pontos de fragilidade na obra, mas nada que me fizesse parar por achar enfadonha como ocorreu em 2005. E é a mesma obra, amarelada pelo tempo, que passou quase metade da minha vida estacionada na estante.
A surpresa foi maravilhosa. E, por tabela, provei para mim mesma que existem obras que pedem um momento certo para leitura.
Esses 15 anos de bagagem literária amadureceram a leitora voraz que existe em mim. As experiências com livros mais difíceis tornaram O enigma do quatro, que um dia foi um verdadeiro desafio para mim, uma leitura agradável, fácil e divertida.
Não é uma história genial, não é uma obra prima, mas vou me lembrar para sempre dela. Agora tenho mais essa curiosa experiência para compartilhar com vocês!
@seguelendo