ray 24/03/2022
Não merece apenas cinco estrelas, mas toda uma constelação
Falls Boys é o primeiro livro da série Hellbent, que por sua vez se origina na série Fall Away (Bully/Rival/Falling Away/Aflame). PORÉM não é obrigatório ler a primeira série dos pais para ler essa, pois essa é de fato a história dos filhos e seus amores.
Esse primeiro livro é sobre Hawke Trent, filho de Jax e Juliet (do livro Falling Away), mas a verdadeira estrela dele é a protagonista feminina, Aro Marquez.
Onde Hawke é o filho perfeito, melhor aluno, amado por todos e com uma enorme família amorosa e que lhe dá suporte, Aro é uma garota que passou a maior parte da infância em um lar conturbado e a partir dos 15 anos, em lares adotivos igualmente perigosos.
Quando o livro começa, ambos estão com 18 anos, mas suas vidas não poderiam ser mais diferentes. Onde Hawke se preparava para ir para a faculdade e começar uma nova fase da vida, Aro estava presa em sua rotina de cometer pequenos (e grandes) delitos para sobreviver, incluindo a tarefa de cobrar dívidas para seus irmãos adotivos que tbm eram tr4fic4nt3s.
O mundo dos dois se choca justamente numa dessas cobranças e daí em diante, nada mais é o mesmo para nenhum deles. Penelope nesse livro se superou e deu pra notar que ela se sentiu mais confortável em desenvolver o tema que escolheu para os personagens do que estava em livros anteriores (falling away e hideaway, por exemplo, já que tem semelhanças bem grandes com esses dois livros nesse). POR EXEMPLO, trabalhou melhor a falácia do discurso meritocratico, assim como também desenvolveu certas questões de gênero e como isso influência de forma diferente a vida de cada indivíduo ainda que inserido em ambientes semelhantes.
Esse é provavelmente o maior slowburn que Penelope já fez, e isso porque diferente de todos os livros anteriores, nosso protagonista masculino era virgem e tinha algumas inseguranças que precisava superar antes de se sentir confortável para começar a vida sexu4l. (Mas tbm depois que começa nunca mais quer parar) e nisso também tem uma sutil crítica a masculinidade tóxica e como isso afeta meninas e meninos de todos os lugares e classes.
Como não poderia faltar, nesse livro também tem muitos elementos que já estamos acostumados a ver nos livros de Pen Douglas: corridas, perseguição, mistério, gente mascarada, rivalidade feminina, rivalidade masculina, rivalidade generalizada, irmãos que não tão se dando bem, lendas obscuras, muita gritaria e muita confusão, mas no fim tudo acaba bem.
Eu realmente amei esse livro e sem dúvida é um dos meus favoritos de PenD a partir de agora. Aliás, todos devem ler a carta do autor no final, porque é bastante explicativa e bastante emocionante.