Resenhas - Vidas Secas

Maria Rosa 03/04/2024

Relembrando
Este livro traz a difícil realidade da vida de uma família de retirantes, com a seca e a injustiça social. Apesar de qdo foi publicado vimos que muitas coisas persistiram com o passar dos anos. Fiz essa releitura como parte de um projeto pessoal, uma nova visão de obras que tive um primeiro contato no ensino fundamental. Nessa obra pude perceber que minha conclusão é a mesma, apesar dos anos de novas experiências, um clássico.

Zaira.Gasbarro 02/04/2024

Profundo e sombrio
Tive que ler esse livro por causa da escola, mas com o decorrer da obra, fiquei admirada com o rumo da história e principalmente no desenvolvimento e aprofundamento dos personagens que mostra sem nenhum filtro o que se passa na mente do ser humano nessas condições, embora diversas vezes Fabiano se descreva como animal, é simplesmente humano.
Muitos gostam de citar a situação da cadela na história, mas devo dizer que o que me cativou mais foi a parte do Fabiano.

EddMnezes 02/04/2024

É sempre bom reler um clássico
Um tempinho atrás quando eu li "Vidas Secas" pela primeira vez, acabei por não me identificar com a leitura e com a linguagem.

Essa linguagem muito peculiar é um dos destaques da obra, por sinal. Aqui, os capítulos são narrados pelos seguintes personagens: Fabiano, o pai da família; Sinha Vitória, a mãe da família; O menino mais velho, filho mais velho do casal; O menino mais novo, filho mais novo do casal; Baleia, a fofissima cachorrinha que sempre que comentando sobre as ações imprudentes dos personagens e julgando tudo muito silenciosamente enquanto se esparrama sob o sol escaldante do sertão.

O livro retrata os dilemas dessa família que vivem numa fazenda do nordeste onde a seca intensa é um problema que assusta essas pessoas a cada dia.

Eu amo como o autor conduz as críticas sociais e até meio políticas existentes aqui. A ignorância do homem, o senso de superioridade e arrogância inerente na vida das pessoas e a corrupção são alguns temas que pude ver presente na história com base na minha interpretação da obra.

E o autor conduz isso tudo de um jeito tão fluído e com um ritmo tão gostoso em uma história tão curta que consegue nos fazer rir, ficar tristes, com raiva e indignação em um ambiente frio apesar de todo o calor presente e intensamente mórbido em muitas vezes.

Enfim, fico feliz que, da segunda vez que li, me acustumei muito mais com a linguagem e pude aproveitar muito mais a letura.

Iran7 02/04/2024

A vida é sempre seca ?
Não consegui ler esse livro sem o google, kkkkkk tantas palavras que não conhecia. Gírias e mais gírias do nordeste.

Fabiano, vaqueiro, forte e um homem que só se entende com outros animais, ele não gosta de humanos, ele não consegue se expressar bem.
Os dois meninos, são novos, curiosos como tem que ser e gostam de fazer perguntas.
Sinha Vitória, mulher inteligente. Tem um sonho muito simples, ter uma cama de couro.

Eles chegam em uma fazenda abandonada por causa da seca e vai embora por causa dela também.

Gostei dessa frase que tem no final

"O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinha Vitória e os dois meninos."

Isabela 02/04/2024

Eu até gostei das reflexões, mas demorei DEMAIS pra ler por causa da escrita. Não me prendeu muito não.

Dada 01/04/2024

Sinhá vitória só queria uma cama de couro
QUE LIVRO INCRÍVEL!!!
Ultimamente estou viciada em literatura brasileira e esse foi um dos melhores livros que já li, retrata a situação da família nordestina de Fabiano.
Após essa leitura tenho que concordar com a frase ?não é possível ler vidas secas sem sentir sede?, infelizmente essa história ainda é a realidade de muitas famílias brasileiras.

Baleia que era a única feliz nó desenrolar da história tem o seu final trágico e emocionante, é de partir o coração o sofrimento sentido por ela.

Skywalker1 01/04/2024

Ótima leitura!
Um livro de fato revolucionário tendo em vista a sua época de lançamento, com base na exploração da diferença de classe (interessante pelo fato de Graciliano Ramos ter sido preso em Alagoas por acusações de participação no comunismo) assunto pouco comentado na época, até mesmo banalizado. Além de fazer uma análise interessantíssima da comunidade sertaneja e dificuldades enfrentadas no sertão. Fiquei apaixonada pela personagem Baleia, e em como ela representa a população reprimida, que apesar de uma cadela, tem fluxos de pensamento e análise dos fatos.

Jé 01/04/2024

Conta a vida de uma família de sertanejos que é obrigada a se deslocar de tempos em tempos devido a seca. Composta por Fabiano o pai, sonha vitória a mãe e o filho mais velho e o mais novo. A família é acompanhada pela cachorra baleia.

João 01/04/2024

O Brasil que não enxergamos
Vidas secas trás ao leitor uma realidade extremamente comum no Brasil. Realidade esta que, apesar de aparentar ser muitos distantes, está mais próxima do que pensamos. Tanto em quilômetros, quanto em tempo.

A história de Fabiano, sinha Vitória, os dois meninos e baleia é comovente. Comovente pois trás ao leitor a perspectiva de miseráveis que sonham. Que tentam não se permitirem sonhar, para a realidade não tornar-se mais cruel do que já é, mas o fazem a todo momento. Fazem nas mais simples coisas, que, para eles, já seriam os mais belos sonhos realizados.

Seja numa pinga, numa cama nova, ou até mesmo num pedaço de carne. Os sonhos da família trazem ao leitor a reflexão sobre como a vida feliz pode ser mais simples se a valorizarmos.

Claro que o livro não se resume apenas em mostrar como a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples. Trata-se de uma obra psicossocial que explora a falta de auto-estima de um homem que, mesmo sendo injustiçado - e sabendo disso - abaixa a cabeça por sentir-se menos humano que outros. Um homem que exaure pensamentos de vingança, rancor e raiva mas que, em questão de segundos, policia-se pensando nao ter o direito de enfrentar nada nem ninguém.

Vidas secas adentra na seca do sertão, explorando a falta de dignidade vivenciada por muitos, explicitando, por exemplo, como o Estado abandona este lugar. E, quando faz-se presente, chega ao cidadãos por meio de truculência, abuso-de-poder e despreparo, decorridos no capítulo do guarda amarelo.

Do sonho de sinha Vitória, aos julgamentos de baleia, o livro escancara ao Brasil sua verdadeira face, que nós, povo brasileiro, muitas vezes fingimos não enxergar. O Brasil enxergando-se.

Leandro 31/03/2024

Sertão nordestino
Obra publicada em 1938, e que conta a história de luta de uma família de retirantes em busca de sobrevivência no sertão nordestino. Triste saber que nesse sertão pelo brasil afora ainda existam muitas famílias que passam pelas mesmas situações de miseria e abandono nos dias de hoje.

Livro super recomendado. essa edição da editora antofagica está muito bonita, cheia de gravuras e capadura

Gil Manga 31/03/2024

Minha família veio do Ceará metidos num pau de arara cruzando o nordeste em direção a Minas. Vieram numa espécie de fuga do sertão, mas acabaram por se fixarem no sertão norte Mineiro. Enquanto viveu meu avô, que sempre foi lavrador, dizia que era menos seco no Ceará e que lá plantavam e colhiam.

Enquanto lia Vidas Secas ficou me matutanto isso. As paisagens do livro foram ganhando vida a medida que eu reconhecia elas no lugar onde moro. Vez e outra, parecia um diário encontrado num baú da minha família.

Vidas Secas é primoroso, triste e forte. Carregado da esperança, aquela de Paulo Freire, em que as coisas não se resignam e que o sertão, apesar das suas impossibilidades, cultiva gente que sonha.

Baleia está no céu dos cachorros, de um deus que permite que cachorros entre no reino celeste e não admitem a exploração dos pequenos e oprimidos.

Lívia 30/03/2024

A literatura
Não há palavras para descrever o sentimento que é ler Vidas Secas. O livro acompanha uma família de retirantes nordestinos, com um ciclo fixo perceptível quando se lê a obra completa. É um excelente repertório para diversos temas, como por exemplo a desigualdade social e a exploração da mão de obra do trabalhador (Fabiano)

Dora ð 30/03/2024

Vidas Secas, um clássico nordestino
Que livro absurdo! Sou fã de carteirinha da literatura brasileira, mas sempre tive um receio de ler Graciliano Ramos, e agora que li vi que não era nenhum bicho de sete cabeças! Ele é genial e a narrativa, o ambiente, principalmente os personagens são mágicos! A construção da figura do sertão, do vaqueiro e do que significa viver essa vida é tão bem escrito que nem sei porquê demorei tanto pra ler.

Confesso que o vocabulário regional do livro me perdeu um pouco algumas vezes e minha edição antiga não ajudou nada, pessoas que não estão familiarizadas com esse dialeto com certeza vão ter certa dificuldade. Então posso dizer que ser nordestina me salvou nessa leitura (rs)!

De todo modo, recomendo horrores esse livro, não só por ser um clássico nacional, mas também por abordar alguns temas que todos deveriam ter conhecimento um dia!

Keth 30/03/2024

BALEIAAAA ?
Sempre ouvi falar muito bem desse livro, queria ler mais nacionais e acabei nele. É muito bom, queria mais dele. Conta a realidade de uma família no sertão que tem pai, mãe, dois filhos, um pássaro e baleia, a cadelinha. Dramático. Real. Leiam!

Rafa569 30/03/2024

#10: Vidas Secas - Graciliano Ramos

Baleia, a cachorra mais famosa da literatura brasileira! Em Vidas Secas acompanhamos a família de retirantes nordestinos Fabiano, sinha Vitória e seus filhos, o filho mais novo e o filho mais velho, além da cachorrinha Baleia.

Os capítulos são narrados a partir da visão de cada uma das personagens e a história é bem dura, ou como o próprio título faz referência: uma história de vidas secas. Secas de água, de comida, de perspectiva, mas ainda assim cheia de sonhos, como o de sinha Vitória que sonha com uma simples cama adequada para dormir. Até mesmo o episódio da morte da cachorra Baleia a descreve agonizando em meio a delírios, sonhando com preás. E sim, este é um dos capítulos mais tocantes, pois Fabiano decide matar a cachorrinha ao perceber que ela estava com hidrofobia (raiva) além de muito magra e doente, cheia de feridas. O próprio nome Baleia é uma ironia e uma resenha que li chamou atenção para um ponto: a cachorra é um personagem central e recebe mais características humanas que os próprios humanos, como um nome, que as próprias crianças não tem, são apenas referidas como o filho mais novo e o mais velho.

Em meio a carência até mesmo de vocabulário, o que leva Fabiano a não conseguir se expressar e passar por episódios humilhantes, esta família continua sonhando e buscando forças para não se entregar à realidade dura, triste e seca de suas vidas. O livro começa e termina da mesma forma: como uma nova migração, deixando o velho para trás e partindo em busca de uma nova terra, de novas oportunidades.