Ana Júlia Coelho 28/01/2024Vocês já pararam pra pensar em como os países são limitados por conta de suas localizações e seus climas? Parece algo óbvio, mas só parei pra refletir sobre, ao pegar esse livro.
O autor trouxe 10 capítulos abordando diferentes regiões ou países e explicou o máximo possível sobre cada um deles. Eu, que sou extremamente leiga em assuntos ligados à política, consegui compreender melhor sobre porque o mundo que conhecemos é desse jeito. Uma coisa ou outra eu já compreendia, já que os conflitos atuais fazem com que seja necessária a apresentação de contextos históricos nos jornais, mas gostei do jeito que o autor trouxe esses aspectos ao longo do tempo.
Além dos conflitos entre países que compartilham fronteiras, o autor foi além: trouxe ao leitor a dificuldade – ou facilidade – do desenvolvimento de algumas regiões. Algumas coisas óbvias que, novamente, só fui perceber ao abrir o livro, me deixaram chocada ao perceber como o clima, a vegetação, o ambiente onde o país está localizado influenciam diretamente em como ele vai se desenvolver. Um exemplo que fiquei ‘uau’ foi o do Egito: por ter um clima totalmente inadequado para o surgimento de árvores, ele nunca foi capaz de se lançar como uma grande potência marítima.
Também é legal conhecer a origem de algumas disputas de territórios e como as grandes potências realmente mandam e desmandam no mundo. O continente africano e o Oriente Médio foram basicamente divididos com base em caprichos europeus, sem levar em conta a cultura e a geografia dos locais que seriam divididos. Isso gerou conflitos ao longo de décadas, porque um bonito sentado na Europa decidiu que, daquele dia em diante, tal e tal grupos étnicos teriam que conviver em paz porque dividiriam a mesma terra. E aí, quando o conflito fica acalorado, vem o abençoado e diz ‘crianças, não briguem’.
Foi muito interessante acompanhar a definição do mundo ao longo dessas páginas, mesmo que os eventos narrados se encerrem em 2017. Muita coisa foi projetada até 2020, mas veio pandemia, e agora 2 guerras, e seria legal um segundo volume sobre a concretização ou não das coisas apontadas pelo autor. Em alguns momentos ficou difícil entender o que ele queria dizer, principalmente os conflitos no Oriente Médio por conta de tantos povos e tantas religiões, que eu precisava voltar e reler. Único defeito real que encontrei no livro era a falta de divisão entre os temas. Em uma hora ele tá falando do México, no parágrafo seguinte já cita o Brasil e desenrola sobre o país, ou então pula de guerra para expansão marítima e em seguida já tá falando da cultura da região, então isso acaba ficando confuso.
Para mais resenhas, me siga no instagram @livrodebolsa