Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana

Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana Sigmund Freud




Resenhas -


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Lua 02/03/2022

Muito bom!
"Nenhum ser humano é capaz de guardar segredo. Se a boca se cala, as pontas dos dedos falam." Essa é a frase de Freud que resume bem toda a análise feita nesse livro. Nossos lapsos de fala, escrita ou leitura, os esquecimentos, os pequenos enganos, as ações no dito "automático", todas elas de alguma forma revelam o nosso eu, aquilo que verdadeiramente pensamos. Um livro muito interessante de se ler!
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Paulo Silas 25/02/2020

Coisas que são ditas por engano na verdade significam algo. Palavras que são trocadas por outras parecidas possuem um algo além do mero equívoco da fala. Algo que foi lido de maneira diversa daquilo que está escrito pode significar alguma coisa outra que não apenas o resultado de uma leitura apressada ou desatenta. Os esquecimentos nem sempre são apenas esquecimentos. Os enganos em geral podem ter uma explicação mais profunda do que costuma se imaginar. É sobre esses e tantos outros lapsos que Freud se debruça em "Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana", demonstrando de que forma o inconsciente opera e age na formação desses. É um livro, portanto, que trata desse fenômeno que em todos se faz presente, apontando por meio de diversos exemplos do cotidiano as motivações inconscientes que residem nos atos falhos do dia a dia.

A obra funciona como uma espécie de coletânea de várias histórias reunidas pelo autor em que é explicado como e quando o inconsciente opera através de lapsos de fala, de escrita e de leitura - além de tantos outros diversos erros, esquecimentos e afins. Esses lapsos, aparentemente sem razão, possuem um sentido inconsciente por trás que explica as razões de acontecerem, dizendo muito mais sobre a pessoa que os tem de que se pode imaginar. Freud categoriza esses erros, por assim dizer, nos capítulos presentes no livro, dividindo-os como esquecimento de nomes próprios, esquecimento de palavras estrangeiras, esquecimento de nomes e sequências de palavras, sobre lembranças de infância e lembranças encobridoras, lapsos de fala, lapsos de leitura e de escrita, esquecimento de impressões e propósitos, enganos, ações sintomáticas e casuais, erros, atos falhos combinados e determinismo, encerrando a obra com alguns pontos de vista e a refutação de algumas superstições. Como aponta Edson Souza no prefácio dessa edição da obra, "Sobre a psicopatologia da vida cotidiana é, ao mesmo tempo, um dos textos de fundação do método psicanalítico e um documento da própria história da psicanálise", merecendo assim uma atenta leitura.

Apontada como uma das obras mais acessíveis de Freud, pois além de ser escrita numa linguagem mais fluida e acessível, conta com diversos exemplos concretos vivenciados por pacientes, amigos, colegas de profissão e inclusive pelo próprio autor que auxiliam a compreender com clareza a forma com a qual o inconsciente opera nas situações narradas, "Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana" evidencia que algumas verdades incômodas podem ser reveladas pelo inconsciente através dos lapsos e atos falhos, de modo que através dessa forma de se expressar acaba entregando aquilo que o Eu evita transmitir - estando ou não ciente disso. O acaso, o fortuito, o não aparente, o descuido ou qualquer outro fenômeno aparentemente simples e sem qualquer conotação que surge no dito e no não dito de todas as pessoas pode, na verdade, caso devidamente analisado, acabar por revelar alguns tantos significados. É o que Freud demonstra nessa excelente e convidativa obra, que faz com que o leitor além de compreender melhor a dinâmica do inconsciente, passe a desconfiar dos lapsos, atos falhos e afins que o circundam - os dos outros e os seus próprios.
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