Mas Não Se Mata Cavalo?

Mas Não Se Mata Cavalo? Horace McCoy




Resenhas - Mas não se matam cavalos?


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Lista de Livros 13/09/2023

Lista de Livros: Mas não se Matam Cavalos?, de Horace McCoy
“Não existem experiências novas na vida. Alguma coisa pode acontecer que você acha que nunca aconteceu antes, que você acha que é novidade, mas é um engano. Basta você ver, ou sentir um cheiro, ou escutar alguma coisa para você entender que essa experiência, que você pensou que era nova, já aconteceu antes.”
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Sthef 15/08/2023

É...não é tão marcante quanto ao filme, mas é até que legalzinho. Não curto muito a falta de desenvolvimento de secundários, e também não me agrada a falta de elaboração do sistema. Mas é isso.
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Kauane.Sopchaki 10/02/2023

"Eu a amava, então a libertei"
Começamos o livro com um assassino no tribunal, achamos de início algo bárbaro, para no fim entendermos o quão piedoso ele foi. Robert, o futuro réu, conhece Glória, mórbida, taciturna. Ambos vão para uma maratona de dança, algo comum nos anos 30, em que competidores dançavam, literalmente, até a morte, por um prato de comida e teto pra morar. A maratona em questão acontece durante grande parte do livro, com a dança fazendo analogia a vida e a vontade de viver, que aos poucos vai se esvaindo assim como as danças que cada vez menos parecem danças de fato.

Antes do "crime" Robert lembra de quando, ainda criança, na fazenda de seu avô, havia uma égua. A égua em questão sofria cada dia mais, até que com a intenção de dar um fim a esse sofrimento, seu avô matou-a. Porquê então, com os humanos seria diferente?

"O promotor público estava enganado quando disse ao júri que ela morrera em agonia, sem amigos, sem outra companhia senão a de seu brutal assassino, ali, naquela noite negra à beira do Pacífico. Ele estava enganado, tanto quanto um ser humano pode estar. Ela não morrera em agonia. Estava em repouso, numa grande felicidade e sorria? Foi a primeira vez que a vi sorrir."
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Ticiane 26/10/2022

Memorável
É um livro pequeno mas impactante, retrata uma parte cruel do passado norteamericano de um jeito difícil de esquecer. Mostra a que ponto se vai por necessidade num período de desesperança e quão cruel se pode ser por mero entretenimento.

Nunca ouvi falar dele antes, o descobri por estar listado como similar a outro livro que não me lembro, talvez As Vinhas da Ira ou The Yearling. Acho que ele merece mais reconhecimento, é um verdadeiro clássico. Não vi o filme, mas pretendo.
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Dyonathan 29/11/2020

Esse é um daqueles livros que você fica refletindo sua história por meses. Um de meus prediletos.
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Paulo Sousa 21/09/2020

Leitura 41/2020 [Lista #1001livros]
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Mas não se matam cavalos? [1935]
Orig. They Shoot Horses, Don?t They?
Horace McCoy (EUA, 1897-1955)
L&PM, 2007, 130 p.
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?Não existem experiências novas na vida. Alguma coisa pode acontecer que você acha que nunca aconteceu antes, que você acha que é novidade, mas é um engano. Basta você ver, ou sentir um cheiro, ou escutar alguma coisa para você entender que essa experiência, que você pensou que era nova, já aconteceu antes? (págs. 51/52).
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A lista não decepciona! ?Mas não se matam cavalos?? é prova disso. Um livro bastante curto, que conta o dia a dia de um evento, uma maratona de dança ininterrupta, a cujo prêmio de mil dólares é o objetivo de várias duplas. Uma dessas duplas, Robert e Gloria, são dois artistas de cinema mal fadados que buscam uma nova chance em Hollywood mas que, sem trabalho, se submetem àla fatigantes sessões de dança. Roberto sonha produzir o próprio filme; Gloria, uma atriz decadente, quer ter uma nova chance na carreira. Depois de dias extenuantes dançando, vários casais vão sendo desclassificados mas os dois, apesar do cansaço, perseveram. A poucos dias do fim do concurso, uma tragédia acaba encurtando a maratona de danças. É quando Glória toma a mais difícil decisão da sua vida.
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O escritor Horace McCoy legou um romance que reflete o tempo em que viveu, quando ideais e sonhos foram destroçados pela Depressão americana. O lado trágico da história mais a figuração das agruras do entretenimento americano é o pano de fundo de um livro tão pequeno, trágico e bonito.
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Locimar 03/08/2020

A noite dos desesperados
Li o livro e vi o filme. Ambos se completam. Uma aula de história! Depois deste já li "Luzes de Hollywood". Horace busca quase sempre trabalhar com os deserdados da terra! Aprecio este escritor e sua linguagem concisa.
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Tatiane 07/11/2019

Escrevi sobre esse livro em outubro de 2017. Resolvi colocar aqui.
Um livro perturbador caiu em minhas mãos na quarta-feira passada. Adoro essas surpresas, porque é bom ler coisas diferentes, que não estariam naturalmente em meu caminho, se não fosse o inusitado.

Em um bate-papo com um colega de trabalho, professor de filosofia, tomei conhecimento do início de Mas não se matam cavalos?, de Horace McCoy. A história já começa com Glória assassinada pelo seu amigo Robert, que está sendo julgado por isso. Ambos são os protagonistas da novela que será contada com o recurso do flasback.

Ouvindo meu colega e folheando o livro, fiquei impressionada com a trama que ele anunciava, com a aridez das palavras e com a simplicidade dos períodos curtos, certeiros, que rapidamente visualizei nas primeiras páginas. Fui abduzida de primeira. Pedi emprestado para lê-lo.

As menos de 130 páginas, que não dariam 40 em tamanho A4, foram rapidamente devoradas, mas isso não significa que foi uma leitura fácil. Ao contrário. O texto é rascante do início ao fim. Árido, duro, intensamente desconfortável.

Por que não o descartei, então?

Porque o que é retratado ali precisa ser pensado hoje. A leitura foi imensamente desconfortável por apresentar questões perturbadoras e desconcertantes. A frieza das palavras e a aridez da narrativa fazem parte da trama. Estão em total consonância com a dureza da vida dos personagens. E o incômodo aumentava conforme mergulhava na temática que se desenrolava aos meus olhos.

A novela se passa poucos anos após a quebra da bolsa americana de 1929. Naquela época, as maratonas de dança eram moda nos EUA. E é exatamente durante uma dessas maratonas, algo em torno de 1000 horas de dança com brevíssimos intervalos para descanso, alimentação e higiene pessoal, que a história se desenrola.

O que me impactou profundamente foi perceber o absurdo da exposição dos pobres, que só buscavam no evento ? no qual dançavam até cair ? uma forma de sobrevivência, enquanto os ricos se deleitavam e se divertiam olhando aqueles que se submetiam a tamanha humilhação, sem enxergar o sofrimento deles. A oposição entre esses dois grupos sociais é explícita em cada situação degradante narrada e se confirma nas falas do responsável pela maratona, que, de um lado, cativa patrocinadores, faz propagandas, promove espectáculos, para girar o motor de um negócio bastante rentável; de outro, expõe, de forma humilhante, os competidores, como se fossem animais a quem dão ração para engordarem e ficarem mais ?apetitosos?: ?As senhoras não compreendem direito ? disse Socks. ? Não há nada de degradante nesta competição. Ora, os jovens adoram. Todos ganharam peso desde que a competição começou?? (2007, p. 91)

Ver que na animalização do pobre há uma canibalização social visível mas ignorada, porque não interessa aos estabelecidos mudar a sua situação; ver a conjunção de fatores que leva uma pessoa ao desespero para chegar a pedir que alguém a mate, porque nem coragem nem força tem para fazer isso por conta própria, nem muito menos tem condições de refletir sobre o absurdo de querer tirar a própria vida; ver, ainda, que a justificativa para a morte é o fato de a vida ser tão dolorosa, tão sofrida, tão indigna, que acabar com ela é condição única de exterminar todo o sofrimento? tudo isso provocou em mim náuseas e um sentimento de não pertencimento desta humanidade patética, cruel e antropofágica.

A maratona de dança nada mais é do que uma claríssima metáfora da luta pela sobrevivência, na qual a única certeza é a morte, porque a chance de mudar de status social é quase nula. Se a morte é certa e o sofrimento, absurdo, por que não antecipá-la? Por que não sacrificar uma vida que nada mais tem a acrescentar?

Robert justifica o assassinato de Glória, para si mesmo, lembrando-se do sacrifício de Nellie, sua égua, quando quebrara a pata. Ele, criança, entendeu que mantê-la viva seria prolongar sua dor e sofrimento. Manter, da mesma forma, Glória viva também seria prolongar sua dor e sofrimento.

Mas não se matam cavalos?

Sim, matam-se cavalos. E humanos colocados à margem de uma dignidade mínima também. Todos os dias! Embora, na maioria das vezes, isso não ocorra com um tiro certeiro na cabeça.

McCoy, Horace. Mas não se matam cavalos? Porto Alegre, RS: L&PM, 2007.

OBS.: Nos tempos loucos que vivemos hoje, é importante destacar que este livro, em momento algum, faz apologia a suicídio ou a assassinato. Ao contrário! Ele levanta uma reflexão social sobre o ser humano e faz uma crítica contundente à desigualdade social e às condições precárias e desumanas nas quais os pobres (sobre)vivem.

tatiandoavida.com
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Henrique 02/08/2018

Um retrato das maratonas de dança no período da grande depressão nos Estados Unidos
O livro conta a história de Gloria e Robert, um casal que se conheceu na cidade de Los Angeles em pleno período de depressão econômica. Desiludidos e cansados das muitas portas fechadas em Holyood (ambos tinham o sonho de tornarem-se atores), resolveram participar de uma maratona de dança, visando ganharem o prêmio destinado ao casal vencedor da competição. Tais maratonas de dança eram muito comuns nos Estados Unidos nessa época e, apesar de terem começado na década de 1920, de maneira lúdica e menos cruel, foi no período da grande depressão (pós 1929) que tais competições mudaram de tom, e o que era antes um evento lúdico de resistência de dança (que durava em média 24 horas), tornou-se um evento macabro de espetacularização da miséria humana, onde pessoas desesperadas pelo prêmio passavam meses dançando agonicamente, lutando diariamente contra os seus próprios limites, com a esperança de, quem sabe, serem os mais resistentes dançarinos da competição e ganharem o prêmio em dinheiro oferecido pelos organizadores do evento. E todo esse show de horrores acontecia aos olhos de centenas de pagantes que os assistiam diariamente, ávidos por presenciarem acontecimentos bizarros que geralmente ocorriam com os dançarinos ao longo da competição (como desmaios, ataques de histeria e alucinações).
Ácido, atroz e chocante. Um bom livro, que retrata um triste período da história da humanidade e não nos deixa esquecermos o quão cruel pode tornar-se o ser humano em períodos de crise, escancarando a fragilidade do alicerce sobre o qual está pautada a nossa dita "civilidade".

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Simone.GAndrade 07/04/2018

Decadência humana...
Mas não se matam cavalos? (1935), do escritor Horace McCoy. Um livro que reflete a decadência dos anos 30, a grande depressão. Grande parte da população sem emprego, sem alimento e sem dignidade, o desespero prevalece, e as maratonas de dança surgem para satisfazer um público cada vez mais ávido, onde o sofrimento alheio era uma forma de se sentir melhor e esquecer a crise, enquanto para outros, as maratonas eram uma garantia de comida e abrigo, além da possibilidade de ganhar o grande prêmio em dinheiro. Essas maratonas podiam durar meses, levando a óbito alguns participantes, eram tempos difíceis, o próprio autor passa por momentos complicados. E diante desse cenário trágico, algumas lições são importantes: Mesmo nas maiores dificuldades da vida não devemos perder a humanidade, o amor ao próximo e o respeito, pois sem esses elementos só nos restam a barbárie, desesperança, desalento e a decadência civilizacional muito bem retratados nesta obra, que surgiu no ápice da grande depressão.
Essa frase sintetiza muito bem esse livro ?A humanidade é uma grande esperança perdida. Cada homem está trancado dentro de si mesmo e sua alma é semelhante a um poço onde só o sofrimento vive e se agita?. (Tennessee Williams).
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Diogo Hilário 02/05/2017

Livro muito bem escrito, principalmente pela capacidade sintética do autor. A história é narrada pelo personagem principal como uma lembrança da história que o levou a cometer o crime do qual está sendo julgado. O contexto pós depressão econômica é apresentado em um clube onde pessoas dançam para entreter o público e ganham míseros trocados para sobreviver, na expectativa de um dia serem vistos, reconhecidos e contratados para o mundo do cinema de Hollywood. É interessante ver como os empresários se utilizam do evento para se promoverem através de patrocínios, mas não se dispõem a empregar os participantes. A completa falta de perspectiva é constante para os casais, que são eliminados aos poucos do concurso. Todo o contexto e o desenrolar da história permite o leitor compreender, de certa forma, a motivação do crime. Ainda assim, acho que, mesmo com toda a síntese de apresentação, desenvolvimento, uma boa ideia escrita em um texto curto e sem linguagem rebuscada, o autor poderia ter aprofundado mais na questão psicológica dos personagens submetidos àquela desumanização.
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Qlucas 22/01/2016

Que livro é esse?
Nossa, esse livro é incrível! É daqueles que tu termina e fala queria ter escrito esse livro!
O livro já nós oferece o desfecho dos personagens, mas não por isso perde a empolgação até o clímax, talvez o livro em si seja um climax.
O título que não fazia o menor sentido , ficou na mente: Mas não se matam cavalos?
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@solracdantas 04/09/2015

Um livro morbidamente lindo!
O Autor avalia em termos comparativos, em um campeonato de dança amador, o desespero humano na figura de Glória, a insatisfação dela com o mundo e, por outro lado, pode-se enxergar a figura do outro protagonista como o conformado com o viver, o que reluta em todas as circunstâncias para manter-se vivo. No fim das contas o pessimismo vence na pessimista e o otimista é traído por uma boa ação relativa.
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Mário 16/06/2014

Esse romance narra retrospectivamente os momentos que antecederam um assassinato consumado no transcorrer de uma árdua maratona de dança, recheada de casais esperançosos por oportunidades que até mesmo dançavam pelos pratos de comida que diariamente eram ofertados aos participantes da disputa.

Mas apesar do início promissor o enredo não decola, deixando o leitor com uma expectativa não confirmada de que a morte anunciada se daria por uma razão menos óbvia.

Vale registrar como ponto alto o diálogo final que se reporta ao título do livro.

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Pseudokane3 15/02/2011

'Ipsis literis' de mim mesmo:
Apesar de não ser um romance de todo avassalador – alguns detalhes do enredo funcionam melhor para quem experimentou por dentro as mazelas estadunidenses descritas pelo autor – tornamo-nos cúmplices por completo do protagonista-narrador, cumplicidade esta que anseia para ser verificada por mim no filme de Sydney Pollack dele derivado, em que Jane Fonda faz o papel da violentamente depressiva personagem Gloria. Porém, o que mais me surpreendeu durante a leitura do livro, para além da inteligente divisão dos capítulos, entrecortada pela sentença de pena capital atribuída contra o protagonista, foi a minha completa ignorância em relação ao diretor hollywoodiano Robert Boleslawski, realizador de “O Jardim de Allah” (1936), filme este que eu anseio para ver o quanto antes, mas não tanto quanto anseio para ver “A Noite dos Desesperados”. Depois eu adiciono um porquê...

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