Baratas

Baratas Scholastique Mukasonga




Resenhas - Baratas


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Bookster Pedro Pacifico 04/02/2024

Baratas, de Scholastique Mukasonga
“Baratas” é o termo pejorativo para se referir ao povo da etnia Tusti pelos Hutus, que são a maioria em Ruanda. A perseguição ao grupo minoritário era tão intensa que resultou em um massacre no ano de 1994, que vitimou brutalmente quase 1 milhão de pessoas em um período de apenas 100 dias. O Genocídio de Ruanda, como ficou conhecido, é um dos mais brutais acontecimentos da História recente.

A autora nasceu em Ruanda mas conseguiu fugir a tempo e sobreviver ao genocídio. No entanto, a maior parte da sua família não teve a mesma sorte e acabou se tornando mais um dentre tantos Tutsis mortos. E é justamente essas memórias de uma sobrevivente que encontramos em “Baratas”, um texto autobiográfico que alcança as mais antigas lembranças de Scholastique para nos criar um panorama pessoal sobre a escalada da perseguição ao seu povo.

O livro é, por si só, um ato extremamente corajoso, já que a autora precisa revisitar muitos acontecimentos relacionados à morte de sua família e ao medo constante que viveu em um grande período da sua vida. O principal objetivo era sobreviver, desde a sua infância, enquanto seus pais tentavam dar aos seus filhos uma vida o mais normal possível em um ambiente de total insegurança e sem poder chamar a atenção. Algo impossível, que termina na fuga da autora de sua própria terra.

É o meu terceiro livro de Scholastique e fico impressionado com a capacidade da autora de impactar o leitor. A leitura é difícil, com passagens que incomodam por revelarem o grau de violência enfrentado pelos Tutsis. Na minha opinião, é necessário conhecer mais sobre esse acontecimento histórico tão triste e recente, mas que ainda é pouco conhecido por nós. Fica até difícil acreditar que de trata de uma história real. A sensação de revolta é inevitável.

Nota 9/10

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nay.gba 04/02/2024minha estante
Fui ontem na sua palavra, tava cheia a sala, mas te ouvi um pouquinho encostada na lateral. Parabéns! ??




Janaina Edwiges 02/11/2020

“Não me resta nada a não ser a lancinante recriminação de estar viva em meio a todos os meus mortos”
Há muito tempo, quando assisti pela primeira vez o filme Hotel Ruanda, aprendi sobre um dos maiores crimes contra a humanidade. Em 1994, em um período de apenas 100 dias, 800 mil pessoas da etnia tutsi foram assassinadas por membros da etnia hutu. Um genocídio cometido entre os ruandeses, pelos ruandeses, mas com raízes em uma distinção criada e alimentada durante muito tempo pelos colonizadores belgas. Na época, a comunidade internacional foi omissa e não impediu o genocídio. Ruanda estava abandonada!

Ao longo do livro, acompanhamos a trajetória de Scholastique Mukasonga e sua família em um comovente relato autobiográfico, que se inicia no fim dos anos 50. Scholastique era apenas uma criança de três anos, mas já observava os crescentes atos de discriminação, ódio e violência contra os tutsis, que se intensificavam cada vez mais. O tutsi era considerado um inseto, uma barata (inyensi) e ao serem transformados em algo menos que humano foi mais fácil serem exterminados, sem nenhum remorso.

Baratas, primeiro livro da trilogia, é forte, sensível, mas extremamente necessário, porque não podemos fechar os nossos olhos para as atrocidades que acontecem com os outros, seja onde for. É inadmissível que o mundo de hoje seja incapaz de impedir quaisquer genocídios.
Janaina Edwiges 02/11/2020minha estante
Trilogia sobre o genocídio de Ruanda escrita por Scolastique Mukasonga:
1 - Baratas
2 - A mulher de pés descalços
3 - Nossa Senhora do Nilo


Ferreira.Souza 12/01/2021minha estante
relato pessoal de uma trajeria , mas não é um romance , isso é puro jornalismo , bem talentosa , indico




Raphaela Luiz 26/04/2024

Somavam-se 37.
“Jamais trai os meus, era por eles que eu deveria seguir o longo atalho do exílio “ Nas últimas paginas do livro, a autora deixa transparecer a culpa que sentiu por ter saído e deixado sua família. E isso traz outra visão e interpretação pra leitura. Não é uma leitura fácil. Além de todas violências relatada, tive dificuldade em entender historicamente os acontecimentos e geograficamente os deslocamentos. Não conheço nada sobre os países africanos. A generalização do continente como uma única África faz com que, propositalmente, sejam fechados os olhos para o que acontece em alguns países. A autora chega mencionar ajuda da ONU, mas que foi exclusivamente para tirar os brancos - em missão- do território.
Leitorconvicto 26/04/2024minha estante
Tema forte e importante




Layla.Ribeiro 27/05/2021

Ei, você precisa conhecer essa história.
Vocês sabiam que houve um Genocídio na qual 800.000 pessoas (homens,mulheres,crianças e fetos)em apenas 100 dias foram assassinadas a golpes de facão por questões étnicas em 1994? As mulheres então antes eram estupradas, torturadas e se tivesse grávidas eram estripadas até morrer a golpes de facão. Pois bem, eu não conhecia esse lado da história e estou chocada, mas como assim muita gente não sabe? Será que é porque esse acontecimento se passou em uma país africano, Ruanda? Pois bem, esse livro autobiográfico conta essa história de terror na qual a autora perdeu quase todos os membros da sua família e escapou por não está no país na época. A ONU já existia nos anos 90 e o que eles fizeram? Bem, retirou os religiosos, os missionários brancos e os estrangeiros, APENAS, bem triste essa situação, assim como o Holocausto, esse deve ser um acontecimento que TODOS deveriam conhecer, refletir e se indignarem. E esse livro pra mim foi importante para isso, e apesar de um relato bem pesado, é necessário você ler.
gabriella.malta 27/05/2021minha estante
Preciso ler esse livro! Amei Senhora dos pés descalços




Rond 28/07/2020

Um memorial de uma ruandesa às vítimas do genocídio contra a etnia tutsi em Ruanda.
"Baratas", originalmente lançado como "Inyenzi ou les Cafards", é um livro poderoso de Scholastique Mukasonga que presta um memorial comovente às vítimas do genocídio contra a etnia tutsi em Ruanda. Publicado em 2006, a obra mergulha nas experiências pessoais da autora durante o conflito Hutu-Tutsi que assolou o país em 1994. Mukasonga chama o livro de "túmulo de papel", uma forma de homenagear aqueles que ela perdeu durante o genocídio.

A narrativa começa com Mukasonga sentada em sua cozinha na França, relembrando e lamentando aqueles que se foram. Ela se dedica a nomear e relembrar constantemente, buscando manter viva a memória daqueles que já não estão presentes. Nos transporta para sua infância nos anos 1950, uma época em que os nacionalistas hutus haviam alcançado o poder. Sua família tutsi é forçada a se deslocar de sua casa para comunidades cada vez mais pobres, vivenciando deslocamentos e enfrentando o preconceito étnico.

Em determinado momento, a autora e seu irmão fogem como refugiados para o Burundi, onde constroem uma nova vida. Mukasonga se torna assistente social e seu irmão se torna médico. Ambos conseguem estabelecer novas vidas, mas cada visita a Ruanda traz consigo um aumento do perigo. Quando ocorre o genocídio, a família de Mukasonga é morta, assim como quase todas as pessoas que ela conhecia em Ruanda.

"Baratas" termina com uma lista fragmentada de nomes e memórias, representando uma dolorosa lembrança de todos os que foram perdidos. Mesmo diante da escuridão da morte e da destruição, as memórias de Mukasonga ainda encontram luz na noite iluminada pela lua cheia de suas lembranças, onde as mulheres estavam ocupadas ao redor das pedras do fogão e as crianças brincavam alegremente. No brilho da noite de sua memória, todos ainda estão lá.
Vania.Cristina 18/06/2023minha estante
Que interessante!...




Olgashion 15/10/2023

Uma visão de alguém que foi expulso do seu próprio país e perdeu a família no genocídio da Ruanda. E no seu exílio foi tratada como menos que uma humana, como uma barata
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Camila.Felippio 14/11/2023

Relato de morte
Q história triste, de violência, de desamparo. Como imaginar q esse tipo de discriminação e brutalidade algum dia pode ter acontecido. Mas, infelizmente não foi imaginado, mas tudo vivido. Está história eh um soco no estômago.
dudaemg 14/11/2023minha estante
e o pior é a gente ver que isso não teve praticamente nenhuma veiculação na mídia né, eu inclusive só fiquei sabendo desse genocídio através desse mesmo livro quando ele era a leitura do clube que eu participava




Alex 15/02/2023

Genocídio Ruanda
E inimaginável pensar que no final do século XX, mesmo após ter passado por tantas guerras e todo o tipo de crueldade, veríamos algo como o genocídio em Ruanda em 1994. É claro que tem dedo de colonizadores europeus! Foram lá explorar um pouco e brincar de fazer história, e o resultado foi o que vimos: vizinho matando vizinho com facões.
O livro conta a história de uma mulher passou por todas as etapas desse horror e que consegue boa aproximar de suas memórias como se estivéssemos lá.
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Kelly.duarte 01/03/2022

Eles nos chamavam de inyenzis, as baratas.
Praticante uma biografia, o livro vai contar o trajeto da autora no tempo que vivia na Ruanda, com a família, todas as dificuldades, preconceitos e mais tratos. O livro e intenso e podemos notar isso pelo título "Baratas" que era o modo compra os tutsi eram ou são tratados. Uma rivalidade muito antiga entre povos de um mesmo país vamos acompanhando tudo que a família vai passando desde que são obrigados a saírem de sua casa. Achei o livro tenso porém senti falta da emoção, as vezes lia cenas muito tristes, mas sem sentir nada. Porém o livro me abriu os olhos para fatos até então desconhecidos, e já estou estudando mais sobre os acontecimentos.
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Joao.Ricardo 23/04/2020

Ótimo livro, pesado, mas vale a leitura.
"Baratas" é sem dúvida um dos livros mais fortes, sensíveis e pesados que já li. Eu realmente não tenho capacidade de explicar nada do livro sem colocar algumas frases da obra aqui:

"E as mães tremiam de angústia ao trazer ao mundo um filho que se tornaria um inyenzi, que seria passível de humilhação, perseguição, de ser impunimente assassinado". (pg. 133)

"Em vez de deixá-lo morrer, seus carrascos fizeram com que fosse curado para torturá-lo à vontade. Durante vários dias, na comuna, cortaram-lhe membro por membro com facão". (pg. 138)

"Um sobrevivente, não sei se do holocausto ou do genocídio dos tutsi, disse que os sobreviventes do genocídio eram subviventes". (pg.136)

"E, no entanto, minha família viveu lá, na humilhação, no medo de cada dia, na expectativa daquilo que aconteceria e que não sabíamos nomear: genocídio". (pg.51)

"Ali, foram massacrados no dia 14. Eram de cinco a seis mil. Na véspera, militares da força ONU, a MINUAR, vieram retirar os religiosos e os missionários brancos". (pg. 143)

"Mas preferíamos muito mais correr o risco de encontrar um elefante ou um búfalo a cruza com um caminhão militar". (pg. 70)

Enquanto o livro anterior nos mostrava as tensões e o sistema pré-massacre, Baratas nos revela uma narrativa de vida do que é ser vítima de um genocídio.
É chegado o momento que mães não querem mais ter filhos, pois sabem que serão vítimas da intolerância e violência pelo simples fato de terem nascido.
Pessoas são torturadas e isso será comum. Será praxe ficar, durante dias cortando cada membro de um professor universitário, com seu filho assistindo a cena grotesca, pelo simples fato de ele ser considerado diferente.
Torna-se subvivente depois de ter sido humilhado e amedrontado dia após dia.
Todos lhes viram as costas e você passa a temer aqueles que lhe deveriam proteger.
A obra de Scholastique é capaz de revelar a complexidade do sistema repressivo institucionalizado e suas atrocidades. É um referencial para que isso não ocorra mais. Temos consciência de que eventos como esses podem se institucionalizar em qualquer lugar do mundo e não podemos ser indiferentes, tolerar, preterir ou cogitar essa realidade quando nos bate a porta.
Boas leituras.
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andrealog 24/07/2021

Prepara o lenço
Não há como ler essa história sem chorar, sem se indignar, sem sofrer. Saber que tudo o que é contado ali são fatos reais, não é uma novela, um romance, são pessoais reais submetidas a horrores reais sobre os quais o mundo sabe quase nada.
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Margô 08/01/2022

Memórias de sangue.
Pra começar, eu pouco sabia sobre o genocídio ocorrido em Ruanda entre Hutus e Tutsis, ( e ainda continuo desconhecendo muito do que se diz...), e ao ler Baratas, a história assumiu à minha frente outra vertente, pelo testemunho de uma jovem ruandesa, aviva-se os contornos de horror e sangue, em uma guerra étnica que creio que jamais será superada.
Assisti Hotel Ruanda, e nunca pensei que a carnificina tivesse uma maior amplitude!

A escritora Escohlastique Mokusuanga tem a generosidade de trazer muitas informações da cultura do seu povo, do cotidiano difícil, das falas de sua mãe, dos poucos momentos de felicidade da sua infância, o que nos permite ver que aos sobreviventes, a frágil esperança sempre foi um estandarte que os mantinha vivos.

Mas o ódio funciona como um fogo feroz, às vezes em brasa, as vezes em fortes labaredas, ardendo até que não houvesse mais o que queimar.
É muito válido desenvolver esta leitura. Não podemos desconhecer fatos que são desencadeados pelo sinistro ódio entre humanos que se acham superiores à outros.
É preciso se fazer presente na memória daquele que desejam fincar um ponto final na dor... mesmo que não seja a tarefa mais fácil.
Portanto, recomendo a leitura de Baratas, e de ante mão, aviso que mesmo não sendo uma leitura para o deleite, é uma leitura que permite a mais urgente reflexão sobre as relações humanas.
A África está em nós, brasileiros, e o que diz respeito a este continente, me interessa sobremaneira.
Brava Escohlastique Mokusuanga. O legado da sua família e de seu povo, ganhou um justo registro.
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Helena Guerra Vicente 03/07/2020

Trilogia ruandesa
Uma trilogia necessária. É preciso que todos saibam do genocídio ocorrido em Ruanda em 1994. Scholastique Mukasonga sobreviveu aos horrores de uma guerra civil que culminou no extermínio de mais de 500 mil pessoas, dentre essas, quase toda a sua família, pertencente ao grupo étnico tutsi, vítima de perseguição por parte de um grupo rival, o dos hutus. O título, Baratas (inyenzi), remete ao apelido dado aos tutsis, que deveriam ser perseguidos, humilhados e aniquilados tal como insetos. Baratas foi o primeiro livro escrito por Mukasonga e, talvez por isso mesmo, seja o mais raivoso. É como se um grito estivesse preso na sua garganta. Escrever sobre essa história horrorosa era como uma obrigação de sobrevivente. Curiosamente, os livros seguintes, A mulher de pés descalços e Nossa Senhora do Nilo, dos quais eu já havia falado aqui, foram os primeiros a ser publicados no Brasil. Neles, a autora pinta os horrores da guerra com tintas mais brandas, de forma poética, até.

A genocídio de Ruanda, também conhecido como genocídio tutsi, foi retratado no filme Hotel Ruanda (2004), sensacional, com destaque para a interpretação inesquecível de Don Cheadle. Em 2018, a Netflix voltou a retratar esse triste capítulo da história ruandesa na excelente série Black Earth Rising.
Felipe 03/07/2020minha estante
Muito interessante! Foi para minha lista "Quero ler".


Helena Guerra Vicente 04/07/2020minha estante
Fico feliz!




Dri 15/01/2024

A humanidade sempre muito eficiente em produzir massacres
Faz um tempo que queria vir indicar a Scholastique, mas queria ter alguma coisa pra dizer. E eu não tenho. Queria dizer que precisamos conhecer o passado para não repetir os mesmos erros... Mas eu não acredito mais nisso. Quando terminei Baratas, fiquei me perguntando como pudemos deixar que isso acontecesse em 1994!!! Eu já tinha 5 anos quando mais de 800 mil pessoas foram assassinadas brutalmente. Não está num passado distante. Foi ontem!! Mas a verdade é que a humanidade é muito boa em praticar massacres. Fizemos isso durante a escravização, repetimos no Holocausto, em Ruanda e estamos fazendo exatamente o mesmo com o povo palestino HOJE! Então eu estou indicando Baratas, mas não espero que você aprenda nada com isso. Só leia.
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jdelisiario 29/09/2023

Baratas
Nota inicial: por se tratar de uma história real, que conta a vida da autora e sua família, não darei nota. E abaixo contém spoiler. Só não vou marcar como spoiler desde já, pois quero que esse aviso sobre a nota fique visível para todos. Mas se prosseguir, você encontrará spoiler.

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Meu Deus do céu! Que história mais triste, mas não poderia ser diferente por se tratar de um genocídio de um grupo étnico.

Não tenho palavras para expressar a tristeza que senti em praticamente todas as passagens desse livro.

É uma história real, que a autora sobreviveu, mas nesse meio tempo, perdeu praticamente toda a sua família. Mãe, pai, irmãos, sobrinhos. Sobrou um pequeno grupo que foi testemunha ocular do horror vivido em Ruanda.

Esse foi mais um livro do #desafiobookster2023!
De longe o que mais sofri!

Se tiver oportunidade, leia! É importante conhecermos a história, entendermos que infelizmente estamos à mercê da mente humana e que muitas das vezes, essa mente quer o extermínio de outro grupo, sem se importar com nada!

Liguemos nossos alertas para que isso não aconteça novamente, em nenhum lugar!

#desafiobookster
#leituraTerapia
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