Revista Veja Nº 697 - 13 de Janeiro de 1982

Revista Veja Nº 697 - 13 de Janeiro de 1982



Resenhas - Revista Veja Nº 697 - 13 de Janeiro de 1982


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z..... 28/06/2018

O homem que comprou o Jari
A reportagem de capa tem 11 páginas, sobre a venda do Projeto Jari para grupo de empresários brasileiros, em negociação consolidada em 1982, algo que a revista vinha noticiando de maneira pioneira. É um texto oportuno para interessados nesse estudo.
Destaques para:
- Caracterizações de Ludwig e do Empreendimento Jari: o empresário é comparado a Henry Ford, um dos maiores em seu tempo, também investidor na Amazônia e com colossal fracasso no projeto.
- Motivações para o fracasso e negociação: o texto relata colapso na empresa, com crescentes fracassos no desenvolvimento de projetos (como a rizicultura e extração madeireira) e, principalmente, pela falta de parceria e investimentos do governo em ações na infraestrutura e serviços públicos, custeados integralmente por Ludwig (como educação, saúde, porto, estradas, aeroporto, moradia). O texto relata constantes oposições e recusas de financiamento, algo contornado a partir do processo de nacionalização da empresa, um dos estímulos ao grupo empresarial.
- Há referência ao SNI na Amazônia, agência de informações governamentais na ditadura, como um dos principais opositores, citando-se o comandante deste (nos governos de Geisel e Figueiredo) com medidas que na prática eram xenófobas, mesmo não admitindo.
- O conglomerado que comprou a Jari era composto por 27 empresários, presididos por Augusto Antunes (dono da ICOMI). Interessante que, certamente numa manobra de marketing favorável, são citados como Cavaleiros da Távola Redonda do Capital Brasileiro e seu líder como um heróico Rei Arthur. O grupo se formou em 1977, desde o período demonstrava interesse na negociação, e era composto por 10 bancos, 03 seguradoras, 01 agroindústria, 06 conglomerados ligados à extração ou beneficiamento mineral, 04 empreiteiras e 03 grupos com ações diversificadas (os nomes estão no texto, para quem quiser conferir).
- O principal representante (testa de ferro) era Augusto Antunes, por seu destaque empresarial na ICOMI (de grande evidência na Amazônia) e o grupo tinha também outros como Antônio Ermírio de Moraes. Porém, foi de extrema importância a participação conjunta com o governo na orquestração do andamento da Jari, representada por Delfim Netto (Ministro do Planejamento).
- O texto tem também uma breve biografia de Augusto Antunes, em caráter de vida cotidiana, com destaque para informação de que seu empreendimento teve salto a partir do início da Segunda Guerra (em 1939) e sua persistência em investimento na Amazônia, o que não atraía o capital nacionals, sendo ele o único empresário brasileiro na disputa pela exploração das minas de manganês no Amapá.

Senti falta de referências à questão energética, representada pelo projeto de construção de uma hidrelétrica na região do Jari, e do desastre fluvial do Novo Amapá. Pontos que contribuíram acentuadamente para carências da empresa e propaganda negativa.

Li também outra reportagem da revista, "A Selva Desvendada", mas não era o que esperava. Tem duas páginas apenas e refere-se a um jornalista americano, renomado em seu tempo, que fez reportagens para a TV. Só achei interessante uma citação que não tinha correlacionado, na questão de mitos amazônicos, que mostra o Uirapuru como uma "sereia da floresta". Ah, bom entendedor sabe do que se trata e gostei dessa definição (claro, no campo lendário).
Andressa.Neves 28/04/2021minha estante
Olá, como faço para ter acesso a revista? Consigo encontrá-la digitalizada para download?


z..... 28/04/2021minha estante
Oi! Se tens interesse só na parte da reportagem sobre a Jari, tenho as páginas digitalizadas e posso enviar, bem como de outras edições próximas, nesse contexto.


Andressa.Neves 29/04/2021minha estante
Vou querer sim, se puderes enviar para meu email eu agradeço. andressaneves18@gmail.com




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