Aly 03/01/2021
Carinho é para os fracos
As adaptações do MCU fizeram a gente acreditar que Thanos é "Inevitável" (ele realmente solta uma dessas em Desafio Infinito), que ele é malzão, impiedoso, cruel, calculista e tal. Mas, a verdade mesmo é que ele tem coração, ele ama, e tem suas tentativas de dominação do universo frustradas justamente por que ele tem coração mole.
No último conto de Natal, uma surpresa bem agradável desse encadernado, o próprio Thanos diz "Carinho é para os fracos", mas é justamente por sentir carinho pela filha adotiva, Gamora, por amar a Morte (amar mesmo, de querer passar o resto da eternidade ao lado dela, adorando-a, fazendo dela sua rainha amada), e por se importar com a própria dimensão em que vive (pois é, lembrei dos motivos do Peter Quill por querer salvar a bendita: "porque eu sou um dos idiotas que vivem nela!") que Thanos enfia o orgulho no saco e vai pedir ajuda ao seu maior inimigo, Adam Warlock, responsável por tirar dele sua tão sonhada Manopla do Infinito, pra derrotar Magus, a versão maligna da alma de Warlock (uma zona, só lendo e, honestamente, gostando muito pra entender) que se libertou e agora tomou pra si a função de próximo dominador da realidade como a conhecemos, com muitas coisas cósmicas envolvidas.
Na real, se você vier ler esse volume esperando ver os Maiores Heróis da Terra, Capitão América, Homem de Ferro, Quarteto Fantástico, X-Men e tal nem venha. Essa é uma continuação direta de Desafio Infinito e foca diretamente no conflito Adam Warlock com sua Guarda fo Infinito + Thanos (como aliados, vejam só) + Galactus e o Dr. Estranho (que, eventualmente se aliam ao primeiro grupinho ali) vs Magus. "Mas e os heróis?" você pergunta. Eles participam, sim. Mas se a gente pegasse todas as cenas em que eles estão e simplesmente tirássemos da história, elas não fariam nenhuma falta, entende? Eles estão ali só pra falar que estão. Não digam que eu não avisei (aliás, o Homem de Ferro surge, junto com o Sr. Fantástico e, enquanto Reed Richards reaparece, O Cabeça de Lata nem volta, coitado. Um exemplo extremamente claro de como ele NUNCA foi esse protagonista que é hoje, de como ele sempre foi um herói classe B, mesmo sendo um Vingador - sem bem que quase todo mundo já foi Vingador... - uma pena. Queria saber o que aconteceu com o Tony, tadinho.)
E é isso. A tal Guerra Infinita dos filmes é o Desafio Infinito dos quadrinhos. Não se enganem. A Guerra Infinita dos quadrinhos é meio nhé. Vejamos como a saga se conclui em Cruzada Infinita, se o coração mole de Thanos volta a dar as caras, como o Lado Bom do Warlock vai fazer a história andar e se Warlock vai ter a vida poupada pelo Titã outra vez (pois é, menina, eu disse que o cara de uva tinha sentimento!)