Marla.Monteiro 21/03/2023
Trechos :)
Aprender a considerar a presença de quem quer que seja como um potencial afetado pelas minhas decisões práticas representou um primeiro importante passo para a busca de uma vida feliz em qualquer coletivo de que faça parte.
Sinto-me muito bem toda vez que uma intervenção minha afeta alegremente. Seja quem for. Empatia, simpatia, amor. Chame como quiser.
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Moral e shinsetsu têm um lema comum: toda real transformação do mundo começa dentro de si. Na consciência. Na razão prática. Na convicção íntima. Para além de toda a oportunidade que exija violá-la.
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Agir para melhor a vida de alguém não requer contrapartida alguma. Não há o que compensar. Pelo contrário. Essa entrega dignifica. Vale mais para quem proporciona do que para quem recebe. Enquanto este ganha uma carona, um livro, um sorriso, um auxílio, um abraço, uma saudação, aquele carimba com o selo da virtude sua vida,
seu comportamento, sua atitude. Por tudo isso, o maior beneficiado é quem beneficia.
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O fato de algum gesto de reconhecimento habitualmente seguir uma ação empreendida em função do bem alheio não deve determinar tristeza na sua ausência. Shinsetsu é causa bastante da alegria de quem age. Não requer complemento.
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Agir na moral ou em shinsetsu é deliberar soberanamente - pela própria consciência- sem que os deuses e os homens precisem ficar sabendo. Só você sabe o que deve fazer é não precisa de ninguém para te chantagear. Nem te premiar. A beleza das duas reside na solidão deliberativa. Sem prêmios nem castigos. Você vale pelo bem que decide fazer. Pelo mal que não se autoriza fazer.
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Por maior que seja o apego ao próprio gosto, não há por que fazer dele um princípio, válido para quem quer que seja.
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Aja sempre de acordo com uma máxima tal que você queira que ela se torne uma lei universal (Kant).
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Se cada pessoa neste auditório tomar por regra que, onde quer que esteja, sempre que puder, será um pouco mais gentil que o necessário, o mundo realmente será um lugar melhor. E, se fizerem isso, se forem apenas um pouco mais gentis que o necessário, alguém, em algum lugar, algum dia, poderá reconhecer em vocês, em cada um de vocês, a face de Deus.
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O outro nem sempre convém. Nem sempre alegra. Nem sempre é amável. Nem sempre nos aperfeiçoa. Mas, como dizem, é o que temos para hoje. Condição da existência de cada um. É o que é.