O Desespero Humano

O Desespero Humano Søren Kierkegaard




Resenhas - O Desespero Humano


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Claire Scorzi 26/02/2009

Um gigante subvalorizado
Assim como C.S. Lewis, Kierkegaard deve ser lido hoje para recolocar a fé cristã dentro da tradição do pensamento profundo, sem as banalizações que vem sofrendo desde a segunda metade do século XX, mais ou menos.
Kierkegaard também precisa ser redescoberto por recuperar/ valorizar a inquietação que a fé autêntica deve periodicamente trazer: a reflexão, a autocrítica diante de uma prática cristã acomodada e portanto simplista. Entre outras coisas, é ele quem nos lembra: o pecado não é oposto à virtude, pois este é um conceito pagão (e como há paganismo cristianizado nas igrejas hoje!); antes, o contrário do pecado é a fé. "Pois pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus, para que ninguém se glorie" (Epístola de Paulo aos Efésios).
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Everton Vidal 08/02/2021

As três formas de Desespero segundo Kierkegaard:
1) O desespero de não querermos ser nós mesmos.
2) O desespero de querermos ser nós mesmos.
3) O desespero inconsciente de ter um eu.

Segundo o seu conceito, o Desespero é uma doença mortal cuja existência o homem ignora. Mas bem longe de dele se morrer, a sua tortura está na impossibilidade disso. É uma enfermidade do espírito que significa eternamente morrer, morrer sem, todavia, morrer, morrer a morte e vivê-la eternamente.

Esse desespero é universal. Se sente como inquietação e desarmonia, um receio a respeito do desconhecido que não se ousa conhecer.

O antídoto é a fé. A ideia de desespero do livro está relacionada com o conceito cristão de pecado. “Pecamos quando, frente a Deus ou à idéia de Deus, desesperados, não queremos, ou queremos ser nós mesmos”. Desse modo, pecado é o desespero levado à suprema potência. A fé seria uma forma de mergulhar em Deus por intermédio da própria transparência sendo nós mesmos e querendo sê-lo.Ele não concorda com a definição de pecado como um ato moral. “Pecado não é o desregramento do corpo, mas o consentimento dado pelo espírito a esse desregramento – e estar frente a Deus”. O contrário do pecado não é a virtude (como diria Sócrates), mas a fé. “Tudo que não provém de fé é pecado.”
Marisa 09/02/2021minha estante
Interessante! Lembrei da leitura de os cumes do desepero de Cioran. A ideia principal da obra é encarar o despero humano como uma sublimação do qual o ser humano pode ser "livre" ,ou seja, está além de dogmas e crenças. Não se pode negar o exagero, afinal de contas não somos nada sem Deus. Existe infinitas possibilidades de acreditar na existência de Deus e apenas uma de não acreditar. Adorei sua resenha nota 10.


Everton Vidal 09/02/2021minha estante
Obrigado Fanny! Foi bom você ter citado esse livro do Cioran. Vou colocar na lista para ler.


Marisa 09/02/2021minha estante
Imagina! Disponha ^^




Dan 22/02/2021

Difícil demais da conta imergir na filosofia de um existencialista de intelectualidade original;
gastei uma porção de energia a mais para manter a concentração.

A morte em si não é um termo, ela faz parte da vida e, vazia, é apenas um acontecimento - até pq, para o cristão, morrer em cristo é lucro, como assinala Paulo de Tarso - mas ela põe termos em outras agruras da existência, e o pecado é uma delas.

Muito pouco se vive em espírito aqui, mas por alguns minutos ou horas q nos permitamos fazer este exercício, um resquício de eternidade se manifesta principalmente naquela q pra mim é a maior semelhança com Deus e ao mesmo tempo a maior angústia: ter um EU ! Na bíblia Deus se intitula como o "EU SOU". O ser humano aqui na terra também o é. Mas o desespero desse EU - dentro de um invólucro pecador- ser eterno nos trás aflição na alma e a única alternativa é a fé.
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Adalmir 09/01/2009

A doença da alma
Nesse livro, Kierkegaard caracteriza o desespero como uma doença mortal, a doença da alma. Mortal não como entendemos, uma vez que não morremos dela mas sim com ela, ou seja, se sofremos de uma doença grave e incurável podemos imaginar o fim do sofrimento com a morte; no desespero, estamos condenados até o fim de nossos dias, pois dele não morremos, restando, conseqüentemente, apenas suportá-lo.
Alex1971 13/02/2018minha estante
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Rodrigo R 21/02/2010

Subjetivismo é uma característica conhecida de Sören, mas neste livro ele se extrapola. Difícil e paradoxal como nunca, ele fala como se esperasse que seu leitor já pense como ele e domine o assunto abordado. Entretanto ele faz isso sem se tornar ininteligível, passando sua mensagem mesmo que nas entrelinhas. Um pensamento de uma mente livre e a frente de seu tempo e também do nosso.

Vale lembrar que suas ideias são citadas no episódio 17 de Ergo Proxy - uma obra da animação japonesa dirigida por Shukou Murase - no qual o personagem Raul Creed, um indivíduo que segue a risca a ideia kierkegaardiana de desespero, manifesta o âmago do pensamento de Sören neste livro ao dizer "Eu não me desespero".
Ricardo Rocha 27/02/2015minha estante
não achei difícil pelo menos enquanto texto mas muito em termos de assunto. essa coisa de doença e morte cada vez mais se torna a um tempo um certo temor e noutro sentido um certo mistério. e isso, como se apropriar da verdade aqui contida: escândalo está portanto em desesperar da remissão das faltas. E o escândalo eleva o pecado a um grau superior. É o que em
regra se esquece, por não se contar verdadeiramente o escândalo como pecado, e em vez de referir, fala-se de pecados, sem deixar lugar para ele. Menos ainda é concebido como elevando o pecado a um grau superior. Por quê? Porque não se opõe, como quer o cristianismo,
o pecado à fé, mas à virtude.




anonimoBR 19/05/2020

É um livro que recomendo bastante para os amantes da psicologia e da filosofia, aborda de forma bastante minusiosa as facetas do sofrimento humano.
De certa maneira é uma obra cristã, já que o autor o era, tendo um teor bastante teológico que acaba em alguns momentos de sobrepondo em relação a temática principal: o sofrimento. Isto tornou a leitura menos interessante, para mim, em alguns momentos, mas pode agradar ao público que aprecia tal tipo de discussão.
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Wanderléia 04/02/2022

Sören Kierkegaard foi um teólogo dinamarquês do século XIX, cristão e, no entanto, crítico veemente do cristianismo, que teve seu reconhecimento pouco antes da metade do século XX. É reconhecido por alguns como o pai do existencialismo e como "o intérprete mais profundo da psicologia da vida religiosa desde Santo Agostinho".

A obra O desespero humano é dividia em duas partes: Doença mortal é o desespero, e Desespero e pecado. Na primeira parte, Kierkegaard apresenta diversos conceitos, entre eles o "eu" de cada indivíduo que consiste na alma, corpo e relação entre esses, de cada homem. Além disso, o autor refere que este "eu", comumente entra em desespero, entre eles o desespero da morte, que aqui não significa o medo de morrer, mas o medo de não morrer, pois não morrer implica em manter vivo o "eu", que muitas vezes foge de ser ele mesmo e que consiste em uma causa de desespero ("Todavia o homem deseja sempre libertar-se do seu eu, do eu que é, para se tornar um eu da sua própria invenção. Ser este "eu" que ele quer faria a sua delícia - se bem que em outro sentido o seu caso não seria menos desesperado - mas o constrangimento de ser este eu que não quer ser, é o seu suplício. Pois não pode libertar-se de si mesmo". Pág. 25). Além disso, Kierkegaard afirma que o "eu" do homem, por estar relacionado ao espírito, torna-se a parte infinita dele e característica única que o diferencia dos demais homens. Enfim, nessa perspectiva o autor progride no texto apresentando outras ideias, como "desespero virtual e real" e "personificação do desespero".

Continuação no Instagram: @interimliterario
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romulorocha 22/09/2020

O desespero humano, de Søren Kierkegaard - Nota 9,0/10
Escrever uma resenha sobre qualquer obra de Kierkegaard não é uma tarefa fácil, talvez uma parte disso por seu conteúdo filosófico, mas também por sua originalidade, o que me faz pensar muitas vezes, ?será que foi isso que ele quis mesmo dizer??
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O desespero humano foi publicado em 1845, e não é apenas um ensaio sobre o conceito de desespero, mas uma apresentação minuciosa sobre os meandros que envolvem a existência humana. O livro divide-se em duas partes, uma primeira sobre a relação do desespero e a consciência de si e a segunda sobre o desespero e o pecado. O
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Uma reflexão interessante que o livro nos traz é sobre a importância da vivência do desespero para escolhas mais conscientes. Para o autor, o desespero é ignorância, é medo. Medo de se experimentar, de conhecer coisas desagradáveis em si, medo de se desafiar. Quando uma pessoa escolhe ?acolher? o desespero como parte de seus crescimento, abre caminho para uma vida mais confiante, consciente e saudável.
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A leitura é densa e exige certa atenção do leitor. Recomendo a leitura para os que gostam de temas relacionados à filosofia, psicologia e espiritualidade.
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monique.gerke 06/09/2018

Kierkegaard é um filósofo cristão, precursor do chamado "existencialismo" O livro é divido em duas partes. Na primeira, Kierkegaard trata do desespero como uma doença, mostrando suas universidades e personificações. A segunda trata do desespero como pecado. Da definição socrática de pecado e o que ela difere do cristianismo, e outras conjecturas do pecado dentro do cristianismo.
Achei a primeira parte muito difícil de entender. Juro que fritei meu cérebro, e consegui extrair pouca coisa. A segunda parte foi um pouco mais fácil, mas ainda assim bem complexa. Pretendo ler outras obras dele.
Uma frase me marcou tanto que gostaria de marca-la no corpo, pois resume tudo: "crer é ser".
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Matt 18/10/2009

Última parada antes do insólito.
Kierkegaard faz muito mais do que críticas à Igreja da época.



Impulsionado por sua busca menos religiosa do que existencial, ele desconstrói e explana, com perspicácia, as estruturas existenciais do 'eu' humano, em forma dialética.



Através disto, elabora seu argumento de que para o ser humano atingir o equilíbrio, é preciso estar ligado, através da fé, com o ser que criou este 'conjunto'.



É incrível ver traços de uma protopsicologia aflorando através de sua análise deste sistema dialético que ele montou. Como quando em vários momentos do livro, ele põe indivíduos em situações cotidianas e traça sua análise.
Análise que, eventualmente (infelizmente), em contraste com sua genialidade, parece mais um julgamento. Ele era cristão.
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Nanddrummer 29/10/2010

Soren Kierkegaard analisa a existência do homem do eu que "quer se tornar EU"; o conflito existencial que o homem já nasce posto pelo próprio Deus e que se complete somente por ele
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mavi.pdf 18/05/2024

* angústia existencial
* mergulhando nas profundezas da psique humana, Kierkegaard explora as complexidades da existência e os dilemas da liberdade individual, nos convidando a refletir sobre a natureza do desespero, uma condição que ele descreve como uma doença do espírito. ele distingue entre o desespero inconsciente, onde a pessoa não reconhece o próprio sofrimento, e o desespero consciente, onde o indivíduo está ciente de sua angústia mas se sente impotente para solucioná-la. aqui, temos a ideia de que o desespero não é simplesmente uma emoção passageira, mas sim uma condição existencial que permeia todas as áreas de nossas vidas. temos o argumento de que o desespero surge quando estamos em conflito com nós mesmos, quando nos afastamos de nossa verdadeira essência ou quando nos entregamos a valores superficiais que não nos satisfazem verdadeiramente.

* o indivíduo é responsável por sua própria existência e, portanto, deve confrontar seus medos e incertezas de frente. em vez de fugir do desespero, Kierkegaard nos encoraja a abraçá-lo como uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento.
* devemos questionar nossas próprias escolhas e buscar um sentido pessoal em meio às incertezas do mundo. é um convite para uma jornada interior, onde confrontamos nossos medos mais profundos e descobrimos a verdadeira fonte de nossa própria liberdade.


"Desespero é uma forma de autoengano, uma recusa em aceitar a própria liberdade."


"A verdadeira liberdade não é a ausência de escolha, mas sim a capacidade de escolher o que é autêntico e significativo para nós mesmos."


"A angústia é o véu que cobre a face do desespero, mas é também a luz que pode nos guiar para além dele."


"Em um mundo de incertezas, a única certeza é a nossa capacidade de escolher como respondemos às circunstâncias da vida."


"O eu é uma síntese de infinito e finito, de temporal e eterno, de liberdade e necessidade."
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Tuzin 06/07/2014

Hipótese
Talvez mais interessante que a problematização existencial proposta- a "doença" gerada pela consciência de um ente infinito- seja o processo pelo qual ela é formada.Uma hipótese seria levar em conta a concepção matemática de infinito-em expressões como "tendendo ao infinito", no cálculo diferencial, integral, etc.Deus,ao contrário de expectativas, tenderia a uma totalidade, mas nunca a atingiria; representaria sempre uma pretensão ilusória, um simulacro de perfeição. O humano, deparando-se com tal contradição (e contrição, por que não?), buscaria a sua subjetividade como único caminho capaz da verdadeira transcendência.
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