Lição de Anatomia

Lição de Anatomia Philip Roth




Resenhas - Lição de Anatomia


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Paulo Sousa 09/09/2018

Lição de anatomia
Livro lido 2°/Set//43°/2018
Título: Lição de anatomia
Título original: Anatomy Lesson
Autor: Philip Roth (EUA)
Tradução: Lya Luft
Editora: @lepmeditores
Ano de lançamento: 1983
Ano desta edição: 1984
Páginas: 210
Classificação: ??????
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"O que impede minha cura, isso que eu faço, ou aquilo que não faço? O que essa doença quer de mim, afinal? Ou sou eu que quero alguma coisa dela? A interrogação não tinha objeto útil, mas o único motivo da vida dele era aquela procura constante do significado ausente. Se tivesse mantido um diário da dor, a única anotação teria sido aquela palavra: EU" (Pág 169).
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Lição de anatomia fecha o assim chamado trio de romances reunidos sob o título de "Zuckerman acorrentado". É um livro sobre dor e escrever. É um livro que une a piada, o sarcasmo ao sombrio desejo de buscar sentido em existir.
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Num parapelo, Zuckerman é Roth e Carnovsky é O Complexo de Portnoy. Só que Zuckerman é ainda mais excessivo e agresivo que Roth. Está com 40 anos, teve dois casamentos falhados, tem várias namoradas mas uma dor cervical, com irradiação para os ombros, impede-o de escrever. A dor crônica toma boa parte da vida de Zuckerman; até para ter relações, o escritor tem que ficar deitado no chão, com a cabeça apoiada num livro, enquanto a namorada faz todo o trabalho.
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Ele já consultou todos os médicos e similares e são tantos as tentativas de tratamento que já está dependente de analgésicos opióides, álcool e marijuana ? e é quando decide cursar medicina. No fundo, pensa que só assim conseguirá resolver a sua dor, mas também porque chega à conclusão que a profissão médica tem muito mais significado do que a de escritor. É um cenário de queixas e diagnóstico difícil em que o sofrimento físico, paralisante, é mais uma vez pretexto para um longo monólogo sobre a identidade, a criação, o sucesso e o fracasso, a solidão, o sexo e a literatura. Ou seja, as grandes questões que atravessam a obra de Roth, aqui apresentadas entre doses de grande ironia e amargura e com uma nostalgia assente na impressão de que talvez o melhor da vida já terá passado, irremediavelmente, e de que o que sobra poderá não passar de uma tentativa de resgatar qualquer coisa do que ficou para trás para poder continuar a existir.
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A dor de Zuckerman é sustentada por uma sucessão de perdas. Depois da morte do pai, acontece a da mãe, vítima de um tumor no cérebro; seguem-se o silêncio do irmão, a falta de estímulo criativo, o medo de não conseguir repetir o sucesso, a sensação de já não pertencer a uma geografia que era muito concreta e que passou a ser vaga até se diluir. ?Zuckerman ficara sem tema. Sem saúde, sem cabelo e sem tema", lemos. Tudo parece remeter para um livro insuportavelmente amargo, mas Roth consegue transformá-lo num exercício de divertida e corrosiva auto-reflexão, feito no estilo despudorado de sempre, marca pessoal desse que se tornou um dos maiores expoentes da literatura mundial. Vale! Principalmente pela belíssima tradução da escritora Lya Luft, bem mais superior que a da Companhia das Letras.
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jota 14/03/2017

Anatomia e muito mais...
Lição de Anatomia foi lançado originalmente em 1983 e traz pela terceira vez Nathan Zuckerman como personagem central numa obra de Philip Roth. Inicia com uma citação do Manual de Medicina Ortopédica de James Cyriax M. D., "O principal obstáculo a um diagnóstico correto quando o paciente se queixa de dor é o fato de que o sintoma com frequência é sentido a alguma distância de sua origem.", que, claro, tem tudo a ver com o que se desenrolará em seguida.

Temos aqui a hilariante e ao mesmo tempo aterradora história de Nathan Zuckerman que, aos quarenta anos, já um escritor consagrado por um livro de enorme sucesso, Carnovski (mas pense em O Complexo de Portnoy), passa por uma profunda crise de criatividade que se manifesta inicialmente por uma simples dor no pescoço e nos ombros, mas que aos poucos vai se espalhando por seu corpo até tomar conta também de sua mente. Não apenas isso: ao mesmo tempo ele nota uma acentuada queda de seus cabelos, mais um problema a afligi-lo.

Não conseguindo escrever uma única linha, Zuckerman recorre a diversos médicos e terapeutas, mas nenhum deles consegue descobrir a causa de suas dores, tampouco eliminá-las ou acalmá-las um pouco. Começa a pensar na hipótese de a dor ser causada pelos livros que escreve, que desagradaram em cheio sua família e grande parte da comunidade judaica americana. Por conta própria passa a combater suas dores com crescentes doses de analgésicos e vodca e também com um tanto de maconha.

E já que isso também não resolve muita coisa, pensa em abandonar a literatura e cursar uma faculdade de medicina, ter uma profissão mais nobre do que a de escritor, podendo assim ajudar a si próprio e outros doentes. Chega mesmo a solicitar sua inscrição numa conhecida universidade. Enquanto isso, tentando entender a causa de seus sofrimentos físicos, seu pensamento passeia pelos tempos de menino e rapaz, de seus pais falecidos e do irmão com quem já não mantém relações tão fraternas. Da mesma forma, relembra as mulheres com quem foi casado e como todos os seus casamentos fracassaram.

Mas nem tudo é dor e lamentação: de tempos em tempos Roth constrói cenas bastante engraçadas (algumas delas recheadas de boas doses de ironia e também de palavrões cabeludos), senão o livro correria o risco de se tornar aborrecido, coisa que ele sabe evitar muito bem, claro. Mas no capítulo final (algo bem próximo de uma lição de anatomia), em que Zuckerman sofre um considerável acidente, que irá aumentar ainda mais suas dores ou libertá-lo delas para sempre, temos descrições de pacientes hospitalizados e suas doenças, que nos deixam um tanto angustiados ou penalizados ou enojados, não sei bem que termos empregar aqui.

Apesar de escrito há mais de trinta anos, Lição de Anatomia me pareceu dialogar bastante com outros livros que Roth escreveu nos últimos tempos, nenhum muito longo, a maioria falando de alguma forma de decadência, como Homem Comum, Nêmesis ou A Humilhação. Todos muito bem escritos e interessantes, como sempre ocorre com as obras de Philip Roth, o autor que a Academia Sueca estupidamente prefere ignorar na entrega anual do prêmio Nobel de literatura. Pior para os acadêmicos suecos (tem uma feminista lá que odeia Philip Roth, então...).

Lido entre 07 e 13/03/2017. Minha avaliação: 4,5 (muito bom mesmo).
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Alessandro 24/11/2011

Philip Roth: afrontando a América. Uma análise de “Lição de Anatomia”
Não é preciso que todo texto sobre Philip Roth comece falando a respeito de Complexo de Portnoy. Mas pode-se fazê-lo sem problemas. Afinal, nunca é demais voltar àquele romance de 1969 que é uma longa fala de Alexander Portnoy, jovem professor de literatura bem sucedido que repassa com seu terapeuta sua experiência de judeu americano. Pode-se falar a respeito de Complexo de Portnoy porque sempre existirá aquele que não terá ainda tomado consciência deste relato extraordinariamente mordaz, sarcástico até a medula e de uma franqueza absurda. Existirão aqueles que não sabem do choque inicial com que os críticos receberam este livro, uma hora acusando-o de pornográfico, até se renderem à qualidade indiscutível do texto de Philip Roth, e de tudo o que ele produziu daí para frente (certo, no entanto, é que já desde o seu primeiro livro, Goodbye Columbus, o autor conquistou antipatia dos que consideraram extremamente inadequado e desrespeitoso o tratamento dado aos judeus no texto). E talvez existam até aqueles que não se deram conta da – embora a francamente explícita exposição masturbatória do adolescente Portnoy possa por vezes confundir a atenção – visão aguçada de Philip Roth sobre uma América fraturada e como, ainda que através de um tecido tênue que pode tornar baço para os menos atentos a sua estratégia, Roth constrói com palavras precisas uma crítica perfeita sobre um país mais do que individualista, mas marcado por perversões de uma sociedade americana por muitas vezes enojante.


Embora seja um ato extremamente reducionista tentar definir a obra de um autor através de poucas palavras (como se ele cometesse, invariavelmente, versões de mesmas intenções em toda a sua obra), se não é definidora, ao menos serve como auxílio para compreender um tanto sobre os romances de Roth as três palavras que o romancista John Updike utilizou sobre seu trabalho: literatura, ereção e Israel. Auxilia por que dá conta das discussões sobre literatura que estão sempre norteando os personagens-narradores (em especial o alter ego de Roth, Nathan Zuckermann), escritores, professores, grandes leitores, e suas preocupações ou obsessões de ordem sexual, e, lógico, a mais identificadora característica de Philip Roth, as discussões sobre judaísmo em que seus personagens estão sempre envolvidos – que tanto podem assumir características de auto-ironia, como pode passar por zombaria dos costumes e tradições israelitas (recebendo até mesmo acusações de fomentação de preconceito contra o povo judeu) como pode comportar quase ensaios sobre judaísmo e Israel, tão complexos que provavelmente só um estudioso do assunto poderia elaborar sínteses que possam ir além da superfície e do risco de se enganar sobre as reais intenções de Roth. Um exemplo notório desta última forma da questão do judaísmo se sobressair no texto de Philip Roth é o romance de 1993, Operação Shylock, um delírio ensandecido em que o próprio Roth é narrador mas também personagem, envolvido com um trapaceiro que se faz passar por Philip Roth em Israel e prega a Nova Diáspora como única saída para o impasse do Oriente Médio. Se é uma discussão séria ou piada nonsense de Roth, isto é algo que seu sarcasmo e humor corrosivo não tem nenhuma preocupação de nos tornar claro. O que importa é o grande achado literário que acabou sendo para a sua carreira seu constante tom entre humorístico e amargurado e a falta de auto-piedade judaica que, ainda que traga emanações por vezes violentas, capazes de evocar para alguns um ressentimento beirando o preconceito, na verdade se traduz somente como um reflexo inteligente deste grande autor sempre em contínua auto-avaliação.


O fato é que os dramas de Roth são na verdade representações individualistas. Não é preciso ser gênio para enxergar não somente em Nathan Zuckermann o autor de ego hiperdesenvolvido e narcísico – em todos seus livros se escutam os ecos de constante investigação própria sobre os novos territórios por ele explorados. Não é estranho, portanto, que, aos 71 anos, sempre se atualizando, em O Teatro de Sabbath, de 1995, nos apresente um romance sobre velhice, desagregação e erotismo. Lógico, que, não perdendo o jeito, a abordagem da velhice é decadente, sem sabedoria e sórdida. E, nos três romances seguintes, Roth se livra um tanto do autocentramento e propõe um Nathan Zuckermann que, pelas seqüelas de um câncer de próstata nefasto, padece de impotência sexual e narra a vida alheia em uma trilogia onde as obsessões de Roth (literatura, ereção e judaísmo) estão novamente em extrema evidência: Pastoral Americana, de 1997, Casei-me com um Comunista, 1999 e A Marca Humana, de 2000.


Se o humor amargo destas narrativas provém do ponto de vista do velho e impotente Zuckermann, ao retornarmos para 1983, em Lição de Anatomia encontraremos este personagem escritor, ainda que no auge de sua carreira literária, se questionando enormemente sobre a função de sua atividade. Padecendo do início ao fim do romance de um mal que lhe acomete dores insuportáveis no pescoço, braços e ombros – uma dor que “tornava difícil caminhar mais que alguns quarteirões, ou mesmo ficar em pé mais tempo” – mesmo assim consegue dar vazão aos seus quase incontroláveis impulsos sexuais. Por isso, na falta de uma mãe que lhe cuide quando doente, já que afirma que todo homem quando adoece anseia pela figura materna, Zuckermann cerca-se de quatro amantes para lhe servir. Assim, mesmo que envolvido em uma coleira ortopédica que lhe imobiliza o trapézio e o faz ficar esticado durante todo o dia em um colchão de plástico para crianças – assistindo à televisão com um óculos de prisma que lhe permite ver em ângulo reto –, “coito, felação e cunnilingus eram coisas que Zuckermann conseguia realizar quase sem dor, mesmo que estivesse deitado de costas, mantendo a enciclopédia debaixo da cabeça como apoio.”


Lição de Anatomia é a saga de um Zuckermann atordoado de uma dor que cresce a cada tentativa sua para dizimá-la. Seus esforços são vãos em todas as suas formas, nenhum médico tem um diagnóstico eficiente para o seu problema. E é assim desde a primeira página, já que o primeiro fato do qual somos informados é a respeito da dor que o atormenta. O psicanalista insinua que a sua dor é um pretexto para cercar-se de mulheres; o acupunturista enche Zuckermann de agulhas e não obtém nenhum resultado; o médico de vitaminas lhe aplica injeções; o esteopata repuxa seus músculos; o fisioterapeuta, o ortopedista, o radiologista, o neurologista... Todos empreendem buscas acirradas para solucionar seu problema. Que se agrava página após página. E que o faz perder cabelo e apelar para uma clínica tricológica. Que só lhe faz conhecer outra mulher para saciá-lo sexualmente enquanto nenhum médico o sacia no seu desespero pela tranqüilidade física.


Os aborrecimentos na vida de Nathan Zuckermann o vão cercando de maneira claustrofóbica. O escritor do grande best-seller “Carnovski” se perde cada vez mais em delírios sobre os motivos de sua agonia. Os significados ocultos para ele por vezes se escondem como penitência pelo grande sucesso do livro – o romance é o retrato de uma família judia, cuja mãe é apresentada com um mau gosto que ofendera a milhões de leitores, entre eles seu próprio irmão, Henry, que o culpa pela morte da matrona e de precipitar o ataque coronário do pai. Poucos compreendem a literatura de Zuckermann: os que conseguem, o idolatram; aqueles que não, o detestam, o acusam de preconceituoso, violento e sarcástico no trato com os judeus. Como se ele próprio não fosse um. Como se Philip Roth também não.


Zuckermann cria, por conta própria, um fronte de ataque que o persegue por todos os lados: a maldição do pai moribundo não consegue fazer com que escreva uma página decente desde a decepção que para ele representou o “Carnovski” e, para piorar, insiste em atribuir a autoria de uma carta anônima com ofensas terríveis à sua falecida mãe à Milton Appel, o crítico que julgou seus primeiros contos como“vivos, imperiosos, exatos” e que, catorze anos depois, reconsiderara o que chamava o “Caso Zuckermann”. Agora, depois do seu livro de estréia, “Educação Superior”, os livros seguintes de Nathan apresentavam judeus deformados vulgarmente, seus livros se tornaram romancezinhos perversos, desagradáveis e o que escritor produzia era subliteratura. Quase uma ode ao anti-semitismo.


Não bastasse, portanto, a consagração de sua carreira, seu sólido trabalho como escritor, Nathan Zuckermann toma como extremamente importante a opinião de Milton Appel sobre o seu trabalho. Que ele somente seja um ressentido editor de uma segmentada e pequena revista de público judaico, a Inquiry, isto não importa. Importa a mágoa que vai no coração de Zuckermann, levando até mesmo para as suas amantes o amargor que significou para a sua vida a crítica dura de Appel. Não importa quão medíocre tenha sido a infância de Appel, que talvez parte de seu ódio para com a literatura de Zuckermann seja decorrente de uma infância judaica sofrida, de um pai do qual se envergonhava. São atenuantes que, para Zuckermann não servem para minimizar o ataque gratuito de Appel. Somente para enfurecê-lo ainda mais. O que Nathan não enxerga, no entanto, é a inveja de Appel por ele ter conseguido chega a um público além do reduto judaico. Tanto é verdade isto, que Appel apela indiretamente para que Zuckermann escreva um artigo em apoio ao Estado de Israel, quando este é atacado por egípcios e sírios. O que Zuckermann toma como provocação. Como se o autor acusado de anti-semita, desagregador dos judeus agora pudesse fazer um favor por que é conveniente para Appel. É a sua chance de ser desbocado, de desancar Appel, de magoar-lhe também. E, não bastando sua negativa, faz isso com um telefonema agressivo – como se Appel se importasse.


Somente Zuckermann se importa. Zuckermann está com os nervos à flor da pele. Appel lhe incomoda e nem mesmo conhecer uma estudante secundarista para realizar os seus delírios eróticos lhe faz melhor. Ela lhe considera infantil, um estúpido por querer confrontar as críticas de Appel. Se nega a datilografar uma carta desaforada de Zuckermann para Appel. Ela lhe joga na cara a sua importância, a sua carreira como escritor; ela lhe fala quem ele é, lhe diz que são os seus livros os lidos em sala de aula. Nada disso importa. Zuckermann questiona a utilidade da carreira de escritor (“E se vinte anos escrevendo foram mera impotência diante de uma compulsão – a submissão a uma compulsão inconseqüente e vil, que dignifiquei com todos os meus princípios, provavelmente uma compulsão não inteiramente diferente daquela que fazia minha mãe limpar a casa cinco horas todo dia? Então, em que ponto estou?”)


Então, Nathan Zuckermann decide estudar Medicina. Simples assim. O que parece um palavrório que irrita tanto a secundarista a ponto de fazê-la sumir de sua vida, se transforma em outra obsessão de Zuckermann. Recuperar o tempo perdido, abandonar a literatura, rumar para Chicago, estudar Medicina. Encontrar na Medicina a redenção não alcançada através dos escritos. Ser útil à sociedade, salvar a vida de pessoas, ter um dia prático. Saber que A + B foram os esforços necessários para fazer o bem para outras pessoas. Chegar feliz ao final do dia. Combinar as drogas necessárias para aliviar a dor de outrem. O que Nathan não sabe é que ele procura alguma droga para aliviar a sua própria dor. E já que não sabe, ele o faz inconscientemente. Enfileirando os vidros das mais diversas farmacologias, auto-medicação para tentar se livrar da dor: Percodan, cigarros de maconha, uma conveniente garrafinha de vodca no bolso do paletó. É Zuckermann voando para Chicago completamente chapado para a entrevista de admissão para a Escola de Medicina. É Zuckermann em Chicago tentando horrorizar os incautos com sua atuação como “Milton Appel, o editor da Lickety Split, o rei da indústria pornô” – uma atuação que lhe custa os dentes, é verdade. Zuckermann insano, Zuckermann levando uma bota na cara. Zuckermann somando dores sobre dores, descobrindo que o seu teste para o ingresso no fantasioso mundo maravilhoso da Medicina não passa sequer pela inspeção do buraco no rosto da senhora que tratou um câncer com curativos.


O final de Lição de Anatomia não leva Zuckermann à redenção. Não lhe mostra os caminhos que deve percorrer para voltar a acreditar no que quer que seja. Ao final de Lição de Anatomia, sobra somente uma grande interrogação. Não é possível saber dali quais serão os passos de Zuckermann. Zuckermann não sabe para onde vai.
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