Resenhas - Travessuras da Menina Má

Manu 23/02/2021

"Travessuras da menina má" foi uma leitura que me surpreendeu positivamente em muitos quesitos. Nesse romance, acompanhamos a vida de Ricardo que, aos 15 anos, cria uma paixão platônica por uma "chilenita" que se muda para Miraflores: Lily. Com o passar dos anos - e décadas - acompanhamos os encontros e desencontros desse casal: pelas ruas de Paris; em meio à alta sociedade inglesa; nas casas da máfia chinesa. A vida de Ricardo, um homem com poucas ambições - apenas conseguir manter uma vida tranquila em Paris como tradutor e intérprete - é constantemente balançada pela presença da enigmática Lily. Uma mulher detestável, sem escrúpulos, com sede de poder e de ascender socialmente a cada novo patamar atingido, passando por cima de todos - inclusive, e de forma mais perturbada, dos que a amam.
O livro opta por caminhos imprevisíveis, tomando rumos por vezes agressivos. Pesando a mão nas diversas passagens eróticas, o livro tem uma carga mais densa - de morte, solidão, tristeza, desconfiança. Sentia pena de Ricardito pela sua sensibilidade e ingenuidade (a vontade de sacudi-lo era absurda!). Além disso, vale ressaltar que, ao meu ver, o final foi condizente com a construção da história. Fiquei instigada a conhecer outros livros do Vargas Llosa!

Renato Lopes 21/02/2021

Que escrita
llosa consegue segurar a gente do início ao fim nesse livro; a escrita dele é detalhada mas não é cansativa, mesmo com as idas e vindas da menina má o livro continua muito fluido. Recomendo!

JessYoshioka 16/02/2021

Uma história de amor entre Ricardo e Lily, nome falso usado por essa mulher misteriosa e encantadora. Entre idas e vindas desse casal, passam-se muitos anos. A leitura flui bem a partir da página 100. Recomendo

Anselmo Mendo 29/01/2021

Vargas Llosa queria ser Garcia Marques
Não me sai a ideia de que Vargas Llosa queria escrever algo tão monumental quanto Amor Nos Tempos de Cólera, mas falhou miseravelmente.

LairJr 26/01/2021

Quando o amor é tão intenso que não resta mais nada, nem o amor próprio. Realmente virei fã do autor. Mais um belo romance de sua rica obra literária.

Bru 25/01/2021

Breguices
Esse livro desperta inúmeros sentimentos, raiva, amor, compaixão, desprezo... é um romance totalmente envolvente, Ricardito e seu amor quase que platônico pela chilenita passa por diversos encontros e desencontros durante sua vida ??

Ludmila 24/01/2021

Llosa, autor perfeito nas narrativas literárias.
Uma simples história de amor, mas contextualizada num Peru de guerrilhas dos anos 60, numa Paris e Londres dos movimentos hippies e de transformações sociais dos anos 70 e incluindo uma Tóquio dos anos 80. Isso tudo regado a citações literárias e reflexões sobre as percepções de todas essas transformações!
Llosa: autor muito controverso em seus posicionamentos, mas sem dúvida, brilhante na construção de narrativas literárias! Muita cultura e conhecimento no entorno de suas estórias.

Tami 19/01/2021

Em torno de uma história de amor, em muitos momentos, irritante, o livro te induz a pensar sob outra perspectiva. Cada personagem apresenta personalidade e histórias de vida completamente diferentes, mas caminhos cruzados. Ambos fazem escolhas que muitos leitores certamente rejeitam - me incluo nisso - mas tentar compreender suas ações e aceitar o curso da história foi parte interessante da leitura desse livro.
Tudo acontece em meio às grandes mudanças sociais e políticas da época, muito bem escritas, o que torna a narrativa ainda mais bonita.

Le 14/01/2021

Na medida perfeita
O livro começa com os protagonistas ainda crianças, o Ricardito logo se declara apaixonado ?feito um bezerro? pela menina má. A história é muito bem contato, a leitura nunca cai num ritmo monótono, com a menina má sempre nos surpreendendo. Achei a personalidade dela difícil de entender, com certeza ainda era um enigma mesmo no final do livro. A história é bem fluída, mas é bom ler aos poucos.

Má Contato 05/01/2021

Me apaixonei
No início odiei. Odiei a menina má, o idiota do Ricardo, esse amor doentio. No fim, senti pena, me apaixonei e chorei. Chocada com os sentimentos que esse livro me trouxe!

Emanuela 28/12/2020

Na contracapa, a pergunta: qual é a verdadeira face do amor? Se é verdade que aquilo que nos é diferente causa estranheza, posso dizer que foi isso o que aconteceu comigo quando iniciei a leitura de “Travessuras da menina má”. Afinal, estava acostumada com a face do amor romântico. Aquele dos filmes e novelas.

No livro, Ricardo, o “bom menino” que apenas queria viver em Paris, com uma vida pequeno-burguesa; apaixona-se pela “menina má”, que não media esforços para ser rica, riquíssima, usando de todas as artimanhas femininas para conseguir. Dessa forma, tão opostos, a “menina má” oferece a Ricardo momentos de intensa felicidade e proporciona outros de profundo desencanto.

Um desencanto que eu mesma sentia, pois via-me como uma “boa menina” atrás de viver o ideal pequeno-burguês de constituir família, ter um bom emprego, distrair-me com idas ao cinema, teatro, restaurantes ou lendo um bom livro. Sendo assim, todo o inconformismo e espírito aventureiro da “menina má”, me desconcertavam.

No entanto, o amor de Ricardo era tanto e tão vigorosa a narrativa do renomado escritor Mario Vargas Llosa, que esse emocionante romance foi me cativando a cada página, a cada reencontro do “bom menino” com a “menina má” - no Peru, em Paris, em Londres, no Japão e até em Madri. A tal ponto, que cheguei a me afeiçoar a ela, depois de tê-la quase odiado. Isso porque como mesmo diz Ricardo, a alegria que ela proporcionou a ele – e aos leitores com suas aventuras e desventuras – foi bem maior do que qualquer mágoa.

É assim, por intermédio da dor e da alegria, da humilhação e da felicidade, do trágico e do cômico, que conhecemos um amor de mil faces, indefinível, fora das classificações e tipificações que teimamos em dar às coisas e aos sentimentos.

Como plano de fundo dessa história de amor, o autor traça o perfil das transformações sociais européias e das convulsões políticas da América Latina. Muito do personagem Ricardo, remete a própria vida de Vargas Llosa como os tempos em que viveu como tradutor ou os difíceis anos morando em Paris.

Segundo o autor, essa é sua primeira “história de amor”. Uma história que acabou por ser uma das estrelas do pacote de cinco títulos lançados de uma só vez pela Editora Alfaguara, nome de prestígio que o grupo editorial Prisa-Santillana – atuando no Brasil desde 2005. Dos outros cinco títulos do pacote inicial da Alfaguara brasileira destacam-se, um Truman Capote, um Cormac McCarthy e um Will Self.

Lanny 22/12/2020

Uma novela "mexinaca"
Dois personagens que tem seus caminhados cruzados, entre encontros e desencontros e em diversas cidades, no decorrer de algumas décadas.

Ricardito, como é chamado pela menina má, um típico personagem pacato e loucamente apaixonado pela dita cuja, menina má (já que ela tem vários nomes), travessa, perturbada, ambiciosa e desprovida de sentimentos.

O personagem Ricardo, é extremamente dedicado aos estudo e ao trabalho, leva uma vida humilde, sem muitas ambições, mas seu maior desequilíbrio é a antiga e eterna paixão pela menina má.

A estória é bacana, a escrita é impecável, mas a personagem da menina má, pra mim, foi irritante.

Gustavo Pio 21/12/2020

La niña mala
Alguns autores tem uma habilidade ímpar de escrever histórias, criar personagens, atmosferas e de envolver o leitor. Embora seja a minha primeira experiência com o autor, posso afirmar que este é o caso de Mario Vargas Llosa. Sua escrita se destaca em uma história empolgante e que permanece interessante durante todo o livro, ao mesmo tempo em que narra um pouco da história do Peru e de movimentos importantes do século XX.

Cada capítulo traz um avanço na trama que envolve e aguça o leitor. Junto com o tradutor e intérprete Ricardo, viajamos por algumas cidades da Europa e podemos conhecer um pouco também sobre Lima, a capital do Peru. É admirável a competência do autor em criar personagens interessantes, e com os quais nos familiarizamos rapidamente, durante toda a extensão da trama.

Em meio a isso, o foco principal é uma controversa história de amor ou, mais apropriadamente, de paixão, que coloca Ricardo totalmente a mercê das travessuras da menina má. Por mais que muitas vezes seja incômodo lidar com algumas situações da trama, é também difícil não permanecer curioso e seguir até o final para, enfim, saber que fim terá tudo aquilo.

Aninha 08/12/2020

Travessuras do menino burro
Ai gente, fiquei com ódio dessa moça! E com ódio também do moço, o narrador, apaixonado pela moça, e que não pode ser mais "bom menino".
Pelo que tinham me falado do livro, esperava mais, tinha uma expectativa de ser ótimo e ele é apenas bom.

Otávio - @vendavaldelivros 04/12/2020

“Pode lhe parecer estranho. Mas ela, e todos os que passam boa parte da vida encerrados em fantasias construídas para abolir a vida de verdade, sabem e não sabem o que estão fazendo. A fronteira se eclipsa por um tempo e depois reaparece.”

Quem define o que é o amor? Será que o amor é somente aquele ideal de felicidade de um casal perfeito pintado nos filmes, novelas e nas redes sociais? Sempre acreditei que o amor só pode ser amor de verdade quando é via de mão dupla, mas isso, afinal, é a minha forma de tentar entender, nem que apenas na superfície, o que é o amor. Para Ricardo, talvez, o amor seja outra coisa.

Escrito em 2006 pelo peruano, vencedor do Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, “Travessuras da menina má” narra a (talvez) história de amor de Ricardo e Lily. Mais do que isso, fala sobre a passagem do tempo e as mudanças sociais tanto do Peru dos anos 50 quanto do mundo nas décadas seguintes. Tudo sempre visto através dos olhos de Ricardo, um tradutor que tinha o sonho de viver em Paris.

Ricardo se apaixona desde muito cedo por Lily, ou “chilena”, e essa paixão quase platônica se arrasta ao longo dos anos, em encontros, desencontros e reencontros que pautaram a forma de Ricardo viver o amor, por ela ou por outras mulheres. Lily é o tipo de pessoa que desperta raiva, desprezo e ódio no leitor. A forma de tratamento que Ricardo recebe dela é por vezes humilhante e cruel, o trocando com frequência como se fosse um sapato usado e sendo fria quando perdia o interesse por ele.

O amor pode ser tóxico? Em um mundo no qual relacionamentos tóxicos se mostram cada vez mais reais e numerosos, “Travessuras da menina má” nos faz refletir sobre o que esperamos do amor e dos relacionamentos que criamos. De uma intensidade sexual dosada da maneira certa o livro abre as janelas para os olhos de quem vive amores platônicos, marcados por desequilíbrios e migalhas de afeto e, com tudo isso, nos faz querer devorar cada linha escrita para saber o fim dessa história. Desses livros que despertam sentimentos diferentes a cada página e fazem a gente entender o porquê de um autor ganhar o Nobel de literatura.

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