Resenhas -

cowwboylikeme 30/04/2024

Gigante
A escrita da Angela Davis é muito boa e fácil de ler. Me peguei em vários momentos sendo cética e pensando ?mas?? e todas as vezes ela ia la e explicava, me rebatia e vencia o argumento que eu tinha criado na minha cabeça.

leiturasdabiaprado 07/03/2024

Eu gosto de sair da minha zona de conforto, de questionar, de buscar alternativas, faço isso na minha vida pessoal e também na profissional, acho que só assim evoluímos e somos capazes de dar o nosso melhor!
Sou Delegada de Polícia, meu dia a dia é investigar, indiciar, representar por prisões e prender, isso a grosso modo falando.
Mas, como Autoridade Policial e acima de tudo como estudiosa do sistema penal eu sei que o nosso sistema está falido, não existe um trabalho de ressocialização estatal, existe apenas o encarceramento como medida retributiva, punitiva e de isolamento social.
Desde a minha época de faculdade (há mais de 20 anos atrás) eu questiono a falência do nosso sistema... advoguei por 10 anos, já sou Delegada tem 11 e nesses mais de 20 anos laborando na esfera criminal eu posso dizer com propriedade: Temos que mudar o enfoque, temos que buscar alternativas, temos que mudar a forma como as penas são aplicadas...
O livro da Angela Davis trata do sistema americano, que é diferente do nosso, mas que também está lotado, mal gerido e com viés econômico (lá existe a privatização das cadeias, existe toda um política de lucro em cima dos presos e às custas do Estado).
Mas, mesmo tratando dos EUA o livro questiona muita coisa que acontece aqui também, fala da criminalização das pessoas pretas, dos abusos nas penitenciárias femininas, na política de drogas como forma de genocídio dos pretos e pobres...
Ao final ela não trás uma solução/substituição para todas as prisões, mas fala de justiça restaurativa, de ampliação de responsabilidade civil, de educação, de descriminalização de determinadas condutas.
E sim, o caminho é por aí também aqui no Brasil!
Eu insisto em dizer que droga deveria ser tratada como política de saúde e não criminal, que temos que abrir horizontes, avançar em educação, em políticas públicas de reintegração, de ressocialização...
E vocês podem estar aí lendo e achando que eu sou utópica, mas não, eu vejo a falência de perto todos os dias, já prendi um mesmo autor quatro vezes num mesmo ano... então eu te pergunto a cadeia funciona?!
É preciso pensar fora da caixinha e buscar alternativas, obviamente que não podemos abrir mão da prisão em todos os casos, mas precisamos sim repensar a política criminal brasileira!

thesirkogirl 03/01/2024

"Que interesse social é servido por prisioneiros que permanecem analfabetos? Que benefícios sociais há na ignorância? Como as pessoas poderão se regenerar enquanto estiverem presas se sua educação for proibida por lei? Quem lucra (além do próprio estabelecimento prisional) com presos estúpidos?"

Eliette 23/12/2023

Estarão as prisões obsoletas?
Leitura importante para entender as semelhanças entre escravidão e prisão!
Leia mulheres.? ? ? ?

yurikrn 02/09/2023

Sem palavras...
É um livro que demorei tempo para ler, pois precisei refletir durante toda obra. A Angela consegue trazer num pequeno livro uma obra completa e que dificilmente será rebatida, se for será bem difícil de apontar um lugar onde seus argumentos não são completos ou bons. É interessante ver todas referências e ler as obras que ela cita durante o livro, pois agrega de forma incrível.


No capítulo 4 é possível ver como o gênero faz uma enorme diferença, em qualquer âmbito que a mulher esteja, no tratamento de pessoas que estão presas. Esse capítulo é sem dúvida o que se mais é necessário no livro.

Grande obra, todos deveriam ler.

Juanzin 04/05/2023

MORRRAM TODAS AS PRISÕES
EU VOU ABOLIR O SISTEMA PRISIONAL NA FORÇA DO ÓDIO VOU ACABAR VOM TODOS SE PREPAREM, TEM Q ABOLIR TUDO!!!!

Luiza2527 24/02/2023

Estarão as prisões obsoletas?
Quão grande é Angela Davis? Eu diria que ENORME! Não tem como não recomendar essa preciosidade. É um livro super curto e didático, mas que se propõe a tanto.

Angela Davis explica como surge o conceito de prisão, como se desenvolveu e em quê se fundamenta. Nesse sentido, é um ótimo livro para pensar sobre a sustentabilidade do sistema (ou não) e o porquê ele deve acabar, abordando quais são as alternativas para a ideia de responsabilização pessoal sobre o crime.

Em resumo, quantos mais eu penso, mais concluo que o sistema opera com discursos convenientes que apenas beneficia o capital. Categorizamos um perfil específico de humanos como uma subespécie. Nos distanciamos emocionalmente dessas pessoas, nos tornando completamente indiferentes. Dessa forma, não ligamos se forem explorados, escravizados, violentados ou mortos. "Aliás, que o façam, não?" Somos mesmo capazes de incentivar. É sob o manto da ideologia de uma pretensa democracia que se pratica a barbárie diante dos olhos de um povo indiferente. É assim que se lucra.

Angela Davis sempre contribuindo para o pensamento individual e para a construção de uma crítica marxista. RECOMENDO!

Perseus 10/02/2023

Excelente para aprender.
Uma leitura muito dinâmica e didática, apresenta argumentos e dados de forma fantástica, ao mesmo tempo em que causa o impacto necessário para a compreensão dos problemas do sistema carcerário.

Lucas.Matter 25/01/2023

Traz uma discussão muito rica sobre o sistema prisional como um todo com um enfoque maior nos EUA, livro introdutório perfeito sobre o tema.

Manuela 18/01/2023

Excelente reflexão
A Angela Davis faz uma análise essencial sobre como as prisões, que apesar de terem sido criadas como uma alternativa 'mais humanizada' para a pena corporal e capital, conseguem se manter como algo inevitável no imaginário da população através da manutenção do racismo, da misoginia, da xenofobia, etc.
A autora faz a relação corretíssima entre a punição e o lucro, o que, apesar de focar no sistema prisional dos Estados Unidos, representa o sistema prisional moderno como um todo. Uma indústria que gera muito lucro para poucos.
Por fim, ela menciona alternativas pra esse sistema, como o desencarceramento e instituições reparadoras ao invés daquelas que promovem apenas retaliação.
É uma leitura um pouco complexa, mas vale muito a pena para entender o porquê de existir tantas pessoas presas, e como esse é um sistema falho no sentido de ressocializar, mas muito bem sucedido para gerar lucro e punir além da conta.

ize 02/11/2021

Eu não tenho nem palavras para Angela Davis. Não há nada melhor do que beber da fonte da sabedoria dela. Livro magnífico, ótima escrita e muito bem pontuada.

brunaetal 14/05/2021

Por ser um livro curto, a autora não se aprofunda em temas essenciais que defende, como seu posicionamento abolicionista em relação as prisões. Por mais que eu, particularmente, ache essa ideia utópica, acredito que devemos sim diminuir o número de condutas punidas com o cárcere. Além disso, é fato o que ela diz sobre a prisão ser uma forma de segregação racial nos dias de hoje. Foi por esse tópico que decidi ler o livro.

Infelizmente o livro foca muito em números e instituições americanas, logo não conseguimos enxergar certos conceitos no Brasil (como a questão da privatização das prisões, etc). Contudo, você acaba aprendendo bastante sobre o momento pós abolição da escravidão nos EUA.
É um livro interessante, mas não muito profundo.

Aisiel 05/05/2021

Estarão as Prisões Obsoletas? (Angela Davis, 2003).

Angela Davis desenha o cenário histórico-colonial da construção das prisões na Cidade da Califórnia, e nos demais estados americanos no período pós-abolição. O livro também aborda sobre como o sistema de arrendamento de prisioneiros sucedeu a escravidão, e a maneira que as corporações privadas migrantes, governo, comunidades correcionais e mídia, sempre com o intuito ideológico e racializado, se apropriaram da mão de obra fugindo da sindicalização, pagando baixo ou nenhum salário, foram destruindo a base econômica, a educação e a saúde dos vulneráveis, gerando grande lucro para o capital e devorando a riqueza social.
O complexo industrial-prisional formaliza-se também nas empresas que produzem todos os tipos de bens de edifícios a dispositivos eletrônicos de alta tecnologia para as prisões de segurança máxima.
Para Angela Davis, o abolicionismo penal passa pelo fim dos programas policialescos, desmilitarização e revitalização das escolas, um forte investimento na saúde pública e um sistema de justiça baseado na reparação e na reconciliação, ao invés do encarceramento ou da punição.
O livro dedica um capítulo relacionado às questões de gênero, o pouco abordado sistema punitivo para as mulheres, que aconteciam tanto no espaço doméstico, qto nas penitenciárias femininas. A punição doméstica autoriza o homem a punir as mulheres com a morte, em casos de desvio da "conduta moral", e nas penitenciárias os abusos sexuais e estupros praticados pelos agentes penitenciários eram comuns, e considerados remissivos e corretivos, histórico-passado, o espelho do presente. Os manicômios judiciais também eram habitados, em sua grande maioria por mulheres.

helena 20/04/2021

Essencial
"Estarão as prisões obsoletas?" é um livro simplesmente maravilhoso àqueles que desejam uma introdução didática, de fácil leitura e ao mesmo tempo densa e completa sobre o abolicionismo penal.

Angela Davis estrutura o livro de forma a fazer um resgate histórico de questões diversas que atravessam o sistema penal e carcerário, relacionando-os com a atualidade. Ela aborda principalmente como raça, gênero e classe estruturam a punição e suas implicações na sociedade.

Apesar de Davis tratar especificamente do sistema prisional norte-americano, o leitor vai perceber o quanto ele se assemelha ao brasileiro. Isso faz dessa obra um estudo essencial para a reflexão de porquê e como as prisões brasileiras estão obsoletas.

Alan (@coracaodeleitor) 25/02/2021

Um ótimo livro para entendermos mais sobre o funcionamento do sistema carcerário. E nós traz a reflexão sobre o real senrido das prisões e para que elas têm servido.