Dudu Menezes 22/12/2022
Incrível e necessário!
"Rolei até o chão, soluçando. Eu que podia criar outros seres, não encontrava meios de libertar-me da existência".
Tinha uma pergunta que o saudoso Antônio Abujamra fazia ao final do seu programa, na TV Cultura, que mexia muito comigo, quando ainda era estudante de jornalismo e descobria o sentido da profissão que, finalmente, aceitava como vocação. Ao final do sugestivo "Provocações" ele indagava aos seus entrevistados:
- O que é a vida?
Muitos passaram por lá. De grandes escritores a pessoas em situação de rua, que cultivam a sabedoria que nenhum título acadêmico sequer arranha.
Todos foram questionados! Nenhum soube responder, afinal, o que é isso que chamamos de "vida".
A vida, arrisco eu, não é absolutamente nada! Não tem sentido nenhum! Mas tem "algo" que a torna ao menos "provocadora" e pode nos "ocupar o tempo".
Ao apagar das luzes de 2022 redescobri um autor e descobri outros quatro. Que tal? Como se o universo, ou seja lá que nome se dê à isso, quisesse me presentear, de alguma forma, e de lambuja me motivar a seguir com esse projeto literário. Tarefa que não é nada fácil!
Enfim, redescobri Lourenço Mutarelli, que não está neste livro da foto, mas deve ser ressaltado, e descobri Murilo Rubião, José J. Veiga, Campos de Carvalho e Victor Giudice, que têm alguns dos seus principais contos reunidos neste incrível Quarteto Mágico.
Eu tinha uma "meta" de livros. Li 11 dos 12 da meta, mas pedi licença ao último livro para me deixar levar pelo o que os meus sentimentos pediam e eles clamavam pelo nonsense.
Cada dia eu tenho achado mais e mais sentido no que a gente se acostumou a desprezar e torcer o nariz. Não quero seguir regras que reduzam tudo, inclusive o meu prazer, a uma lista, uma meta, uma obrigação.
Que 2023 nos cause o maior número de estranhamentos possíveis. Agradeço aos autores aqui citados.
Com essas leituras, perdi totalmente o chão. Todos estes autores merecem ser lidos e estarão entre as minhas prioridades daqui pra frente. Não por obrigação, mas porque estávamos sintonia sem nem mesmo nos conhecermos.
"Não morri, conforme esperava. Maiores foram as minhas aflições, maior o meu desconsolo"