Quarteto mágico

Quarteto mágico José J. Veiga




Resenhas - Quarteto Mágico


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Fabio.Nunes 29/11/2023

Boa leitura
Quarteto mágico - Org. Miguel Conde
Editora: autêntica, 2018

Este é um livro de contos de quatro escritores pouco conhecidos pelo público geral: Murilo Rubião, José J. Veiga, Campos de Carvalho e Victor Giudice.
Imagino que isso seja comum: minha experiência teve altos e baixos. Alguns contos são bons, outros nem tanto.
Meus preferidos foram:

- O ex-mágico da Taberna Minhota (Murilo Rubião)
"Uma frase que escutara, por acaso, na rua, trouxe-me nova esperança de romper em definitivo com a vida. Ouvira de um homem triste que ser funcionário público era suicidar-se aos poucos. Não me encontrava em condições de determinar qual a forma de suicídio que melhor me convinha: se lenta ou rápida. Por isso empreguei-me numa Secretaria de Estado."
"Tive que confessar minha derrota. Confiara demais na faculdade de fazer mágicas e ela fora anulada pela burocracia."

- Os trilhos (Campos de Carvalho)
"O principal é que não me tirem os patins sob os pés - ignoro se eles também usam patins, ou meras ferraduras - e não me levem a um dos seus museus de antiguidade, com o fito de mostrar-me seus antepassados e suas múmias, e assim reensinar-me o bê-á-bá. A única porta que não transponho é a do cemitério, dos homens ou das ideias (...)"

- Espantalho habitado de pássaros (Campos de Carvalho)
"Na família, em todas as famílias, as putas se vestem de santarronas ou simplesmente de honestas e só se entregam a um homem depois que este lhe oferece toda a garantia de que as sustentará e as foderá a vida toda, não apenas uma vez e por uns parcos mil-réis. Acham que ser casta e digna do reino dos céus é não se entregarem a muitos homens por amor, e sim a um único homem mesmo que que seja sem amor, com lhes ensinou sua mãe e ensinarão às suas filhas, desde o começo do mundo até o fim do mundo. O amor para essas puras, para essas putas, é um negócio a longo prazo e não a curto prazo, e tratam a vulva como se não lhes pertencesse e sim a Deus, à Pátria e à Família, aos quais terão que prestar contas a qualquer tempo e o tempo todo, mesmo que o seu marido seja o último dos crápulas."

- O hotel (Victor Giudice)

Um livro que se pode manter na cabeceira e ler um conto a cada dia. Recomendo a leitura.
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Dudu Menezes 22/12/2022

Incrível e necessário!
"Rolei até o chão, soluçando. Eu que podia criar outros seres, não encontrava meios de libertar-me da existência".

Tinha uma pergunta que o saudoso Antônio Abujamra fazia ao final do seu programa, na TV Cultura, que mexia muito comigo, quando ainda era estudante de jornalismo e descobria o sentido da profissão que, finalmente, aceitava como vocação. Ao final do sugestivo "Provocações" ele indagava aos seus entrevistados:

- O que é a vida?

Muitos passaram por lá. De grandes escritores a pessoas em situação de rua, que cultivam a sabedoria que nenhum título acadêmico sequer arranha.

Todos foram questionados! Nenhum soube responder, afinal, o que é isso que chamamos de "vida".

A vida, arrisco eu, não é absolutamente nada! Não tem sentido nenhum! Mas tem "algo" que a torna ao menos "provocadora" e pode nos "ocupar o tempo".

Ao apagar das luzes de 2022 redescobri um autor e descobri outros quatro. Que tal? Como se o universo, ou seja lá que nome se dê à isso, quisesse me presentear, de alguma forma, e de lambuja me motivar a seguir com esse projeto literário. Tarefa que não é nada fácil!

Enfim, redescobri Lourenço Mutarelli, que não está neste livro da foto, mas deve ser ressaltado, e descobri Murilo Rubião, José J. Veiga, Campos de Carvalho e Victor Giudice, que têm alguns dos seus principais contos reunidos neste incrível Quarteto Mágico.

Eu tinha uma "meta" de livros. Li 11 dos 12 da meta, mas pedi licença ao último livro para me deixar levar pelo o que os meus sentimentos pediam e eles clamavam pelo nonsense.

Cada dia eu tenho achado mais e mais sentido no que a gente se acostumou a desprezar e torcer o nariz. Não quero seguir regras que reduzam tudo, inclusive o meu prazer, a uma lista, uma meta, uma obrigação.

Que 2023 nos cause o maior número de estranhamentos possíveis. Agradeço aos autores aqui citados.

Com essas leituras, perdi totalmente o chão. Todos estes autores merecem ser lidos e estarão entre as minhas prioridades daqui pra frente. Não por obrigação, mas porque estávamos sintonia sem nem mesmo nos conhecermos.

"Não morri, conforme esperava. Maiores foram as minhas aflições, maior o meu desconsolo"
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M. S. Rossetti 13/08/2022

Realismo fantástico brasileiro
O livro é um achado imperdível! O melhor do nosso realismo fantástico em estórias curtas. Os quatro autores não são tão conhecidos do público, mas deveriam ser mais lidos por todos os leitores. O último conto foi proibido pela ditadura em 1972 e conclui com maestria essa coletânea de tramas fantásticas.
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Flah 31/03/2022

Tá né...
Livro curto e consequentemente rápido de ler mas isso não quer dizer que seja bom mas também não quer dizer que seja ruim. Esse é o tipo de livro que você só lê porque seu(a) professor(a) pediu (meu caso). O livro tem 4 autores e diversos contos aleatórios e confusos.Não gostei de nenhum conto em especial, mas achei os contos do Campos De Carvalho meio machistas.

OBS:Nem sei porque eu fiz resenha disso...
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bardo 16/09/2021

O livro em si é uma boa coletânea para se conhecer um pouco do trabalho dos quatro autores porém devo dizer que definitivamente conto é uma forma narrativa que não funciona muito bem para mim. E especificamente os autores também não, os contos do Murilo Rubião apresentam uma estranheza que para mim é incômoda e alguma falta de continuidade, Jose J Veiga por outro lado tem uma escrita agradável e de um modo geral gostei de seus contos. Campos de Carvalho foi dos quatro o autor que me deu repulsa, o machismo de sua escrita que beira a misoginia é extremamente desagradável, o primeiro conto foi um fluxo de consciência que eu não via a hora de terminar e me pareceu sem pé nem cabeça, o segundo demorou um pouco para fazer sentido, mas quando fez, por mais fofinho que o autor talvez achasse a cena eu só conseguia pensar em como o protagonista era imbecil em achar que sua atitude era uma boa ideia. Por fim os contos do Victor Giudice são bons, ajudaram a tirar o gosto amargo do outro autor, com algum destaque para O Hotel, mas longe de me deixarem uma impressão muito profunda.
Em resumo é um bom livro, mas que para mim não funcionou muito bem.
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jota 16/08/2021

REGULAR: não apreciei tanto assim; Murilo Rubião e José J. Veiga foram os destaques dessa leitura apenas mediana
Lido entre 12 e 16/08/2021

Quarteto Mágico traz doze histórias fantásticas, uma pequena biografia de cada autor e também a apresentação feita pelo organizador Miguel Conde, Quatro Formas de Ser Estranho. Os escritores e seus textos são os seguintes:

Murilo Rubião (1916-1991): O pirotécnico Zacarias (1943); O ex-mágico da Taberna Minhota (1947); Teleco, o coelhinho (1965)

José J. Veiga (1915-1999): Os cavalinhos de Platiplanto (1959); A usina atrás do morro (1959); Acidente em Sumaúma (1967)

Campos de Carvalho (1916-1997): Os trilhos (1960); Espantalho habitado de pássaros (1965)

Victor Giudice (1934-1997): O arquivo (1972); A peregrinação da velha Auridéa (1972); Narrativa do número um (1979); O hotel (1994)

Pensei que fosse apreciar mais, embora tenham me agradado os contos de Murilo Rubião e José J. Veiga, que já conhecia de outras coletâneas e não me incomodou relê-los, alguns pela terceira vez. Campos de Carvalho me pareceu um autor mais interessante nos livros A Lua Vem da Ásia e O Púcaro Búlgaro do que nas duas histórias aqui apresentadas. Desconhecia qualquer narrativa de Victor Giudice e dos quatro textos dele só apreciei O Arquivo e O Hotel e nem foi muito profundamente.
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