spoiler visualizarLae 15/07/2014
A ficção dentro de uma ficção
Imagine um romance no qual fantasia, conto de fadas e aventura, com altas doses de humor e ironia, se encontram. Some essa mistura a um bocadinho de sátira a gêneros ficcionais (particularmente o de contos de fadas) e umas colheradas de ficções dentro de ficções. Conseguiu? É esse o mundo de "Princess Bride", romance fantástico mais famoso de do prolífico escritor americano William Goldman.
O estilo de escrita de Goldman é leve, descontraído e divertido - particularmente pelo fato de "Princess Bride" ter sido escrito à maneira como era contado às suas filhas - além de irônico e sardônico. As ironias são refinadas e sutis e ficam a cargo, especialmente, das interferências do próprio autor, que é, "by the way", di-ver-ti-dís-simo. Não fosse por esse estilo cativante, "Princess Bride" provavelmente seria uma das leituras mais dispensáveis que já fiz na vida.
Para mim, o toque de genialidade do livro está na "ficcionalização" de tudo o que é contado no livro. Sim, absolutamente tudo (incluindo a parte óbvia, a da história - duh!). Na introdução à obra, Goldman transforma seus dados biográficos, escritos no contexto descritivo da adaptação do livro às telonas, em ficção, e fala de Morgenstern como se ele fosse super real. Ledo engano: apesar de ter rido à beça da ex-esposa psiquiatra totalmente lé-lé-da-cuca, suspeitei e confirmei que ela é pura e totalmente ficcional; e o tal do Morgenstern (vish!)? I-ne-xis-ten-te. Ficçãozinha pura.
Por todas essas características (e mais várias que omiti), "Princess Bride" é uma super pedida para quem está a fim de desopilar com uma leitura leve e descompromissada que tenha doses altas de humor, ironia, poções mágicas, princesas, herois estabanados, antiherois charmosos, vilões bem-bem-bem malvados e sádicos...