A Descoberta do Outro

A Descoberta do Outro Gustavo Corção




Resenhas - A Descoberta do Outro


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Josiduarte 16/08/2021

Como disse Nelson Rodrigues sobre Gustavo Corção: “Tudo em Corção é amor...”.

A Descoberta do Outro, foi minha primeira experiência lendo Corção; foi o primeiro livro publicado de Corção, e conta a história de sua conversão ao Catolicismo; de uma forma única, de uma riqueza vocabular e sintática incrível. Um livro profundo que requer atenção e uma capacidade de fazer conexões (como todo bom livro); não é um livro de poesia, mas é de uma poesia espetacular.

Não tem como pensar em Gustavo Corção e não pensar em Nelson Rodrigues, ele fala bastante de Corção em suas crônicas; em G. K. Chesterton, que foi uma grande influência para conversão de Corção; em C. S. Lewis, que foi influenciado por Chesterton, também em sua conversão do ateísmo ao teísmo, até o cristianismo; e em outros grandes autores que de alguma forma estão interligados e é incrível perceber como seus escritos permanecem atuais.

(Trecho)
"É bom ver um rosto amigo; já não estamos sós. O antigo susto que desde a infância nos persegue, medo de escuro e de solidão, se desfaz quando encontramos um amigo. [...] Bendita seja nossa pobreza, e benditos os ombros que encontramos para nos servir de muleta!"

Chesterton disse: “São as gerações passadas, não as futuras, que vêm bater à nossa porta. [...] Dentre as muitas coisas que me fazem ter dúvidas quanto ao hábito moderno de fixar os olhos no futuro, nenhuma é mais forte do que esta: todos os homens da história que fizeram algo pelo futuro tinham os olhos fixos no passado.”

Encontre o Outro e sirva! O Outro não está muito longe não, está ai do seu lado!
Um livro realmente profundo, vai até o cerne de nossas almas.
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Iana Rany 08/05/2020

Emocionante
Corção descreve com brilhantia o reinado da vontade sobre a inteligência, fazendo delicadas referências a Deus que somente o leitor mais atento conseguirá identificar.

No livro ele nos ensina a localizar a ponta da raiz, o fibrilo nervoso de onde sai um dos maiores venenos da humanidade: a opinião.
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LG 05/04/2010

Tudo em Corção é amor.
A Descoberta do Outro sai das normalidades da vida de um engenheiro filomarxista, passa pela dor da perda de uma esposa e por diversos episódios aparentemente pequenos e cotidianos para culminar na maior descoberta da vida de um homem.

É um itinerário espiritual de um dos maiores escritores que já passaram pelo Brasil. O título é a perfeita descrição da obra, que é um assomo de amor. "Tudo em Corção é amor" dizia Nelson Rodrigues. N'A Descoberta do outro, sabemos como Corção aprendeu a sê-lo. E a abundância de pequenos episódios só reforça a tese de que o amor se pratica amiude.
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Greziella.FAtima 19/02/2018

É muito amor!
Sabe aquele livro que você lê e que te dá vontade de escrever um livro também? Esse. Sério é bem humorado, talvez não nessa ordem.

No início um homem amarrado ao seu próprio cadáver, começa a analisar como o tempo parece vivo e cheio de paradoxos; as horas parecem intermináveis, mas os anos sempre brevíssimos. Sob ideais equivocados em rodas marxistas e nietzschistas, luta por uma sociedade sem classes, levantando a mão esquerda com o punho fechado sempre em sinal de revolta. No fim se rende, levanta as duas mãos, desarmado e entregue, como um prisioneiro de Deus. Se encontrou com a Verdade. Amou o próximo.

"A Caridade é a luz que nos revela a coisa mais extraordinária do mundo: o outro.

O mundo nos aconselha a não crer no amor. Nos propõe uma solidariedade de camaradas humanos na base de uma tolerância que respeita tudo no outro, exceto o que ele é. Para evitar os cachações dos muitos corpos neste Vale de Lágrimas, instituem-se regras especiais de bem viver, regulamentos, leis sociais, boas educações, moral e civismo para que as sombras circulem na caverna escura sem atritos demais e saibam dizer umas às outras: - com licença, com licença..."
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Rafael 28/09/2012

Li metade.
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Hérico 10/06/2016

Comentários escritos entre 09/09/12 e 07/10/12



Incrível! Se continuar como está até agora, será um dos meus livros favoritos facilmente. O terceiro capítulo, "O viúvo viu a ave", e o sexto, "Estamos sendo queimados", são espetaculares.

O capítulo "Gostos e opiniões" é excelente. Corção, tomando como exemplo um evento corriqueiro dado no capítulo anterior denominado "Afonso tinha razão", explica o instinto das defesas desmedidas das opiniões, que são quase sempre embasadas apenas na "vontade"("A opinião é segregada pela vontade; não vem do conhecimento mas de um apetite"[pag. 65]) , em detrimento da busca da verdade, que é apoiada na contemplação. Ele usa o conceito de opinião já visto desde Platão, segundo o qual seria a opinião um nível inferior à verdade (ou mesmo uma deturpação, não me recordo bem). Corção a define: "A opinião é uma atitude que o sujeito toma diante do objeto sem que o objeto importe. Não se mede pelo objeto, não tem proporção com êle. Precisa do objeto para sair do sujeito e voltar ao sujeito. Ter razão importa sem que o objeto importe"[pag. 65]. Posto isto, ele critica nos capítulos posteriores o enaltecimento moderno do subjetivismo, caracterizado pelo "cada um com sua verdade". Três motivos não me deixaram compreender inteiramente esses últimos capítulos ("Equações sem homogeneidade" e "E então, leitor?"), todos eles, naturalmente, imbricados e implicados entre si: a profundidade extrema deles; a falta de concentração que me assolou essa semana; e ,sobretudo, pela falta da devida maturidade requerida para a compreensão das ditas páginas.

O penúltimo capítulo "O maior das três" trata sobre a Caridade.

Leitura terminada e ficou a sensação de que eu preciso ler novamente e refazer esses históricos.
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Hueronimo 16/01/2018

[Pseudo-Prefácio] Uma biografia orientada a sujeitos ou Contra um mundo orientado a objetos
Aviso desde logo, leitor desatento, que estás perdido antes mesmo de saborear as edificantes páginas que encontram-se a seguir. Julgo-lhe desatento porque se tivesses ciência das maravilhas que lhe cerceiam não estarias segurando este livro, mas pondo em prática o que ele se propõe a revelar.
O que está contido nas páginas vindouras não são verdades obscuras oriundas de um universo alheio ao nosso, que apenas um ser sobrehumano seria capaz de interpretar para nós. Ao contrário, são verdades há muito ignoradas em nosso meio, verdades que deixamos de valorizar por tal ou qual motivo, verdades que precisam ser revividas se não quisermos sucumbir aos desvarios desse mundo.
Em meio a sistemas, procedimentos, regras, conquistas e títulos enxergamos apenas o nosso próprio interesse, a nossa própria vontade, a nossa própria opinião. Pois bem, prometo-lhe, leitor desavisado, que caso nesse meio perdido te encontres, deves preparar-te para uma viagem inesquecível a dois, ou a três, como perceberás dentro em breve...
"E amarás o outro como a ti mesmo"
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Dias.Ferreira 11/01/2019

No livro, um início curioso e um entremeio algo disperso – mas as últimas digamos cinqüenta páginas, que preparam e realizam, no sentido mais verdadeiro da expressão, a pungente Apologia da Caridade em que consiste enfim «A Descoberta do Outro» são um luminar.
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ees_elisa 05/09/2023

Top 1 de 2023 (até o momento)
Sem tempo pra escrever muito agora, mas lembrei de registrar aqui essa leitura sensacional. Acredito que tenha sido o melhor livro que eu li esse ano. Tem uma narração ímpar de alguns acontecimentos cotidianos no início e reflexões importantíssimas ao longo do meio e do fim.
O primeiro capítulo de ?A descoberta do outro? é um dos textos que mais me impactaram na vida. Pego-me pensando nele várias e várias vezes. Agora, depois de também ter lido o último, em especial seu parágrafo final, aumentei meu repertório de ?pensamentos literários recorrentes?. Afinal, desde que o li, já me lembrei inúmeras vezes desse encerramento genial de um livro igualmente brilhante.
100\100.
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Kauan280 12/03/2024

Irrefutável e Necessário
O título do livro pode parecer de uma ideia simples e complexa ao mesmo tempo. Há algo de misterioso, e é, claro, é o que chama atenção. Para nossas inteligências dessensibilizadas ao Absoluto e a Suma Objetividade, descobrir o Outro e os outros é uma coisa desinteressante, irrelevante e trivial, e só pensamos assim pois nosso orgulho obriga-nos a imperativa opinião.

Vivemos desse regime tristíssimo em que se desrespeita o objeto enquanto tal, para que ele torne-se uma coisa - monstruosa, aliás - que é de vontade pessoal. E embora os anunciadores dessas ideias tenebrosas sejam hoje acalmados, e até adorados, pelos pseudo-cientistas e pseudo-pensadores, não são menos desgraçados aqueles que um dia ousaram sujar o nome da boa filosofia para preconizar que o pensar precede o ser, ou que o o nada vem a ser no fim alguma coisa.

Se Corção, em todas as suas obras, concluiu o que concluiu em seu tempo, o que não diria ele de nossos tempos onde tudo o que fora germinado no passado, é hoje levado a décima potência da decadência humana.
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