Resenhas - Nascidos em Tempos Líquidos

OgaiT 29/05/2020

A geração Y
Essa foi a minha primeira leitura de uma obra do sociólogo Bauman. Neste livro temos breves, no entanto profundas discussões sobre a nossa contemporaneidade. De acordo com os autores, os "Nascidos em tempos líquidos" são todos aqueles que nasceram entre 1980 e 2000, conhecida como geração Y, que é caracterizada pela fragilidade e efemeridade de suas relações interpessoais.
Percebemos esses aspectos nos debates entre os autores, a partir de três temas principais:
Transformações da pele (que reflete sobre a rapidez em que as modas (tatuagem, barba estilo lenhador) ganham ascensão, mas rapidamente são substituídas por novas tendências;
Transformações da Agressividade, em que os autores aqui, neste capítulo, refletem sobre os padrões estéticos ocasionados pela moda do momento e como alguém, que não está de acordo com essa moda, é rechaçado pela sociedade;
Por fim, temos As Transformações Sexuais e Amorosas, onde o autor se propõe a analisar o impacto da web em nossa sociedade, a forma com que hoje todos podem alcançar a fama instantaneamente, além das questões dos conflitos de gênero.
Enquanto discute sobre as "Transformações da agressividade", Bauman afirma: [...] deem uma olhada na programação dos cinemas de sua cidade, ou nas listas de best-sellers dos últimos meses, para constatar quanto expostos cotidianamente ao espetáculo de uma violência causal, gratuita, imotivada: violência pela violência, sem outro objetivo. O mal foi verdadeira e plenamente banalizado, e o que mais importa, entre as consequências, é que nós fomos ou seremos, dentro em pouco, insensibilizados ante sua presença e suas manifestações. Fazer o mal já não exige motivações."(p. 57). Essa parte, me fez lembrar nas muitas declarações e ataques do nosso presidente a jornalistas, as universidades e de como a nossa sociedade vê tudo isso muito naturalmente, alguns até apoiam e batem palma, ante tais desconchavos.

Guilherme 12/10/2022

Perfeito
Conheço a teoria da "Modernidade Líquida" de Zygmunt Bauman de forma muito superficial, adquiri o box do autor com livros sobre o tema para entender mais sobre o assunto que me é muito interessante. Este foi o primeiro livro dele que li (sorteado pelo TBR aqui do skoob) e confesso que estou fascinado. Um livro escrito a quatro mãos pelo filósofo e o jornalista italiano Thomas Leoncini (60 anos mais novo que Bauman), que mais parece uma conversa de mesa de bar descontraída mas de uma profundidade sobre assuntos tão pertinentes aos tempos em que vivemos. Enfim, um livro que você lê sem sentir.

Ligia 21/09/2023

Quero mais Bauman
Há tempos queria ler algo de Bauman e busquei um livro acessível para começar. E foi uma grata surpresa nesta obra o filósofo traça uma conversa com Thomas Leoncini sobre temas atuais, como redes sociais, bullying, relacionamentos em tempos líquidos, etc
É admirável, que apesar da idade, Bauman consiga nos ensinar de forma profunda e clara tantas coisa e sem perder a profundidade.

Maikom.Abreu 14/10/2023

Ultima obra
Com a ajuda de um jovem jornalista, Bauman responde, em escrita, a alguns dos temas mais relevantes a serem pensados sobre a juventude pós-moderna. Tatuagens, relacionamentos e adaptações foram as coisas que marcaram essa minha leitura.

Talita Pilati 24/03/2020

Modernidade líquida
Meu novo vício é Zygmunt Bauman. Ponto final. Ahahahah
Já vi que vou ter que comprar todos os livros dele agora ??????

Sophia 15/08/2020

O livro é magnífico, trata sobre vários aspectos, muitos os quais nem mesmo percebemos, da vida do jovem apartir do conceito tão famoso do Bauman a liquidez. Gostei muito da dinâmica do livro, pois há uma discussão de ideias entre Thomas Leoncini e Zygmunt Bauman, o que deixa o livro impecável, com diferentes pontos de vista de diferentes gerações.

Mama 04/02/2022

Reflexões necessárias sobre nossa sociedade
Esse livro fala sobre nossa sociedade imediatista e que, muitas vezes, para preencher nosso vazio existencial adota relações rasas e fugazes. Utilizando por vezes as redes sociais para tal intento. Chorei no final, pois esse foi o último livro de Bauman, a homenagem que o autor Leoncini faz ao pensador é linda!

Srakak 19/03/2021

Frases & Trechos Destacados
(Zygmunt Bauman e Thomas Leoncini)

"Muitas vítimas de bullying imaginam modos a fim de não sofrer mais, de encontrar outra identidade, visto que o precedente havia trazido, como resultado, muita amargura."

"Após o término do percurso, digamos de alguns meses ou, na pior das hipóteses, de alguns anos, a vítima de bullying retorna à sociedade como uma pessoa nova, como uma pessoa que traz consigo uma nova identidade social, mais complexa."

"As motivações (de bullying) vão e vêm, na onda das modas do momento, mas o desconforto existencial permanece, e exige com insistência ser aliviado, desafogando a pressão acumulada e prevenindo um acúmulo posterior."

"A necessidade de bullying, e sobretudo de seus objetos e móveis, existe desde sempre e não acabará nunca."

"Quanto mais escandalosa e de mau gosto é a publicidade, maior audiência televisiva, mais vendas de jornais ou mais lucros de bilheteria".

"Tudo que aparece na Web tem decerto traço distintivo universal: a redução da esfera pública em benefício da esfera privada". (Thomas Leoncini)

"A web, com as redes sociais, nos engana, fazendo-nos crer que, através das curtidas e dos comentários podemos de fato plasmar e difundir uma democracia universal, mas em vez disso criamos simplesmente uma visão pessoal nossa, individual, que vai se somar a outras visões individuais diversas. E, mais uma vez, levamos o privado ao público". (Thomas Leoncini)

"Os seres humanos do século XXI são de dois mundos. Já que estamos destinados a habitar ambos os mundos, dividindo assim nossas horas, nossos dias (nossas vidas?) entre dois distintos universos, códigos comportamentais, modalidades de convivência e interação". (Zygmunt Bauman)

"Platão afirmou que o homem ficará chocado pelo comportamento de seus semelhantes se não for capaz de observar que todo homem é impregnado de amor à fama e anseia por obter a glória imortal. Para garantir essa reputação no interior da sociedade, o homem pode enfrentar qualquer perigo com a fúria superior até àquela que usaria para defender seus filhos" (Zygmunt Bauman)

"O problema não se situa tanto na diferença entre as gerações. O ponto crucial não é o fato de a as gerações serem diferentes uma das outras: é sua coabitação simultânea no mesmo mundo".

"As gerações se definem em relação à existência recíproca".

"Para Hans Jonas, a consciência de ser mortal torna importante o tempo que a pessoa vive. E podemos afirmar sermos os únicos viventes que têm essa consciência de maneira tão declaradamente exaustiva".

"Zygmunt Bauman reiterou que, se temos o progresso, se temos a história, é graças à dialética entre continuidade e descontinuidade".

Drielly.Insther 08/04/2020

Achei muito interessante os temas abordados neste livro e o modo como foi escrito, através de uma entrevista com a opinião de duas pessoas de idades e conhecimentos distintos. Que pena que a última pergunta que para mim é a que mais me chamou a atenção, não foi respondida devido a morte do Bauman (Já que a entrevista era feita por e-mail).
Mas esperava mais do livro, uma abordagem mais profunda de outros temas como meio de vida, lazer, trabalho, por isso classifiquei como um livro bom.

Idma 01/10/2020

Diálogos profundos entre Bauman e Mancini, com temas atuais e importantes. Achei uma boa leitura,apesar de encontrar uma dificuldade em acompanhar as linhas de raciocínio muitas vezes entrecortadas por outros pensamentos e observações.É interessante perceber o quanto eles se davam bem, à despeito da diferença de idade. Acredito que se divertiram lendo, e me emocionei com o posfácio também. Gostei,mas ainda prefiro a leitura das obras tradicionais de Bauman.

Janas 07/09/2023

Gostei.
Bauman é meu pensador favorito, fui conquistando esse apresso pelas suas visões de mundo, suas interpretações da realidade, suas colocações sobre a modernidade e os impactos dela na vida dos indivíduos.

Nesse livro temos uma "entrevista" de Zygmunt com um jornalista, aqui são colocadas perguntas e opiniões do segundo para que o primeiro fale sobre elas.
Por mais que não seja um livro teórico do Bauman, temos aqui excelentes colocações do mesmo, estando ele sempre a frente no seu modo de pensar. Para quem não é familiarizado com os textos do autor, recomendo essa leitura, pois ela não precisa de tanto para entender o que Zygmunt deseja nos falar. Eu como leitora por diversão desse grande teórico da sociedade, achei a obra interessante, como se os dois estivessem numa tarde do café e falassem sobre tais assuntos

PRINCIPAIS ASSUNTOS LEVANTADOS PELO ENTREVISTADOR E BAUMAN AO DECORRER DA CONVERSA:
Capitalismo
Identidade e pertencimento
Moda, estética e padrões de beleza
A relação entre gêneros
Agressividade: o bullying e a banalização da violência
Redes sociais e seus impactos psicológico
A fragilidade dos laços no mundo contemporâneo
A precarização do trabalho

Christofaro 22/03/2020

Fragmentado e não linear.
O livro em si, não é ruim. Mas é muito fragmentado. A linha condutora acaba não sendo claro, e os capítulos não são encadeados quanto se espera. Além disso, há pouca profundidade nos raciocínios , que parecem que param antes de atingir seu clímax .
A leitura é fácil, até agradável, e há bons insights, mas esses não são trabalhados com a profundidade que se espera.

Cath 23/01/2022

O livro é uma colaboração entre Zygmunt Bauman e Thomas Leoncini, que trocam correspondências em forma de diálogo. Gostei muito do tipo de abordagem por ter dado um dinamismo muito interessante ao desenvolvimento dos capítulos, assemelhando-se à conversa de dois velhos amigos que conseguem debater a modernidade líquida de forma leve. O livro se divide em três partes principais: a primeira fala sobre as transformações na pele da nova geração, a segunda sobre o fenômeno do bullying (transformações da agressividade) e a última das transformações sex1ais e amorosas (a minha favorita). De forma simples, são trazidos os efeitos da modernidade líquida em todos esses parâmetros que estão tão presentes na vida de qualquer indivíduo social. Tive uma grande quebra de expectativa quanto à densidade do livro, visto que sua leitura é bem introdutória e, muitas vezes, rasa, provavelmente para atrair o público para que essa obra é destinada. Desse modo, acredito que o último livro de Bauman é uma forma interessante de conhecer o seu pensamento e mergulhar em todo o contexto líquido que nos inserimos atualmente.

Bruna.Lourenco 03/03/2021

Sou suspeita
Eu amo o Bauman, então, praticamente tudo que ele escreve eu acho extraordinário. Livro curtindo, que contempla a última lição que ele nos deixou. Um diálogo gostoso entre ele e Thomas Leoncini, onde eles abordam a sociedade de consumidores, a fragilidade de laços humanos, conceitos de comunidade, liberdade e segurança. Falam sobre cirurgias plásticas, bullying, redes sociais, amores.

"Bauman ensinou-nos um método de análise e viveu para construir instrumentos que permitissem compreender onde nos encontramos e para onde iremos". Thomas Leoncini

Hélio 31/03/2022

Nascidos em Tempos Líquidos
Escrito a partir de uma troca de mensagens entre o sociólogo polenês Zigmunt Bauman e Thomas Leoncini, este livro trata de três temas:

1. Transformações na pele. Tatuagens, cirurgia plástica e hipster

2. Transformações da agressividade. Bullying

3. Transformações sexuais e amorosas. Derrocada dos tabus na era do amor on-line

Leoncini apresenta suas opiniões e faz perguntas a Bauman, que responde com a sua linguagem de sempre, fundamentada no conceito desenvolvido por ele de modernidade líquida. Bauman mostra como vem acontecendo essas transformações na sociedade e diz sobre o tema do primeiro capítulo, tratar-se de um estado de coisas que está estritamente conectado ao fato de sermos uma sociedade de consumo.

Sobre o segundo capítulo falando sobre violência, Bauman diz que esses eventos tem sido "normalizados" na sociedade atual e ele explica porque:

"Esses eventos, se repetidos, multiplicados, sempre revistos ou escutados, tendem a se despojar de sua capacidade de chocar. Por mais desconcertantes e horripilantes que pudessem ser na primeira vez em que foram vistos ou ouvidos, pela monotonia de sua repetição acabam 'normalizados', tornados 'comuns', coisas que são daquele modo por sua própria natureza; em outras palavras, são banalizados, e a função das banalidades é divertir e entreter, não choacar." Percebemos que Bauman tem razão, porque de tanto vermos casos de violência replicados nos noticiários, cada vez mais nos chocamos menos.

Por fim, os autores falam no terceiro capítulo sobre a liquidez das relações amorosas, nessa época em que nascemos em tempos líquidos.

"O amor sólido raciocinava em termos de amor eterno (embora estejamos cintes de quanto é lábio uma promessa, depois de vinte anos), o amor líquido raciocina daqui até às próximas 'eternas' 24 horas."