Alinye 23/01/2023
Um livro de homem
Eu ia dizer que esse livro é como aquele filme O Taxista. É. O Taxista seria como se fosse um dos contos. Um personagem psicologicamente instável, alterado etc.
No fim entendi, na prática, o que são contos. Demorei para perceber que cada título (e não capítulo) era independente.
Superado tal ponto, é um livro de homem, e talvez de homem para homem. Mas nada que impeça uma mulher de ler
Eu gostei que dá para visualizar um pouco de como o sexo masculino pensa. A categoria cis hétero. E se for para ser mais específica, cis hétero branco.
Não entrando nesse mérito, é bastante narrativo, embora não pareça nos primeiros títulos.
Me espantei um pouco com o vocabulário, com os cenários criados, o pensamento e gostos dos personagens. E o que mais me assustou foi a absorção de coisas absurdas como se fossem normais e, pior, fossem atraentes, prazerosas, coisas boas. E vai que é na cabeça deles... Pode ser que sim e eu nunca havia materializado tal perspectiva.
E bem, se for entrar no conceito de cada uma desses termos tudo pode se relativizar. Então me refiro aqui ao moral e socialmente aceitável.
Os personagens são muito bem definidos, a personalidade, os gostos, os desejos, pensamentos. Isso sem o autor precisar narrar sobre eles. Delineando esses aspectos pelo diálogo de um personagem com o outro.
Por fim, com todos os personagens me identifiquei com a característica de serem diretos, e todos os contos dariam bons filmes independentes. Senão bons, intrigantes ou abomináveis.