Minha casa é onde estou

Minha casa é onde estou Igiaba Scego




Resenhas - Minha casa é onde estou


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Isabela1215 30/05/2023

Sem palavras. Vou deixar, então, uma citação que, por si só, demonstra a grandiosidade desse livro:

?A partir disso, um sentimento difícil de explicar ocupou nossas almas. Não era melancolia, não era tristeza, não era choro, não era alegria. Era algo na fronteira de todos esses impulsos. Chico Buarque, o poeta e cantor brasileiro, teria certamente definido o sentimento como saudade. Que linda palavra! Uma palavra intraduzivel noutras línguas, mas tão clara, como somente o nosso nome numa noite de lua cheia consegue ser. Um tipo de melancolia que se sente quando se está ou se foi muito feliz, mas na alegria se insinua um leve sabor amargo.?
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Wellington.Pimente 01/04/2023

Pertencimento
Igiaba Scego, uma escritora italiana, com pais originário da Somália, aborda nesse livro, com uma ótima fluidez na leitura, sua infância e suas percepções da ausência de pertencimento, sendo que ela não se sentia uma italiana, devido os pontos levantados na obra, como o sofrimento da sua mãe e sua dificuldade em se fazer ouvir, num país estrangeiro, o que enriquece o panorama. Assim como a autora nunca ter pisado na terra natal de seus pais. Todo seu relato e reflexões em que vai assimilando o seu lado racional de falar a língua do colonizador de seus ascendentes somalis e ao mesmo tempo o som que lhe emociona, pois perpassa sua vida e portanto, seu pertencimento.
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Tete 15/03/2023

Romana ou Somali?
Igiaba, que é uma mulher que nasceu e cresceu em Roma na Itália, se dá conta que não conhece a cidade de sua família, Mogadíscio na Somália.

Em um encontro familiar ela e os primos se reúnem e começam a traçar um mapa de Mogadiscio antes da guerra, um mapa cheio de memórias e afeto.

A partir de então ela também traça para si mesma um mapa dos pontos importantes e que marcaram sua vida em Roma. E em meio a tudo isso ela vai desenrolando a história familiar e a sua própria.

Muitos pontos tristes como os relatos de guerra e o racismo que ela viveu durante a infância.

O livro é rico em detalhes e relatos da história da Somália.
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anaartnic 09/03/2023

"Mas os caminhos precisam de um nome e uma história"
A Igiaba diz que "as histórias eram a melhor forma de não pensar nas dificuldades da vida real", eu eu considero que as histórias também são uma maneira de fazer-nos entender o que se passa no mundo real, e é justamente o que essa obra faz: Igiaba por meio de sua história e o seu mapa nos leva a conhecer os conflitos e enlaces entre Somália e Itália, resultados dos processos de colonização e descolonização.

A autora une etapas importantes de sua vida e de sua família para delimitar um mapa da sua história, um mapa de um território construído por sentimentos e suas vivências enquanto filha de uma diáspora, a diáspora Somali. Afinal, cada um de nós carrega em si mesmo a sua história, "No fim, sou somente as minhas histórias. Sou eu e meus pés", os pés de um povo que caminham em um território conhecido mas que desconhece seus traços, cultura e religião. É estar em casa e não estar, vivendo neste persistente caminho.

Eu não consigo escolher um ponto e dizer o que mais gostei na história, mas a bagagem histórica que ele carrega é impressionante, abordando e entrelaçando as histórias da Somália e da Itália, sobretudo a gestão pós-descolonização e a maneira que os assuntos sobre as atrocidades cometidas pelo país europeu foram silenciadas, um silêncio incômodo.

E é com tamanha sensibilidade que Igiaba apresenta para nós, leitores, a história de sua família, refugiados da guerra que até hoje atinge a sua pátria. Não se trata apenas de uma história individual, mas também coletiva, pois toda a comunidade somali se identifica com a dor que a guerra deixou, desde a luta por autonomia, dores do fascismo e a tristeza de famílias separadas.

Muitas passagens do livro doem, como o trecho em que Igiaba descreve a clitoridectomia de sua mãe, a mutilação genital. Mas muitas outras aquecem o coração, pelos momentos em família, em que as raizes culurais são mecanismos de empoderamento em meio ao racismo contra os imigrantes somalis. Essas raízes que salvaram Igiaba, a narradora e autora da obra, pois como ela diz ao final "graças à palavra, hoje sou o que sou".

Recomendo demais a leitura, é uma história real, muito preciosa e necessária para países como o nosso que, ainda que de maneira diferente, lidam com os impactos nocivos do processo de descolonização.
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Ed Carvalho 07/03/2023

Mais um do clube BibliON
Livro muito rico indicado como leitura do clube do livro do app BibliON. Com exceção do excesso de notas que chega a irritar o livro tem uma leitura fácil e repleta de ótimas informações históricas, sociais e culturais que se cruzam com a história biográfica da autora. Foi realmente uma leitura muito válida.
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liz 07/03/2023

O resgate da origem
Tentando se encontrar, vagando de um lugar ao outro na busca do lar, uma auto ficção permeada por memórias e a falta que a falta delas fazem. num misto incansável entre ser e estar, revela o passado colonial italiano e tudo o que sua família teve de sofrer, levando suas lembranças e cultura adiante.
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Elineuza.Crescencio 02/03/2023

Colonização
Leituras de Março - 1 – 2023 – 26
Título: Minha casa é onde estou
Autor: Igiaba Scego
Tradução: Francesca Cricelli
País: Itália
Páginas: 160
Editora Nós – SP – 2018
Avaliação: 4/5
Término da leitura: 02/03/2023


Autora
Filha de imigrantes somalianos nasceu em Roma no ano 1974.
Graduou-se em Língua Estrangeira e doutorou-se em pedagogia.
Suas obras enfocam o diálogo cultural.
Em 2018 participou da Festa Literária Internacional de Paraty.

O livro
Estão na Itália, Igiaba com seus três primos.
Igiaba brinca de desenhar um mapa de sua cidade natal, Mogadíscio e então descobre que pouco sabe que pouco ou nada conhece.
Desse modo, Igiaba descreve e desenha no mapa que constrói seis estágios da Roma em que viveu e cresceu ao mesmo tempo em que analisa a sujeição a que foi submetida o povo africano no ocidente durante a colonização italiana.
Constrói desse modo um mapa pessoal, autobiográfico e social.
Bem interessantes os aspectos mostrados sobre a exploração de um povo.
Eu gostei. Leria outros livros da autora



site: https://entremeadaselivros.blogspot.com/2023/03/2023-marco1-leitura-anual26-minha-casa.html
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Sofia.Castello 20/08/2022

?Encontrei minha morada num território de fronteiras incertas
com as quais normalmente defino o país
de minha imaginação?

Igiaba Sego faz de sua jornada um lembrete do passado colonial italiano, muito pouco falado ou reconhecido em sua brutalidade. É uma obra sobre memória, rica em sua poeticidade e cultura.

Vale a leitura!
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Ale 04/05/2022

Histórias...
"... É esse o destino de todos os somalis.
A guerra se apaixonou por nós e não quer mais nós abandonar. Crê que somos sua propriedade. E que pode jogar conosco como bem entender, por anos afora.
A guerra é como certos conhecidos inoportunos e vulgares. Você não quer saber deles, mas lá estão e ficam grudados, chegam quando não são esperados, esvaziam a sua geladeira e a sua alma.
Deveria ter durado pouco aquela guerra bastarda. Mas, ao contrário, não para de respirar em nossos cangotes. Seu beijo, que nos aflige, tem gosto de vísceras em decomposição.
Demos-lhe tudo, tudo, coisas demais, mas ela quer mais, sempre mais. Demos-lhe a alma. Mas não bastou.
Agora nada mais nós restou. Além da alma, não sabemos mais o que sacrificar.
Muitos de nós estão desistindo.". Pag. 124

"... Porém, mamãe tinha e ainda tem muitos recursos. Começou a me contar histórias da Somália. Porque, para os nômades somalis, sempre há uma solução escondida na história. Suas histórias tinham um objetivo: ela queria que eu entendesse que não surgíamos do nada; que por trás da gente havia um país, tradições, toda uma história." Pag. 148
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GIZ 04/03/2022

O livro traz uma contrução das memórias da autora, tanto de sua vida na Itália, como exilada de seu próprio país, a Somália, quanto sua vida em seu país de origem. Muitas lembranças de vidas individuais e de situações de guerra vividas na Somália, assim como a fome, enfrentada por sua família em tempos difíceis na Itália.
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Bia 04/03/2022

Um livro tocante
'Minha casa é onde estou' é um livro necessário de ser lido! É um livro para compreendermos como o colonialismo nos atingiu e como ele ainda continua nos atingindo.

É uma biografia pessoal, porém, ao mesmo tempo, é também a biografia de um povo. E não é uma biografia na qual a história é contada e a gente não se identifica. Não sou uma imigrante, não passei pelo processo da diáspora, mas a cada página, cada sentimento posto ia me lembrando - especialmente no capítulo que a autora cita o quão duro foi na escola nos anos iniciais - de cada criança imigrante que atendo na biblioteca comunitária onde trabalho. Lendo os sentimentos sobre essa imigração pude compreender melhor o que sentem e pensar soluções melhores para ajudar.

É estranho, eu que tenho uma casa definida e origem definida, pensar que muitas - milhares, milhões - de pessoas não têm este sentimento definido. Contudo, o final do livro, as últimas palavras da escritora são tocantes demais... Somos pedaços, fragmentos de história e, realmente, nossa casa somos nós onde quer que estejamos.

Um livro lindo, profundo, poético também. Um livro que fala sobre imigração, racismo. Um livro que nos traz um pouco de conhecimentos sobre um país que nunca estudamos na escola e não vemos notícias ou informações sobre. Um livro sobre a autora. E também um livro de uma história comum.
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Cris 03/03/2022

Conhecendo a história Somali e a colonização italiana
Eu desconhecia a história da Somália e me passava despercebido o papel colonizador da Itália, principalmente um colonizador tão cruel.
Mas é óbvio: o berço do fascismo com Mussolini!!! Mas como esse terrível período nos cai no esquecimento!
Livro necessário, mega importante para conhecermos mais da história africana com mais uma autora maravilhosa!!! Ainda tive o prazer de poder ver e ouvir Igiaba num encontro online ao vivo, para falar do livro e sua história. Como é simpática!!! Ainda falando português (muito bom por sinal) com a gente com a ajuda de uma tradutora. Fantástica!
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Maria Amélia 01/03/2022

Que livro! Em uma narrativa sensível e potente, a autora fala sobre sua história e da Somália relacionando com locais marcantes de Roma.

Igiaba Scego nasceu em Roma em 1974, filha da diáspora somali gerada pelo colonialismo fascista na África oriental.

Impressionante como existe um apagamento da história africana. Antes de ler esse livro eu nem sabia que a Somália tinha sido colonizada pela Itália.
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Estante Atípica 25/02/2022

Que livro incrível... Ele te ensina, te emociona, te transporta pra uma realidade que não é a sua mas que em algum momento você vai sentir como se fosse. Essa foi a segunda leitura que realizamos no clube da Manu e faz parte daquele tipo de livro que talvez não teria chamado minha atenção para comprar, mas que sou muito grata por ter na minha estante hoje.
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Marina 20/02/2022

É Roma, mas também é Mogadíscio
Trata-se de um livro lindíssimo, muito bem escrito, que permite compreender um pouco do rascismo, da xenofobia e do imperialismo italianos, especialmente no período fascista, a partir de seus reflexos na vida de uma italiana-somali, a autora do livro. O livro divide-se em oito capítulos, cada um relacionando um local de Roma com um momento dos primeiros 20 anos de vida de Igiaba.
É uma escrita simples e de leitura fluida, e o resultado é um livro muito tocante sem ser dramático.
Amei cada segundo.
Nota 10/10
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