Resenhas - Don Quijote de La Mancha

Gê Galvao 31/12/2023

Um clássico é sempre um clássico
Quem sou eu pra julgar um clássico?

A historia é muito boa, a zoação que Cervantes faz aos cavalheiros é muito pertinente, ainda mais se tratando de sua época na qual ainda se romantizava essa galera. O Sancho panza é sensacional. Don Quixote um velho chato.

Me incomoda um pouco Cervantes ter alongado o livro com muitas histórias secundárias mas é sensacional o livro!

Lê-lo em espanhol me dificultou um pouco já apreciação da obra mas valeu!

Rocca 27/02/2023

O que falar desse livro...
Primeiro e mais importante, é um livro supeeer arrastado e sem dúvidas não vai agradar muitos leitores de hoje em dia. A crítica é incrível, mas passa a ser mais incrível se você realmente souber exatamente aonde está a crítica, se não a história passa a ser só de um louco qualquer.
O personagem principal é sem duvidas a melhor parte da história, enquanto nos irritamos muito com os outros.

Livro para poucos e sinceramente não é uma história que ficou marcada em mim como uma grande história.

Li os quadrinhos (que resume a história além de ter uma arte incrivel) e sinceramente preferi ele ao livro original.

Longe de só querer criticar, acho que se você é um amante da história e da literatura, esse livro seria muito mais do que só uma obrigação para você, mas sinceramente não é um livro que eu indico para quem quer apenas espairecer.

Osmar 20/10/2022

Vaga merecida entre as grandes obras literárias
Eu demorei muito para ler essa maravilha da literatura universal. Sou latino-americano e minha língua mãe é o espanhol. No entanto, conhecia 'Dom Quixote' apenas pela fama. Tomei coragem e adquiri o livro na edição de Francisco Rico por vários motivos: pelas suas dimensões, pois parece uma versão de bolso o que facilita muito o transporte e o manuseio; as notas de rodapé muito úteis e toda a informação adicional que é muito valiosa em termos de cultura. Acredito que como todo clássico da literatura universal tenha que ser lido com um estado de ânimo particular. É uma leitura completamente diferente. O quê eu posso dizer? Se você não tem como primeira língua o espanhol tome suas precauções, pois a obra tem muitas palavras arcaicas e a construção gramatical é um pouco diferente. No entanto, garanto que será recompensado com inúmeras histórias (a maioria divertidíssimas) e dois personagens inesquecíveis (Dom Quixote e Sancho Panza) cuja amizade é eterna. Se você tem como primeira língua o espanhol é uma leitura quase que obrigatória, assim como 'Cien años de soledad' de García Márquez, 'Ficciones' de Borges e outros grandes autores da literatura em espanhol.

jotaefesanchez 26/05/2021

Maravilhoso
Não faz muito sentido tentar escrever uma resenha embolada sobre este clássico.

Foi uma leitura muito agradável. Se considerarmos que foi escrito há mais de 400 anos, é incrível como ainda funcione tão bem. Hilário, profundo em suas reflexões e melancólico.

VALE.

Daniel.Alcantara 09/01/2021

Inestimado valor histórico
Um livro longo com várias histórias dentro da própria história principal. Muito bem ambientado, trazendo a loucura como faceta da comédia e a avareza como companhia das loucuras. Livro próprio do seu tempo, que escarnece o passado enaltecendo a nova realidade que estava nascendo.

yasmin 06/09/2020

Don Quijote de la Mancha - Miguel de Cervantes
Esse foi o primeiro livro que li em espanhol. Mesmo sendo um livro de literatura clássica, essa edição possui uma linguagem que não é tão complicada de entender. Recomendo para quem está aprendendo espanhol, até porque tem até alguns exercícios no livro e várias notas de vocabulário.

Everton Vidal 27/02/2020

Arquetipo del soñador
Don Quijote es el arquetipo del soñador desvariado, del idealista ilusionado que enfrente molinos imaginando ser gigantes. Es de estos libros que atraviesan el tiempo y son siempre actuales, porque hablan de cosas inmutables en los seres humanos.

Es un libro especial en este nuestro siglo donde todos los tipos de sueños son vendidos a cualquier momento. Los Don Quijotes se proliferan, y nosotros mismos lo somos muchas veces, cuando no somos los Sanchos, contando y concordando las proezas de nuestros Quijotes.

No está en mi lista de mis libros favoritos, pero yo lo salvaría de un desastre universal.

bobbie 23/11/2019

Apenas um instrumento de estudo linguístico para mim
Selecionei este clássico literário com o único fim de desenferrujar meu espanhol, há muito perdido desde os meus idos anos de adolescente, quando fiz um curso completo do idioma. Reconheço o valor literário do clássico de Cervantes, mas não o li com os olhos de um apreciador; apenas com aqueles de um estudioso da língua. Sendo assim, abster-me-ei de fazer julgamentos da obra.

Amâncio Siqueira 11/02/2016

O Grande Mito Moderno
Dom Quixote é muito mais que um livro. É um verdadeiro monumento da literatura. Sem ele, não haveria literatura moderna. Não foi à toa que um livro escrito para ridicularizar os romances de cavalaria tornou-se o maior romance de cavalaria. Dom Quixote e Sancho Pança fazem parte do ideário e da iconografia eruditos e populares; o próprio Cervantes criou o molde da iconografia dos personagens, descrevendo-os através de uma gravura do livro de Cid Hamete; desde então não se concebe representá-los senão de uma forma caricaturesca. Dom Quixote tornou-se um símbolo e, como todo grande símbolo, está envolto em diversas camadas de significação, como uma cebola cujo primeiro contato deixa perceber apenas a casca. Você tem sorte de lê-lo aos catorze anos. Poderá relê-lo muito mais vezes do que eu, que só li aos vinte, conseguirei, e adivinhar muito mais sentidos do que eu. Posso apenas adiantar-lhe os caminhos que já percorri; mas, tão logo terminados estes, outros se abrirão pra você. Não apenas dentro do livro, também e principalmente ao redor dele. Cervantes inspirou gênios como Defoe, Flaubert, Dostoiévski, Melville, Greene, Joyce, Carlos Fuentes, Kazantzakis, Borges. Livro de cabeceira de outros tantos. Aquele “velho doido” pode simbolizar a senilidade da literatura cavaleiresca que mexe com a cabeça dele, e também um coração que se entrega à mais árdua batalha por uma fé cega e inabalável, capaz de convencer um cético medroso como Sancho Pança a segui-lo. Seus personagens são geniais, sendo praticamente arquétipos de todos os personagens surgidos posteriormente. A forma em que foi concebido é genial, a junção de diversos gêneros textuais, da crítica literária do cura ao decidir junto do barbeiro quais os livros queimar até o discurso, que na voz de Dom Quixote ganha belos exemplos de lucidez entremeados aos seus rompantes de loucura. Aliás, Cervantes teve a audácia de falar sobre o absurdo da queima de livros no período mais sombrio da Inquisição espanhola. Impressiona a metalinguagem, o livro falando de si mesmo, revelando sua origem em textos obscuros, uma ficção sobre a ficção, inclusive discutindo se é verdadeiro o texto em árabe que ele pede a outro que traduza; o encontro dos personagens principais com Sansão Carrasco, que teria lido a segunda parte da aventura, e como aqueles negam ter vivido as aventuras da segunda parte apócrifa, legitimando apenas Cervantes a falar de seus feitos. Pode-se dizer que ele lança um olhar sobre a diferença entre autor e narrador, embora os cantares de amigo do trovadorismo já demonstrassem isso na prática. Foi o primeiro livro a popularizar a leitura entre as classes burguesas, que ainda aprendiam a ler e viram-se finalmente descritas nas vendas que Dom Quixote confundia com castelos, nos pastores dos rebanhos que ele identificava como exércitos. Ante a ilusão dos romances de cavalaria estava a vida real, destruindo os castelos da ficção para em seguida destruir os castelos reais, até que a burguesia novamente viesse a alimentar as ilusões quixotescas que tornam suas vendas castelos e suas filhas princesas. Há algo mais quixotesco do que um homem da envergadura de Balzac considerar seu casamento aristocrático mais decisivo do que a escrita da Comédia Humana? Enfim, é uma obra tão magistral que se tornou muito maior que seu criador. Quando nos referimos a um amor espiritual, despido de desejo carnal, o chamamos platônico; se contamos uma aventura épica ou uma viagem cheia de contratempos, dizemos que é homérica; o adjetivo para um cenário de tragédia e dor é dantesco; descrevemos pessoas e ações pragmáticas, que sacrificam a ética em prol do resultado, de maquiavélicas. Porém, quando o amor é fantasioso, a aventura é impossível, a moral afasta-se do cotidiano para tornar-se irrealizável, não dizemos que essa atitude pouco pragmática é cervantesca. Dizemo-la quixotesca.

Está na hora de algum editor publicar uma edição reunindo as duas partes do Quixote de Cervantes e o Quixote apócrifo de Avellaneda, que o próprio Cervantes utilizou como parte do cânone, ao citá-lo em várias passagens da segunda parte, inclusive fazendo Dom Quixote desviar-se de seu caminho até Zaragoza, ao saber que esta cidade estaria em seu caminho de acordo com o autor aragonês.

Um dos pontos altos da mitologia quixotesca é justamente o encontro do protagonista com Dom Álvaro, personagem do apócrifo, que confirma ter encontrado Dom Quixote e Sancho Pança, embora não esses que têm sua história contada por Cide Hamete Benengeli. Prova de que os quixotes e sanchos são muitos, em número infinito, buscando aventuras por todo o globo terrestre, quiçá pelo espaço afora.

site: https://amanciosiqueira.wordpress.com/2016/02/11/o-maior-mito-moderno/