Freud e a Alma Humana

Freud e a Alma Humana Bruno Bettelheim




Resenhas - Freud e a Alma Humana


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Gabriel.Larrubia 26/04/2024

Este livro é formado por diversas críticas às traduções inglesas (e por consequência grande parte das brasileiras) da obra de Freud, porém as críticas são tão profundas e os "erros" de tradução são tão mais perversões do que versões que essa crítica se estende a todo um entendimento e prática do campo psicanalítico nos Estados Unidos. Em diversos momentos o autor, que tem o alemão como língua materna e viveu na Viena de Freud, mostra que a palavra escolhida na tradução na verdade tem um correspondente direto, então "se fosse isso que Freud queria dizer, teria usado x", para mostrar a inadequação do termo, e essas escolhas tradutórias sempre carregam implicações mais profundas.
O título do livro se dá não porque um dos termos que se critica da tradução é "Seele" (alma), mas porque todas traduções carregam com si ideologia, um entendimento restrito à medicina da psicanálise, que se tentam passar por mais "cientificistas", ignorando quando Freud trata das "Naturwissenschaft" e quando trata das "Geisteswissenschaften", afastando a psicanálise do humanismo e do "Eu". Se uso uma palavra estrangeira para descrever um processo, faz parecer que ele é externo, só acontece com os outros, fora do meu domínio, pois se fosse comum mesmo teríamos uma palavra para isso. Assim, a psicanálise parece que tem como objeto o outro, seria um modo de entender "o que há de errado" com o outro, quando é a nós mesmos que ela se refere.
O livro mostra diversas técnicas da tradução que são usadas para nos distanciar do que a psicanálise está falando sobre, nos distanciando de nós e do que há de humano no outro. Uma dessas técnicas por exemplo é o uso de línguas mortas; quando Freud fala de Schaulust, por mais que não haja correspondente conciso no inglês ou português que passe essa ideia, prazer de ver comunica o que precisa ser comunicado e ainda cria uma resposta afetiva, todos entendemos o prazer de ver, porém a escolha tradutória é "escopofolia", palavra que nunca usamos, não relacionamos à nada, não é de nossa língua e assim gera um afastamento do que estamos lendo com o que passamos no dia à dia.
Livro lindo demais com diversas discussões importantes e infelizmente agora vou ter que comprar as obras incompletas do Freud da autêntica além dos da imago que já tenhokkkkk....
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claudio.louzd 31/08/2023

Freud Psicanalise Psicologia Tradução Amor
Achei excelente a perspectiva do autor sobre a obra freudiana e as implicações de uma tradução para o inglês preocupada (pelo tradutor). Houve um esforço em dar um viés cientificista, que facilitasse a acolhida pelo público americano, o que tem suas razões, claro. Todavia, isso tirou muito do espírito que Freud havia imposto aos seus textos, de muita humanidade, amor, acolhida.
Para quem é do ramo, perceber que EU e SUPEREU, por ex, tem muito mais sentido que EGO e SUPEREGO, já faz valer a pena a leitura. Detalhe: apesar da linda escrita, o autor, Bruno B, tem uma história marcada por polêmicas e acusações bem pesadas, além de ter tirado a própria vida.
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yas :) 06/04/2022

Freud era um humanista, não um simples médico.
"No final, Tanatos vence, mas enquanto há vida em nós, podemos manter Eros vitorioso sobre Tanatos. Isso é algo que temos a obrigação de fazer, se desejarmos viver bem."

Se você quer entender Freud e os princípios introdutórios da Psicanálise, esse livro é essencial!! Bruno faz uma crítica árdua sobre como a tradução americana das obras de Freud deturpou totalmente o significado subjetivo e humanístico que ele quis trazer nos seus estudos, e a medida que faz isso ele traz conceitos importantes (como Eros e Psyche, O Complexo de Édipo, a teorias das pulsões) e vai esclarecendo conceitos básicos para se estudar o inconsciente. Uma leitura muuuito esclarecedora eu amei.
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