Espere Agora pelo Ano Passado

Espere Agora pelo Ano Passado Philip K. Dick




Resenhas - Espere Agora Pelo Ano Passado


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Paulinha 02/03/2020

Espere agora pelo ano passado
Muito bom.
Confuso, mas com muito potencial.
O final não me agradou, mas não deixa de ser ruim.
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Suyan 02/03/2020

Foi minha primeira experiência com o autor e confesso que ele já me conquistou.
Além de uma ficção científica com tudo que amamos, como guerras intergaláticas, tecnologias incríveis e drogas capazes de viciar em uma única dose e que podem fazer você viajar no tempo, ainda somos tomados pelos problemas cotidianos dos seres humanos, como um casamento que claramente não está dando certo.
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ntayar 09/01/2020

PKD não decepciona
Escrito em 1966, a história se passa em 2055, quando a Terra está numa guerra difícil contra uma outra civilização, e estamos perdendo.
Nesse futuro, a humanidade já explora outros sistemas solares.
A trama tem tudo que é característico em Philip K. Dick: questionamentos sobre a realidade, tecnologias inexistentes na época, drogas (a terrível JJ-180), alucinações (ou não?) e as reviravoltas e revelações típicas de seus livros.
É curioso observar que, embora escrito em 1966, o enredo traz transplante de órgãos sintéticos, máquinas tradutoras, vidfones. Só por curiosidade, o primeiro transplante de órgão sintético aconteceu em 2011, na Suécia. Um paciente com câncer recebeu uma nova traqueia desenvolvida a partir de células tronco do próprio receptor. Hoje temos aplicativos e programas de tradução automática e podemos conversar pelo celular com som e imagem. Achamos tudo isso corriqueiro hoje, mas PKD pensou nessas tecnologias nos anos 60..
Recomendo o livro para os fãs, claro, mas também para os que gostaram das adaptações de PKG para o cinema e que ainda não tiveram a oportunidade de ler seu texto. Alguns leitores dizem que não é o melhor do autor, mas, para mim, é difícil que uma obra desse escritor não prenda a atenção. Nesse livro, por exemplo, o início não é muito interessante. Mas a partir do momento em que Eric conhece Gino e depois da conversa com seu médico particular, o leitor começa a se sentir desafiado: afinal, quem é esse Gino? JJ-180 provoca apenas alucinações ou tudo aquilo é real?
“É dessa maneira que os Estados modernos são administrados. Existem coisas que o eleitorado não sabe, não pode saber, e é para o seu próprio bem”
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Carol | @carolreads 15/10/2019

Espere agora pelo ano passado
Queria saber como funciona a cabeça do Philip K. Dick.

Uma guerra interplanetária está em curso. Dr. Eric Sweetscent é um médico especialista em transplante de órgãos artificiais que trabalha para dois homens muito importantes: Virgil Ackerman, dono de uma empresa que fornece armamentos e Gino Molinari, líder e a única esperança de vitória do planeta Terra. Por estar em contato com figuras tão influentes, Eric e sua esposa são envolvidos em uma grande conspiração política e acabam dependentes de uma droga altamente tóxica e viciante chamada JJ-180.

O que ninguém imaginava era que a droga possui um efeito colateral inusitado: o usuário, apesar de morrer em poucos meses, consegue viajar no tempo e para outras linhas temporais. É aqui que as coisas começam a ficar complicadas.

Apesar da maioria dos viciados em JJ-189 viajar ao passado, existem algumas exceções. Gino Molinari usa a droga para obter vantagens políticas e visita ‘o presente’ de outras linhas temporais e o Dr. Eric visita os futuros possíveis do planeta Terra, usando as informações que consegue para acabar com a guerra, achar a cura da JJ-180 e ajudar sua esposa. .
Como na maioria dos livros do K. Dick, suas mulheres são muito mal desenvolvidas... estão na história apenas para dar chilique e serem sensuais (não vou nem comentar sobre a cidade de Tijuana do livro e o porquê dela ser famosa).

Apesar disso, gostei bastante da história e do ritmo da narrativa, e o fato do Dr. Sweetscent ter priorizado sua vida pessoal me surpreendeu bastante.

E aí, já leram espere agora pelo ano passado? O que acharam?

site: https://www.instagram.com/carolreads
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Luiza.Thereza 08/05/2019

Espere agora pelo ano passado
Quando falamos sobre ficção científica, sou sobre distopias, é muito provável que o nome Philip K Dick apareça na conversa. E não à toa: ao todo, foram 44 romances e 121 contos (uma média de um romance a cada sete meses e um conto a cada 81 dias, sem parar, por 27 anos).

Se você viu o filme Blade Runner 2049, lançado em 2017, e diz que não conhece o cara, veja bem meu amigo, você conhece sim, pois tanto esse filme quando seu original, o de 1982), foram derivados de seu livro ANDROIDES SONHAM COM OVELHAS ELÉTRICAS?, de 1982.

Na verdade, esta resenha não é sobre Blade Runner, e sim sobre Espere Agora pelo Ano Passado, o primeiro livro de PKD (para os íntimos) que eu tive a oportunidade de ler.

O livro, escrito em 1966, retrata o (agora não muito distante) futuro de 2054, em que a Terra se aliou ao planeta errado durante uma guerra intergaláctica que dura a tanto que nenhum dos dois lados sabe exatamente o motivo de a guerra começar. Neste livro, estamos presos em uma guerra desigual em que tudo o que resta a fazer é tentar perder da forma mais digna possível e sem tantos danos à nossa sociedade (impressão minha ou há algo de familiar nessa frase?)

Pois bem, nosso protagonista é o Dr. Erick Sweetscent, um cirurgião de artificiórgãos (é isso mesmo: ele basicamente ganha a vida substituindo órgãos velhos por novos quando estes entrem em colapso) que trabalha para um dos homens mais influentes do mundo.

Seu trabalho com Virgil Ackerman (que está esbanjando saúde aos 130 e poucos anos) propiciou a Erick tornar-se um dos médicos pessoais de Gino Molinari, o Dique (título dado ao líder máximo do nosso planeta). Só que Molinari é, talvez, o homem mais doente do planeta (quatro tipos diferentes de canceres encabeçam a lista da quantidade de doenças que quase o mataram e dos quais ele foi totalmente curado, fora a quantidade exorbitante de paradas cardíacas).

Confuso? Muito, mas calma que dá pra complicar ainda mais o nó na cabeça:

Erick é casado com Kathy, uma colecionadora de antiguidades que adora jogar na cara dele o quanto ele é passível em relação a ela: foi ela quem conseguiu o atual emprego para ele, foi por causa dela que ele jogou fora sua coleção de programas favoritos, o serviço dela tem mais prestígio e maior salário também (uma mocreia se querem saber), e para piorar ainda, ela é viciada nos mais diversos tipos de drogas.

Em uma trama de espionagem interplanetária, Kathy se vicia em uma droga de efeitos colaterais estranhos e mais viciante do que todas as outras drogas conhecidas em nosso mundo. O trato era que se ela desse a droga para Erick, eles entregariam o antídoto a ela.

E é isso que ela faz, e, por incrível que pareça, é somente ai, lá pelo capítulo cinco ou seis, é que a trama ganha a complexidade que leva o enredo até o final (sim, é muito louco).

O impossível e o inevitável se cruzam e se confundem, o futuro, assim como o presente, são realidades tênues e multifacetadas, capazes de confundir até o mais sensato dos homens (e dos leitores também, diga-se de passagem).

site: http://www.lerparadivertir.com/2018/12/espere-agora-pelo-ano-passado-philip-k.html
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Sandro 27/04/2019

Mais PKD impossível
Uma droga psicodélica que permite viajar pelo tempo, inclusive que a pessoa interaja com suas próprias versões nas realidades paralelas; um casamento neurótico do protagonista com uma esposa castradora e um chefe de estado hipocondríaco e adepto das ~fugas fisiolócias~ ou seja, ficava convenientemente doente e à beira da morte quando a corda arrebentava pro lado dele.
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Paulo 10/03/2019

Este é mais um romance de ficção científica do autor que lida com viagem no tempo. O curioso é sempre imaginar como qualquer romance do Philip K. Dick lida com drogas psicotrópicas. Aqui ele adota um tom bem curioso abordando temáticas políticas e sociológicas que eu não havia visto em outros trabalhos dele. Por essa razão, Espere Agora pelo Ano Passado é um material que vale a pena ler.

A escrita de Dick continua no mesmo tom de outros trabalhos: ele começa apresentando os personagens, depois derruba o nosso chão para em seguida evoluir na estranheza pouco a pouco. Nem sempre os finais são satisfatórios porque o objetivo do autor não se situa no desenvolvimento dos personagens ou sequer no desenrolar da narrativa. Quase sempre Dick se focava na exploração das ilusões causadas pelo uso de drogas psicotrópicas. Diferentes personagens em diferentes situações geravam diferentes resultados. Podemos ver que nenhuma das ilusões que ele criava continham os mesmos elementos: Ubik funcionava naquele universo vintage, Palmer Eldritch ficava nos recantos da mente, Valis explorava ilusões quase reais a partir de uma semi-biografia. A narrativa do livro é em terceira pessoa a partir de dois pontos de vista: a do dr. Sweetscent e até mais ou menos um terço da obra tínhamos trechos focados em Kathy. Depois Kathy desaparece e ficamos só com o protagonista.

A edição da Suma está muito bonita seguindo o padrão estabelecido por O Tempo Desconjuntado. A imagem de capa é bem psicodélica tentando trazer à tona um pouco do que o autor tenta dar vida em suas obras. Ou seja, se trata de uma edição luxuosa, seguindo a ideia de uma coleção com outros volumes programados para 2019 e 2020. A tradução foi feita por Bráulio Tavares, um autor especialista nos escritos do autor, o que já nos garante uma obra que vai atender à mensagem que ele queria dizer. Novamente eu senti falta de algum extra. Uma edição de colecionador tende a ser uma edição definitiva, ou seja, o departamento editorial poderia ter incluído alguma matéria sobre o livro, uma entrevista do Dick ou até mesmo pedido ao Bráulio ou a outro autor ou crítico que curtisse o autor que escrevesse um prefácio. Daria um valor maior ao trabalho.

O dr. Sweetscent é um personagem que eu abomino. Preciso tirar isso do peito logo porque poucas vezes eu detestei tanto um personagem. E o pior é que eu não sei se a ideia do Dick era criar um personagem "odiável". É preciso lembrar que Eric é o protagonista direto da narrativa. Narcisista, egocêntrico, adúltero, machista. Cito mais alguns defeitos? Vou tirar uma das temáticas principais e depois a gente vai trabalhando as outras. A relação entre Eric e Kathy é uma das molas propulsoras da narrativa. Desde o começo vemos que se trata de um casamento de comodidade entre duas pessoas que tinham formas distintas de enxergar um ao outro. Enquanto Kathy parecia de fato amá-lo de coração, Eric só enxergava em sua esposa uma fonte de dinheiro e status. À medida em que a relação deteriorava, ele passou a ter uma atitude de indiferença em relação à sua esposa. O curioso é que Kathy é uma mulher bonita e atraente, mas Eric apenas enxerga outras possibilidades. Logo de cara ele se interessa por Phyllis Ackerman (primeiro capítulo isso) e tem relações extra-conjugais. Mesmo com tudo o que acontece a ele ao longo da narrativa, Eric nunca vai enxergar Kathy como uma parceria, mas como um fardo. Algumas pessoas vão argumentar que no final ele paga pelos seus erros, mas eu não acredito nisso. O personagem não se arrepende de seus atos ou sequer cresce como pessoa a partir daquilo que ele vê acontecer a si mesmo e àqueles ao seu redor.

Gino Molinari aparece como um estrategista político na narrativa. Como diz na sinopse, ele usa sua doença para obter vantagens políticas frente a uma guerra iminente que está para acontecer tendo a Terra como campo de batalha. Neste universo criado por Dick temos duas raças alienígenas interagindo com os seres humano: os Starmen, uma civilização avançada e com objetivos militaristas, sendo os principais aliados dos seres humanos e os reegs, uma raça de seres insetoides com vida efêmera e dificuldade para se comunicar. Os Starmen estão em guerra com os reegs e querem derrotá-los a qualquer custo. Molinari não deseja a guerra, mas ela se apresenta como uma obrigação. Vamos vendo todo o tipo de artimanha política sendo empregada. O legal aqui é como Dick dá uma rasteira no leitor ao dar pistas sobre uma situação quando na verdade o que está acontecendo é algo completamente diferente. Ficamos imaginando Molinari como um homem frágil e excêntrico quando o controle da situação está em suas mãos. Eric é chamado para cuidar dele e vai se questionando se vale ou não a pena curá-lo, já que a doença é parte de sua estratégia política.

A droga JJ-180 acaba sendo empregada mais como um elemento de enredo do que propriamente algo a ser levado a sério. Isso porque as condições de uso da droga se alteram no final. Eu gostaria de ver a droga sendo trabalhada em todos os seus riscos e problemas. Quando ela deixa de ser um vício para se tornar uma ferramenta, ela perde o perigo e o sentido. Mas, eu sempre esqueço que o próprio autor não entende drogas psicotrópicas como um vício, mas como um meio para se atingir uma iluminação.

As personagens femininas são vistas de uma forma muito estranha na história. Mary Reineke é encarada quase como um objeto para lidar com Molinari. A gente sequer conhece muito a seu respeito. Ela é aquela que levanta Molinari do seu estupor. Mas, só isso? A personagem foi praticamente encomendada para estar com o grande líder. Ela é uma italiana brigona... mas, continua a ser só isso? A personagem é unidimensional em tantos níveis que chega a ser agressivo. Quando a Kathy, ela é uma personagem injustiçada e sofrida ao longo da narrativa. A postura liberal e permissiva dela vem da indiferença de Eric em relação a ela. Embora Dick dê pistas de que ela possa ter tido relações fora do casamento, eu não creio porque a gente não tem nada concreto. A relação de Eric e Phyllis e o desejo de Eric por Mary é bem claro... já as situações com Kathy são mais insinuadas. A personagem perde toda a sua agenda quando se vê vítima de drogas e a perseguição dela por Eric acaba se tornando desesperadora ao invés de bela. O único fato redentor à relação dos dois personagens é a conversa franca que eles tem lá no final da narrativa, mas quando chegamos lá a personagem está completamente devastada por tudo o que se passa com ela.

​Espere Agora pelo Ano Passado é uma boa obra de ficção científica com elementos de viagem no tempo. Daria para fazer mais uns comentários sobre Guerra Fria e como o autor enxergava a relação entre EUA e URSS, mas vou deixar para outra matéria. Essa é uma obra também que é o espelho da maneira como os autores de ficção científica encaravam a presença feminina nas narrativas: nula. Por outro lado, as ideias acerca de viagem no tempo (e outra coisa que eu não posso dizer porque seria spoiler) são sensacionais. Demonstra toda a criatividade e inventividade do autor. É uma obra que vale a pena a leitura, dados os devidos cuidados.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Karini.Couto 11/01/2019

Olá. Tudo bem?
Eu simplesmente curto muito a escrita de Philip K. Dick. Quando vi esse lançamento, fiquei louca de curiosidade.
Bora conferir o que eu achei?

Um enredo que nos trás um futuro com drogas alucinógenas e guerras insanas.. O ano é 2055, onde a terra é comandada pelo secretário geral da ONU, um ditador que não inspira nenhum tipo de segurança ou bondade. Pelo contrário. Uma guerra está evoluindo prestes a se tornar pior. Como? Se tornando interplanetária, ou seja, com outros povos invadindo a terra e tomando tudo, dizimando e etc. Apesar disso tudo, uma nova droga está a disposição e ela tem o poder de unir passado, presente e futuro, fazendo com que a linha do tempo possa ser reescrita da maneira mais conveniente para quem a acessa.

A história é eletrizante do começo ao fim e para aqueles que estão acostumados com a escrita de K. Dick com certeza este será um prato cheio para viajar com tudo nessa história incrível.
Quem não está acostumado, pode achar a história um tanto quanto louca ou estranha.. Mas não desistam! Garanto que o autor é incrível e suas história fantásticas e muito bem ambientadas, delineadas e descritas..

Adoro essa viagem por mundos futurísticos distópicos e com essa pegada de ficção onde ficamos pensando, "e se fosse assim?". Vemos os homens repetirem erros já velhos conhecidos pelos mesmos motivos de sempre: ganância, poder, ira, ódio e etc..
É engraçado como a história, ainda que futurística sempre nos remete ao passado, que parece tão distante e ao presente.. Apesar de estarmos lendo uma ficção, encontramos facilmente, elementos que nos fazem pensar e repensar..

Espero que todos tenham a oportunidade de ler.
Beijos.
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Jeff.Rodrigues 28/12/2018

Resenha publicada no Leitor Compulsivo
Viagens no tempo, drogas alucinógenas e uma guerra interplanetária se combinam para gerar um romance de ficção científica em que o futuro é apenas mais uma das camadas da nossa realidade, e a política é desvendada em nuances e jogos de poder com fortes doses de crítica social. Em Espere Agora pelo Ano Passado, Philip K. Dick coloca os leitores no centro de uma narrativa complexa, bem diferente de outras obras já conhecidas nossas, e com forte dose de drama existencial.

Espere Agora pelo Ano Passado traz o não tão distante ano de 2055 como palco para um clima de tensão no universo. A Terra é governada pelo secretário-geral da ONU, alguém com ares de ditador fascista, claramente inspirado na figura de Benito Mussolini. Há uma guerra fria em curso com fortes chances de desandar em conflito espacial, com nosso planeta sendo invadido por outros povos. E temos a nossa disposição uma droga capaz de quebrar as barreiras do tempo e fazer com que passado e futuro possam ser acessados e moldados de forma a influenciar os rumos do presente. Parece complicado e realmente é, o que faz desse um dos livros que devem dividir opiniões entre os leitores que vão mergulhar fundo, entender e ficar fascinados, e os que vão simplesmente abandonar a leitura ou se arrastar até o final.

PKD constrói um ambiente futurista de tirar o fôlego com gigantescos aglomerados urbanos em diferentes planetas, tecnologias impensáveis, e uma galeria de personagens bem estruturados e bastante imaginativos, como os reegs, espécie de insetos que convivem tranquilamente conosco. Nesse cenário, sua trama de bastidores políticos e manipulações de poder é tecida em camadas que vão driblando a realidade e nos fazendo questionar sobre onde de fato ela começa e onde se mistura ao artificial, irreal ou ilusório. Em certo aspecto a droga JJ-180, por exemplo, lembra o “soma” de Huxley em Admirável Mundo Novo, que permite uma fuga da realidade.

O protagonista da obra, Eric Sweetscent, traz consigo dramas pessoais, uma conturbada relação com a esposa em um casamento naufragado, e uma angústia com tudo que o rodeia que faz dele alguém fascinante para nos guiar ao desbravar esse mundo. Suas reflexões, quase filosóficas, e a forma como ele se envolve com o poder de forma a atuar para alterar o jogo, ou garantir sua continuidade, nos ajudam a entender melhor não só todas as infindáveis camadas que compõe esse romance, como abrem brechas para especularmos o quanto a biografia do próprio autor se misturou na formação desse personagem.

Espere Agora pelo Ano Passado é uma obra complexa, com uma boa dezena de páginas iniciais bem lenta e um pouco confusas para leitores menos atentos. É um livro difícil de fisgar nossa atenção e curiosidade logo de cara, e somente depois que vamos desvendando todas as engrenagens que compõe a trama é que nos envolvemos de verdade com a história. O problema é que isso demora a acontecer. PKD não facilita nada ao leitor e a atenção deve ser redobrada, o que fez desse um dos livros mais difíceis que já li e que exigiu persistência para mergulhar fundo na narrativa. Aos que, como eu, vencerem essas barreiras, vão encontrar uma trama construída em cima de toda a genialidade que caracterizam o autor.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2018/12/03/resenha-espere-agora-pelo-ano-passado-philip-k-dick/
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Gramatura Alta 10/12/2018

http://gettub.com.br/2018/12/08/espere-agora-pelo-ano-passado/
ESPERE AGORA PELO ANO PASSADO é uma ficção-científica de Philip K. Dick, aclamado escritor do gênero e muito reconhecido por sua capacidade invencionista para cenários inimagináveis. Sendo inédito no Brasil, o livro conta com uma edição especial belíssima lançada pela editora Companhia das Letras. Esta foi minha primeira leitura de uma obra de Dick, que me deixou imensamente surpresa com seus cenários futuristas e a escrita direta e ácida.


O livro se passa no ano de 2055, onde, apesar de todas as tecnologias e evoluções ocorridas, a Terra passa por um momento de grande tensão com uma possível guerra intergaláctica à vista. Gradativamente, as forças terrestres diminuem… Um dos protagonistas, Gino Molinari, é o secretário-geral da ONU que comanda a força política terrestre, um ditador astuto que faz uso de diversas estratégias para conseguir vantagem política.

O dr. Eric Sweetcent é um médico especializado em artificiórgãos, sendo nomeado médico pessoal de Molinari, o homem mais importante da Terra e o mais doente também. Paralelamente a isso, Sweetcent descobre que sua esposa Kathy está letalmente viciada em uma poderosa droga com estranhos efeitos colaterais de viagens no tempo. Em meio a uma crise interplanetária, em que nada é exatamente o que parece, Eric se encontra numa grande confusão, tentando compreender a saúde do secretário-geral, que transformou suas misteriosas doenças em um instrumento político. Ele já não sabe qual é o seu trabalho: realmente curá-lo, ou apenas não deixá-lo morrer. Além disso, o personagem corre contra o tempo para tentar salvar a vida de Kathy, uma mulher extremamente manipuladora e egoísta.

É muito interessante ver a mudança de visão do médico depois que ele tem acesso a informações confidenciais trabalhando para Gino, na medida em que descobre o funcionamento real da política com todas as atrocidades realizadas em prol de uma suposta paz que nunca existiu. Adorei a construção dos personagens, as relações interpessoais complicadas, além de que acompanhamos as mudanças e questionamentos dos protagonistas com o desenrolar da trama. Eric me cativou desde o início, enquanto Kathy recebeu meu ódio por se comportar como uma megera interesseira e manipuladora o tempo todo.

Molinari é um personagem bastante peculiar, um hipocondríaco que se mostra extremamente frágil e doente, mas também um ditador manipulador capaz de tudo por poder. Me peguei, em várias partes da história, questionando suas atitudes e se suas doenças eram reais ou não. E, para cada nova informação que descobrimos, temos mais mil dúvidas, então não há certezas ao longo da leitura. E ainda, os cenários relatados por Philip são bastante confusos em alguns pontos, pois as descrições não são muito aprofundadas; alguns termos são usados sem nenhuma explicação de seu significado, mas percebemos ser uma referência a algo futurístico. Mas as “evoluções” são incontáveis: servos-robôs que trabalham para os humanos, colônicas terrestres em Marte e fora do sistema solar, cirurgias que substituem órgãos que não funcionam mais por um artificial, viagens interplanetárias extremamente rápidas…

É uma obra bastante complexa que envolve uma guerra interplanetária, contexto político, uma nova droga alucinógena altamente perigosa, viagens no tempo e relações delicadas entre os personagens. Ao finalizar a leitura, você não sabe se realmente compreendeu a história e essa é a principal característica do autor: ele não nos dá certeza de nada em suas tramas. Nessa obra, Dick navega entre o possível e o impossível, criando um futuro em que a realidade é uma superfície terrivelmente tênue e multifacetada. Nem tudo é como imaginamos…

site: http://gettub.com.br/2018/12/08/espere-agora-pelo-ano-passado/
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livrosepixels 06/12/2018

Um bug temporal na sua mente
A expressão “Philip K. Dick vai desgraçar sua mente” nunca fez tanto sentido como quando eu terminei a leitura deste livro. De fato, ao virar a última página perguntei a mim mesmo: “eu entendi o que o autor propôs com essa história?”. Sério, sinto até um pouco de vergonha em dizer que fiquei na dúvida se realmente havia compreendido o livro como deveria – e ainda tenho essa dúvida. A verdade é que se tratando de Philip, reações assim são mais que normais.

A trama começa da forma habitual do autor: nada fora do normal, apenas os personagens sendo apresentados e com os seus problemas diários a resolver. Logo no começo temos um ligeiro conhecimento do futuro onde a história se passa. Os servo-robôs estão por toda a parte, servindo-nos e substituindo-nos nas mais básicas funções, como taxistas, recepcionistas, garçons, etc. Também vemos que a empatia humana pelas máquinas é baixa, sendo que estas são comumente tratadas com agressividade e consideradas “lixo”. Também ficamos sabendo que a humanidade está em guerra e que há colônias terrestres em Marte e fora do sistema solar. Claro que, tudo isso é pontuado muito rapidamente. O autor não perde tempo em se estender nesses detalhes complementares.

“Como podemos chegar a uma convivência pacífica? Os reegs, estranhamente, tinham uma resposta. Sua resposta era o equivalente a: Vivam e deixem viver.”

Mas aí, ao passar essa fase, tudo desaba. É como se estivéssemos subindo a montanha russa, bem devagar e calmo, para daí lá em cima você olhar para baixo e dizer “meu deus, vou morrer”, e aí começar a descer em alta velocidade pelos trilhos, cada vez mais rápido em direção ao chão. A trama se divide em duas, três ou até mesmo quatro camadas e em cada uma delas tudo vai ficando complexo, alucinante e até mesmo questionável. A começar pela própria figura de Molinari. As doenças de que sofre, são verdade ou só sintomas da própria imaginação? A guerra está mesmo acontecendo ou até uma artimanha política para manter controle sobre a Terra? São várias as questões que logo de cara nos são jogadas, e para cada resposta que aparece, o autor dá uma risadinha debochada e nos joga mais duas ou três dúvidas. E assim vai até perto do final.

Philip K. Dick já havia se aventurado em tramas políticas, como é o caso do seu bem aclamado livro “O Homem do Castelo Alto”, onde ele imagina uma realidade paralela onde o nazismo venceu a guerra e conquistou o mundo. Aqui, porém, as críticas ao sistema político são mais tênues, sutis. O que um homem é capaz de fazer pelo poder, quando este está ao seu total alcance? Quantas atrocidades – e mentiras – podem ser inventadas em nome do “bem maior”? E qual seria esse bem maior?

“Ódio e amor estão intimamente ligados. Muito mais do que a maioria dos terrestres imagina.”

Por outro lado, o livro também trata de um tema delicado, mas intrínseco ao autor e sua vida. O efeitos decorrentes de drogas ilícitas. Não é à toa que uma delas aparece nessa trama. O autor usa isso como artifício para explicar, ou mesmo justificar, as válvulas de escape que as drogas podem nos apresentar, mas que apresentam sempre um custo elevado (geralmente custa a vida de quem usa). O autor tinha um histórico de uso de drogas ilícitas e que muitas vezes acabaram por influenciar suas histórias. Junto a isso, nos últimos anos ele apresentava um quadro de paranoia latente, o que o levou quase ao precipício completo. Uma de suas obras, Valis, reflete bem esse momento onde o autor lidava com a dicotomia sanidade-paranoia. Percebe-se então, nessa livro em particular, que as descrições envolvendo a droga exploram o lado “bonito” que ela proporciona momentaneamente, mas também a destruição que vai deixando pelo caminho conforme sendo usada.

Claro que o autor se aproveita dessas situações (drogas, paranoia e politicagem) e as une sob a sua marca registrada, a questionabilidade do que é realidade em si. E quando ele entra nesse assunto, eu me senti como se tivesse usado algo alucinógeno. As indagações sobre passado, presente e futuro, a imutabilidade do tempo e a própria definição de localização temporal que temos são levadas ao extremo. Interessante que aqui ele apresenta uma infinidade de opções, mas que no fim das contas você não tem controle sobre elas. Quer mais desgraça na vida de alguém do que não poder ter controle sobre nada, nem mesmo sobre si? Pois aí está. É o jeito Philip K. Dick de ser.

“No que me diz respeito, as drogas deliberadamente viciantes e tóxicas são uma abominação, um crime contra a vida.”

Este é daqueles livros que não dá pra você ter uma opinião completamente formada após ler uma vez. É necessário ler duas ou até mesmo três vezes. Quatro, se for preciso. Porque mesmo sendo uma história de pouco mais de 250 páginas, a profundidade dos temas abordados e as implicações filosóficas e sociológicas dela são grandes. Eu mesmo tenho a plena consciência de que terei de reler essa história novamente daqui alguns meses para olhar pra ela com outros olhos e absorver novas nuances que agora me passaram por entre os dedos.

O título pode parecer estranho, mas aos poucos faz muito sentido. E é brilhante. Porque acima de toda as trapaças políticas e problemas causados por drogas, da guerra que mata milhares e do medo de uma invasão alienígena, o que se discute sobretudo são as ações do indivíduo na sociedade que conhece. Digamos que o mundo a sua volta estivesse desabando, e o seu único refúgio é um tempo passado, uma época em que a paz aparentemente existiu. Você também esperaria pelo retorno do passado ou trabalharia por um presente ideal? Convido você leitor, a refletir.

site: http://resenhandosonhos.com/espere-agora-pelo-ano-passado-philip-k-dick/
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douglaseralldo 08/11/2018

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESPERA AGORA PELO ANO PASSADO, DE PHILIP K. DICK OU SOBRE LEITURAS FUDEROSAS

1 - Espere Agora Pelo Ano Passado está provavelmente entre as mais fortes narrativas políticas de Dick, mas sem perder a característica de seu trabalho que é de gritar contra o frágil tecido da realidade que nos cerca, e, no caso deste romance, de uma forma intensamente alucinógena, que embora com olhos no futuro, tece crítica social a problemas que parecem-nos assombrar desde a segunda década do Século XX. A leitura de Dick sempre nos envolve e nos espanta de forma assombrosa;

2 - A obra de Dick é marcada pelas características distópicas, embora nem todas carreguem as características das distopias nascidas no Século XX, pois já estão mergulhadas nas metamorfoses do gênero, que a partir dos anos 60 já reúne novas temáticas e estruturas. No entanto, esta narrativa seja a mais próxima e mais influenciada por duas das principais narrativas distópicas, 1984 e Admirável Mundo Novo. Da primeira, veremos muitas aproximações como a trinca flutuante de nações em guerra, que aqui é tratada através dos povos interplanetários, a lideranças de um tirano que age de diferentes formas para perpetuar o poder, e, claro, nesse estado de guerra total e eterna a vigilância e a repressão. Mas Dick une essa universo bolsas hedonistas como na obra de Huxley, e acima de tudo a fuga artificial e ao mesmo tempo modeladora de realidades através de uma droga potente e poderosa, que no romance causa todo embate entre realidade e artificialidade, e você não saberá onde uma começa e outra termina;

3 - Há claro, uma bela razão para encontrarmos na narrativa fortes influências da distopia clássica, pois este é um romance eminentemente político em que com tons sombrios e fatalistas, Dick debaterá nuances do fascismo. Vejamos que esse tem sido um tema que volta e meia retorna à pauta, e as preocupações e referências do autor são explícitas na própria obra que volta e meia retorna às guerras, à Segunda, e mesmo à Guerra Fria para analisar o seu presente, no caso do romance o nosso agora não tão distante 2055. Aliás, um dos principais personagens do romance está fortemente ancorado na figura de Mussolini, já que Gino Molinari não só é um líder de política questionável, mas reencena a incapacidade popular e mesmo atraente do líder fascista. Ademais, se ainda nos restassem dúvidas da semelhança, o fato de Molinari ser conhecido como Dique, deixa tudo claro;

+: http://www.listasliterarias.com/2018/11/10-consideracoes-sobre-espera-agora.html

site: http://www.listasliterarias.com/2018/11/10-consideracoes-sobre-espera-agora.html
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Alan Martins 25/10/2018

Drogas, aliens e viagem no tempo
Título: Espere agora pelo ano passado
Autor: Philip K. Dick
Editora: Suma
Ano: 2018
Páginas: 296
Tradução: Braulio Tavares

“Os seres humanos sempre se esforçaram para reter o passado, para conservá-lo de forma convincente; não há nada de errado nisso. Sem isso, não temos nenhum senso de continuidade, temos apenas o momento.” (DICK, Philip K. Espere agora pelo ano passado. Suma, 2018, p. 39)

Nessa história, que mistura alienígenas, viagem no tempo, drogas e guerra, Philip K. Dick apresenta diversos elementos recorrentes em seus romances, sempre com aquela pitada filosófica, mas dessa vez com várias características pessoais projetadas no papel. O resultado disso tudo é um livro que se diferencia dos seus grandes sucessos.

Vida complicada
Philip K. Dick nasceu em Chicago, em 1928, e faleceu na cidade de Santa Ana, Califórnia, em 1982. É considerado, hoje, um dos maiores nomes da literatura de ficção científica dos Estados Unidos, com obras que influenciaram tanto a literatura, quanto o cinema.

Teve uma vida complicada. Nunca conseguiu manter relacionamentos duradouros; casou-se cinco vezes e divorciou-se também cinco vezes. Seu humor era muito instável, resultado do uso abusivo de drogas durante boa parte de sua vida.

Muitos dos problemas encarados por PKD foram utilizados em seus livros, aparecendo explicitamente nas características de muitas personagens. Suas obras vão além da ficção científica, sempre apresentando questões críticas e existenciais por trás dos panos (talvez seu grande diferencial). Alguns de seus livros mais conhecidos são: ‘Androides sonham com ovelhas elétricas?’, ‘O homem do castelo alto’ e ‘Ubik’.

“A guerra em si já é uma coisa bastante ruim, pensou Eric, mas nada se compara à derrota numa guerra para fazer um sujeito parar e pensar, tentando em vão avaliar retroativamente suas decisões passadas […]” p. 17-18

Tempos de guerra
O protagonista desse livro se chama Eric Sweetscent, um cirurgião especialista em transplante de órgãos artificiais, utilizados para estender a vida de uma pessoa, substituindo órgãos danificados. Ele trabalha para uma das companhias mais poderosas da Terra, sendo o médico particular de seu presidente.

Nos encontramos no ano de 2055, com uma guerra sendo travada entre os Starmen, que habitam o planeta Lilistar, e os reegs, criaturas que possuem seis membros e a aparência de inseto. A Terra e seu líder, Gino Molinari, o Secretário Geral da ONU, viram-se obrigados a fazer uma aliança com os Starmen, entretanto, uma aliança nada positiva para o povo de Molinari.

Durante toda essa confusão causada pela guerra, uma nova droga foi criada, a JJ-180, com propriedades alucinógenas, capaz de gerar dependência logo na primeira administração. Todavia, a JJ-180 guarda vários segredos, um deles é a capacidade de transportar seu usuário para realidades alternativas, outros futuros, ou passados.

Eric Sweetscent, ao receber de Gino Molinari uma importante tarefa, se encontrará no meio de eventos que podem mudar o rumo da guerra. O desenrolar dessa história transformará a vida do médico, que busca um significado para sua vida e seu casamento conturbado.

“No casamento pode-se produzir o maior ódio que pode existir entre dois seres humanos, talvez por causa da proximidade constante, talvez porque em algum outro momento houve amor.” p. 215

Diferente, mas nem tanto
Para quem já leu outros livros de PKD, notará que ‘Espere agora pelo ano passado’ é um pouco diferente, apresentando uma guerra interplanetária e até mesmo alienígenas, o que não aparece muito em seus trabalhos mais aclamados. E isso é bom, pois traz algo de diferente, não parece uma repetição, como muitos autores que seguem sempre uma mesma “receita”.

Todavia, um leitor atento encontrará vários elementos recorrentes nas obras desse grande autor. Há a menção aos precogs, humanos com habilidades psíquicas, que aparecem em ‘Ubik’; um protagonista com problemas em seu casamento, e uma esposa problemática; uso e abuso de drogas; e, claro, viagens no tempo.

Aquele lado filosófico também está presente, porém mais tímido. Parece que o autor escreveu pensando em seus próprios problemas, relacionados aos seus casamentos desastrosos e ao seu uso abusivo de substâncias psicoativas. No fim de sua vida, PKD estava dando uma maneirada nas drogas, e parece que, já nesse livro, ele percebeu que o uso dessas substancias não o levaria a lugar algum.

Um enredo interessante, criativo e escrito de uma forma que a leitura se desenvolve muito bem. O começo é um pouco lento, a narrativa demora até engatar a quinta marcha, o que pode frustrar alguns leitores. Não desanime, vale a pena continuar a leitura até o final!

“No que me diz respeito, as drogas deliberadamente viciantes e tóxicas são uma abominação, um crime contra a vida.” p. 247

Sobre a edição
Edição que segue o mesmo padrão de qualidade apresentado pela Suma em ‘O tempo desconjuntado’. Capa dura, acabamento em soft-touch, arte cheia de estilo, miolo em papel Pólen Soft, boa diagramação.

Tradução de Braulio Tavares, poeta paraibano, um grande fã de ficção científica. Ele já vem traduzindo livros para a Editora Suma há algum tempo, sempre realizando excelentes trabalhos, e com ‘Espere agora pelo ano passado’ não foi diferente.

“Está sendo admitido num segredo de Estado. O que acha disso? É dessa maneira que os Estados modernos são administrados.” p. 124

Conclusão
Esse trabalho que a Editora Suma iniciou em 2018, de publicar obras inéditas de Philip K. Dick, é muito bacana, possibilitando aos leitores a oportunidade de conhecer outras faces desse grande autor, um dos maiores nomes da ficção científica do século XX. Em ‘Espere agora pelo ano passado’ conhecemos o cirurgião Eric Sweetscent, que, no ano de 2055, passa por sérios problemas em seu casamento. Ele trabalha para o presidente de uma grande companhia que o apresenta para o líder do planeta Terra e Secretário Geral da ONU, Gino Molinari, que sofre de uma misteriosa doença. A Terra foi forçada a fazer uma aliança com os habitantes do planeta Lilistar, que estão em guerra com uma outra civilização extraterrestre, os reegs. Como se uma guerra não fosse o suficiente, Eric terá pela frente um novo problema: a JJ-180, uma droga alucinógena capaz de transportar seu usuário para realidades alternativas. Com essa mistura muito louca, PKD criou uma história interessante e diferente. No início, a leitura demora um pouco para engrenar, mas, assim que engrena de vez, flui deliciosamente. Não é o melhor livro do autor, porém vale a pena conhecê-lo.

“Criaturas vivas não foram feitas para compreender o que fazem.” p. 84

Minha nota (de 0 a 5): 4

Alan Martins

Viste meu blog!

site: https://anatomiadapalavra.com/2018/10/25/minhas-leituras-93-espere-agora-pelo-ano-passado-philip-k-dick/
Ronald 25/10/2018minha estante
Não conhecia essa obra. Fiquei com vontade de lê-la após sua resenha! Valeu!




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