Flavio Assunção 26/04/2012Sabe aqueles livros onde a sinopse conta tudo da história. Pois bem, é o caso dessa edição da Record de "Renascido", de F. Paul Wilson. Por isso, já começo a resenha alertando para quem quiser lê-lo, que passe longe da sinopse e principalmente da orelha do livro, que resume a trama toda. Mas isso não quer dizer nada, na verdade. Sabendo ou não de 80% da história que é contada nesses meios, não iria fazer com que essa obra fosse melhor.
O livro fala sobre um certo Jim Stevens, que dá noite pro dia recebe 8 milhões de dólares como herança de um homem que logo ele descobre ser seu pai. Jim passou a vida sem saber nada sobre si mesmo, nem de onde veio e quem foram seus gestores, já que foi mandado para o orfanato logo após seu nascimento. Com o choque e alegria de saber quem era seu pai, ele começa a investigar a fundo a vida do seu gestor, a fim de saber respostas como quem seria sua mãe e porque não ficaram com ele. A verdade, é que a história é mais complexa do que parece e, após Jim ter acesso aos diários do pai, é revelado o segredo. Paralelamente a isso, os Eleitos, pessoas que dizem ter o dom de saber da volta do anticristo, se reúnem ao pressentir o mal. E buscam uma forma de descobrir onde essa maldade se encontra para que possam combatê-lo. Mais paralelamente ainda, um certo Sr. Veilleur, que na verdade era o Glenn, de O Fortim, um dos personagens mais chatos da obra, retorna para fazer o leitor relembrar os péssimos momentos que passou com ele.
De fato a história promete, promete muito. Mas não passa disso. O livro todo convivemos com a expectativa de algo. Quando percebemos estamos nas páginas finais e a história continua naquela mesma linha boba. Embora não seja chato e possa ser lido sem muito estresse, ele também apresenta dezenas de personagens irritantes e cujo vínculo o leitor não consegue empregar a nenhum. Vale destacar que a tal "revelação é feita na metade do livro e não tem nenhum impacto sobre o leitor. É aí que o livro se encaminha para um final previsível e extremamente clichê. Se tivesse sido escrito na década de 70 poderia até ser interessante, mas foi escrito em 1990 e me espanta que o autor tenha feito algo do tipo tão recentemente. Só pra clarear o leitor, se você leu ou assistiu "O Bebê de Rosemary" vai achar certos trechos uma cópia descarada.
É isso. "Renascido" é ruim, clichê, desprezível, previsível e bobo. Passe longe se você for adepto do terror moderno, onde não existem os clichês religiosos, da eterna luta do bem contra o mal. Esse é apenas mais uma balela de história sobre a volta do Anticristo. Quem já leu "A Profecia", "O Bebê de Rosemary", como já citei, e muitos outros desse mesmo tipo que tem por aí, não vai perder nada se ignorar esse. Fujam!