Drácula

Drácula Roy Thomas




Resenhas -


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Alessandro232 26/08/2023

Uma bela adaptação em formato de hq do clássico filme de Coppola
Esta hq não é uma adaptação em quadrinhos do famoso livro de Stoker, mas do filme clássico de Francis Ford Coppola. Inicialmente, o que chama atenção é sua fidelidade ao material de origem (o filme).
A hq consegue reproduzir quase na íntegra o longa de Coppola. Do prólogo inicial ao final (ambos inexistentes e acrescentados no roteiro do filme), a narrativa é recontada de forma ágil e envolvente, por meio do roteiro de Roy Thomas, conhecido por suas adaptações para o formato de hq das histórias de Conan, o bárbaro.
Mike Mignola em "Drácula" demonstra estar em plena forma como artista gráfico. Ele faz um belo trabalho de luz e sombra, de modo a destacar a ambientação "gótica" dos cenários sinistros do filme de Coppola, principalmente os interiores do Castelo do Conde-, assim como seus elementos expressionistas.
Mignola também consegue reproduzir a aparência dos atores do longa, de maneira bastante realista. Neste aspecto, chama a atenção a maneira como o artista gráfico desenha as expressões faciais de Gary Oldman, ressaltando seu sofrimento e tristeza pela perda de sua amada. Por outro lado, Mignola enfatiza os traços bestiais de Drácula/ Oldman quando aparece como um velho decrépito ou como uma criatura monstruosa.
Sendo assim, a adaptação de "Drácula" é uma obra de alta qualidade que consegue recriar as melhores passagens do filme de Coppola, por meio da bela arte "gótica" de Mignola, com seus enquadramentos cinematográficos. Sem dúvidas, é uma hq que vale muito a pena ser lida. Indicada para os fãs deste clássico do horror de Coppola ou para quem aprecia o romance de Stoker.
Sobre a edição: A editora Mythos fez um ótimo trabalho. A edição é em capa dura, com ótima impressão em papel couchê de alta gramatura, o que valoriza os desenhos de Mignola. Tem poucos extras, mas é interessante porque traz um pouco do processo de trabalho de Mignola por meio de rascunhos e artes não finalizadas.
Eduardo1438 27/08/2023minha estante
Ótima análise, os detalhes que citou instigam a curiosidade. Você poderia me recomendar uma loja para comprar essa edição?


Alessandro232 30/08/2023minha estante
Obrigado. Eu encontrei na Amazon, mas a um preço um pouco salgado. No Mercado Livre, você também encontra. Mas, com valores bem altos. Se você mora em SP, eu sugiro que você procure em sebos. Acho que você pode encontrar uma boa edição com preço acessível.




Henry 20/07/2022

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Sem dúvidas, Drácula tornou-se uma das obras mais influentes da história. Há quem diga que o gênero de vampiro se popularizou com o romance de Bram Stoker. Além das inúmeras produções para cinema/série e edições de livros, Drácula ganhou muitas - boas - adaptações para quadrinhos.

Nessa HQ, Roy Thomas tenta ser o mais fiel possível ao romance original e com ajuda de Mike Mignola, nos desenhos, cria uma atmosfera digna de uma obra de terror.

Vale a pena? Sim, sem dúvidas.

Mas não foi a melhor das experiências para mim. A arte em preto e branco, por diversas vezes, atrapalha no discernimento dos quadros, comprometendo a fluidez do quadrinho. Talvez teria sido melhor a Mino ter lançado a versão em cores, que aliás, é belíssima.

Outro ponto negativo, a narrativa se perde em alguns momentos. Fico na dúvida sobre o que está acontecendo.

É uma boa adaptação que conta com bons nomes do meio artístico, mas recomendaria pegar a versão em cores.
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Gustavo603 14/10/2020

Drácula
Adaptação do filme dos anos 90 que adapta o livro. O trabalho do Mignola é o maior atrativo.
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Paulo 18/12/2018

Esta HQ é uma adaptação para quadrinhos da versão de Drácula imaginada pelo diretor Francis Ford Coppola. Coppola manteve a fidelidade e a essência da obra de Bram Stoker. Por sua vez, Roy Thomas e Mike Mignola mantiveram a fidelidade à fonte cinematográfica. O resultado é uma HQ magnífica que possui um clima gótico transbordando de suas páginas. Roy Thomas foi muito feliz ao ser capaz de transportar muito bem o roteiro do filme para os quadrinhos; já os desenhos do Mignola dispensam apresentações.

A edição da Mino está lindíssima. Um tamanho bem acima do padrão para HQs, manteve a qualidade da edição da IDW. A opção foi pela edição em preto e branco que era a que estava sendo reeditada nos últimos tempos. Houve algumas supressões como a narração do Van Helsing no início dos capítulos, mas nada que vá prejudicar a compreensão da narrativa. A edição está em capa dura e um papel couché que ressalta toda a qualidade do traço de Mignola. Os extras do final incluem uma série de sketches sem arte-final do Mignola. Só isso já vale demais o material à parte da HQ: poder visualizar o traço dele em seu estado cru é sensacional. Mais para o final temos também algumas artes de capa.

Essa possivelmente é uma das HQs de maior qualidade do autor. Dizer que o Mignola é um artista de mão cheia é pouco para ele. Mas, aqui em Drácula ele alcança o seu estágio máximo. Ele foi capaz de copiar os traços corporais e faciais dos artistas que participaram do filme. O Jonathan Harker da HQ tem muitas semelhanças com um Keanu Reeves ainda jovem fazendo seu papel no filme. Ou as expressões severas de Gary Oldman e seu Drácula foram capturadas com uma precisão assustadora. Os cenários são compostos com uma brincadeira de preto e branco que somente uma mente como a de Mignola poderia conceber. Ele não só sabe preencher os cenários, como esvaziá-los para criar majestade às cenas. Alguns de seus quadros são obras de arte como Drácula voltando para casa e encontrando Elizabeta morta, ou a aproximação de Drácula e Mina ou mais para a frente no espaço sagrado dentro de seu castelo. Cada página é uma obra de arte. Aqui temos o gótico elevado a um outro nível de qualidade.

Sinceramente eu não conhecia o trabalho de Mignola e Drácula foi minha primeira aventura em seus traços. E eu estou de queixo caído. Não é à toa que ele é um artista reverenciado. Percebam na imagem acima a dor e a angústia vividas por Drácula ao retornar para casa e encontrar tudo o que ele mais ama destruído. Ou a loucura de Renfield mais tarde em que ele implora pela presença de seu mestre. Ou toda a luxúria das noivas de Drácula seduzindo um inocente Harker para a sua noite de prazeres malditos. Só tenho elogios a fazer a esse trabalho.

Já os roteiros de Roy Thomas me são conhecidos por conta da minha leitura de A Espada Selvagem de Conan. Não poderia esperar outra coisa além do primor de sua pena. Ele foi capaz de dar vida ao roteiro e mesmo em uma HQ somos capazes de perceber a mão dele interferindo aonde ia o que e de que forma. Não apenas isso como Thomas é capaz de dar espaço para o artista trabalhar. Ele sabe quando não carregar demais textualmente e deixar a arte falar por si só. Tem alguns momentos da HQ em que temos pouquíssimos diálogos, mas o nível de tensão projetado nas cenas é completamente palpável. A perda de Lucy representando uma dor no coração de Arthur ou o desespero de Harker para voltar à sua noiva. Uma combinação perfeita de arte e roteiro.

"Um príncipe romeno da região da Transilvânia - Vlad Drácula, gênio militar notório em toda a Europa Oriental por seus métodos sanguinários - lidera sete mil de seus compatriotas em um ousado ataque furtivo contra mil turcos... como última e heroica tentativa de salvar sua terra natal. O ataque surpresa de Drácula arrasa os turcos. E sua vingança é rápida e impiedosa. Mas, mesmo em meio ao triunfo por uma causa sagrada pode haver perda."

Temos aqui a longa jornada de um homem cuja mulher deixou este mundo após pensar que ele havia morrido. Sua existência se tornou uma dor terrível o qual ele não consegue suportar sem descontar no resto do mundo. Drácula é um homem angustiado que busca seu amor nas mulheres do mundo. Isso até ele encontrar Mina que possui uma enorme semelhança física com Elizabeta. Ele tenta de todas as formas possuí-la para si. Esta obsessão o coloca em confronto direto com Harker e seus aliados. A forma como ele subjuga Mina aos seus prazeres é inevitável. Vou falar um pouco mais disso no parágrafo que segue, mas basta saber que, para mim, ele é o verdadeiro protagonista da história. No final o leitor acaba sentindo uma empatia maior por sua dor do que pela perda dos demais personagens.

Thomas conseguiu dar vida à toda luxúria e sedução dos vampiros. A história transborda isso pelas páginas. O mais curioso é que Thomas e Mignola conseguem fazer isso sem apelar para cenas explícitas. A HQ é muito sensual e cada gesto ou movimento dos personagens reflete isso. Lucy é uma mulher muito sedutora e somente quando ela é ameaçada por conta das proteções contra os vampiros é que ela revela o seu lado bestial. Algumas cenas protagonizadas por Mina e Drácula são como uma dança sedutora à luz do luar: Drácula toca delicadamente as mãos de Mina enquanto ela coloca suas garras no peito do vampiro. Não sei se consigo dizer se Mina se submete mesmo à vontade de Drácula ou se não passa de um fascínio por um homem gentil e misterioso.

A ira de Drácula contra a Igreja vem de sua percepção que ela nada fez para ele em seu momento de necessidade. O padre usa frases ocas para demonstrar o seu pesar diante de tamanha tragédia. O casamento que ele propõe às suas vítimas é um de sangue onde a alma é perdida para dar lugar aos desejos mais secretos da carne. Porém, curiosamente, Drácula inicia uma regressão da metade para o final em que ele abraça o seu lado guerreiro. Isso até culminar naquele vitral belíssimo da última página que não posso comentar o que é. Só posso dizer a vocês que adquiram esta belíssima HQ, não apenas para desfrutar de uma história clássica como de uma arte magnífica.

site: www.ficcoeshumanas.com
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