Aisha Andris @AishandoBooks 15/11/2018
Uma proposta genial e histórias apaixonantes
Antes de qualquer coisa, eu preciso dizer que a ideia por trás do livro é sensacional. Em todos os livros de época que eu li (ao menos os ambientados na Inglaterra regencial), é mostrada a vida dos cavalheiros, o que geralmente inclui a visita deles a clubes masculinos, onde podem interagir entre si e se divertir com apostas, carteados, bebidas e conversa amigável. Ver a criação de uma versão para mulheres ainda mais interessante e misteriosa destes clubes foi realmente maravilhoso.
O livro é protagonizado por três irmãs: Marcelle, Claire e Juliette e, embora a Marcelle tenha mais destaque em um conto próprio publicado no livro Rendendo-se por uma Solteirona, resolvi falar dela aqui mesmo, já que não vou ler o restante do livro agora. A Casa das Senhoras Distintas é dividido em duas partes (mas vou considerar como três), em que cada uma narra a história de uma das irmãs, histórias que divergem bastante entre si.
Claire é um verdadeiro conto de fadas e é uma versão mais feliz de Romeu e Julieta, inclusive são citados alguns trechos da obra de Shakespeare, que achei bastante pertinente de serem mostrados. Claire e Nielsen se conheceram e se apaixonaram na Casa, mas a consumação deste amor não foi nada fácil, porque ambos são filhos de dois duques que possuem uma rivalidade épica. Eu gostei bastante desta história, achei realmente linda, embora tenha a minha preferida tenha sido realmente a da Juliette.
Eu desidratei de tanto chorar lendo a segunda parte do livro. Odiei a Juliette profundamente por causa de algumas atitudes dela, mas o que prevaleceu realmente foi a compaixão diante de tanta dor. Ela viveu um relacionamento mais do que abusivo e doentio, o que é ainda mais triste porque nos faz imaginar que era mais do que comum naquela época e ainda hoje acontece bastante, infelizmente. Foi uma trajetória muito difícil e longa até ela conseguir se libertar de vez das amarras desta história tóxica, o que só foi possível graças ao apoio incondicional da irmã, Marcelle, e do maravilhoso do Amin. Sério, eu me apaixonei por esta história, uma das mais lindas que já vi num romance de época. Conquistou um lugar especial em meu coração.
Por fim, a história da Marcelle, que já havíamos acompanhado indiretamente através da das irmãs, foi melhor mostrada em seu próprio conto. Ela foi a responsável pela criação da Casa, o que lhe rendeu muito dinheiro e poder, embora apenas por baixo dos panos. Ela continuou presa à dura realidade de uma mulher daquela época, em que devia ser sempre submissa às vontades do pai e, posteriormente, do marido, e foi obrigada a se casar com um barão nojento e sem qualquer caráter por imposição do pai. Aliás, o final do cretino foi mais do que merecido.
Não sei se terão mais livros, mas torço muito que sim. Acho que ainda há muitas histórias a serem mostradas neste maravilhoso universo criado pela autora.
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