Razão e Sensibilidade

Razão e Sensibilidade Jane Austen




Resenhas - Razão e Sentimento


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Paula LouMad 13/07/2015

Jane Austen a melhor desde 1811.
O que dizer de um clássico de Jane Austen que já não tenha sido dito? Tarefa difícil.
Uma obra-prima com toda certeza. Lindo, tocante, me identifiquei com as personagens em muitos momentos.
Na Marianne Dashwood, me vi adolescente, acreditando que encontraria o meu príncipe encantado, que me apaixonaria e que não existiria nenhum outro. Acreditando que o amor é único, sem saber que ele pode se renovar e se tornar mais forte que o primeiro.
Em Elinor Dashwood, a força em suprimir seus sentimentos pelo bem do próximo.
Duas personagens linda, encantadoras a seu modo, que mostram a necessidade do equilíbrio na vida. Nem só razão, nem só sensibilidade.
Ainda, devo dizer que amo o jeito dos homens protagonistas criados pela Jane Austen. São tão dignos, amam de uma forma dedicada e completa. Não é necessário juras de amor para ver em cada atitude deles o amor. É lindo mesmo, a doação ao amor que eles demonstram, sem muitas vezes falarem nada.
Foi o segundo livro que li da Jane Austen, e assim como Orgulho e Preconceito (que é maravilhosos também diga-se de passagem) amei e não tenho dúvida que ganhou um espaço especial no meu coração.
Super indico.
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Gláucia 28/06/2015

Razão e Sentimento - Jane Austen
Primeiro romance da autora a ser publicado, em 1811 e sem conter seu nome, apenas "By a Lady".
Conta a história de duas irmãs, Elinor e Marianne Dashwood que, após a morte do pai se veem sem fortuna e sem grandes perspectivas de um bom e vantajoso casamento. Elinor, a mais velha é a própria razão e sentimento do título, reunindo em si qualidades que a dotam de uma ascendência moral sobre todos ao seu redor, incluindo sua mãe. Marianne é mais passional e age basicamente por impulso o que muitas vezes a coloca em situação de sofrimento.
Gosto muito de acompanhar os dramas sentimentais e sociais de seus livros mas admito que possa cansar alguns leitores pela lentidão da narrativa. Não vejo dessa forma, acho que deve refletir exatamente o ambiente da época.
Mesmo sabendo que seus romances sempre acabam em casamento, a autora conseguiu me enganar e confundir: até quase o final ainda não sabia que se casaria com quem. Isso que é sutileza britânica!
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Alanna. 19/01/2015

Esse é o tipo de livro para ler com uma bela xícara de chá e debaixo de cobertas.
Ler Jane Austem, para mim, é sinal de uma narrativa aconchegante, com doses moderadas de sarcasmo social, de muita etiqueta e boas doses de romance. Esse livro não deixou a desejar nesse sentido. A riqueza das descrições da sociedade da época faz esta estudante de história ficar apenas mais apaixonada. Mas muitos não leem Jane Austem em busca desses detalhes, então partiremos para sua narrativa.
A história flui de uma maneira natural, não existem grandes surpresas, os personagens são sempre riquíssimos em características singulares, e existem sempre os personagens que amamos e os que detestamos.
Em suma, gostei bastante do livro, e confesso ter uma inclinação pela irmã mais velha, Elinor(sou uma alma velha que não gosta da tolice da juventude, aqui representada por Marianne). As diferenças entre ambas é basicamente que Elinor é toda razão, e Marianne é toda sentimento, e ambas irmãs se deixam levar por essas características, e com o decorrer da histórias, elas devem aprender que nem tudo é apenas razão, e nem tudo é sentimento. Mas fica claro que ambas irmãs são muito unidas, mesmo que escondam muito do que sentem. Este é um belo livro!
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Cláudia Matta 27/10/2014

Uma história de amor
Razão e Sentimento, de Jane Austen, retrata uma sociedade clássica aristotélica do século XVIII. O livro mostra os costumes da época e tece uma crítica de maneira muito sutil durante todo o enredo.

Suas personagens Elinor, Marianne e a jovem Margaret as irmãs Dashwood , após a morte do pai, empobrecem e deixam sua bela mansão para morar num chalé em Barton Park, onde terão de aprender a enfrentar as adversidades da nova vida. Elinor é uma uma pessoa que não expõe seus sentimentos, já Marianne é movida pelas emoções. Apesar dos comportamentos diferentes, as irmãs experimentam as desilusões e os desafios da vida afetiva na busca do equilíbrio entre razão e sentimento e, consequentemente, do verdadeiro amor.

Este livro é muito bom, não conseguia parar de lê-lo. Fiquei muito curiosa para saber o final da história que, para mim, era imprevisível, já que nos últimos capítulos, a trama ainda não tinha se resolvido.

Gosto muito dos livros dessa autora e com este não foi diferente. Ela consegue fazer um relato leve de uma boa trama cheia de complicações e com finais inesperados. Deve ser por isso que muitos de seus filmes foram adaptados para o cinema. Dentre estes estão este que apresento resenha, "Orgulho e Preconceito", Ema, Persuasão, "Palácio de iusão" e "A Abadia de Northanger".

Razão e sentimento é um belo livro e merece a leitura. Agora vou assistir ao filme...
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Natalia 22/09/2014

Razão e Sentimento
Razão e Sentimento é um livro de Jane Austen, mesma autora de Orgulho e Preconceito e pra variar, ela continua primorosa na sua escrita.

O livro começa com a morte do Sr. Dashwood e sua casa em Norland Park sendo transferida automaticamente para seu filho do primeiro casamento, John Dashwood, e este, incentivado pela mulher, resolve se mudar imediatamente para lá com sua família, fazendo com que a segunda esposa, a Sra Dashwood e suas três filhas Elinor, Margaret, e Marianne, se sintam mais confortáveis indo morar em um chalé em Devonshire.

Lá neste novo lar a família faz novos amigos, as irmãs se apaixonam e se envolvem em relacionamentos complicados, envoltos em traições e diferenças sociais.
As irmãs têm personalidades bem diferentes, Elinor, uma jovem de dezenove anos muito madura, sensível e serena que age movida pela razão, Margaret, que não aparece muito no livro e que é descrita com apenas treze anos e Marianne, uma jovem inteligente, porém, extremamente ansiosa e imprudente e que age pelos seus sentimentos.

O livro gira basicamente em torno das histórias de amor das duas irmãs, Marianne e Elinor.

Marianne se apaixona por um jovem que assim como ela vive impulsivamente e que bota tudo a perder por ser tão ambicioso, fazendo com que Marianne sofra por dias e dias, enquanto Elinor sofre por seu amor por Edward Ferrars, que está comprometido com outra, porém, Elinor é sempre muito discreta, fazendo que muitas pessoas não percebam nada. É uma história doce, bonita e romântica.

O legal é que o livro conta com muitos personagens, fazendo com que tenha muitos diálogos, o que é uma coisa que eu adoro.
Recomendo muito este livro, pois ele é repleto de emoção e nos faz refletir sobre como as pessoas por serem tão ambiciosas às vezes deixam a felicidade escapar pelos vãos dos dedos.


site: http://natalia.blog.br/2014/09/15/resenha-do-23o-livro-do-ano-razao-e-sentimento/
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Merini_ 15/03/2014

Segundo livro da Jane Austen que eu leio e mais uma vez posso dizer que o livro é ótimo. A história das irmãs Dashwood e os seus posicionamentos diante de diversas questões da vida é o que norteia Razão e Sentimento (a.k.a. Razão e Sensibilidade). Não há meio-termo nas atitudes das duas, Elinor é a mais velha, 19 anos, e toma suas decisões todas pautadas na racionalidade, inclusive quanto ao coração, já Marianne, 16-17 anos, é toda emoção, cada passo que dá não é pensado, apenas sentido, e por vezes sentido ao extremo, parecendo-me até um pouco de obsessão e irracionalidade. Mas o mais importante é que as duas, seguindo seus próprios princípios amadurecem.
Se você procura um romance de Jane Austen sem um final feliz, por enquanto, desista, assim como Orgulho e Preconceito, Austen parece não permitir que depois de tantas situações difíceis suas protagonistas fiquem sem um felizes para sempre.

site: http://tudoesilencio.blogspot.com.br/2013/05/na-minha-estante-razao-e-sentimento.html
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Mo' 10/11/2013

Aparentemente não tenho outra opção a não ser, uma vez tendo lido um, ler todos os romances de Jane Austen. Posso começar meu relato de Razão e sensibilidade (que na edição que eu li se chama Razão e sentimento) dizendo de uma vez, para que me contrariem os que quiserem, que gostei mais dele do que de Orgulho e Preconceito?
As obras são em parte semelhantes, na verdade. Neste, os Dashwoods são a família protagonista, em especial suas duas filhas mais velhas - Elinor, toda razão, e Marianne, toda sentimento. O livro começa com a desgraça da morte do Sr. Dashwood, que acarreta na mudança de seu filho mais velho (fruto do primeiro casamento) para Norland, de onde, assim, a Sra. Dashwood e suas filhas se vêem obrigadas a se mudar. Antes, porém, permanecem na companhia da família do irmão por tempo o suficiente para que Elinor se apaixone por Edward, irmão da cunhada. Depois da mudança - que afasta o primeiro casal -, é a vez de Marianne descobrir o amor, ao conhecer em circunstâncias inesperadas o encantador Willoughby. A narrativa intercala o foco nas alegrias e infortúnios dessas duas primeiras paixões, e prende a atenção tanto numa quanto noutra história, cheias de reviravoltas até o fim.
Realmente gostei desse aqui, super recomendo!

site: www.bloggerdamo.blogspot.com
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Rafaele 10/11/2013

Um romance sobre comportamentos opostos, amor e dinheiro
De todos os meus lidos de Jane Austen (até agora) esse é, a meu ver, que mais se arrasta, o que a história com menos ação e o que eu demorei mais pra acabar. Ainda assim é um livro incrível, que vale a pena ler e resistir a lentidão do início pra receber aquela satisfação de terminar uma excelente leitura.

E é excelente porque a narrativa não se baseia nos acontecimentos e sim, na análise (já conhecida) da alma, dos princípios, do que move as personagens e então temos quase um estudo sobre os opostos de ações e sentimentos da espécie humana diante de determinadas situações.

Daí você tem Elinor e Mariane, a razão e o sentimento do título, encarando situações semelhantes e agindo das formas mais extremas possível, não só relacionadas ao amor, mas a condições financeiras (quesito no qual Elinor, se prova muito mais movida pelo sentimento que Mariane) e a maneira de enxergar as pessoas e a vida, mas, mais que só isso Jane nos mostra também o Coronel Brandon e Willougby, e a forma como demonstram o seu amor; as Sras. Dashwood e Jennings, e a forma como travam suas relações com as jovens e como, sendo ‘senhoras’, se comportam; e as respectivas famílias Dashwood, com Fanny controlando John e agindo com tamanha mesquinharia enquanto os familiares mais distantes das Dashwood, os Middleton (sobretudo Sir John) são tão completamente diferentes.
Dessa forma, você se surpreende, concorda, se revolta, tem vontade de sacolejar certos personagens pelos ombros e acaba se perguntando, se analisando e tentando entender 'como EU agiria, se isso fosse comigo?'


Finalizada a leitura excelente, vale a pena assistir ao filme, de 1995, dirigido por Ang Lee, que traz Emma Thompson e Kate Winslet vivendo as duas irmãs, só pra ver a cena, já no final, em que Edward Ferrars chega à casa das Dashwood e nos dá a incrível e bombástica notícia e então, finalmente, Elinor reage de maneira simplesmente tão espetacular quanto no livro!
E, claro, ver Snape cortejando Mariane HAHAHAH
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Fran 26/05/2013

A perfeita descrição de uma época!

Olá Caros Leitores!

A primeira coisa que me vem à mente quando penso em resenhar esse livro é: a perfeita descrição de uma época, de uma sociedade. O papel das mulheres e como tudo, absolutamente tudo, era regido pela conveniência e aparência. Sentimentos, pessoas, princípios eram objetos de barganha sendo trocados facilmente por libras e posições.

Razão e Sentimento conta a história das irmãs Dashwood que, após a morte do pai ficam em situação difícil, sendo obrigadas, juntamente com a mãe a se mudar da mansão em que viviam para um chalé em Barton Park. Lá terão que aprender a enfrentar as novas adversidades que lhes serão impostas.

A história é focada principalmente nas irmãs Elinor e Marianne, muito diferentes entre si. Enquanto Elinor é extremamente racional, Marianne é movida pela emoção e as duas irão passar pelos mesmos desafios e desilusões na busca do equilíbrio entre razão e sentimento e por que não dizer do verdadeiro amor.



Com uma narrativa sagaz e inteligente Austen embriaga o leitor com o século XVIII. Você se sente em meio a vestidos, mansões, carruagens e um dialeto e maneira muito própria de falar e se expressar. Toda a cortesia, muitas vezes velada, palavras que dizem muito mais e ofendem sutilmente.

“Não tenho medo de mostrar meus sentimentos e de fazer coisas imprudentes, pois acredito que o que não se mostra, não se sente. Coisa que talvez surpreenda muito a você, pois os seus sentimentos são tão guardados que parecem não existir realmente.”


A descrição da época, dos locais e costumes é detalhada. A crítica social ao modo de vida que a própria escritora presenciava permeia todo o texto de uma forma ácida e ao mesmo tempo sutil. Podemos perceber isso perfeitamente no contraponto entre as reações das duas irmãs para um mesmo fato. Sendo Elinor sempre levada a conter-se e Marianne a se expor pelo que sente.

Os diálogos são muito bem estruturados, assim como...

Continue Lendo: http://poesiasprosasealgomais.blogspot.com.br/2013/05/razao-e-sentimento-de-jane-austen.html
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Patricia 20/05/2013

Com a morte do marido, a sra. Dashwood e suas três filhas precisam encontrar um novo lugar para morar, já que a casa ficou para o meio irmão das meninas.
Elinor, a mais velha e sensata, movida sempre pela razão, gosta de um homem que só cresce em sua estima até descobrir que não pode casar com ele. Sempre comedida, não demonstra o que sente, e guarda muitos segredos, seus e de outras pessoas.
Já Marianne, a segunda filha, se apaixona perdidamente em poucos dias por um homem que acabara de conhecer, levada sempre pelo sentimento, até descobrir o caráter duvidoso do encantador Willoughby.
A obra pertence ao realismo, e por isso não traz amor idealizado, nem pessoas perfeitas. Razão e sentimento (ou Razão e sensibilidade, em algumas traduções) mostra a teimosia insistente de Marianne, a afetação de alguns de seus parentes, a bisbilhotice da sra. Jennings (a opnião a respeito desta melhora ao longo da trama), a bondade da sra. Dashwood, os segredos do Coronel Brandon, a procura por um casamento que traga dinheiro, mas não amor...
Recomendo a quem gosta de clássicos romances realistas. Jane Austen é uma das melhores dessa época.
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João Souto 31/03/2013

Admito que deu um pouco de trabalho pensar nessa resenha. Mas como não falar sobre um livro tão cheio de verdades e repleto de outras meias verdades. Quando comecei a ler Razão e Sentimento, até o metade, senti como se estivesse lendo uma versão mais complexa de Orgulho e Preconceito que apesar das semelhanças tem uma mensagem menos contundente quanto esta obra.

Razão e sentimento conta a história de Elinor e Marienne, duas irmãs tão parecidas e tão diferentes ao mesmo tempo. O contexto, como não poderia deixar de ser é amor na figura de um bom casamento. Enquanto Elionor é uma pessoa fechada para si, Marienne é espontânea cheia de vida.

Aqui Jane Austen nos apresenta um amor tão atual quanto assustador: o amor baseado na segurança financeira. Como era comum na época, e até hoje, casamentos eram completos se uma estabilidade e segurança financeira são garantidas nele. Elionor é uma figura belíssima e Marianne aquela pessoa que poderíamos chamar de inconsequente se existisse em nossos tempos. O amor que ambas desejam para si é diferente, mas verdadeiro. Elas o encontram de formas diferentes, mas a paixão está acima de tudo no que nos referimos a Marianne.

A história se desenvolve de ótima forma, conhecemos Lucy, a noiva de Edward Ferrars, que tem interesses nela, mas não a ama como deveria amar, já Lucy ama o que o casamento pode significar para ela em termos financeiros. Paixão e amor são usados o tempo todo confundindo-se com segurança financeira.

Já Marianne não percebe a verdade. Ela é amada, mas não é querida o suficiente para John aceitar a pobresa em nome desse belo sentimento que de fato ele têm dentro de si, mas não sobreposto a segurança financeira. No caso de John o amor não está acima da razão e apesar de sentí-lo decide por não vivê-lo. Não devemos condenar esse personagem, afinal, para a época, isso não era de todo o ruim. Contudo uma vida libertina o delatava como alguém desprezível e aqui temos a balança contra ele. Não devemos gostar desse personagem, mas de forma alguma condená-lo seria justo.

Cel Brandon que desde o início tem interesse por Marianne lida com o fato de não ser percebido com estilo e postura dignas de um homem sensato. O belo neste personagem está nas entrelinhas, mais precisamente naquilo que não foi escrito mas impossível de não se perceber. Enquanto John amava Marianne com paixão, mas não podia viver esse amor, Brandon alimentava o mesmo sentimento, mas por ser um militar com posto relativamente bom as condições financeiras de Marianne não importavam. Eis que aqui a segurança financeira de um, garantida, permite ao amor fluir naturalmente, o que no caso de ambos não acontece já que Brandon não é um apaixonado pela vida. Ele muito se parece com Elionor, aliás pensei em vários momento que a história tornaria Elionor e Brandon um casal, mas não foi isso.

Elionor não daria importancia a questão financeira e Edward, agora sem nada e descompromissado a queria. Para ele o amor estava acima de qualquer outra coisa e para Elionor também. Ambos não são apaixonados como Marianne, mas vivem um sentimento real que os preenche de felicidade, a autora então nos conta, já no final, como eles contornariam os problemas financeiros, afinal eles existem e não o amor que coloca a comida na mesa.

A leitura de Razão e Sentimento é muito complicada pelas diferentes formas e identidades particulares que cada personagem possui e precisamos entender todas para compreender a obra, do contrário temos a impressão de ler uma nova versão de Orgulho e Preconceito.
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Felipe 25/10/2012

Definido de forma rápida, poderíamos dizer que o romance de Jane Austen é uma dolorosa exposição da insolúvel problemática do grande abismo que existe entre os desejos íntimos e a sociedade. As duas protagonistas do primeiro livro de Austen são personagens exemplares e contrastantes dentro de uma sociedade regida exclusivamente pelo poder pecuniário sobre as ações dos indivíduos e pela degradante consciência moral dos mesmos. Austen é mordaz e silenciosa em suas críticas e expõe de forma soberba as contradições de seu mundo, efetuando em suas personagens verdadeiras vivisseções, colocando o caráter e as ações em tubos de ensaio para melhor visualizar e obter êxito em sua velada, porém rasante, crítica de costumes.

Elinor e Marianne, as duas representantes do título do livro, são as fabulosas heroínas com seus respectivos brasões: Elinor é a razão, a afabilidade, a inteligência brilhante e filosófica; Marianne é a sensibilidade, a sinceridade, a pulsão avassaladora para sentir de forma extrema todos os seus pensamentos. Juntas constroem a dialética do esclarecimento deste romance, pois aqui, como em Shakespeare, os personagens se revelam através da palavra. É a palavra, o diálogo, o íntimo verbal de cada um que irá definir os rumos da história.

Jane Austen é realmente uma escritora de gênio, dotada de um talento explícito para sondar psicologicamente os rumos de sua esplendorosa prosa. Ela é a união entre o que há de melhor dos moralistas franceses e da fantástica herança das letras anglo-saxãs, que encontram em Shakespeare o seu arauto maior. Por vezes não compreendida, Jane Austen se passa, entre as mentes menos perceptivas, como uma simples narradora de bailes e de chás da tarde, mas, por trás daquela aparente inocência, encontramos uma visão de mundo extremamente lúcida e nada complacente com os vícios de seu tempo.
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