Resenhas - O Pior Emprego Do Mundo

Chewie 14/12/2018

Esperava mais...
Começo deixando claro que o livro não é ruim. Ele é bom dentro daquilo que se propõe que, até onde entendi, é sobre os relacionamentos com as pessoas que sentaram na cadeira do Ministério da Fazenda. Seja relacionamentos acima ou abaixo do mesmo.

Minha expectativa é que o livro entrasse um pouco mais nos aspectos econômicos que justificaram as decisões ao longo do tempo ou até mesmo que mostrassem a gravidade dos problemas enfrentados. Talvez até explicasse de forma simples alguns conceitos complexos de economia.

Por exemplo, gostaria que apresentasse algumas decisões e contextualizassem elas com relação ao que estava acontecendo no mundo para avaliar se essa decisão era baseado no "manda quem pode, obedece quem tem juízo" ou se era algo que o mundo entendia como aceitável.

Fora essas críticas, acredito que não há nada digno de nota. O autor escreve bem. Não é nada digno de críticas ou elogios em demasia.

Se você quer ler esse livro, minha recomendação é que você leia primeiro 3000 Dias no Bunker para contextualizar e aprofundar tanto conhecimentos de economia como entender a dinâmica do Planalto em uma abordagem mais detalhista através do contexto do Plano Real para depois ler esse livro que dá uma visão mais superficial sobre os últimos 50 anos de política econômica.

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Coelho 23/04/2021

Economia Política ou Política Econômica
Um panorama histórico das relações entre presidente e ministro da fazenda, o livro conta os bastidores recentes da implementação de políticas econômicas da ditadura até o governo Dilma. É um livro ótimo tanto como retrato histórico, quanto para observar como funcionam as relações entre governo, oposição, mercado e população, recomendo pra qualquer um com interesse em economia e política.

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GuidoBR 10/09/2021

“No Brasil, não é só o futuro que é incerto. O passado também é imprevisível”.
Este livro é uma história da economia brasileira, desde o período da Ditadura até o segundo governo Dilma/Temer. Mostra o quanto avançamos como nação, e o quanto continuamos a repetir erros do passado. Mostra o lado humano dos homens e mulheres que comandaram a economia brasileira, seus vícios e virtudes, as dificuldades de convencer e implementar suas ideias, o jogo de poder e suas consequências.

O Brasil já passou por diversas crises, teve muitas oportunidades perdidas de grandes avanços sociais e economicos. É bom ler sobre o passado para enxergar melhor o presente.

"Os políticos usam os economistas como os bêbados usam o poste, mais para apoiar do que para iluminar"

"Um pequeno exemplo do seu exercício do poder: em 1973, diante da alta do preço do feijão no Rio de Janeiro, o ministro ordenou que caminhões com o grão no Paraná rodassem quilômetros para abastecer a antiga capital do estado da Guanabara. Como a inflação oficial à época era medida, principalmente, pelos preços praticados no Rio, o transporte de feijão manipulou o resultado. Por isso, a inflação de 1973 pode ser de 15,5% (nos cálculos oficiais da administração Delfim) ou 20,5%, se vista pela revisão do seu sucessor no Ministério, Mário Henrique Simonsen. “Nunca fiz manipulação de preços. Só de oferta”, ironizou Delfim, décadas depois."

"O Brasil viveu meses de catarse. Uma campanha publicitária gratuita da TV Globo afirmava, peremptória, “Tem que dar certo”. Munidos com as tabelas com o valor de 5 mil produtos da Superintendência Nacional de Abastecimento e Preços (Sunab), consumidores se diziam “Fiscais do Sarney”. Flagrados com preços acima das tabelas, supermercados foram forçados a fechar enquanto clientes cantavam o Hino Nacional. Revistas distribuíam imagens de bigode que podiam ser cortadas e usadas para aumentar a identificação com o presidente."

"Um mês antes das eleições, uma espetacular ação da Polícia Federal confiscou 2 mil cabeças de gado e indiciou comerciantes que praticavam ágio nos preços. A ação policialesca não encheu a prateleira de um supermercado, mas rendeu centenas de milhares de votos ao candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia."

"Duas regras sobre Brasília. A primeira é: só acredite no Diário Oficial da véspera. A segunda é: o chefe se convence por aquele que falar com ele primeiro."

"FHC tornou-se candidato por obra e graça de Itamar Franco, que não tentou durante a campanha eleitoral lhe tomar os méritos do Plano Real. Foi o ministro, e não o presidente, o convidado a explicar nos programas populares de TV os estranhos cálculos para a conversão dos salários em URV. Para dar provas de que FHC era o pai do real, Itamar permitiu uma irregularidade, a de que FHC assinasse em abril as notas de real que só iriam circular dois meses depois. Com o passar do tempo, a historiografia oficial do Plano Real passou a ressaltar as qualidades de que FHC e sua equipe e as dificuldades impostas por Itamar, apresentado como o político ignorante sobre o funcionamento da economia. Em 2009, magoado até o fundo da alma com FHC, Itamar Franco gravou depoimento sobre o período: Para mim, Ricupero foi o principal sacerdote do Plano Real. Mais tarde tivemos ajuda, e grande, do ministro Ciro Gomes. Naquele momento, isso é o que o povo brasileiro não sabe se for ler a história do real, é o senhor Pedro Malan; senhor Pérsio Arida, não sei mais quem. De repente, até parece que foi o doutor Cardoso que assinou a medida provisória[4] do Plano Real."

site: https://guidopercu.dev/library/o-pior-emprego-do-mundo/

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Alexandre 29/12/2019

Recomendo
Gostei. Tem histórias interessantes de bastidores de decisões econômicas, especialmente na primeira metade do livro, ou seja, dos governos militares até o Plano Real. Do governo Lula em diante, achei tudo mais superficial, sem muito bastidor a acrescentar. Parece que o livro perde um pouco o fôlego. Mas recomendo a obra para reavivar nossa memória, em tempos de avalanches de notícias em que nosso HD cerebral não consegue mais se lembrar do que ocorreu no mês passado...

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Victor.Guindani 10/07/2020

Um relato "nú e cru" da história econômica brasileira.
Um relato excelente de toda história econômica Brasileira pós regime militar, e como muitas vezes economia se torna meramente política de interesses, e assim, varias vidas são afetadas. Relatos extraordinários, de ministros da Fazenda e bastidores da política brasileira.

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Danilo.Brizida 16/04/2023

Excelente livro, traz um recorte da política recente do pais, narrando fatos e acontecimentos dos últimos ministros da fazenda do Brasil, mostra como as decisões são tomadas dentro de um governo, e a importancia do ministro da fazenda.

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Leonardo.Brizida 14/06/2023

Simplesmente fantástico
Este livro é um retrato do Brasil. Apesar de vivenciarmos tempos sombrios na política recente, sendo otimista, o país já passou por poucas e boas, mas creio que superou e evoluou muito com as crises. O povo brasileiro ja sofreu demais, principalmente no que se refere a economia.

Ao longo dos anos, superou crises complexas relacionadas a hiperinflação, no período entre a ditadura militar até a criação do plano real.

O pior emprego do mundo é o de Ministro da Fazenda, mas quem sofreu os danos oriundos a todo este processo foi a população, que passou por ditaduras, dois impeachments, desemprego, inflação, escândalos de corrupção etc. Dentro desses processos, a economia teve papel preponderante. Se a economia está bem, o governo estará em lua de mel com a população, com boa governabilidade e uma reeleicao encaminhada. Caso contrário, ele estará na corda bamba.

O Congresso Nacional é implacável em destituir presidentes e acabar com a estrutura de um governo quando as decisões voltadas para a economia não vão bem. O livro retrata com muito louvor essa receita. Alguns aprenderam com extrema rapidez, outros nem tanto, mas é inegável que as decisões tomadas pelos ministros mexeram e muito com o nosso bolso.

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